Há um tempão estou para escrever novamente para esta coluna e não escrevo. Já comecei vários textos na cabeça, mas nenhum deles no papel. Mil mudanças, como dizia o nosso querido poeta Cazuza: “o tempo não pára”. Sou feliz mãe-coruja de uma estrelinha chamada Daniel, de uma menina-moça chamada Taísa, esposa, filha, amiga, colega, funcionária, dona-de-casa, escritora, blogueira. Eu sou muitas Sandras e procuro conciliar meus afazeres com meu tempo e minhas vontades. Sempre acaba ficando algo pra trás e agora está sendo esta coluna. Mas agora chegou a hora de retomá-la!
Queria, neste ponto, agradecer pelos meus fiéis leitores e me desculpar por não ter tempo de entrar em contato com cada um de vocês. Não o faço por absoluta falta de tempo, mas fico extremamente grata às pessoas que lêem e tiram proveito das palavras que escrevo, pois meu intuito é este mesmo, o de trocar idéias junto de vocês, servir, de alguma forma, de apoio, de inspiração, de motivo para avaliação interna, de fonte de informação (ainda que tudo o que escreva sempre seja reflexo absoluto da minha ótica pessoal – como também não poderia deixar de ser, não é mesmo?).
Antes de mais nada, dou minhas boas-vindas aos novos colunistas, e parabéns pelos textos escritos. Que formemos juntos um grupo capaz de inspirar, trocar idéias e crescer juntos!
E o inverno? Ah, o inverno!.. Todo ano eu faço um esforço tremendo para me esquecer do que significa o inverno… Mas todo ano tenho que ser lembrada exatamente do que ele significa, e sou obrigada a me (re)acostumar com ele. Vestir mil e uma roupas antes de sair de casa, no melhor estilo “cebola” (várias camadas de roupas, uma em cima da outra). Apesar disso, sentir frrrrrrrrio, literalmente, até a ALMA. Querer sair de carro e não poder, pelo menos imediatamente: antes disso, ter que lutar com a neve, com o gelo agarrado nos vidros do carro. Ter que lembrar de mandar trocar os pneus do carro, de pneus de verão para pneus de inverno, e por favor com antecedência e por favor antes da primeira neve! Ter que dirigir totalmente diferente, com medo de derrapar nas pistas (e, muitas vezes, ter que dominar o carro ao derrapar). Suportar o escuro do dia (que dia!?!), as roupas escuras, e viver nesta fase de introspecção que pode levar qualquer um fácil, fácil à depressão.
Mas todo ano, depois de me acostumar ao inverno, também fico feliz com ele: a neve branquinha, o silêncio fenomenal, divino. O andar na neve, aquele sentimento de que você está andando sobre um algodão molinho. A beleza da natureza, que fica ainda mais bonita com os efeitos da neve. A intensidade do brilho de uma vela, de uma casa enfeitada com uma iluminação de natal, que dá paz, equilíbrio, força interior.
Assim como as quatro estações, tão bem definidas nesta parte do mundo, aprendemos que tudo tem seu tempo, que a vida é um ciclo, que tudo vai e volta, que antes da primavera sempre virá um inverno, que as tristezas precedem as alegrias, e vice-versa. E assim, como em todo ano, reencontro minha paz interior e faço as pazes com o inverno, até que o próximo inverno chegue.