Aqui na Alemanha salta aos olhos o número de pessoas que bebem (e, aliás, também fumam) com frequência. Sempre que possível, em vários momentos de lazer, de frente para os filhos e família e/ou junto de amigos, a nação está bebendo.
Também o que não faltam são momentos para tal. Para começar, toda data comemorativa é motivo para beber: Natal, Ano Novo, Dia dos Pais (data tradicional da bebedeira masculina), carnaval… As festas tradicionais do país também convidam ao consumo exacerbado de bebidas alcóolicas, tais como a “Kirmes“, um grande parque de diversões geralmente montado num local central da cidade, ou as “Erntedankfeste“, festas de agradecimento pela colheita, ou até mesmo o famoso Oktoberfest. Nos finais de semana, tudo e qualquer coisa é desculpa ou motivo para beber, do café-da-manhã (regado a champanhe ou até mesmo o ” Weißwurstfrühstück ” que consiste na Baviera de um café-da-manhã composto por cerveja e salsicha, que por tradição deve acontecer antes das 11:00h da manhã), aos passeios nas festas das cidades durante à tarde, até às idas a uma discoteca ou a um barzinho à noite. No país, também é comum que os tradicionais clientes de um barzinho (invariavelmente homens) se encontrem aos domingos, logo de manhã, para o “Frühschoppen“. Eles chegam geralmente da igreja, da missa das 10:00h da manhã e se reúnem para… beber cerveja, além de “discutir sobre política e filosofar sobre a vida”.
O que salta aos olhos é o orgulho de quem bebe. Geralmente contam episódios sobre a bebedeira, como foi, quando tempo estiveram bêbados, consequências, etc… Por outro lado, falando-se em geral, há uma grande aceitação social desse vício público, assim como do cigarro, que infelizmente ainda é permitido em muitos locais públicos. E ambos os vícios já são treinados, em muitos casos, desde muito cedo,logo no começo da adolescência.
Quando estive no Oktoberfest em Munique constatei que só poderia (ou deveria) visitar a festa durante o dia, quando as pessoas ainda estavam relativamente normais, no que diz respeito ao consumo de álcool. À noite, tive que me desviar de vários bêbados que literalmente caíam sobre outras pessoas, presenciei brigas e quebradeira… Nada interessante!
Ouvi dizer que a novidade aqui por estas bandas é a “flat rate” das discotecas, que consiste em se pagar um só valor para poder beber por, por exemplo, 2 horas seguidas no começo da noite. A bebedeira, que já é o motor principal de um estabelecimento como estes, fica ainda mais certeira com uma promoção dessas. Depois de passadas as duas horas, muitas pessoas continuam bebendo até que o dinheiro acabe.
Assisti a uma reportagem agora há pouco na tevê afirmando que a Alemanha um dos países do mundo onde mais se consome bebidas alcóolicas. Segundo esta reportagem, existem aqui 9 milhões de alcóolatras, dos quais 240.000 são jovens abaixo de 18 anos. Para um total de 80 milhões de habitantes, esses números são altamente preocupantes. Na denn Prost !…