Meu coração é metade verde e amarelo e a outra metade é preta, vermelha e dourada. Falo isso sem querer ser arrogante ou por outro lado sem me sentir traidora das minhas origens. Moro aqui há 15 anos e sou orgulhosa tanto do Brasil quanto da Alemanha, considero ambas as nações dignas de respeito e de amor e sinto que as duas são diferentes, mas não superiores ou inferiores entre si. Há pontos bons e ruins aqui e lá, não há um país perfeito neste mundo.
Dá pra perceber quando assisto a um jogo de futebol, como o que acabou de acontecer hoje da Alemanha contra a Polônia: vibro como se fosse o time brasileiro que estivesse jogando, e tenho orgulho dos jogadores, torço para que eles cheguem a uma boa colocação e, se possível, ganhem o campeonato europeu de futebol, que começou ontem na Suíça e na Áustria. Só quando a Alemanha joga contra o Brasil, nas copas mundiais, é que “mudo de time” e torço de coração para o Brasil, minha pátria amada, lugar onde nasci e de onde vêm minhas raízes e minha cultura, minha visão de mundo. Mas como desta vez a competição é européia, estou torcendo 100% pela Alemanha. Detalhe: No jogo de hoje contra a Polônia havia um brasileiro recém-naturalizado polonês, chamado Roger Guerreiro. Alguém o conhece? Disseram que ele joga há 2 anos e meio em Warschau. Há mais brasileiros no campeonato: jogando no time da Turquia “Mehmet” Marco Aurelio e no time espanhol Marcos Senna. E no time alemão há dois dos melhores jogadores, Klose e Podolski, que nasceram na Polônia e o Podolski foi quem fez os dois gols da vitória do jogo de hoje. Mundo globalizado esse, nao é mesmo?
Mas eu só assisto jogos de futebol de grandes campeonatos. Fora deles, futebol não me interessa nem um pouco. Daí passam a ser 22 bobos correndo atrás de uma bola, pois pra mim futebol está ligado a festa e confraternização entre os povos e um joguinho de campeonato alemão ou brasileiro não chega a tamanha importância, pelo menos no meu modo subjetivo de ver este esporte.
Li nos jornais que fizeram um estudo aqui na Europa, dentre os países participantes do campeonato europeu de futebol, para analisar as preferências entre sexo e futebol. Somente na Itália e em Portugal as pessoas se dizem mais interessadas por sexo, nos demais países ganha o futebol. Será que é porque ele dura mais? Hehehehe… O futebol, desde a última copa mundial, deu ao torcedor alemão o direito de sentir orgulho do país, desde então ele tem a liberdade de poder ter um sentimento nacionalista saudável, o que é muito bom para o país. Todos falam aqui da “fábula do verão de 2006” e querem que ela se repita este ano. E enquanto o número de torcedores do sexo masculino continua mais ou menos o mesmo, o número de torcedoras do sexo feminino aumenta. Será que é porque tem realmente uns homens muito bonitos jogando futebol, vide o goleiro Artur Boruc da Polônia? Mesmo assim, contino não entendendo por que alguns esportes são quase que totalmente masculinos, por que os campeonatos femininos de alguns esportes não recebem a mesma pompa que os campeonatos dos homens. Para mim, tinha que ser tudo meio a meio, fifty-fifty para tudo entre homens e mulheres, em todos os campos possíveis e imagináveis, respeitando naturalmente a constituição física de cada sexo.
Aliás pulando pra este assunto, começaram a surgir alguns livros por aqui que tentam resgatar o nome de mulheres importantes ao longo da história, pois também a História tenta fazer acreditar que só homens ocuparam papéis importantes ao longo dos séculos. Acho isso de resgatar a história feminina super importante, pois a repetição de grandes atos depende também de bons exemplos, que teimam em não nos mostrar. E também com o fim de mostrar que, na realidade, o yin-yang, a convivência construtiva e positiva entre homens e mulheres é que tende a ser boa para ambas as partes. A solução está no meio do caminho. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.
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