Tenho acompanhado muitas das boas notícias a respeito da diminuição da pobreza no Brasil e do desenvolvimento econômico do país, o que me deixa super feliz. Ainda mais pelo fato das boas notícias estarem ligadas à liderança do Lula, que pode não ser “letrado” como muitos esperavam que fossem, mas parece ter motivos éticos e ser movido pelo seu coração ao ser mola propulsora do nosso país. Eu acompanhava tanta reclamação com relação a ele durante os seus primeiros anos de governo, mas o fato é que a população brasileira está lucrando com suas medidas e o mercado passa a ser cada vez mais interessante para parceiros internacionais. Entre 1992 e 2006 15,85 milhões de brasileiros deixaram de ser miseráveis. Os dados parecem falar por si.
Enquanto isso começo a constatar mais intensamente na Alemanha algumas mudanças que me fazem lembrar a época inflacionária brasileira da década de 80. Desde a alteração da moeda do marco para o euro houve um aumento considerável nos preços do varejo, principalmente, a meu ver, com relação a alimentos e roupas e acessórios. Depois veio o aumento da alíquota do imposto sobre a circulação de mercadorias em 2 pontos, o que deu mais um empurrãozinho nos preços. A atual crise alimentar faz com que os preços aumentem e já chegamos hoje a uma situação onde a classe média alemã economiza onde pode para poder continuar pagando suas contas. O fenômeno de empregados com 2 ou 3 empregos espalhados durante vários horários não é mais incomum, há também uma onda de alemães que decidem deixar tudo para trás e mudam de país em busca de uma vida melhor em outro canto do planeta. Junto do aumento do preço dos alimentos, o preço da energia e de combustíveis levam a acreditar que a inflação deste ano será o dobro da do ano anterior de 2007 e poderá pular de 2,2 para 4,4%. Há até aumentos diários nos postos de gasolina, pelo fato do preço ser alterado todo dia às 6h da tarde. Tenho lido que tudo isso é principalmente influenciado pela especulação no mercado e não por aumentos efetivamente reais. Os salários aumentam enquanto a economia cresce, mas o assalariado é, sem sombra de dúvidas, o grupo perdedor. O irônico é que realmente em geral não se ganha mal na Alemanha, mas as contas a pagar em terras germânicas não são tampouco baixas. O saldo é um cinto bastante apertado, fé em Deus e pé na tábua.
Independentemente de onde quer que você esteja, seria muito interessante para mim ler sua opinião pessoal a respeito desta onda descontrolada do capitalismo, que apesar de mostrar alguns sucessos isolados como atualmente no Brasil no caso da população menos favorecida, parece para mim estar chegando a seu limite.
Tags: Alemanha, Brasil, capitalismo, economia
14/07/2008 às 16:51 |
Pois é… o capitalismo tem seu limite como qualquer sistema complexo e mutante. Alguns paises europeus só se tornaram potencias mundiais porque exploraram terras virgens e trabalho barato de outras terras, mas acontece que os “filhos da europa” estao crescendo e com isso comecam a consumir seus próprios bens e por isso comecam a entender e a dar valor ao que tem. As fontes de riquezas externas estao acabando. A globalizacao aconteceu, mas acredito que a tendencia é voltarmos a viver em regime de subsistência, caso contrário teremos um colapso mundial. O mundo ficou pequeno e isso implica em esgotamento de recursos de forma mais rápida. Estamos entrando numa nova era onde “a banana vai comecar a comer o macaco.” E eu… eu estou feliz em enxergar de forma positiva essa virada. “Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor…”.
22/01/2009 às 10:20 |
Bom dia.
Acompanho o seu blog de Portugal. Aqui também desde que o euro substituiu o escudo o nível de vida também encareceu bastante. Há uma maior disparidade entre o rico e o pobre, lembra-me aquela música “o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre”. O pior é que aqui em Portugal tudo foi arredondado para cima menos os salários.
Beijocas
22/01/2009 às 21:52 |
Oi Suzana,
É um prazer te receber aqui.
Realmente é uma loucura que o capitalismo esteja comendo seu próprio rabo. E os cidadaos assalariados sao os que saem perdendo!… Uma pena…
Continuamos trocando idéias?
Um beijo,
Sandra