Há dia comemorativo pra tudo, principalmente para aquilo que se lembra em um dia e se tende a esquecer nos outros 364 dias do ano. Assim é, pelo menos ainda, no caso do Dia Internacional da Mulher. Se já tivessemos chegado a uma posição realmente equalitária em relação aos homens, este dia já teria se tornado desnecessário. Eu, pelo menos, não tinha conhecimento, mas o Dia Internacional da Mulher surgiu há 98 anos através da iniciativa da alemã social-democrata Clara Zetkin. Por influência dela, mulheres da Alemanha, Dinamarca, Áustria, Suécia e Suíça se reuniram em março de 1911 para exigir o direito de decisão política, salários iguais e mais direitos para as mulheres nos campos do trabalho e da saúde.
Os direitos iguais entre homens e mulheres existe na Alemanha há 50 anos. No dia 01/07/1958 foram implementadas as primeiras leis de igualdade entre homens e mulheres no país. Até então, ao homem cabia sempre a última palavra. Ele decidia se ela podia trabalhar fora ou se envolver politicamente. Mesmo se a mulher ganhasse algum dinheiro trabalhando fora, o homem tinha o direito de administrar sozinho as finanças da família e só ele podia abrir uma conta de banco. A partir de 1958 a mulher obteve a permissão de administrar seu próprio dinheiro e passou a poder abrir uma conta de banco sem a necessidade de autorização prévia do marido ou do pai. A mulher obteve também o direito de trabalhar fora, contanto que essa atividade estivesse “de acordo com seus deveres como mãe e dona-de-casa”. Até aquela época o homem tinha o direito de pedir demissão – sem necessidade de obedecer prazos contratuais – em nome da mulher. Só desde 1977 foi decidido por lei que as finanças do casal deveriam ser administradas em conjunto pelo homem e pela mulher e que a mulher podia trabalhar fora sem pedir permissão para seu marido. A partir daquele ano passou a não existir mais a divisão de tarefas do casal delimitada por lei.
Com as leis de igualdade foi decidido também que a mulher tinha o direito de continuar a ter o sobrenome de solteira junto do sobrenome do homem. Até 1994 era exigido que a família se decidisse por um sobrenome comum. Desde 1976 foi decidido que o sobrenome da família poderia também ser o sobrenome da mulher. Até hoje as mulheres casadas na Alemanha tendem a assumir o sobrenome do marido, retirando seu sobrenome de solteira. O sobrenome do marido costuma agir como denominador comum para todos os membros da família. Famílias com sobrenomes diferentes costumam enfrentar um certo preconceito na sociedade.
Quanto ao direito de voto, a mulher o obteve por exemplo na Alemanha e na Áustria no ano de 1918, no Brasil desde 1932 e na Suíça só no ano de 1971!
Apesar de tantas leis e tantas decisões com relação à igualdade entre homens e mulheres, não se pode afirmar que vivemos em total igualdade de direitos e deveres. O mundo atual se tornou bastante complexo e o homem também está tendo que se readaptar em seu papel na sociedade, tendo deixado de ser aquele que cuida exclusivamente do sustento da família, tendo passado a buscar por seus direitos de cuidar dos filhos e em muitas vezes querendo dividir os deveres dentro de casa. O certo é que enquanto o Dia Internacional da Mulher existir, haverá desigualdade entre os sexos, pois o final das desigualdades tornaria a data comemorativa completamente desnecessária.
Fontes: Gedanken zum Frauentag (Pensamentos sobre o Dia da Mulher), jornal Südkurier Nr. 55 de 07/03/2009, páginas do SPD-Bochum, Wikipedia, Women’s Suffrage e 1Live.
Tags: Alemanha, alemã, deveres, Dia Internacional da Mulher, direitos, igualdade, mulher
09/03/2009 às 01:26 |
Pois… estamos de acordo.
Boa semana.
15/04/2009 às 17:47 |
porra…quero saber os direitos da mulher e nao essas besteiras tenhu fazer este trabalhor ate amanha ora porra
15/04/2009 às 19:22 |
Oi Junior,
Sinto muito que meu texto nao tenha atendido suas expectativas. O que vc indicaria para enriquecer o texto?
Um bom dia para vc,
Sandra
29/04/2009 às 12:52 |
SANDRA SEU TEXTO ESTA PRECISANDO DE UM POUCO MAIS DE CRIATIVIDADE,FALE MAIS SOBRE A LEI MARIA DA PENHA.OBRIGADO PELA SUA ATENÇAO,BEIJOS!!!
29/04/2009 às 17:40 |
Oi Camila,
Esta lei, que incentiva o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher no âmbito doméstico ou familiar e é aliás muitíssimo válida, existe somente no Brasil. O meu texto trata dos direitos da mulher na Alemanha.
Um abraco,
Sandra
24/06/2011 às 02:27 |
cara, Sandra! a desigualdade entre homens e mulheres não se da pelo fato de um ter e o outro não o seu dia comemorativo, pois assim como temos o dia das mães, da árvore, da água, do médico, das crianças, etc.., assim também como cada um tem o seu dia de aniversário, isto é uma forma de ser ler lembrado, uma homenagem. E como o mundo hoje ainda é machista, e isso não se pode negar. Muitas mulheres vem se destacando, e comparando hoje com o tempo de nossas avós as diferenças são mais visivéis, más não é o suficiente. Vivemos ainda em uma época que advogado, contador (pessoas instruidas) chegam em casa e dao tapas na mulher e ela com vergonha fala p/ as amigas que caiu na escada,.Como podemos afirmar que retirando o dia internacional da mulher teremos direitos iguais, isso só acontecerá no dia em que as leis realmente valerem o que esta escrito, pois teremos leis, mas também poderemos recorrer a elas, então resumindo no momento não temos lei que atenda quando precisamos dela.
07/03/2016 às 23:12 |
[…] 2 – Leia também aqui “Os direitos da mulher” e aqui “A Alemanha é uma sociedade […]