A segunda pessoa envolvida no troca-troca de livros foi o Klaus, um leitor alemão com alma de brasileiro que mora na Paraíba. Quis o destino que o livro dele fosse passear em Lemgo antes de chegar a Berlim ;-), onde ele está no momento passando férias com sua esposa brasileira, a Dalvanira. Nao pude resistir à tentação de entrevistá-los também e se conseguir uma foto dos dois, vou colocá-la aqui neste post mais tarde. A entrevista está metade em alemão/metade em português, e a parte em alemão foi devidamente traduzida por mim. Aliás, a partir de agora todas as entrevistas serão arquivadas através do link à direita do blog, intitulado “Entrevistas”, por sugestão da leitora baiana Evelyne, cuja entrevista já está esperando na fila pra ser publicada! 🙂 Muito obrigada pela ideia, Evelyne!
A segunda entrevista da série ficou também super interessante. Confiram vocês mesmos!
Uma apresentação de vc por vc mesmo:
Oi, meu nome é Klaus R.C.Ciesielski, eu venho de Berlim e moro agora no Brasil no estado da Paraíba, na cidade de Campina Grande, no nordeste do nosso país.
Como vc tomou a decisão de emigrar para o Brasil?
Desde 1988 vinha trabalhando, além da minha profissão oficial, também como agente de viagens especializado no Brasil e acompanhava meus grupos durante muitas semanas no país. Durante a viagem do ano de 2005 tive um AVC (acidente vascular cerebral) e por causa da doença tive que parar de trabalhar por completo. Durante aquela viagem conheci também minha agora esposa Dalvanira, uma brasileira, depois de termos trocado muitos e-mails durante alguns meses através da internet. Através de sua ajuda fui levado imediatamente para o hospital e assim pude me recuperar muito rapidamente. Agradeço a Deus por nao ter nenhuma sequela do acidente. Depois desta viagem eu me preparei em Berlim para me mudar para o Brasil em 2006. Sempre tinha sido um sonho meu poder viver no meu querido Brasil.
Wie fiel bei dir die Entscheidung, nach Brasilien auszuwandern?
Hallo, mein Name ist Klaus R.C.Ciesielski, ich komme ursprünglich aus Berlin und lebe
jetzt in Brasilien, im Bundesstaat Paraíba, in der Stadt Campina Grande,
im Nordosten unseres Landes.
Ja, wie bin ich nach Brasilien gekommen?
Ich war seit 1988 nebenbei Reiseveranstalter für Brasilien und habe in den Jahren auch meine Gruppen immer auch in den vier Wochen durch das Land begleitet. Auf der Reise 2005 bekam ich dann meinen zweiten leichten Schlaganfall und musste leider meinen Hauptberuf und den Tourismus aufgeben. Auf dieser Reise habe ich auch meine Frau Dalvanira, eine Brasilianerin, das erste Mal getroffen, nachdem wir uns schon vorher einige Monate im Internet geschrieben haben. Durch ihre schnelle Entscheidung kam ich rechtzeitig ins Krankenhaus und alles war sehr schnell überstanden. Gott sei Dank ist nichts übriggeblieben. Nach der Reise habe ich in Berlin alles geregelt und seit 2006 lebe ich jetzt hier im Nordosten Brasiliens. Es war immer mein Traum, in meinem geliebten Brasilien zu leben.
Quais foram os choques culturais que vc vivenciou lá durante o primeiro tempo?
Na realidade eu não vivenciei nenhum choque, porque eu já tinha visitado muitas vezes o Brasil e já conhecia bem o país. Eu me adaptei muito rápido e nunca achei que tivesse tomado a decisão errada ao me mudar para lá. Para mim eu simplesmente fiz uma mudança em 2006, nao foi uma emigração no sentido exato da palavra. Foi fácil para mim me adaptar, pois à minha volta tive muitas pessoas que constantemente me auxiliaram a me sentir em casa no Brasil.
Welche Schocks hast du während der ersten Zeit dort erlebt?
Es gab für mich keine Schocks, weil ich von den vielen Reisen nach Brasilien doch schon einiges kannte. Ich habe mich sehr schnell eingelebt und es gab keine Zeit, in der ich meine Entscheidung bedauert habe. Es war im Grunde genommen 2006 lediglich ein Umzug, es gab keine Auswanderung in dem sonst üblichen Sinne. Ich habe mich sehr schnell eingelebt und ich habe es sehr leicht damit gehabt. Rund um mich herum hatte ich Menschen, die es mir ermöglicht haben, mich in Brasilien sehr schnell zu Hause zu fühlen.
Do que vc mais sente falta daqui da Alemanha morando no Brasil?
Eu sinto falta da amizade que me liga ao meu time de futebol em Berlim. Eu era o diretor do time e já tinha jogado futebol durante anos a fio e me sentia muito bem naquele time. No Brasil tenho dois times onde atuo, mas eles não me dão a mesma satisfação que tive com o futebol em Berlim. O futebol tem um significado bastante diferente entre o Brasil e a Alemanha. Eu consigo me entender muito bem com os jogadores antes e depois das partidas, mas as reações durante o jogo são muito diferentes para mim. Dentro do time não há infelizmente a união que eu gosto e da qual preciso.
Eu também sinto falta dos meus filhos, que moram em Berlim e na Inglaterra, mas através da internet temos um contato frequente e dois dos meus filhos já foram me visitar no Brasil.
Was vermisst du sehr aus Deutschland in Brasilien?
Mir fehlt sehr die Freundschaft, die mich mit meiner Fußball-Mannschaft in Berlin verbindet. Ich war dort Vorsitzender und ich habe dort einige Jahre gespielt und mich innerhalb dieser Mannschaft auch sehr wohlgefühlt. Die beiden Mannschaften, in denen ich seit 2007 in Brasilien spiele, geben mir dieses Gefühl der Zufriedenheit nicht. Zu groß ist der Unterschied in der Auffassung vom Fußballspiel in Deutschland und Brasilien. Mit den Spielern in Brasilien verstehe ich mich vor dem Spiel und nach dem Spiel sehr gut, aber auf dem Platz sind doch die Vorstellungen vom Fußball sehr unterschiedlich. Es gibt leider in Brasilien für mich innerhalb der Mannschaften nicht den Zusammenhalt, den ich gut finde und wie ich ihn für meine Zufriedenheit brauche.
Mir fehlen meine Kinder, die in Berlin und in England leben, aber durch das Internet sind wir eigentlich ständig in guten Verbindung und zwei meiner Kinder haben uns auch schon in Brasilien besucht.
Como vc descobriu a Mineirinha?
Eu estava no Xing procurando por contatos relacionados ao Brasil e encontrei o seu perfil por lá.
Wie hast du die Mineirinha entdeckt?
Im Xing habe ich Kontakte mit Brasilien gesucht und bin dabei
auf dein Profil getroffen.
Qual é a opinião da sua esposa com relação ao meu livro?
Welche Eindrücke hat mein Buch bei deiner Frau hinterlassen?
Olá, aqui é Dalvanira, a esposa do Klaus.
Encontrei em suas experiências as mesmas situações que vivi nos primeiros momentos aqui na Alemanha. Somos de um país liberal, aqui as regras rígidas a princípio me assustaram um pouco pelo fato de termos ideias, vontades e ideologias diferentes.
Os costumes realmente geram conflito. Como sou adaptável posso dizer que não tive conflito cultural. Fui educada em colégio de freiras, e portanto em um ambiente onde também existem regras e ordem. Sou casada com um alemão carinhoso, amável e brasileiro de coração, que chega a contradizer a própria cultura. Lembrando do seu relato das brasileiras que não tiveram a mesma sorte que eu.
Aprendi muitas coisas ao ler o seu sábio livro. Ao mesmo tempo descubri novas qualidades da cultura e das pessoas, com mais definição.
Tenho convivido com pessoas de maneira diferente levando em conta o seu relato ligado às diferenças do contato verbal e visual. Parabenizo todos os seus relatos por expresso.
Quanto à dificudade do idioma sofro muito. Uma observação: você dá a orientação de assistir tv, ouvir música e/ou rádio, e eu passei a segui-la imediatamente! Ouvir mais e tentar entender. A declinação é a minha dificudade como também de todos que desejam aprender esse idioma tão lindo e difícil.
Irei divulgar seu livro que será um guia de grande valor para todos que desejam morar ou fazer turismo neste país maravilhoso, rico em cultura e disciplina. Desejo sucesso, lhe aconselho escrever vários livros. SUCESSO!!!
Klaus e Dalvanira
Berlim, 26.07.2009
Obrigadíssima pela entrevista, Klaus e Dalvanira! Que vcs continuem tendo uma boa estadia por aqui!
P.S.-Update em 14.08.09: Aqui vcs podem ver uma foto dos dois!
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