Archive for maio \30\+01:00 2010

::Mais razões pra Alemanha gostar da Lena::

30/05/2010

Lendo hoje o jornal local, e analisando os acontecimentos novamente, achei/pensei em mais algumas razões pelas quais os alemães se apaixonaram pela Lena:

– eles sentiram vergonha de muitos dos representantes que cantaram no Eurovision nos últimos anos – deles mesmos como alemães e deles com relação aos outros países europeus;
– A Alemanha tinha tirado o 1° lugar só uma única vez em toda a história de 55 anos da competição, do contrário da Irlanda, que foi 7 vezes campeã, e da França, Inglaterra, França e Luxemburgo, que ganharam 5 vezes o 1° lugar. Olhando por este aspecto, a vitória tem também o gostinho de finalmente poder “subir ao pódio” novamente;
– Tem também a questão da aceitação por outros países europeus: devido à sua história de Guerras, a Alemanha, quer dizer, o povo alemão, teve/tem muitas dificuldades com seus vizinhos europeus, e ganhar o concurso significa se sentir mais aceito na Europa – e por consequência conseguir se aceitar um pouco mais também. Um parêntesis para algo interessante foi a tendência ao pessimismo dos alemães, que pôde ser observada durante todo o desenrolar do resultado: até o último minuto, e durante todos os resultados dos 39 países participantes (durante os quais ela ganhou a pontuação máxima, “12 points“, da Dinamarca, Estônia, Finlândia, Espanha, Eslováquia, Letônia, Noruega, Suíça e Suécia), o comentador não acreditava que a Lena poderia mesmo ganhar. Ele preferia ficar na retaguarda, esperançoso, mas altamente incrédulo. Ele dizia “man soll den Morgen nicht vor dem Abend loben” (que significa mais ou menos: não se deve ficar satisfeito com a manhã sem esperar pela chegada da noite, que é melhor ser cuidadoso antes de ficar satisfeito com algo);
– Os alemães associam a Lena a uma pessoa normal (que não precisa de escândalos ou de ter saído de baixo pra fazer sucesso), simples, despreocupada, inteligente, ordeira, cuja auto-estima é positiva, que sabe dar boas respostas (“Sprüche“, como os alemães adoram), atrevida, alegre, simpática e autêntica. Acho que isso é tudo o que eles todos querem ser e como querem ser vistos no exterior.

Uma frase resume muita coisa: “Lena ist Balsam für die geplagte heimische Song-Contest-Seele”. (Lena é um bálsamo para a alma sofrida alemã do Eurovision Song Contest).Um bom domingo para todos e bom início de semana!

Fonte: Südkurier N° 121 de 29/05/2010.

::A Copa começou hoje na Alemanha::

30/05/2010

Porque a Lena, a recém-cantora de 19 anos acaba de ganhar um concurso musical europeu chamado Eurovision, a Copa do Mundo parece já ter começado hoje na Alemanha.

Lena Meyer-Landrut começou sua carreira em outubro de 2009, quando o apresentador Stefan Raab estava procurando por um representante para o país no concurso Eurovision através do programa “Ein Star für Oslo” (Uma estrela para Oslo). Desde ela que ganhou o concurso dentro da Alemanha, o país caiu literalmente numa febre pela cantora. Sua música “Satellite” ficou conhecida do dia para a noite, passou a tocar com grande frequência nas rádios e programas de TV do país. Estava claro que as pessoas aqui tinham achado um novo ídolo. Ela tinha sido escolhida pelo próprio público no concurso do qual participaram inicialmente 4.500 cantores. Um dia depois de ter tirado o 1° lugar no “Ein Star für Oslo“, sua música Satellite já estava também em 1° lugar em downloads no iTunes e Musicload e já foi vendida 700.000 vezes até agora. Muitos afirmaram que a música era um “Ohrwurm“, quer dizer, uma música que se houve uma vez e que fica na cabeça das pessoas. Em todo lugar, também na mídia escrita, só dava Lena. No começo deste mês ela gravou um CD chamado “<a href="My Cassette Player“>My Cassette Player“, que já ocupa atualmente o 1° lugar no país, e antes ainda fez as provas finais para terminar seu “Abitur” (o 2° grau ginasial da Alemanha). Agora, com o Eurovision, ela parece ter uma carreira européia pela frente.

O “Eurovision Song Contest” existe desde 1956 os votos são resultado de 50% da decisão de um juri de 5 pessoas dos países participantes e 50% do voto do público dos países, sendo que pessoas de um país só podem votar para outros países e não para si próprias. Lena foi para Oslo para se apresentar perante 120 milhões de europeus e sabia que a última vez que a Alemanha havia ganhado no concurso tinha sido em 1982, há 28 anos atrás.

Apesar da Lena ser uma pessoa natural e ter uma voz legal e uma pronúncia bonita em inglês, além de se vestir de modo simples, sem tentar se vender por seus dotes externos, eu não estava entendendo o alvoroço todo em volta da menina dela até que meu marido veio me contar que montaram hoje em várias cidades alemãs lugares com “Public Viewing“, como nos jogos da Copa, para as pessoas acompanharem o desenrolar do concurso em Oslo. Neste momento entendi que o “efeito Lena” tem a haver com o processo de retomada do orgulho nacionalista positivo dos alemães, tem a haver com o prazer da Alemanha estar concorrendo internacionalmente e das pessoas se identificarem com a representante do país, como na última Copa aqui em 2006, como já tinha descrito no meu livro. Agora caiu a ficha! Talvez as pessoas a achem uma boa representante da juventude alemã. Assim como a Alemanha já a tinha achado ótima, ela chegou hoje ao 1° lugar como “Lovely Lena” e o concurso europeu “Eurovision” foi festejado por aqui como um final de campeonato nacional de futebol. Meu marido ficou todo emocionado e disse que em alguns anos as pessoas conversarão aqui umas com as outras e vão querer saber o que estavam fazendo na noite em que a Lena ganhou o concurso “Eurovision”, assim como no dia em que Ayrton Senna morreu ou quando a Lady Di se casou. A outra parte incrível fica por parte da internet, como sempre. O show mal acabou e a Wikipedia, assim como a página oficial da cantora, já foram atualizadas! A velocidade em que as informações são colocadas à disposição do público em geral ainda me espanta. As fotos daqui são de lá, inclusive uma tirada hoje, do “Public Viewing” em Hannover. Para terem uma ideia da dimensão da festa, ela era composta por muitas mil pessoas e foi fechada, depois de muitas apresentações ao vivo de bandas alemãs e da Suíça, por uma apresentação ao vivo do cantor belga Stromae.

Parece ser um momento histórico, que significa muito mais do que um mero concurso musical, e faz parte de um processo positivo de ganho de identidade cultural. Afirmaram na tevê de brincadeira que a cidade onde Lena mora, Hannover, se chama a partir de hoje “Lena City”. E amanhã à tarde, quando ela chegar de volta ao país, a festa continua…

::Educação no Brasil: analfabetismo no Brasil::

27/05/2010

Hoje pela manhã tinha escrito o seguinte texto:

Achei um livro fantástico que está me inspirando muito. Nele, li que no Brasil há 20% de analfabetismo e 60% de analfabetismo funcional (pessoas que sabem ler, mas que não entendem bem jornais ou revistas). O que vocês acham destes dados? Da minha parte, os achei um tanto quanto exagerados!… Neste livro, a autora cita o exemplo de um brasileiro chamado Carlos Leite, que segundo ela era analfabeto funcional e montou uma biblioteca com 6.000 volumes na cidade de Jardim Catarina, no estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de incentivar a leitura e combater o analfabetismo. Infelizmente não achei nada sobre ele na internet a não ser no livro citado acima.

Algumas horas depois de ter escrito o parágrafo acima, encontrei os seguintes dados na Wikipedia e fiquei pasma:

“75% da população brasileira não possui o domínio pleno da leitura, da escrita e das operações matemáticas, ou seja, apenas 1 de cada 4 brasileiros (25% da população) são plenamente alfabetizadas, isto é, estão no nível 3 de alfabetização funcional”.

Os níveis de alfabetização, segundo a Wikipedia, são os seguintes:

Nível 1, também conhecido como alfabetização rudimentar, concebe aqueles que apenas conseguem ler e compreender títulos de textos e frases curtas; e apesar de saber contar, têm dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméricas básicas.

Nível 2
, também conhecido como alfabetização básica, concebe aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes, conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é exigida uma maior quantidade de cálculos, ou em operações matemáticas mais complexas.

Nível 3, também conhecido como alfabetização plena, concebe aqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às mais complexas).
Ainda segundo a Wikipedia, “esses índices tão altos de analfabetismo funcional no Brasil devem-se à baixa qualidade dos sistemas de ensino (tanto público, quanto privado), ao baixo salário dos professores, à desvalorização e desmotivação dos professores, à progressão continuada (ou aprovação automática), à falta de infraestrutura das instituições de ensino (principalmente as públicas) e à falta de hábito e interesse de leitura do brasileiro”.

O nível de analfabetismo em si, parece ter baixado no Brasil: está em torno dos 10% segundo esta reportagem.

Gostaria de ler seus comentários a respeito!

Fontes: Wikipedia, Terra, livro “We are the New Radicals”

::Pensando cá com os meus botões::

26/05/2010

Eu estava firmemente decidida a começar uma dieta. Não uma dieta normal, daquelas que você pode afrouxar quando não aguenta mais. Iria ser uma daquelas “brabas” mesmo, sem meios-termos. Eu já estava me vendo suando, fazendo exercícios, me matando pra voltar a ser magrinha. O sol chegou e eu, que adoro sorvete, estava me despedindo deles, a cada um eu pensava comigo: “este é um dos últimos desta temporada”. Já estava de muito mau humor por causa de tudo isso, porque eu sou uma notória anti-esportista e negadora de qualquer exercício físico que não me dê prazer. Sempre fui assim, mesmo nos meus anos de magreleza, quando podia comer lasanha, tomar Coca Cola se quisesse e ainda tomava um sorvete por dia. Bons tempos aqueles! Nos meus anos de escola eu era capaz de ficar escondida uma hora no vestiário pra não ser obrigada a fazer alguma aula de educação física que odiasse.

Mas voltando à situação atual, percebi que estava iniciando inconscientemente uma campanha de “odeie você mesma” e na realidade ninguém precisa disso. Fui literalmente salva pelo gongo porque achei uma lista dos 40 blogs que valem a pena ser lidos (40 blogs who really count) e naquela lista tive o prazer de achar alguns blogs que me inspiraram na hora certa, tal como o Young, Fat and Fabulous (Jovem, Gorda e Fabulosa) ou o Madame Says (A Madame Diz) – este último, menos sobre a questão de ser gordo ou magro, mas sobre a questão de que cada um pode e deve buscar a felicidade e o estilo de vida que quer encontrar nesta vida.

Vamos falar a verdade: quantas mulheres vivem durante quantos anos se matando pra chegar num corpo que nem é o delas? Quantas mulheres no mundo correspondem às fotos das modelos nas revistas? A beleza e a saúde (mental!) só dependem do nosso corpo externo? Por que os homens têm licença para viver naturalmente gordos e tais como são e as mulheres se matam para “entrar no figurino”? Quem lhes colocou esta imposição? Veja bem, não estou defendendo que vale a pena ser desleixada e não ligar para você mesmo(a), muito pelo contrário! Estou lembrando (a mim mesma!) que vale a pena nos amar como somos, em busca da felicidade pessoal e de sermos aceitas tais como estamos/somos no momento. Cada quilo que tenho a mais tem uma história própria, cada ruga pertence a mim, à minha vida, aos filhos que gerei, ao meu DNA. Adoraria ter tendência à magreleza, mas já que não fui uma “das escolhidas”, quero mais é continuar vivendo sem dietas e sem exercício físico forçado.

Ainda bem que me lembrei disso a tempo, antes de me render a uma temporada de um misto interminável de dieta e efeito ioiô. O vídeo na coluna da direita do Young, Fat and Fabulous lembra que ser gordo poder ser prejudicial à saúde (eu tenho uma ótima, graças a Deus), mas o efeito ioiô, fruto de dietas constantes, também tem efeitos colaterais (isso sem falar na insatisfação interna). Ufa, me salvei dessa! Aguardo também a chegada dos meus cabelos brancos com um sentimento de honra pelos anos vividos. Viva as gordinhas!

“Pós-P.S.”-Saí ontem, dia 27/05, pra dançar merengue e salsa com amigas. Voltei suada e feliz pra casa! 🙂

::Sol e Vento::

26/05/2010

Meu leitor alemão Klaus Ciesielski acaba de abrir um empreendimento no Brasil, que quero apoiar através do meu blog. Ele e sua esposa, Dalvanira, que entrevistei aqui, abriram a operadora turística “Sol e Vento Turismo” (100% cara de Brasil! :-)) e já estão planejando viagens no Brasil e na Alemanha. E o melhor: com atendimento tanto em português quanto em alemão. Desejo-lhes muito sucesso e agradeço também pelo apoio ao livro “Mineirinha n’Alemanha!

::Apoiando a arte brasileira na Alemanha::

24/05/2010

Meu xará Santos, Ivan, estará lançando seu novo CD “Grampeado” em Frankfurt amanhã, dia 25/05 às 20h. Não perca a oportunidade de prestigiá-lo se morar por essas bandas!

Mais detalhes do músico brasileiro Ivan Santos e de sua arte aqui. Se quiser curtir comigo um pouquinho de seu novo CD, ouça aqui.

::Grite comigo::

17/05/2010

Quem viveu a década de 80 vai associá-la como eu também à banda inglesa Tears for Fears, que nos deu de presente tantos sucessos, como o “Everybody wants to rule the world“, música que eu AMO, ou o outro sucesso abaixo, “Shout“. Hoje, numa hora decisiva, intuitiva, importante, fim de um caminho, começo de outro, esta música tocou no rádio, me tocou e me passou novamente sua mensagem. Depois de 25 anos! Eu aumentei o som ao máximo e gritei junto… Não posso deixar de guardar este momento de lembrança aqui no blog. Venha gritar/cantar/relembrar você também. Se lembra tão bem deste vídeo quanto eu? 😉

Shout (Grite) – Tears for Fears

Shout
Grite

Shout
Grite

Let it all out
Deixe tudo vir à tona

These are the things I can do without

Essas são as coisas que eu posso viver sem

Come on
Vamos lá

I’m talking to you
Eu estou falando com você

Come on
Vamos lá

In violent times
Em tempos violentos

You shouldn’t have to sell your soul
Você não deveria ter que vender sua alma

In black and white
Em preto e branco

They really really ought to know
Eles realmente, realmente deveriam saber disso

Those one track minds

Aqueles com a mente limitada

That took you for a working boy
Que acharam que você era um garoto esforçado

Kiss them goodbye
Dê a eles um beijo de adeus

You shouldn’t have to jump for joy
Você não deveria ter que pular de alegria

Shout
Grite

They gave you life
Eles lhe deram a vida

And in return you gave them them hell
E em troca você lhes deu o inferno

As cold as ice
Tão frio como gelo

I hope we live to tell the tale
Eu espero que vivamos para contar a história

Shout
Grite

And when you’ve taken down your guard
E quando você tiver baixado a sua guarda

If I could change your mind
Se eu pudesse mudar seu pensamento

I’d really love to break your heart
Eu realmente adoraria quebrar seu coração

Shout
Grite

::Até que enfim posso ser eu::

17/05/2010

Vi no último final de semana o documentário “Até que enfim posso ser eu – o longo caminho até chegar a mim mesmo” que me ensinou muito em termos de sexualidade feminina e masculina. Existem no mínimo 50.0000 transexuais (em alemão: transexuelle / transgender) na Alemanha. A transexualidade caracteriza pessoas que nasceram biologicamente com um sexo, mas se sentem e querem viver no sexo oposto. Este número pode ser ainda maior, pois o fato não é tratado de forma aberta pela sociedade e várias pessoas afetadas temem a reação de suas famílias e amigos.

Eu não sabia que isso era possível. Da mesma forma não sabia que os travestis só querem se vestir como uma mulher, mas não querem passar a viver como uma mulher, do contrário dos transexuais, que se tiverem o desejo íntimo e o ímpeto de viver como uma mulher, farão de tudo para ser aquilo que consideram ser. Vi no documentário vários homens que se transformaram em mulheres e o contrário, sendo que a transformação de mulher para homem é a que mais envolve cirurgias. Uma moça teve que passar por 14 operações para deixar de ter seios, vagina e útero, e no lugar deles recebeu um órgão masculino capaz até de ereção mecânica, usando para tanto parte da pele/tecido dos seios e do braço.

Do contrário, apresentaram três casos de homens casados com desejos femininos. Um deles vivia uma vida de sucesso, era casado e tinha uma filha. Ele(a) fez todas as operações necessárias para se tornar uma mulher, recebeu apoio da mãe, mas perdeu o contato físico com a ex-esposa e a filha, que só querem manter contato por telefone e só a tratam pelo nome masculino. Ela se tornou uma mulher, encontrou um namorado e se casou alguns anos mais tarde, realizando seu sonho, de ser princesa por um dia. O outro também era casado e tinha uma filha, trabalhava como elétrico e um belo dia também resolveu dizer a verdade para sua esposa. Para ela o mundo caiu a princípio, mas com o tempo a esposa passou a aceitar o lado feminino do marido, que foi se transformando em mulher, e foi aceito também pela filha. Hoje eles continuam juntos, casaram-se novamente há alguns anos atrás como prova de seu amor, consideram que o amor ficou até mais forte e a elétrica, agora em corpo feminino, conseguiu manter seu emprego e sua vida intactos. Mostraram ainda um terceiro caso, o de um homem casado que um dia contou para sua esposa que adorava andar vestido como mulher. Esta resolveu aceitá-lo como ele era e hoje ele vive feliz, homem no dia-a-dia, e mulher durante parte de suas horas de lazer.


A transformação de mulher para homem não é menos fantástica. Quem aí ousaria dizer que este homem lindo acima, Bastian Buschbaum (mais fotos aqui), um dia já foi mulher e se chamava Yvonne?!? Ele escreveu um livro contando como foi o processo de deixar de ser uma atleta famosa e passar a ser um homem, intitulado Blaue Augen bleiben blau: Mein Leben (Olhos azuis continuam azuis: minha vida). No documentário foram mostrados vários outros casos, até o de um garoto de 13 anos, que desde há pouco tempo está podendo viver como menino apesar de ter nascido como uma menina, recebendo o apoio dos pais depois de um longo caminho de desencontros e desentendimentos e muita agressão para consigo próprio e para com a sociedade.

Por último, o documentário mostrou uma combinação que eu não sabia que existia: a de pessoas que vem ao mundo literalmente com ambos os sexos. No passado a família ou os médicos definiam qual seria o sexo da pessoa, na esperança de que ela se identificasse com a escolha. Mostraram alguns casos de pessoas que não puderam se identificar com a decisão feita por ocasião de seu nascimento, tendo passado a viver como homens ou mulheres, literalmente renascendo para o mundo no sexo oposto. O documentário procurou mostrar como a sociedade e a medicina estão mudando com o passar das décadas, se abrindo, aceitando casos diferentes e que a medicina vem se especializando para proporcionar a essas pessoas a possiblidade de viver com o corpo que consideram ser seus, tal como desejam.

Um caso chocante é mostrado no final: um homem hoje com 48 anos, Thomas, que nasceu com os dois sexos mas os pais nunca lhe contaram do acontecido. Ele foi obrigado a tomar hormônios sem saber o que estava tomando, e aos 19 anos fez uma operação para retirar seu útero, e só foi descobrir isso anos depois. Agora ele está movendo um processo contra o médico que fez a operação na época, entrou com um outro processo para poder alterar seu nome para Christiane, toma hormônios femininos mas mesmo assim não se sente feliz com seu corpo, por parecer um homem, resultado do tratamento de hormônios masculinos do passado. Ele disse não saber o que é um relacionamento, não tem amigos e se sente sozinho, mas finalmente descobriu quem é: uma mulher.

O documentário mostrou que a onda de pessoas que passaram a viver como gostariam aumentou com a advinda da internet. Foi através da internet que várias destas pessoas buscaram ajuda para se encontrarem com outros que passavam pela mesma situação e poderem entender melhor o que se passava com elas próprias. O documentário mostra que há mais verdades na Terra do que aquilo que conseguimos enxergar com nossos próprios olhos, que o Universo é mais complexo e diversificado do que imaginamos. Todos os exemplos apresentados servem para esclarecer, ensinar e apelar pela compreensão da sociedade, contribuindo para a diminuição do preconceito e da discriminação, pois a pessoa que nasce em outro corpo quer afinal aquilo que todos nós queremos: ser felizes e sentir que chegaram onde queriam ter chegado.

Para ver um pequeno resumo do documentário, clique aqui. Para ler mais sobre o documentário em alemão, clique aqui.

Fonte: documentário de 15/05/10 “Endlich ich – der richtige Körper für mein Leben” (Até que enfim posso ser eu – o corpo certo para minha vida), produção da Vox/Spiegel TV.

::As 20 Mais dos Leitores::

15/05/2010

Fiz uma reunião das 20 opiniões mais representativas sobre o livro “Mineirinha n’Alemanha” e coloquei aqui.

Espero que gostem da surpresa. Boa leitura!

Mineirinha n'Alemanha Prezi

::Vale a pena ser visto!::

13/05/2010

Não pude incluir o vídeo aqui no blog porque não é permitido, mas ele vale muito a pena ser visto aqui. É um dos vídeos mais vistos no YouTube. Nas últimas semanas eu estava me sentindo como o filhote de búfalo do vídeo… Mas eu, assim como o bichinho, estamos a salvo. Prontos pra outra!

Aqui um parte do discurso de Theodore Roosevelt, pronunciado na Sorbonne de Paris em 23/04/1910, que saiu no newsletter desta semana do Paulo Coelho e que combina com as emoções dos últimos tempos:

“O crítico não conta absolutamente nada: tudo que faz é apontar um dedo acusador no momento em que o forte sofre uma queda, ou na hora em que o que está fazendo algo comete um erro. O verdadeiro crédito vai para aquele que está na arena, como rosto sujo de poeira, suor, e sangue, lutando com coragem”.

“O verdadeiro crédito vai para aquele que erra, que falha, mas que aos poucos vai acertando, porque não existe esforço sem erro. Ele conhece o grande entusiasmo, a grande devoção, e está gastando sua energia em algo que vale a pena. Este é o verdadeiro homem, que na melhor das hipóteses irá conhecer a vitória e a conquista, e que na pior das hipóteses irá cair; mas mesmo em sua queda é grande, porque viveu com coragem, e esteve acima daquelas almas mesquinhas que jamais conheceram vitórias ou derrotas.”

Fonte: Newsletter do Paulo Coelho – Guerreiro da Luz – 13/05/10


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