Archive for junho \28\+01:00 2011

::Dá-lhe, Mineirinha!::

28/06/2011

::Frases da Mineirinha::

27/06/2011

Longe de querer me comparar ao Grande Poeta, mas antes disso inspirada por ele, eis aqui algumas linhas de pensamento minhas:

Todo ser humano é uma ilha em si próprio, geralmente ensimesmado, imaginando que as outras ilhas não estão necessariamente tomadas de água por todos os lados.

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Algo que li e me marcou: o muro da minha casa pode cair, mas a sabedoria nunca perderá seu valor.

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O prazer de um livro, uma música, sinapse da vida embutida numa cápsula, é também o prazer de poder pegar, abrir, ler sobre o autor, acompanhar as letras, ler os agradecimentos do cantor… Amo a era do iPhone e do Kindle, mas livro e música, só os de verdade!

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Seres humanos de hoje: muito enclausurados, muito eles mesmos, muito diferentes, isolados, divergentes, específicos, gostos diversos. Daí vem a mágica da internet, que nos permite encontrar a “manada”, nos juntar a outros, nos fazer sentir pertencentes de algo.

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Uma vez eu disse que os grandes centros comerciais alemães são como igrejas. Final de semana passado li que as marcas têm, por sua vez, a função de substituir religiões, o que veio a confirmar minha impressão inicial.

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Se o mundo de um ser humano já é complexo, imagine-se a complexidade da educação de uma criança bi-nacional, fruto de duas culturas, dois modos de pensar, duas perspectivas, dois modos de amar…

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Como diz um colega meu de trabalho, mulher é bicho esquisito que compra sapato em um ano e no outro se admira por ter um sapato bonito do qual já nem lembrava possuir… Se não fossem as mulheres, a economia de um país poderia quebrar!…

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A suave linha entre perder a paciência com alguém ou simplesmente tomar a decisão de praticar o amor ao próximo, infindável e sem querer nada em troca, é extremamente tênue.

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Há 20 anos atrás brincava dizendo que no futuro as pessoas se conheceriam trocando um disquete de computador contendo informações sobre sua pessoa, com o fim de acelerar a amizade e por pura preguiça mesmo de começar tudo sempre do zero. Quanto ao computador, eu acertei. Mas errei pelo fato de que as pessoas se encontram hoje em dia frequentemente só na superfície.

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Horrorizou-me a informação de uma pessoa daqui, dizendo não querer conhecer mais ninguém porque seus amigos lhe são mais do que suficientes e não há espaço em sua vida para novas amizades. E desde quando amizade deveria ser limitada?!?

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A falta de tempo para o encontro, vidas paralelas, a rapidez sem fim do mundo globalizado. O Michael Jackson já morreu há 2 anos e pra mim isso tinha acontecido no ano passado…

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O sistema de navegação (com voz masculina) era o que me faltava para me sentir o que sou: passarinho livre, voando e observando, cigana Sandra Rosa Madalena.

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O meu sono geralmente é trapaceado no meio da madrugada pela vontade incontrolável de pensar, escrever e descobrir. Mas agora vou dormir. Boa noite! 😉

::Frases do Grande Poeta, Carlos Drummond de Andrade::

27/06/2011

“A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.”

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“A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.”

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“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.”

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“Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.”

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“No adultério há pelo menos três pessoas que se enganam.”

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“Como as plantas a amizade não deve ser muito nem pouco regada.”

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“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”

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“Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la.”

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“Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.”

Fonte: Pensador.Info

::Modelo de participação popular de Recife é premiado na Alemanha::

21/06/2011

Capital pernambucana é homenageada na primeira edição do Prêmio Reinhard Mohn, concedido pela Fundação Bertelsmann. Recife foi escolhida por seu modelo de orçamento participativo.

Mais de cem mil jovens e adultos envolvem-se na vida política de Recife a cada ano, participando ativamente do desenvolvimento da cidade, através de fóruns e reuniões nas escolas. Por tal modelo de orçamento participativo, a metrópole pernambucana recebeu nesta quinta-feira (16/06), na Alemanha, o primeiro Prêmio Reinhard Mohn, no valor de 150 mil euros.

Promovido pela Fundação Bertelsmann, o prêmio foi entregue ao prefeito de Recife, João da Costa, do PT, que destacou a importância do engajamento social para construir uma nova democracia, baseada na participação do cidadão. A cerimônia realizada na cidade alemã de Gütersloh também contou com a presença da chanceler federal alemã, Angela Merkel, que discursou para cerca de 500 convidados.

O objetivo da premiação – batizada em homenagem a Reinhard Mohn, que criou a Fundação Bertelsmann em 1977 – é estimular o debate sobre as possibilidades de ação num sistema democrático sustentável. O lema da edição de 2011 é “Vitalizar a democracia – fortalecer a participação política”. “Buscamos identificar bons exemplos de participação civil, que provam que a democracia pode ser vitalizada, ou seja, que mais cidadãos podem participar das decisões públicas”, disse Frank Frick, diretor da fundação.

Em Recife, a participação popular é praticada durante todo o ano. Em reuniões e na internet, cidadãos dão sugestões de medidas para a cidade, as acompanham durante a sua implementação e definem prioridades em 15 áreas, como cultura, educação e juventude.

Divididos em 18 microrregiões, os moradores da metrópole de 1,6 milhão de habitantes decidem o que é mais urgente para seus bairros: asfaltar uma rua, abrir um posto de saúde ou construir moradias. Somente para os próximos três meses, 95 encontros já estão agendados.

Tal exemplo de engajamento da população fez com que a capital pernambucana fosse escolhida entre 123 projetos inscritos para o prêmio, de 36 países. Uma comissão elegeu sete finalistas – dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália, da Argentina e do Brasil. O modelo de Recife foi, então, eleito através de uma votação online, da qual participaram 11.600 cidadãos alemães. O segundo colocado foi outro projeto brasileiro, de Belo Horizonte.

Modelo recifense

O orçamento participativo foi introduzido em Recife em 2001. O exemplo veio de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde o PT iniciou experiências com essa forma de democracia direta há 22 anos. Em uma década, mais de 3 mil medidas do orçamento já foram implementadas em Recife, segundo a fundação.

“Não ficamos surpresos por o prêmio ser entregue a um projeto do Brasil, onde verificamos que muita coisa vem acontecendo nos campos da democracia e da participação civil”, disse Alexander Koop, gerente de projetos da Fundação Bertelsmann e membro da equipe do Prêmio Reinhard Mohn.

Koop visitou os sete projetos finalistas e, durante uma semana em Recife, filmou reuniões de bairro, realizou entrevistas e coletou o máximo de detalhes possíveis para transmitir aos alemães através do site da fundação.

Um dos diferenciais de Recife é que, para estimular o envolvimento dos jovens, a cidade promove um processo participativo na rede de ensino pública, em que os alunos podem dar sugestões para melhorar suas escolas. Uma das alunas engajadas, Keila de Oliveira, da sétima série, acompanhou o prefeito durante a premiação.

Exemplo para a Alemanha

O modelo de participação da sociedade civil de Recife é diferente do praticado na Alemanha. Frick, diretor da Fundação Bertelsmann, aponta como uma vantagem o fato de a democracia brasileira ser relativamente recente. Para ele, no Brasil se teve a coragem de experimentar coisas que não se ousariam implementar tão rapidamente em democracias estabelecidas, como as da Europa, por exemplo.

Na Alemanha, segundo o gerente de projetos Koop, os orçamentos participativos costumam ser limitados a duas ou três semanas, enquanto os recifenses participam da política o ano todo. “Se entendermos que a participação civil deve ser um processo contínuo para que os cidadãos confiem em tais procedimentos políticos, então aprendemos muito com Recife”, afirma.

Outra diferença apontada por Koop é a presença de um sistema de delegação direta, em que delegados vindos da comunidade são votados para representar os interesses dos cidadãos. “Essa é uma participação muito mais forte do que a que conhecemos nos municípios alemães e algo que obviamente pode servir de exemplo por aqui.”

Merkel também afirmou que a Alemanha pode aprender com o exemplo de Recife. “As possibilidades de maior participação certamente não estão sendo aproveitadas o suficiente”, disse.

Autora: Luisa Frey
Revisão: Alexandre Schossler

Quelle: Deutsche Welle

::Amor pelo Bob Esponja::

19/06/2011

Não é que uma das maiores preocupações de toda criança é quando vai chegar seu próximo aniversário? Este foi o caso do Daniel neste ano, ainda mais levando em conta de que ele está prestes a ir pra escola e passa a ser, com 6 anos, um “Schulkind” (criança em idade escolar), deixando portanto de ser um “Kindergartenkind” (criança de jardim de infância). Não tinha nada mais importante pra ele do que perguntar quando o aniversário chegaria, tentando entender o que a resposta significava pedindo pra eu mostrá-la em números dos dedos das mãos. As duas mãos eram levantadas e eu mostrava tantos dedos, tantas vezes, que ele desistia de perguntar nos dias seguintes…

Os dias, semanas e meses foram passando e um dia ele perguntou novamente. A resposta foi ficando mais precisa: ele teria que dormir mais 10, 9, 8… noites até o aniversário chegar. Na véspera do aniversário, o veredito: ele queria um bolo de morango pra levar pra creche. Comprei todos os ingredientes necessários e fizemos o bolo juntos, que ficou uma delícia, segundo ele. No outro dia, antes de levá-lo pra escola junto do bolo e de balinhas que ele tinha comprado de presente para comemorar com os coleguinhas, ainda tirei uma foto dele com o bolo, uma vela com um 6 em cima, e atrás do bolo um menino no estilo “mala velha”, rindo de orelha a orelha.

Alguns dias antes tínhamos feito uma compra grande com vários enfeites e acessórios para a festa de aniversário dele além da comemoração na creche, que eu estava planejando para um pouco mais de uma semana depois do aniversário. O Daniel escolheu tudo com o motivo do “Bob Esponja” e quando a cesta de compras já estava ficando bem cheia, ele ainda indagou:
– Mamãe, eu nunca fiz tantas compras na minha vida! Será que você vai ter dinheiro pra pagar tudo isso?
Incrível como ele, no meio de tanto detalhe pra festinha, ainda se preocupava se poderíamos levar tanta felicidade pra casa… Dentre as compras, tínhamos uma série de adesivos do Bob Esponja com um bem grande no meio, que pretendíamos dividir entre os convidados da festa. Uma pergunta que ficou no ar foi quem ganharia o adesivo maior, com um grande Bob Esponja dando um belo sorriso.

A festinha foi hoje e depois de tanto repartir e distribuir, ele me perguntou se poderia ficar com o tal adesivo grande pra ele. Consenti, ele colou-o no braço, e passou a ter um total de três Bob Esponjas no corpo: estava vestido com uma camiseta do Bob Esponja, apesar de não gostar de fantasia ou pintura consentiu que eu repetisse a carinha da figura da camiseta na sua bochecha, e agora o terceiro Bob Esponja no braço. A felicidade parecia estar completa. A criançada aproveitou a festa, com muito balão, bolo, brincadeira, leveza e alegria de criança no ar. Depois da festinha, quando o Daniel voltou pra casa cheio de presentes legais (kits de experimentos, livros, Lego, vales para brinquedo e parque indoor de diversões), ele retirou o Bob Esponja, que no meio tempo já tinha pulado pra perna, e veio chorando pro meu lado, mostrando a figura toda rasgada, dizendo que “amava o Bob Esponja”. Entendi que ele estava tristinho por ter estragado o adesivo, colei-o com durex e logo depois o colei com cuidado na cama dele. Ele pediu pra dormir com o Bob Esponja que eu tinha feito no rosto dele, e eu argumentei que ele sujaria a cama caso virasse de lado ao dormir. Ele disse que dormiria de costas (lembrei-me da vaidade da minha mãe que já a fez dormir meio sentada pra não estragar o penteado para o casamento da minha irmã – isso deve ser hereditário!). Além disso, ele ainda me mostrou que a tinta do rosto não passaria para a cama, esfregando de leve a bochecha no lençol. Depois de argumentos tão contundentes, cedi. Saudades dos tempos de criança, quando o mais importante é o aqui e o agora, as preocupações são tão leves e a mente e o pensamento estão concentrados nas coisas mínimas e nos detalhes do dia-a-dia! Tem amor mais gratuito e bonito do que o de uma criança?

::Os culpados eram mesmo os brotos::

11/06/2011

Como já tinha desconfiado no post anterior, os culpados pela epidemia da bactéria E.coli eram mesmo os brotos! Ontem mesmo, sem ter ouvido a notícia oficial, estava comendo salada e pensando como é bom comer comida fresca e saudável e como eu sentiria falta disso se fosse impossibilitada disso!

Viva a salada e bom final de semana!!!

::Promoção da Mineirinha::

08/06/2011

Válida para todos os pedidos do livro “Mineirinha n’Alemanha” dentro da Alemanha: para quem fizer pedidos do livro a partir de agora, vou enviar grátis a nova edição do “Guia da Acibra” de maio de 2011, que tem mais de 500 dicas de contatos e profissionais brasileiros na Alemanha, dentre eles a própria Mineirinha!

::Bactéria E.coli x uma vida normal::

08/06/2011

Três semanas depois do surgi- mento da bactéria E.coli confesso que está ficando meio difícil achar algo comível na hora do almoço sem ficar com medo. Em casa, parece que somos umas das últimas famílias na Alemanha a comer saladas: continuamos comendo alface (da horta do meu sogro), tomates (analisando a origem, lavando e relavando), mas não compraria pepinos ou brotos. Felizmente estamos a muitos e muitos quilômetros do epicentro da epidemia, que está no norte da Alemanha na cidade de Hamburgo e arredores.

Tenho pena de toda a colheita, mesmo a regional, que tem sido jogado fora nos últimos dias e semanas, e fiquei surpresa com a notícia de hoje de que a CE vai repor grande parte das perdas econômicas aos agricultores afetados pela “crise da bactéria”. O capitalismo daqui protege quem tem perdas causadas por epidemias, que sorte a dos agricultores daqui! Pensando na fome no mundo, é muito louco saber que tanta comida é jogada fora aqui, mesmo que os agricultores tenham analisado sua colheita e dito que ela é livre de bactérias: tem muito consumidor que prefere não arriscar e desde então o alimento que está em alta é o “junk food“. Bem-vindos McDonalds, batatas fritas e carboidratos!

Como cada estado parecem ter autonomia para analisar e cuidar de assuntos de saúde, as notícias diárias têm deixado os consumidores cada vez mais perdidos, sem saber direito o que comer e no que acreditar. O certo é que a E.coli é a mistura de duas outras bactérias, e por isso é super forte e os médicos não tem clareza sobre como conduzir o tratamento dos pacientes acamados. Há dois tipos sérios de doenças ligadas à bactéria do tipo O104:H4: Escherichia coli entero-hemorrágica (ECEH, aqui denominada EHEC) – uma grave diarreia com sangramento, com até agora 1.605 casos – e a Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) – que ataca os rins, com 605 casos na Europa. Até agora são 22 pessoas mortas, uma delas na Suécia, que tinha voltado de uma viagem ao norte da Alemanha. Uma reportagem comentou que há pessoas que são supostamente imunes à bactéria, mas se elas forem ao banheiro, e logo depois uma pessoa não-imune passar por lá, não lavar bem as mãos e comer algo em seguida, pode ser contaminada. Portanto, a higiene é o mandatório número um! Recomenda-se, principalmente no norte do país, não se comer alface, tomate, pepino e brotos.

Quanto mais o tempo passa, mais difícil vai ficando descobrir como foi que a epidemia começou: do pepino espanhol, à alface e tomates, passando por brotos, muitos alimentos crus já passaram pela lente das autoridades. O que chama a atenção é que a bactéria vem atacando um grande número de mulheres adultas, que preparam e comem comida (crua) com bastante frequência. É muito estranho viver em um país lutando contra uma bactéria que ninguém sabe de onde veio, para onde vai, como surgiu e como se deu a transformação da “super bactéria”, que pelo que andei lendo é fruto do cruzamento de um tipo conhecido na Europa com outro africano. Penso nas pessoas afetadas, que desde então têm vivido isoladas, sem saber o que fazer, sem a possibilidade de viver uma vida normal. Desejo que achem logo a origem, descubram boas formas de tratamento e que a epidemia possa ser controlada de fato. Pelo que noticiaram hoje, parece que os culpados sao mesmo os brotos. Quero poder voltar a comer comida saudável crua sem receios!

Fontes: varías leituras e reportagens de rádio, p.ex. jornal Südkurier, revista “Der Spiegel“, Meio-Norte.com (reportagem de 05.06.11), rádios SWR1 e SWR3.


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