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::10 anos de Mineirinha n’Alemanha::

29/11/2013

ImagemAconteceu uma coisa tão importante e eu estava deixando passar batido… Acabo de vender um livro em formato e-book, no caso do meu livro um PDF, e antes de enviar o mesmo estava lendo as primeiras páginas… Geeeeeeeente, meu blog está fazendo 10 anos de vida e o livro 5!!!! Motivo de comemoração, não é mesmo?!? O blog atual, um dos 4 que tive na minha vida de blogueira, conta com mais de 800 posts, praticamente 6.000 comentários e quase meio milhão de visualizações. E olha que nesse meio tempo, como diria o bom mineiro, muita areia já passou por este caminhãozinho que é a vida de uma das muitas outras brasileiras que moram na Alemanha.

Hoje em dia as vendas mudaram um pouco. Vira e mexe vendo livros pelo Amazon, pagos pelo Paypal, e o livro como e-book também é pedido. Muito embora eu continue preferindo ter contato direto com os leitores e receber pedidos diretos através do blog mesmo, sem atravessadores, o que é bom pros dois lados, com o calorzinho morno do contato humano, ainda que virtual.

Pessoalmente, meus filhos cresceram, e, por consequência, eu descobri um cabelo branco outro dia no meio dos meus cachinhos, o que me deixou um pouco pensativa. Vez e outra uma dor me pega e eu fico pensando que nem sabia que aquela parte do corpo poderia doer daquela maneira… Minha filha acaba de fazer 18 anos e já até levou meu filho pra escola de carro!!! Pra mim foi um marco na minha vida, sempre me vi com filhos, mas filhos pra cuidar e não os imaginava adultos, assim como lancei o livro e escrevi na contracapa que moro aqui há 15 anos, devido à minha impossibilidade de me imaginar vendendo livros por anos a fio, o que me surpreendeu e me deixou feliz, pois fiz grandes amizades através do meu livro e ele viajou um pouquinho a mais por mim. Mas continuando a falar de filhos, sempre brinquei que adoraria um neném que ficasse pequenininho por vários anos, pois adoro bebês!

Profissionalmente, continuo na área de RH, com maiores responsabilidades, trabalhando em tempo integral, o que resulta num super pouco tempo pra escrever. Isso pra mim é meio pesaroso, mas tento aproveitar a inspiração quando ela chega, e continuo muito ativa comentando coisas que leio no Facebook. O livro da Mineirinha também ganhou espaço por lá há alguns meses e tem atualmente 160 seguidores.

Como escritora, quem diria, conheci vários outros escritores brasileiros espalhados pelo mundo, e este ano a Feira de Livros de Frankfurt foi uma grande curtição. 🙂

Os meios de comunicação também mudaram. Há 10 anos nem tanta gente publicava suas ideias na net em blogs, mas depois do Orkut e principalmente do Facebook muita gente passou a publicar muita-coisa-sem-parar-o-tempo-todo-agora. A net democratizou a escrita, muito mais do que eu poderia imaginar, o que não quer dizer nada sobre sua qualidade, mas a quantidade, não há como negar que ela está ficando cada vez maior.

Minha conclusão sobre idiomas e conhecimento pode ser meio lugar comum, mas estou falando sério quando afirmo que nunca vou dominar língua nenhuma, muito menos o alemão. Isso é projeto pra vida toda, ou na próxima vida a gente já nasce aqui e o problema está resolvido. Quanto mais o tempo passa, sei que nada sei, com relação ao alemão e muitas outras coisichas mas que vão além da minha capacidade de compreendé-las. Tá, já fui confundida com suíço, mas isso não tira minha insegurança e minhas constantes dúvidas disso e daquilo. Neste ponto a net é mesmo uma mãe. A mamãe Google me tira quase todas as dúvidas, e no mais tardar quando descobri que muitos alemães têm problema com o próprio idioma, ainda mais na forma escrita, chutei o balde mentalmente falando. Entreguei pra Deus.

No mais, os PCs continuam dando pau, como o meu agorinha há pouco, e ao mesmo tempo que a tecnologia me fascina, penso em como tanta coisa pode ser perdida num passe de mágica. Quando isso acontece com a gente, a casa literalmente cai. Fico pensando em quando foi a última vez que fiz um backup dos meus arquivos e fotos e quantas vezes deveria reproduzi-lo pra ter certeza de que tudo está sob controle. Daí me lembro de que nunca nada vai estar sob controle.

Economicamente também aconteceu muita mudança. A China assusta, os países BRIC assumem posição de destaque, meio que tentando ficar, mesmo que as pernas fiquem às vezes bambas, as trocas internacionais não são mais só entre o hemisfério norte e o sul, mas em todas as direções, o que é bom pra uns, mas menos legal pros EUA, que reclamam como menino que perdeu a chupeta. Bons tempos aqueles, os de soberania americana… A vida era fácil e eles não sabiam. Enquanto 40 milhões de brasileiros chegaram à classe média nos últimos 20 anos, 40 milhões de europeus chegaram ao nível de pobreza. Uma verdadeira inversão nunca antes imaginada!

O terrorismo chegou ao nosso dia-a-dia, as guerras teimam em não desaparecer, mesmo que eu continue não entendendo o que o ser humano está fazendo consigo próprio, as catástrofes naturais aumentaram, pelo menos de dimensão. O mundo e seus habitantes estão ficando meio birutas, tudo vibra, tudo corre, tudo quer crescer, como se o sentido da vida fosse só sobe-cresce-expande-cresce de novo.

Quanto mais viajo pelo mundo, mais ele me fascina, mas mais ele me amedronta também. Sinal de velhice? Sei lá. Daqui a pouco pode ser que estejamos aprendendo chinês, que só os mais bem aventurados possam viajar de avião porque o céu vai ter ficado entupido de aviões, o mundo pode também ficar entupido de gente de uma hora pra outra e daí vão começar a mandar gente pra Marte… Bom, tudo cenas dos próximos capítulos! Que mais 10 anos venham, um brinde à Mineirinha e a todos vocês, meus leitores, pois sem leitor não há razão pra escrever!

P.S.-Lembrete do amigo oculto da Mineirinha aqui, grupo Mineirinha. Últimos dias pra participar! O sorteio vai ser dia 01.12.13.

::Medos e surpresas de viagem::

24/11/2013

Viajar requer coragem. Ainda mais viajando sozinho.

Tem-se que ter coragem pra se lançar no desconhecido. Coragem pra virar aprendiz de novo, pra se sentir burro e fora do lugar. Coragem pra dar muitos foras, pra não saber como reagir e precisar de ajuda alheia. Com isso, podemos dar de cara com agradáveis surpresas e reconhecer no ser humano totalmente desconhecido um anjo mandado pelo universo, um guia, pura bondade e boa vontade de cuidar de alguém que nunca tinha visto antes em sua vida.

Viajar de avião, ainda mais em longas distâncias, requer loucura. Loucura pra entregar sua vida pra um desconhecido e sua máquina em forma de pássaro, que pode ir a velocidades acima de 900 km/h, em alturas acima de 12.000 metros, levar cargas de até 275.000 kg e passar por temperaturas externas de -70 graus pelas quais não sobreviveríamos em condições normais. Às vezes vê-se outro bichão passando bem pertinho da gente e dá aquele frio na barriga misturado com admiração pelas pistas invisíveis desenhadas nas alturas. É preciso loucura pra entregar sua vida pra pássaros grandes, mas por incrível que pareça são os pequenos que dão mais medo. Sente-se o barulhão do motor, tudo é minúsculo no interior do bicho e voa-se a alturas bem mais baixas, o que faz com que tenha-se ainda mais consciência da doideira que se está fazendo. As recompensas, quando tudo dá certo, não poderiam ser maiores: o bicho enfia bem no meio do escuro e sai do outro lado do mundo, apresentando lindas imagens durante seu percurso. O ar, acima das almofadas gigantes formadas por nuvens de todas as formas, continua sendo um dos lugares onde me sinto melhor espiritualmente e, que contradição, em plena liberdade (pois no fundo sou um pássaro também), ainda que com a idade meu corpo não responda mais sem resquícios à maratona da viagem e que eu tenha ficado mais medrosa, pensando nos que ficaram pra trás e desejando que eles tivessem a oportunidade de dividir a viagem comigo.

Viajar de carro no exterior também requer coragem. Muita coisa pode ser diferente: marcha automática, sistema métrico e limites de velocidade, regras de trânsito, lado da direção (e olha que ainda não me vejo dirigindo do lado do passageiro). Pegar o carro e fazer pequenos trajetos de A pra B pode ser legal e prático. Mas o bom mesmo é descobrir aquilo que é recomendado na região e ir em busca do desconhecido. As surpresas, pelo menos desta vez, não poderiam ser melhores. Vi um dos lugares mais lindos que já tinha visto em toda a minha vida (La Jolla na Califórnia) e tive uma experiência tão mágica de telepatia que ficará guardada na minha memória pro resto da minha vida.

Viajar requer condição física pra andar longos trajetos, muitas vezes carregando peso, pra se adaptar a novos fusos horários e pra se recobrar de jetlag.

Viajar requer uma língua que fale outras línguas e que esteja disposta a experimentar novos sabores. Tem muita comida gostosa espalhada por aí esperando por novos apreciadores, ainda que a saudade pelo arroz e feijão, se possível da mãe da gente, seja constante.

Viaja quem é doido desvairado, quem é essencialmente curioso, quem tem família pra agüentar as pontas na outra ponta, quem tem medo pelo desconhecido mas acima de tudo se sente atraído por ele e suas belezas. Quando o medo é dominado, ele vai ficando cada vez menor e a magia toma conta do momento. A saída da zona de conforto é brindada com lindos presentes do universo. Pois no final das contas o mundo é uma bola cheia de belezas e a curiosidade vence sempre.

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::Amigo oculto da Mineirinha::

16/11/2013

Registre-se até dia 30/11/13 nesta página e escolha o grupo “Mineirinha”.

Sorteio: 01/12/13
Valor: 10 reais, envio à parte
Objetivo: fazer amizade trocando pequenos presentes de Natal! 🙂

O registro é a confirmação da sua participação. Como só dá pra colocar o código postal brasileiro com 8 digitos, eu digitei o CEP da minha cidade natal no Brasil e escolhi o estado correspondente. Depois recebi um link por e-mail, que confirmei e assim pode-se escolher o grupo “Mineirinha”. Depois do sorteio trocamos os endereços corretos com a pessoa correspondente, ok?

:: Saudades – Clarice Lispector::

12/11/2013

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades…

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei…

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser…

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro…

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser…

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências…

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que…
não sei onde…
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi…

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês…
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados…
para contar dinheiro… fazer amor…
declarar sentimentos fortes…
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
“I miss you”
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades…
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência…

::Kristallnacht/Pogrom – A Noite dos Cristais::

11/11/2013

Uma coincidência! Também pensei em escrever sobre a Noite dos Cristais ou Pogrom/Kristallnacht, que foi relatada pela minha amiga escritora Neusa Neusa Arnold-Cortez em seu blog. Junto ao seu texto a página da Wikipedia sobre o assunto.  

Imagem

Uma curiosidade: vocês sabiam que várias casas onde judeus moravam, que foram mortos e/ou deportados na noite de 09 para 10 de novembro de 1938, têm hoje em dia em sua entrada parte da calçada substituída por peças de metal citando o nome, data de nascimento e o paradeiro de cada um? É uma forma de chamar atenção para o acontecido e de não deixar que ele caia no esquecimento das pessoas. Aqui o site das Stolpersteine (literalmente: “pedras para tropeçar”) perto de onde moro.

A história vive! Aqui em Constança fizeram um chamado para que as pessoas colocassem flores, cuidassem das placas e se recordassem do acontecido na noite de ontem para hoje.

::Wie deutsch bin ich::

09/11/2013

Hallo liebe Freude,

darf ich euch mein neues Musik-Projekt vorstellen? Es spiegelt einen Teil meiner deutsch-brasilianischen Geschichte wieder. Einige von euch wissen gar nicht wie “deutsch” ich bin. Falls ihr wisst wer ein solches Projekt unterstützen würde, sagt bitte Bescheid. Ich werde mich darüber freuen.

Also schaut euch mal diese Seite an.

Liebe Grüße aus Marburg,
Dago

•••
Se conhecerem alguma pessoa e/ou associação q possa ajudar o Dago nesse projeto de resgatar músicas antigas alemãs de ninar misturadas com Bossa Nova, ele ficará muito grato! 🙂

::7° Book Crossing Blogueiro::

08/11/2013


Você já pensou em “Libertar” um livro da clausura da estante?

O BookCrossing Blogueiro foi inspirado no BookCrossing – um movimento que acontece fora do mundo virtual – e nada mais é do que o ato de “libertar” um livro com a finalidade de difundir o hábito da leitura. E nós que adoramos ler, sabemos que um livro fechado na estante tem o mesmo valor de páginas em branco. Para valer, ele precisa ser usado e apreciado! Vamos compartilhar esse livro que você já leu e que não pretende reler?

Este ano eu liberei dois livros meus dentro da feira. Um ficou por aí, não tenho ideia de quem ficou com ele. O outro foi dado pra programadores de software brasileiros que conheci no restaurante brasileiro dentro da feira. Vou colocar uma foto deles lá no Facebook.

E quanto a você, já pensou em deixar um livro por aí? 😉

::Amigo oculto da Mineirinha::

08/11/2013

Em comemoração a mais de 150 likes do Mineirinha n’Alemanha no Facebook e com o Natal chegando, estou pensando em coordenar um amigo oculto virtual entre amigos e leitores. O valor seria algo como 10 reais, só simbólico mesmo, pra trocarmos presentinhos pelo mundo, dividirmos um pouquinho de alguma coisa típica, se possível, e pra fazer amizades. Quem topa? 😉


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