Archive for julho \30\+01:00 2014

::De repente::

30/07/2014

Delícia de ler!… 🙂

O Mundo de Gaya

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De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo algumas  necessidades, antes fundamentais e que hoje chegam a ser insignificantes. Vai reduzindo a bagagem e deixando na mala apenas as cenas e pessoas que valem a pena. As opiniões dos outros são unicamente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não têm a mínima importância. Nada vai mudar. De repente passamos a valorizar o que tem valor de verdade, e a amar de forma diferente de todas já vividas.

De repente vamos abrindo mão das certezas, pois com o tempo já não temos mais certeza de nada. E de repente isso não faz a menor falta, pois o que nos resta é ser apenas feliz. Percebemos que o hoje é apenas agora, e nada, absolutamente nada além disso. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, mas sim a vida que cada um escolheu…

Ver o post original 198 mais palavras

::Mineirinha & Copa::

29/07/2014

O saldo da Copa para o meu blog é incrível: recebi mais de 10.000 visitantes e mais de 16.000 visualizações em junho! No momento, o livro está vendendo bem no Brasil, por aqui ele está temporariamente esgotado até setembro, com vendas normais para a versão e-book. Outro livro, com os temas carreira e busca de emprego aqui na Alemanha, está a caminho! Aguardem!

blog

::Como a Alemanha se tornou o novo país do futebol::

27/07/2014

Achei na VEJA e divido com vcs. Bom domingo!

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Algumas partes do artigo:

“Obrigado a atrair talentos para sustentar seu crescimento econômico, o país passou a ser procurado por imigrantes qualificados, como engenheiros e cientistas. Quase um em cada três imigrantes entre 20 e 65 anos que entraram na Alemanha na última década tem nível superior. Entre os alemães nativos, menos de 20% têm diploma.”

“Em exportação de produtos de alta tecnologia, a Alemanha só perde para a China, que tem uma população dezesseis vezes maior.”

“A Alemanha de hoje quer ser vista como um país mediador, não como um agressor”, diz Rüdiger Görner, professor da Universidade de Londres e especialista em cultura alemã. “É uma democracia com um poderoso senso de responsabilidade coletiva.”

Fonte: artigo da VEJA de 26/07/14

::Amizade sem brigas::

26/07/2014

Você tem um amigo com quem nunca brigou?

Eu tenho uma amiga assim, e ela tem 68 anos. É a única amiga de idade alemã, ex-colega de trabalho, com quem dividi o mesmo escritório de 1998 até o ano de 2000.

Os anos se passaram, e nossa amizade continuou. E eu nunca tinha percebido que nunca tinha brigado com ela. Ursula me chamou atenção para este fato da última vez que a visitei. Como não poderia deixar de ser, eu faço tudo errado, e ela me ama mesmo assim. Ela desculpa o fato de que eu marco um horário e não consigo chegar no horário combinado na casa dela. Chego de mãos vazias, apressada de um lugar pro outro, no meio da correria da vida de segunda a sexta, suando com o sol europeu, com o qual muitos do Brasil acreditariam que não seria suficiente para suar. Chego de mãos abanando e sou recepcionada com um sorriso, com um café, com a melhor porcelana, com biscoitinhos e carinhos. Ela nasceu no mesmo dia do meu marido e de um ex-namorado meu. Coincidência? Eu sempre fui rodeada de leões, o signo, iso é o que quero dizer. E apesar de ser leonina, durona, decidida, orgulhosa, de opinião inabalável e muito senhora de si, ela gosta de mim e eu dela. Amor gratuito. Simples assim.

Foi dela que recebi a oferta do “du”, o tu em português, que tem um significado tão especial de aceitação e respeito, de abertura de portas e escancaramento de janelas psicológicas, logo no primeiro dia de trabalho. O comentário veio acompanhado de um sorriso:

Mädel, du gefällst mir, du darfst mich duzen. (Menina, gostei de você, pode me chamar de Ursula).

Com esta oferta, para a qual nem soube dar tanto valor há tantos anos atrás, eu ganhei uma amiga para sempre. Ela tem me acompanhado nos sobes e deces da vida nesses 16 anos que nos conhecemos e nunca deixou de acreditar em mim. Quando eu faltava ao trabalho, por motivo de doença, minha ou da Taísa, ou por passar férias em algum canto, voltava ao escritório e minha mesa estava limpa, ela tinha feito todo o trabalho. Um grande exemplo de solidariedade que levei para a vida. A única vez que veio me visitar em casa foi quando o Daniel veio ao mundo, em 2005. E eu não sou a melhor amiga do mundo no que diz respeito a ligar sempre, acompanhar a vida do outro, portanto passamos alguns anos sem muito contato, mas a chama da amizade nunca apagou.

Há alguns anos atrás tive um trabalho perto da casa dela. Passei a ir lá com mais frequência, falávamos do passado, do hoje, dos filhos, do meu trabalho, de quando ela trabalhava, do nosso mínimo passado comum. Na mesa dela, a foto do marido morto que eu nunca conheci. Eu poderia ser filha dela. Ela tem uma filha única da mesma idade que eu, que só conheco por foto. Um dia ela me perguntou se poderia cortar um cachinho meu pra mostrar pra filha dela. Lógico que concordei. Se estou lá e ela atende o telefone, altera a fala do alemão padrão para o dialeto, que eu por sorte também entendo, e comenta que está recebendo visita de uma amiga querida que vem do Brasil.

Da última vez saí da casa dela com vários presentinhos: um vidrinho de marmelada, ervas do seu jardim, amor embalado pra levar pra casa. Da próxima vez vou lhe trazer uns potinhos de flores pra enfeitar sua entrada, nem de todo voada eu sou. Mas o carinho gratuito dela me deixa feliz e perplexa, pois amor gratuito e sem interesse é algo difícl de se achar neste mundo de cão.

Fonte de inspiração: texto escrito logo após de assistir o filme “Das Labyrinth der Wörter” (em português “Minhas tardes com Margheritte), que também fala de uma bela amizade entre gerações diferentes, cujo livro também li, indico por ser muito lindo e bem escrito. Ele é de autoria de Marie-Sabine Roger.

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Freundschaft ohne Streit

Hast du einen Freund oder eine Freundin, mit wem du noch nie gestritten hast?

Ich habe so eine Freundin und sie ist 68 Jahre alt. Sie ist meine einzige ältere deutsche Freundin, eine ehemalige Arbeitskollegin, mit wem ich das gleiche Büro vom 1998-2000 teilte.

Die Jahre sind vergangen und unsere Freundschaft blieb bestehen. Und mir war noch nicht aufgefallen, dass wir noch nie miteinander gestritten hatten. Ursula machte mich darauf aufmerksam, als ich sie zuletzt besucht habe. Wie es nicht anders sein könnte, ich mache alles falsch, aber sie liebt mich trotzdem. Sie übersieht die Tatsache, dass ich mit ihr eine bestimmte Uhrzeit ausmache, und mir gelingt es einfach nicht die Zeit einzuhalten und bei ihr rechtzeitig zu Hause anzukommen. Ich komme mit leeren Händen an, gehetzt von einem anderen Termin, mitten in der Rennerei meines Lebens von montags bis freitags, verschwitzt unter der europäischen Sonne, auch wenn viele in Brasilien nicht glauben würden, dass die Sonne hier so stark sein kann, dass man darunter schwitzen kann. Ich komme mit leeren Händen an und sie empfängt mich mit einem Lächeln, Kaffee, schicken Porzellangeschirr, Keksen und Zärtlichkeit. Sie ist am gleichen Tag wie mein Mann, auch wie ein ehemaliger Freund von mir, geboren. Ist das ein Zufall? In meinem Leben habe ich viele Löwen gehabt, das Sternzeichen meine ich. Und obwohl sie eine Löwin ist, hart im Nehmen, mit eigener Meinung, entschieden, stolz, mit festen Überzeugungen und sehr selbstbewusst, mag sie mich und ich sie. Bedingungslose Liebe. So einfach ist das.

Von ihr habe ich zum ersten Mal das „Du” angeboten bekommen, das in der deutschen Sprache so bedeutend in Sache Akzeptanz und Respekt ist, das Türen und psychologische Fenster weit öffnen kann. Das passierte gleich am ersten Tag, als wir zusammengearbeitet haben. Ihr Kommentar kam mit einem Lächeln:

– Mädel, du gefällst mir, du darfst mich duzen.

Durch dieses Angebot, dessen Bedeutung ich damals nicht mal richtig einschätzen konnte, habe ich eine Freundin für die Ewigkeit gewonnen. Sie begleitet mich nun schon seit 16 Jahren, in all den guten und schlechten Zeiten des Lebens, und sie hat mich noch nie aufgegeben. Als ich bei der Arbeit fehlte, entweder weil meine Tochter Taísa oder ich krank war, oder weil ich im Urlaub irgendwohin ging, kam ich wieder zur Arbeit und mein Schreibtisch war picobello sauber, sie hatte für mich die ganze Arbeit erledigt. Dieses ist ein großes Beispiel von Solidarität, das ich in meinem Leben erfahren durfte. Das einzige Mal als sie mich besuchte, war als mein Sohn Daniel im Jahr 2005 zur Welt kam. Und ich bin nicht die beste Freundin der Welt wenn es darum geht sich immer telefonisch zu melden, immer ganz genau über das Leben der anderen Bescheid zu wissen, daher verbrachten wir mal Jahre in denen wir nicht allzu viel Kontakt hatten, aber die Flamme unserer Freundschaft ist nie erloschen.

Vor ein paar Jahren hatte ich eine Arbeitsstelle, die nah zu ihrem Haus lag. Dann ging ich sie öfters mal besuchen, wir sprachen über die Vergangenheit, über aktuelle Themen, über die Kinder, über meine Arbeit, über die Zeit als sie selber noch arbeitete, über unsere gemeinsame und vergangene Zeit. Auf Ihrem Wohnzimmertisch begleitet uns immer das Foto ihres gestorbenen Ehemannes, den ich leider nicht kennengelernt habe. Ich hätte ihre Tochter sein können. Sie hat eine einzige Tochter die so alt ist wie ich, die ich aber nur von einem Foto aus kenne. Eines Tages fragte sie mich ob sie von mir eine Locke bekommen könnte, um sie ihrer Tochter zu zeigen. Selbstverständlich war ich damit einverstanden. Wenn ich bei ihr bin und sie ans Telefon geht, ändert sie ihre Aussprache vom Hochdeutsch auf Dialekt, den ich zum Glück auch verstehe und kommentiert, dass sie eine liebe Freundin aus Brasilien gerade bei ihr zu Besuch hat.

Das letzte Mal als ich sie besuchte, ging ich wieder mit vielen kleinen Geschenken nach Hause: ein Gläschen Marmelade, Kräuter von ihrem Garten, verpackte Liebe die ich mitnehmen durfte. Beim nächsten Mal habe ich vor ihr ein paar Blumen mitzubringen damit sie ihren Hauseingang verschönen kann, so durch den Wind bin ich auch nicht. Aber ihre bedingungslose Zärtlichkeit mir gegenüber macht mich immer froh und erstaunt, weil bedingungslose Liebe ohne Interesse ist etwas, was man auf dieser harten Welt nicht so einfach finden kann.

Quelle meiner Inspiration: Text verfasst nach dem ich den Film „Das Labyrinth der Wörter” gesehen habe, der auch von einer schönen Freundschaft zwischen unterschiedlichen Generationen handelt, wessen Buch ich auch gelesen habe und empfehle, da es sehr schön ist und gut verfasst wurde. Die Autorin vom Buch ist Marie-Sabine Roger.

Sandra Santos 26.07.2014

::Yes, we’re open! Willkommen in Deutschland::

26/07/2014

Ah, como eu gostaria de visitar esta exposição em Nurembergue! Yes, we’re open! Willkommen in Deutschland. Ela mostra que a Alemanha está se abrindo como um país de grandes ondas migratórias. Aqui alguns dados:

Entre os anos de 1991 e 2010 4,3 milhoes de pessoas (214 mil pessoas por ano) imigraram para a Alemanha. No ano de 2011 o saldo foi ainda maior: 958.299 Menschen imigraram para a Alemanha, 678.969 pessoas deixaram o país. O saldo positivo foi um aumento da população de 279.330 pessoas.

A exposição ainda vai passar por várias cidades na Alemanha. Quem sabe algum de vocês consegue visitá-la e me conta como foi? Aqui as datas e cidades por onde ela será mostrada.

::FAQ – reconhecimento de diplomas estrangeiros na Alemanha::

26/07/2014

Encontrei este documento com informações valiosas sobre o tema. Aqui e aqui tem mais.

Aqui algumas histórias de estrangeiros na Alemanha na luta pelo reconhecimento de sua qualificação. Chamo a atenção para os casos a partir das páginas 16 e 20.

Boa leitura!

::Tradução da música do final da Copa do Mundo “Ein hoch auf uns” – Andreas Bourani::

26/07/2014

Aqui a tradução livre, feita por mim do alemão para o português, da minha música predileta no momento. Foi ela que tocou quando o time da Alemanha ganhou a Copa do Mundo no estadio do Maracanã no Rio de Janeiro no dia 13/07/14. A música é do cantor de origem egípcia Andreas Bourani, que cresceu na Baviera, e se chama “Ein hoch auf uns” (letra da música em alemão aqui).

Vamos festejar – Andreas Bourani

Quem pode congelar este momento
Melhor não é possível
Pense nos dias que deixamos para trás
Há quanto tempo dividimos alegrias e lágrimas
Aqui cada um dá a camisa pelo outro
Não somos deixados sozinhos (na chuva)
E enquanto formos guiados pelos nossos corações
Isso vai continuar assim

(Refrão)
Vamos festejar o que está por vir
Que seja o melhor para nós
Vamos festejar o que nos une
Vamos festejar este momento (e nós)
Vamos festejar esta vida
O momento
Vamos festejar este momento (e nós)
Que fica pra sempre
Vamos festejar este momento (e nós)
Agora e sempre
Ao dia de hoje
Infinito

Nós temos asas, juramos que vamos ser fiéis eternamente
Aproveitamos o dia de hoje juntos
Uma vida inteira sem arrependimentos
Desde os primeiros passos até morrermos
(Refrão)

Fogos de artifício de endorfina
Fogos de artifício que passam pela noite
Tantas luzes restaram
Um momento que nos deixa imortais
Nos deixa imortais
(Refrão)

::Divagações de sábado de manhã de meio-brasileira, meio-alemã::

26/07/2014

Inspirada pela minha revista alemã predileta aqui na Alemanha (Der Spiegel), que comprei há umas semanas atrás e que absolutamente não pode ser substituída pela versão online da mesma, que leio toda noite, volto a pensar sobre o Brasil, a Alemanha e o mundo.

O artigo “A nação que está mais leve” (Die entkrampfte Nation, alguém tem uma sugestão melhor de tradução?) comenta que os alemães estão se descobrindo e se reecontrando, a cada Copa, com o passar dos anos, tendo como marco das mudanças a Copa de 2006, que ocorreu em solo alemão.

O povo alemão está aprendendo a se reinventar e pode afirmar o que está bom no país, e reconhece ao mesmo tempo o que não anda bem. Tudo faz parte da nova identidade, que é mais leve e mais desprovida do peso do passado. Eles sabem quem são internamente, mesmo que tenham dificuldade de saber qual é o seu papel no mundo. Ainda que esteja claro que, com Angela Merkel como líder forte, respeitada e atuante, a Alemanha tenha posição de destaque na política internacional. Portanto, eles demonstram no momento um misto de leveza e importância.

O artigo “Viajar, mas não pra longe” (Bloß nicht so weit weg, tradução livre), também da revista Der Spiegel, afirma que apesar dos jovens alemães terem a oportunidade – e condições – de estudar no exterior, muitos deles preferem ficar no país. Para mim isso pode ser um sinal positivo, já que vejo nas novas gerações a leveza descrita no artigo e o reconhecimento de que o país vai bem, obrigado. Por outro lado, o país está ficando cada vez mais multicultural, ainda que temas como diversidade e integração continuem a ser altamente discutidos. Dos jovens que vão ao exterior, muitos voltam afirmando gostar de conhecer o mundo, mas preferem viver na Alemanha, onde uma vida de qualildade é possível para a maioria da população e as escolas são de graça até a universidade.

Antes da queda do muro, os alemães se definiam como alemães do leste, do oeste, orientais, ocidentais, social-capitalistas, comunitas… “Ossis” e “Wessis” falavam do lado de lá e de cá. O muro caiu sem guerras e o país voltou a ser um só, e pode se dar a liberdade desde a Copa de 2006 de mostrar sua bandeira e de mostrar sua felicidade como nação reunificada. No meio do caminho, depois da queda oficial do muro que dividia o país, um muro virtual continuou por vários anos na cabeça dos alemães, que reclamavam uns dos outros e do fato de que a parte ocidental (cada cidadão) teve que ajudar financeiramente a parte oriental a se reerguer, enquanto na parte oriental falava-se do desemprego, das dificuldades encontradas com a reunificação. Algumas décadas depois, algumas diferenças persistem, mas o país pode se orgulhar de ter passado por este processo sem guerras e sem revolução civil. O alemão virou um povo só, não tem mais que se definir pelo lado de onde vem. E isso ajuda no sentiment de leveza.

O povo alemão também virou um povo colorido e multicultural. Segundo dados do OECD a Alemanha é o segundo destino de imigração no mundo, ficando só atrás dos EUA. Atualmente, 400 mil pessoas têm o desejo de ficar por aqui por tempo indeterminado.

Os alemães também refletem sobre seus erros. O fato de um aeroporto ter sido iniciado e nunca ter sido terminado em Berlim, por motivos de corrupção, falta de planejamento e má administração da verba pública os fazem afirmar: sim, nós também somos isso tudo. Ao mesmo tempo que reconhece seus acertos, critica os erros e olha para o passado de forma consciente para evitar a repetição dos grandes erros de um passado tenebroso.

O que é típico da cultura alemã combina com o estado atual do país: em grande parte, o povo é trabalhador e esforçado, disciplinado, (nota minha: vive de forma humilde, simples e prática) e quer crescer, ou pelo menos manter o que atingiu. Uma economia que vai bem contribui para a leveza de seu povo. Atualmente, mais de 42 milhões de pessoas têm um emprego, a maior marca da história do país. Os salários são bons e o poder de compra cresceu. Os juros estão baixíssimos e as pessoas aproveitam para gastar, comprar imóveis, investir na qualidade de vida. Parece que o país vai crescer 2% neste ano de 2014, o que, para uma economia idosa e instalada feito a Alemanha, é um resultado excelente.

O país vai bem e, se pudesse, iria congelar tudo o que tem no momento. Nada de novo, nenhuma nova chanceler no poder e o mínimo de política. Se o país se envolve de forma militar no mundo, então que seja para que soldados alemães se arrisquem ao mínimo e ajudem, podendo voltar depois para casa. Os alemães estão fartos de guerras.

O país se tornou mais leve, sim, mas ainda não sabe direito qual deve ser seu novo papel no mundo. Antes o país ocupava a liderança na Europa, sendo um dos melhores amigos dos EUA. Agora, com os escândalos dos últimos tempos de NSA e espiões tão próximos do poder alemão, tudo mudou.

Assim como os alemães, acho que nós brasileiros também podemos – e devemos – nos reinventar a cada dia. Não podemos ficar parados em cima do status quo de corrupção, egoísmo e da grande tentativa de manobrar massas da mídia brasileira, que representa os ricos desta nação que sempre souberam defender seus interesses. É necessário avaliar o que anda bem, e o que pode ser mudado. É necessário acreditar e apostar na liberdade de expressão dentro de um país dito democrático. Cada um de nós pode pegar na caneta, encostar os dedos no teclado, mãos à obra, em todos os sentidos! E acreditar que com o andar da carruagem o país vai se fazendo, o mundo vai mudando. Espero, pra melhor.

Mas a mudança começa de baixo para cima. Dos atos do dia-a-dia de cada um, em todo e qualquer canto do mundo. E só enxergamos aquilo que existe em nossa realidade. Aí está a razão pela qual vale a pena viajar e conhecer novas culturas, novas formas de resolver os mesmos desafios. Com a ampliação de nossas mentes, muitas coisas passam a existir, novas janelas vão sendo abertas. A perspectiva é válida para cada um nós. É válida para o mundo. Vão ser as trocas de experiência e de conhecimento que vão fazer deste mundo um lugar melhor para todos. Os animais, por exemplo os passarinhos e as borboletas, mais sabidos que nós, já nos mostram o caminho: eles não conhecem as fronteiras que colocamos no papel.

Fonte de inspiração: revista Der Spiegel número 29 de 14.07.14, artigos „Bloß nicht so weit weg“, página 46, e „Die entkrampfte Nation“, página 57.

::Elogios da revista alemã Der Spiegel sobre a Copa no Brasil::

17/07/2014

A reportagem original, de autoria de Sara Peschke, está aqui. Em seguida um resumo da mesma (tradução livre minha):

Quando se pergunta pra um brasileiro onde estão as praias e as pessoas mais bonitas ou as cidades mais interessantes, invariavelmente ele responde que é no Brasil. O que não deixa de ser verdade em um país com dimensões continentais com oito milhões de metros quadrados, que pode deixar um europeu um tanto quanto perdido. Antes da viagem, a autora teve muito respeito deste fato.
A repórter diz que viajou melhor de avião durante a Copa no Brasil do que com os trens alemães da Deutsche Bahn. Ela esperou pouco, não houve atrasos, se ela chegava mais cedo nos aeroportos e havia vaga em um voo mais cedo, ela podia voar sem ter que pagar nada pela troca do horário. Ela também viajou bem de ônibus, taxi e metrô e conclui que os meios de transporte públicos no Brasil são bons.

Ela se surpreendeu com o jeitinho brasileiro e conclui que no fim, tudo acaba dando certo, mesmo que ela não entenda como. Como por exemplo no caso da internet antes da final no Maracanã, que acabou voltando a funcionar 15 minutos antes do início do jogo.

A organização da Copa surpreendeu também positivamente, apesar de tantas críticas antes do início da competição. Mesmo quando a seleção brasileira perdeu, tanto foi dito que tudo poderia acontecer, e quase nada aconteceu de verdade. Depois da Copa, o Brasil pode mostrar ao mundo que pode realmente ser grande. Agora é hora de mostrar isso para cada um dos brasileiros, de todos os cantos do país, que precisam urgentemente desta força.

Fonte: Artigo “WM-Bilanz: Wahre Größe” de 15.07.14 da revista Der Spiegel.

::“Gaúchos andam assim”: o mimimi em torno da comemoração da seleção alemã em Berlim::

17/07/2014

Ia escrever um artigo a este respeito, mas acabo de achar este e como concordo com o conteúdo, o divido com vocês.

Fonte: Diário do Centro do Mundo, autor Kiko Nogueira.


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