
Se tem algo que eu admiro MUITO na Alemanha, e que eu adoraria que fosse replicado no mundo todo, é o trabalho da Polícia alemã.
Explico: há dois dias atrás, no dia 26 de junho, uma menina de 11 anos foi estuprada em plena luz do dia em Munique, no bairro de Obergiesing. Ele estava usando uma máscara de lobo no rosto e luvas de látex nas mãos. A menina voltava pra casa de trem da escola, algo comum em todas as cidades alemãs. Mesmo os policiais mais experientes ficaram aterrorizados com o acontecido, que foi levado à Polícia assim que a menina chegou em casa e contou o ocorrido para sua mãe, que por sua vez denunciou o caso.
O homem com a máscara de lobo atacou a menina no caminho pra casa, quando ela passava por um parque da cidade, arrancou a mochila de suas costas, a levou para um canto, a jogou no chão, tampou seu rosto com a jaqueta dela e a estuprou. Depois, pediu que ela ficasse cinco minutos quieta e deitada e que não contasse nada do ocorrido para ninguém, senão ele a mataria, além dos pais dela. Ele disse que sabia onde ela morava. Algumas pessoas noticiaram à Polícia que viram uma pessoa usando uma máscara naquele parque, mas não perceberam o estupro.
Foi criada uma comissão denominada „Lobo”, que contava com 10 policiais com experiência em delitos dessa natureza. O curioso era que nos dias anteriores dois filmes tinham aparecido na TV alemã com pessoas usando máscaras, o que poderia estar relacionado ao ocorrido. A Polícia se voltou para a população e pediu que a informasse sobre todo e qualquer detalhe relacionado ao caso. 60 pistas surgiram daí também, além do local do crime, onde foram coletadas outras pistas relacionadas ao caso. A Polícia trabalhou incansavelmente para encontrar o culpado.
Hoje, 28 de junho, o criminoso Christoph K. já foi detido! Ele foi identificado com 100% de certeza através de seu DNA, que por sua vez foi retirado das partes íntimas da menina. Ele é um pedófilo alemão, tem 43 anos e foi capturado dentro de seu trabalho. Ele é um estuprador que tinha saído de uma prisão psiquiátrica no final de 2018 e tinha sido condenado em 2010.
A questão principal é que se pode confiar na Polícia alemã. Policiais alemães são respeitados por sua simples presença, mesmo sem estar portando armas, só por causa do uniforme e de ser quem são. A população acredita que o policial está lá para mediar, servir, ajudar, proteger, cuidar, enfim acredita em todos os verbos que deveriam imediatamente surgir na mente de todo o ser humano quando se pensa em „Polícia”. Claro que a Alemanha tem poucos crimes, tem uma boa quantidade de policiais, que por sua vez têm tempo e recursos para se envolver com os acontecimentos, mas sem o apoio da população, a coisa seria totalmente diferente. Talvez a menina não tivesse tido coragem de confidenciar o acontecido para a sua mãe. Talvez a mãe, mesmo sabendo do que aconteceu, tivesse decidido não levar o caso à Polícia. Talvez 60 pessoas não tivessem ligado para a Polícia, passando as 60 pistas. Talvez esse caso não tivesse sido esclarecido e essa pessoa teria agredido muitas outras crianças, além das que ele já agrediu no passado… Agora, só espero que essa menina consiga transpor esse trauma, e que as crianças continuem a ir e vir no seu caminho para a escola como sempre!
Fontes: vários jornais e noticiários da Alemanha e da Suíça de 26 a 28 de junho de 2019. Foto: reportagem de 26 de junho de 2019 da Focus Online.
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