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A mais nova coletânea do Mulherio das Letras, que reúne reverências a mais de 50 mulheres brasileiras, deixou de ter um lançamento presencial por causa da pandemia, mas contou com três lançamentos virtuais. Participei de dois deles, um dentro da Flipoços, onde a querida Maria Valéria Rezende, nossa incentivadora do Mulherio, dividiu o palco com a Vanessa Ratton, e o lançamento que acaba de acontecer através da plataforma do Mulherio das Letras no YouTube, onde várias curadoras, dentre elas Lílian Rocha e eu, além de muitas escritoras, tiveram a oportunidade de participar e ler seus escritos.
Foi uma troca linda e importante, que deveria ser repetida com bastante frequência! Primeiro, porque a mulher esquecida na História, se chega a resgatar alguma visibilidade, ela tende a ficar restrita à sua região. Através de obras como esta coletânea, estamos dando espaço para que elas fiquem mais conhecidas nacional e internacionalmente. E segundo porque temos, através de obras como esta, a possibilidade de reverenciar mulheres que exercitaram ao longo de suas honradas vidas o dom da palavra, sendo lembradas, como também aquelas que ocupam atualmente o seu “lugar de fala” tão bem como Djamila Ribeiro, que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente na Feira Internacional de Livros de Frankfurt em 2018, e mulherageio nesta coletânea. Podemos e temos o dever de reverenciar mulheres que escreveram HERstory, como também aquelas que a estão escrevendo neste exato momento!
Salve, Djamila! Salve, Mulherio! Hoje, mais uma vez, colocamos a sororidade em prática!
Para quem quiser entender um pouco melhor a situação das mulheres no começo do século passado e aprender um pouco sobre o movimento sufragista na Inglaterra, indico o filme Suffragette, que está acessível na Netflix até o meio de dezembro próximo.
“O movimento sufragista representou também a primeira onda do feminismo. As mulheres que haviam estudado – em geral, filhas da classe burguesa – estavam reivindicando os direitos femininos à educação, ao trabalho em suas áreas de formação (vale lembrar que as mulheres pobres já trabalhavam nas indústrias e nas manufaturas há pelo menos 200 anos), ao divórcio e à participação política. O movimento sufragista foi o ápice dessa luta e, por isso, marcou a história do feminismo como o primeiro grande movimento pela luta contra o sexismo e a favor da igualdade de gênero.” Leia mais sobre o movimento aqui.
Amanhã haverá eleições no Brasil e como o eleitorado brasileiro significa 53% do total, fica fácil entender o poder que está nas mãos de mulheres. Elas podem exercer o direito de voto duramente conquistado ao longo da História, para ir eleger representantes que levem em conta causas que considerem mulheres, crianças e direitos iguais como salário igual para trabalho igual, direito à creche, políticas públicas que permitam a inclusão de mulheres na sociedade, dentre tantas causas de interesse da mulher, mas na realidade importantes para toda uma sociedade mais humana, solidária e inclusiva.
Hoje no meu curso de desenvolvimento pessoal discutimos sobre como podemos mostrar mais compaixão para conosco mesmos e como podemos simplificar nossas vidas. Uma das participantes comentou que estava escrevendo suas “10 regras para a vida”, sobre o que ela aprendeu sobre o que significa viver bem com o mundo e consigo mesma. Acertamos que iríamos todos praticar o mesmo exercício, cada um escreveria suas 10 regras e faremos uma troca sobre nossas ideias daqui a alguns dias. Acabo de escrever as minhas… será que alguém quer tentar descobrir quais são elas ou me dizer quais são as suas?!?
De qualquer maneira, ontem eu estava ouvindo rádio brasileira enquanto trabalha (Nova Brasil FM) e pensando em como viajamos a cada música que ouvimos, ainda mais quando estamos morando tão longe do nosso país de origem. O noticiário chegou e uma passagem dele me chamou a atenção: o eleitorado brasileiro está formado de 54% de mulheres e elas podem decidir as próximas eleições no domingo que vem! Podem votar em representantes que cuidarão de temas que lhes dizem respeito: saúde pública, creche, o cuidado com a população, leis que gerem inclusão na sociedade… Há 50 mulheres concorrendo para o posto de prefeitas no Brasil e elas parecem estar recebendo muitas ameaças. Uma pessoa discursou no Twitter, um homem, falando que isso era um absurdo, que não poderia acontecer e que era uma situação, segundo ele, “pior do que machismo”. Fiquei me perguntando se ele sabia o que era o machismo, pois a violência política cometida contra mulheres que procuram alcançar um posto público é UMA das várias expressões do machismo!…
Outra notícia que me marcou de ontem para hoje foi eu ter lido que a Meghan Markle acaba de perder um bebê (uma menina, que seria o segundo filho do casal) e dela ter escrito um texto muito bonito no The New York Times sobre o fato de todos saberem que perder um bebê é algo infelizmente muito comum, mas que pouc@s têm a coragem de tocar no assunto. Eu, da minha parte, vivenciei isto bem de perto vendo uma colega de trabalho perder um bebê, e já aprendi muito cedo que talvez 1/3 de todas as gestações não chegam ao final como desejado. A Meghan Merkle escreveu um texto muito bonito, dizendo que o mais importante é saber olhar para o lado e perguntar para alguém, mesmo um desconhecido, se ele está bem. Mostrar compaixão. Enxergá-lo verdadeiramente. Mostrar que ele é visto e seu valor é reconhecido. Gostei muito do texto dela!
No ritmo de Thanks Giving (Dia de Ação de Graças), com gratidão pelo dia de hoje, mesmo não estando nos EUA, agradeço hoje por todas as pessoas que já passaram na minha vida e me deixaram um ensinamento, uma nova maneira de ver a vida, um presente para meu coração. Uma dessas pessoas é a Tassi, cuja história eu contei na coletânea que irá ser lançada daqui a pouco pela Páginas Editora: Contos, Contas e Surtos de Pandemia. Tassi, muito obrigada por ter dividido comigo sua história de fé na vida, um verdadeiro milagre nesta pandemia, e por ter confiado em mim para contá-la para o mundo!
“Por acaso” hoje, Dia de Ação de Graças (pelo menos nos EUA), tem lançamento da obra que foi onde contei um milagre que aconteceu durante a quarentena. Vai ser hoje às 19h no Brasil, 23h na Alemanha, no site do Instagram da editora e livraria Páginas.
Vocês já chegaram à conclusão que seus armários estão cheios demais? Na realidade, precisamos só de algumas peças de roupa para sermos felizes! Kkkkkk…. Ainda mais porque todos temos aquelas peças de roupa que adoramos, e invariavelmente usamos. Não importa o que mais esteja dando sopa lá dentro do armário!… Lavamos, dobramos as peças… e as usamos de novo!
E os compromissos de quarentena, estando o dia inteiro em casa? Fiquei nos imaginando se nos filmássemos como em um jogo do SIMS. Levantamos e saímos do quarto pro banheiro, de lá vou pra sala ou pra cozinha trabalhar, quando me dá fome começo a fazer o almoço, quando quero dar uma descansada avanço no meu crochê, assisto um pouco de noticiário ou de Netflix na sala… Os gatos pedem para sair na varanda, abro a porta. Que frio! Mas olha, lá fora até que o dia está bonito, por alguns segundos o sol deu as caras. Tirei foto dele pra ele não achar que eu não o percebi hoje, tão sorrateiro! Do laptop do trabalho pulo para o meu laptop privado, passo para o encontro das primas, uma nos EUA, duas no Brasil e eu na Alemanha. Esta semana tive gravação de podcast, fui indicada para participar de uma entrevista sobre dicas de viagens para o canal Volta ao Mundo em 80 Fotos. Participei do quarto, já era tarde, a iluminação não deve ter ficado lá essas coisas!… Mas o bate papo foi legal! Depois tem mais! Tive a primeira aula de ioga com o meu grupo de sempre pelo Zoom, depois de ajudar a professora a colocar o sistema pra funcionar. Outro dia uma amiga de Frankfurt, a Silvana, me indicou uma aula de Zumba (Zuuuuummmm…. ba! Zumba no Zoom, como diz o meu marido) da qual acabo de participar. Que astral, heim Ana Paula Baiana! Pulando pra lá e pra cá com uma bandeira alemã e outra brasileira nas costas! Eu volto pra mais uma aula! E na semana que vem tem tarô, se eu gostar, indico aqui também!
Vocês notaram como nós seres humanos, e neste quesito acho que nós brasileiros damos exemplo de flexibilidade) somos rápidos para se adaptarem ao novo? De um segundo para o outro tudo continua no mundo virtual, só mudamos de cômodo e de vestimenta dentro de casa. Um ode à nossa flexibilidade!
Deixa eu ir que tenho encontro com meu grupo de crescimento pessoal, e depois vou continuar a última lida antes da impressão do meu novo livro, o HERstory – escreva a sua história! Continuamos escrevendo as nossas histórias, mesmo dentro das quatro paredes. E o fato de podermos respirar um ar sem medo, nos dá força para continuar e sorrir para a vida, para o momento presente. Um presente!
É muito curioso para mim pensar que estou fazendo amizade com a névoa depois de tanto tempo vivendo no exterior, e ainda mais bem no meio da pandemia!
Morar perto de um lago tão lindo tem seu lado menos atrativo e este sempre foi a névoa, na minha opinião. Ela chega de maneira inesperada no outono e se deita por todos os lados, se negando a deixar que se consiga ver algo mais do que 10 metros além do nosso nariz.
Nesta segunda onda da pandemia, expandi meus locais de trabalho da cozinha para um canto da sala, e de lá fico observando a vida passando pela minha janela, enquanto trabalho. Nunca tinha tido a oportunidade de trabalhar assim, e de passar tantos dias observando tudo de dentro das minhas quatro paredes, e tenho a dizer que só uma janela já faz uma grande diferença em uma pandemia!
Voltei a trabalhar só em casa desde o meio de outubro. Estava indo tudo muito bem, muito bom, mas os suíços parecem ter sido os últimos a terem se convencido como nação de que o uso da máscara era mesmo recomendável, e mal comecei a ver suíços as usando além de dentro do trem, e a pandemia estourou também por lá! Além desta aversão por controle individual, parece que o governo também deu uma ajudinha, permitindo que prostitutas trabalhassem, jovens fossem à discoteca, noivos fizessem festa de casamento com 200 pessoas e festas de mais de 500 pessoas acontecessem. O resultado veio do jeito que o bichinho (como chamo o coronavírus) mais gostou: ele tomou conta do pedaço e nos mandou de volta de onde tínhamos vindo, de volta pra casa.
Mas voltando ao assunto deste post, eu fiz amizade hoje com a névoa porque nunca tinha tido a oportunidade de observá-la como eu o fiz hoje. Saí para dar uma caminhada e apesar do restinho do sol, que se punha pouco depois das 4h da tarde, a névoa formou uma paisagem muito bonita no horizonte, e assim que o sol se despediu, ainda ajudou a colorir a a paisagem de forma bastante romântica. Observei a natureza se despedindo, as árvores perdendo as folhas, os girassóis todos secos, as poucas flores restantes, e entendi que tudo tem mesmo o seu tempo e tudo tem razão de ser, até a névoa.
Neste espírito de aceitação, comecei a tirar fotos de coisas que antes não tiraria, também dos girassóis secos e da transformação da natureza. Agradeci por tudo, também pelo menos belo, mas acima de tudo por poder respirar sem precisar de uma máscara (aqui não usamos máscaras para andar ou fazer esporte na natureza), pelo pôr do sol, pela paz daquele momento e por eu morar em um lugar que gosto tanto!
A onda de gratidão me remeteu ao final de semana, quando comemoramos os 25 anos da minha filha, acabei de preparar junto dela a capa para o lançamento do meu novo livro para o público feminino (HERstory – escreva a sua história!) e participei de forma virtual do lançamento da coletânea da Poesia ao Poder, da qual também fui curadora. Naquele dia, além do lançamento, ainda ganhei de presente o prefácio do meu novo livro escrito por uma mulher que me inspira e que eu venero de longe, a Maria Valéria Rezende. Mal tinha sentido meu coração quentinho ao ler suas linhas no prefácio que ela teve a gentileza de escrever para mim, num verdadeiro exercício de sororidade, quando abri o computador e dei de cara com ela e com a Vanessa Ratton no lançamento da nossa coletânea onde homegeamos mais de 50 mulheres brasileiras. No livro, eu “mulherageio” Djamila Ribeirio. Salve, Djamila!
Sentindo gratidão e em paz com todas as coisas, mesmo as menos agradáveis, como a nevoa, me despeço para voltar ao meu crochê, parceiro incansável em tempos pandêmicos.
E o que você tem feito para se sentir em paz e grat@ na pandemia?
P.S.1-Se tiver ficado curios@ com relação ao novo livro, o HERstory, ele será lançado no meio de dezembro, provavelmente no dia 15/12/20. Fique de olho, pois pode ser um bom presente de Natal para alguém que você ama, além de para você mesm@!
P.S.2-Segundo a contagem que acabei de ver, este é o meu post de número 1.200! Parabéns para este blog e para todos os leitores!
A segunda onda da pandemia na Alemanha, trouxe consigo muitos protestos e as eleições nos EUA, que pareciam intermináveis e certamente nos custaram muita energia! Além de termos presenciado a mudança de poder ocorrida por lá, ela representa uma mudança energética para o mundo, a meu ver. Não só da força democrática, diplomática e conciliadora que parece vir com o Biden, mas também do novo espaço que uma mulher negra como a Kamala Harris estará ocupando daqui a pouco como vice presidente dos EUA.
Tinha conseguido me distanciar da maioria dos sentimentos que me aterrorizaram e chegaram a deixar doente em outras ocasiões, e estava indo tudo muito bem até agora no finalzinho. Mas tudo terminou ótimo! Porque o sentimento que me invandiu foi de felicidade e orgulho alheio! O discurso de ontem da Kamala Harris, que só fui assistir agora há pouco, foi emocionante! Se ainda não viu o discurso dela, não sabe o que está perdendo! Recomendo por várias razões:
Devemos reconhecer de onde viemos, mas também reconhecer quem nos proporcionou chegar onde chegamos. E isto ela fez com maestria!
Ela é a primeira vice presidente mulher e negra dos EUA. Meu marido comentou que lá estão chegando onde a Alemanha chegou há 16 anos atrás, quando a Angela Merkel se tornou chanceler. As coisas não se desenvolvem de forma linear. E precisamos comemorar os avanços!
Certamente as mulheres reconheceram por lá a sua força eleitoral e foram às urnas para fazer uso dela e ajudar o partido democrático à vitória. Antes disso, muitas mulheres já não puderam exercer seu direito no passado e muitas delas talvez não reconheceram que poderiam ser agentes de mudança. Outra razão pra comemorar, pois só há 100 anos uma mulher pode votar nos EUA!
Como a própria Kamala disse, ela é a primeira mulher, mas não será a última nesta posição.
Achei muito lindo também quando ela agradeceu que a família Biden receba a partir de agora a família Harris. Como em um casamento! Mas na função de presidente e vice-presidente, trabalhando lado a lado em situações que certamente não serão das mais fáceis.
Há muito por fazer, mas agora a hora é de comemorar! Mesmo que ao ver tanta gente nas ruas dos EUA, e nem todos com máscaras, só pensava em aglomeração e no perigo da contaminação… que espero que não seja muito grande durante o dia de hoje. Os próximos dias nos mostrarão a realidade! Por ora, registro aqui o discurso da Kamala Harris:
RT @joaotweep: Querem uma história sobre coincidências da vida?🧵Pois bem, mês passado estive a trabalho em São Francisco, EUA, e na última… 1 month ago
RT @GuajajaraSonia: É muito triste saber que indígenas, sobretudo 570 crianças Yanomami, morreram de fome durante o último Governo. O Minis… 2 months ago
RT @CarloMasala1: Ich retweete mal, was ich gestern bei #Lanz zur Silversterdebatte gesagt habe. Da es etwas länger war, sind es zwei Clips… 2 months ago
RT @wenig_worte: Deutliche Worte des heiligen Zorns über diese unsägliche, pauschal Migranten verunglimpfende "Debatte" seit Silvester von… 2 months ago