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Quem tiver curiosidade de saber mais sobre a artista Isa Levy, que ajuda a embelezar a capa do meu livro HERstory com sua pintura intitulada “Ressurreição Feminina“, pode ler uma entrevista dela aqui e encontra seu livro na Amazon.
Definitivamente, a Isa é um dos melhores encontros que tive durante a pandemia!
Hermann Sernatinger (pseudônimo Herimann aus der Zelle), 1870-1950
Andando ontem com uma amiga pela cidade, achei uma placa que me chamou a atenção, que era para mostrar onde morou um padre, escritor e poeta alemão, o Hermann Sernatinger (1870-1950).
Chegando em casa, fiz a pesquisa do poema da placa, e descobri que ele não existe ainda na internet. Eis o poema, com a tradução para o português logo abaixo:
Dann kommt auch Sonnenlicht
Die Welt erscheint dir immer so
Wie deine Stimmung ist.
Sie ist dir sonnig, licht und froh,
wenn du selber heiter bist.
Ist deine Seele trüb und kühl,
Dann scheint’s die Weit dir auch.
Wär‘ sie gleich hell, für dein Gefühl
Ist sie voll Dunst und Rauch.
Drum, fällt vom Dach der stärkste Trauf,
Fehlt’s doch an Freude nicht.
Geh, heitre deine Seele auf,
Dann kommt auch Sonnenlicht.
Aus dem Gedichtband „Aus Dämmerstunden“ (1908)
-°-
Então chega a luz do sol
O mundo lhe parece
Como você se sente.
Ele é ensolarado, cheio de luz e feliz,
Quando você também se sente bem.
Se a sua alma estiver escurecida e fria,
O mundo lhe parecerá assim também.
Se ele ficasse claro logo, para o seu sentimento
Ele está cheio de neblina e fumaça.
Então, se cair do telhado uma gota forte
Não lhe faltará alegria.
Vá, anime sua alma (melhore seu humor)
Então a luz do sol vai chegar.
Do livro de poemas “Das horas do crepúsculo” (1908)
A pergunta mais frequente que ouvi nos últimos dias foi de amigos e familiares querendo saber como passei o Natal no meio da pandemia.
Minha resposta: com gratidão e junto do meu marido e meus dois filhos. Em 50 anos de vida nunca tinha tido que decidir o que cozinhar e como preparar a ceia de Natal. Até então, passei o Natal ou junto da família do meu marido, ou junto da minha família no Brasil. Sem saber o que cozinhar, perguntei para amigas que me deram uma sugestão simples e fantástica: raclette! Adicionamos a panela do fondue ao nosso aparelho de raclette e tivemos uma mesa farta, com muita variedade de carnes, legumes, queijos e molhos, acompanhados de um bom vinho. Depois de tantos anos desanimada para montar minha árvore de Natal, que é de plástico e esperava pacientemente por mim todos esses anos dentro de um saco no porão, arranquei-a de lá junto de várias outras decorações, e ao som de músicas de Natal montei uma pequena árvore, que continua incrivelmente de pé apesar de termos dois gatos em casa, Leo e Baloo, nossos melhores professores de pandemia.
Quanto menos temos o direito de fazer, mais cada mínima coisa vai ganhando mais significado e sentido. VESTIMOS roupas para a festa, ao invés de ficarmos todos de moleton, como em todos os outros dias da pandemia. Minha filha não mora conosco, então naturalmente ela chegou arrumadinha e eu já estava vestida para a festa, então os homens da casa seguiram nossa animação. Tiramos uma foto da família para registrar o momento, ao lado de nossa árvore recém montada, também para mostrar como o Daniel nos deixou para trás em altura com o passar dos anos, apesar de ser o mais jovem da casa. Eu sou agora a rapa do tacho! Colocamos todos os presentes sob a árvore, decoramos a mesa. Jantamos, brindamos o momento presente. Trocamos presentes, também os da minha irmã Renata, que tinham chegado no dia exato! Escrevi para cada um alguns agradecimentos com presentinhos pelo ano que se passou.
Estamos vivos!
Estamos saudáveis!
Todos os nossos familiares e amigos vivem!
Estamos juntos!
Podemos respirar sem dificuldade!
Comer sem importúnios!
Temos um teto sobre nossas cabeças!
Temos um emprego!
Meu marido e eu podemos trabalhar em casa!
Minha filha conseguiu o 1. emprego de sua vida na sua área de estudo!
Meu filho terminou super bem o ano e enfrentou muito bem a pandemia, com sua sabedoria que parece milenar!
Temos olhos para ver as maravilhas da natureza,
Mãos para praticar o bem,
Pés para nos levar além,
Boca para provar e falar coisas boas,
Ouvidos para escutar e refletir
Este foi definitivamente uma das melhores festas de Natal pela qual passei!
Gratidão!
Para o Ano Novo vamos fazer fondue de queijo. Já procurei a receita! Pra quem não gosta de queijo, outra ideia é fazer fondue de chocolate! Tim, tim!
Assisti a uma live neste instante que foi feita por uma colega de trabalho da Viviane do Amara Arronenzi, a juíza que foi morta recentemente pelo ex-marido às vésperas do Natal e perante as três filhas menores. Ela aconteceu entre a professora da Faculdade de Direito Debora Diniz e Adriana Ramos de Mello (Juíza, EMERJ), bem dentro dos assuntos discutidos no meu novo livro, HERstory – escreva a sua história!
Algumas questões centrais da live, em resumo:
O que é o feminicídio? É o desprezo à condição feminina, pois nele não basta matar, a vítima tem que ser mutilada e desfacelada. Sua beleza tem que ser destruída. Analisando casos de feminicídio ocorridos entre 2015 a 2019, percebe-se o requinte de crueldade, ódio, tortura pela raiva, jogo de poder, controle, dominação, desejo de ser o último a dizer um “não”.
A verdade é que no Brasil o término da relação é um momento crucial para um relacionamento e há uma ansiedade social de culpar a vítima.
O que se pode fazer para evitar um ato de feminicídio?
É necessário avaliar os riscos, não achar que isso só acontece com outros, lembrar que há o envolvimento emocional e o desejo de preservar a ligação do pai com os filhos, mas buscar preservar a própria vida.
É preciso retirar a atenção do agredido para o agressor, o machista que agiu de forma inesperada. O machismo é um sistema enraizado no Brasil e no mundo (Patriarcado, machismo, diferença de classes, patriarcado racista de classes).
Qual o diferencial entre um agressor contra mulheres e outros tipos de agressores?
O agressor de violência doméstica geralmente tem boa reputação, é bom vizinho, bom pai, bom funcionário, uma pessoa aparentemente doce, etc., e este é o diferencial do homicida, do ladrão, etc. O agressor mora dentro das quatro paredes da vítima.
Quais são os sinais de que a mulher está em uma relação abusiva?
A mulher geralmente para de procurar amigas, se isola da família, tem marcas no corpo, a mulher é minada pelo agressor e passa a ser uma presa fácil numa situação de vulnerabilidade, é manipulada por ele, seu corpo adoece através da violência psicológica, há uma fragilidade da alma, ressecamento da alma, a mulher vai se tornando uma vítima e presa fácil, isolada. A mulher não conta para ninguém por vergonha de se expor, de admitir que o maior perigo mora dentro de sua própria casa.
Por que mulheres com maior escolaridade tendem a se isolar e não buscar ajuda?
Mulheres com escolaridade mais alta geralmente têm mais vergonha de procurar ajuda, têm maior vergonha da sociedade, maior medo e maior probabilidade de desistir do registro policial (sofrimento por não ser um crime comum, por ser contra a pessoa com quem você divide a vida e os filhos, necessidade de exposição de intimidades).
Por que a mulher precisa lidar com esses temas e não os homens, os atores das mortes praticadas dentro do feminicídio?
A mulher precisa lidar com esses temas porque geralmente ela é a silenciada na sociedade, ela é que não tem o lugar de fala, lhe falta a voz para falar. Devemos dizer sempre: “Eu não me calo!”
É uma luta das mulheres mas deveria ser uma luta da sociedade como um todo! Os homens precisam também refletir e mudar ao lado das mulheres. Há muitos movimentos atuais, também de homens, para chegar a esta mudança cultural e da sociedade como um todo.
Temos que transformar o que está errado, prestar um tributo às que morreram, fazer um exercício de poder, o silêncio não é a opção.
Por que não valeria a pena simplesmente optar por leis mais rígidas e penas mais severas?
O Direito é masculino, ele foi feito por homens para defender homens, portanto não mudaremos o Brasil através de leis mais duras. Precisamos alterar o sistema educacional, para que a sociedade entenda que homens e mulheres têm os mesmos direitos e devem ter as mesmas oportunidades.
O sistema penal brasileiro é opressor, desigual e seletivo!
O patriarcado nos leva a buscar respostas na agredida, e não no agressor…
Quais são as esperanças?
Sororidade, apoio entre mulheres, estar atentas aos sinais, apoio de homens esclarecidos, discussão e debate na sociedade. Dar consciência às mulheres como agentes de educação de meninos e meninas. Transformação da sociedade buscando reflexão pela paz e pela igualdade de gênero, pois ninguém é dono de ninguém.
Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência, onde quer que seja que ela viva e em todo e qualquer espaço. Nós somos donas dos nossos corpos e de nossas vidas. Não podemos aceitar dominação! Devemos buscar viver em paz e com autonomia, com respeito e dignidade. A violência contra a mulher no Brasil ainda é uma pauta pendente, devemos poder querer viver com cidadania!
A lei Maria da Penha vale para todas as mulheres. Em uma situação de urgência, chame o 190, a Polícia Militar!
Segundo uma reportagem do G1, a cada 2 segundos no Brasil pelo menos 20 mulheres estão sendo espancadas. Aconteceram mais de 300 casos de feminicídio nos últimos 4 anos no Rio de Janeiro. O fato é que o Brasil sofre de um problema generalizado, enraizado no cerne de sua cultura e de sua sociedade, que precisa parar já. NUNCA mais a alegação de legítima defesa da honra, lei de 1940, deveria poder ser usada para evidenciar que no Brasil a vida de um homem tem mais valor do que a de uma mulher, simplesmente porque NÃO tem. Todas as vidas têm valor de forma igual. Somos todos merecedores de viver, independente da condição de como viemos ao mundo.
Segundo um estudo do Núcleo de Pesquisa de Gênero, Raça e Etnia da Escola de Magistratura do RJ, 94% dos casos de feminicídio surgem do fato de que o homem sente ciúme, não se conforma com o fim de um relacionamento, por medo de traição e por não aceitar uma relação de sua ex-parceira com outra pessoa, como se ela fosse sua posse ou um objeto que não pode mudar de mãos. Como se ela tivesse um dono e não fosse responsável por sua própria vida e por suas decisões. E como se tivesse menos valor numa sociedade machista que tenta muitas vezes fazer ficar difícil que a mulher enxergue seu próprio valor.
No RJ, seguindo a tendência geral, em 80% dos casos o agressor é o marido ou o ex-marido e em 90% dos casos o agressor morava com a vítima. Acreditem ou não, mas 74% das mulheres mortas no RJ eram mães, assim como a juíza Viviane Arronenzi que foi morta com 16 facadas no meio da rua pelo ex-marido, na frente de suas três filhas comuns, que têm entre 7 e 9 anos de idade. Leia mais sobre este caso, ocorrido às vésperas do Natal de 2020, aqui.
Mulheres, é necessário buscar ajuda logo no primeiro sinal de agressão, porque qualquer agressão é inaceitável! Precisamos saber identificar agressões (não só as físicas, evidentes) e não acreditar que podemos mudar alguém e dar ou aceitar desculpas para aquilo que não pode ser tolerado! O feminicídio é lamentável e pode ser evitado, porque na maioria das vezes ele é construído no dia a dia de um casal. Um dos objetivos do meu novo livro HERstory, assim como o das redes de apoio que existem para defender a vida da mulher, é o de levantar a bandeira da sororidade e de funcionar como mãos que se juntam para garantir uma questão simples: fortalecer a mulher para que ela reconheça o direito de fazer o que quiser e ser quem ela bem entender ser.
Todas as mulheres importam, todas as vidas importam. Há 5 mil anos atrás já vivemos em sociedades mais equalitárias, e voltar a viver em sociedade sendo parceiros um do outro, apoiando e dando as mãos uns aos outros é possível. Basta querer. O filho que vê o pai agredindo a mãe não deve se calar. O vizinho que ouve algo não deve se calar. Temos que enfiar mesmo a colher de pau. Tratam-se de vidas que podem ser salvas e atitudes que podem ser mudadas para o bem da sociedade brasileira, para mudar uma cultura machista que já deveria ter ficado para trás na história.
Agora, segure o fôlego para assistir algumas cenas fortes. Uma forma de conscientização é a de se expor à realidade e não ficar tampando o sol com a peneira. O Brasil é um país perigoso para a maioria das mulheres que habitam nele – e elas têm o direito de ir e vir assim como todo e qualquer cidadão do país.
Na minha opinião, os casos de feminicídio ao longo dos últimos anos dentro do Brasil deveriam ser contados e divulgados a nível nacional, para aumentar a conscientização do fato de que a sociedade brasileira tem que colocar um fim à violência exacerbada contra a mulher. Isso a meu ver é cultural e está enraizado na sociedade brasileira machista que precisa urgentemente mudar, porque toda vida importa, a minha e a sua também!
Veja uma lista aqui de onde mulheres vítimas de violência doméstica podem buscar ajuda no RJ.
P.S. – Nota de 27/12/20: Estou perplexa! Foram pelo menos 6 casos de feminicídio durante o Natal no Brasil e a desculpa é que o homem não pode ser contrariado??? Que tal criarem um banco de dados nacional de casos de feminicídio para que seja compreendida a gravidade da situação??? Leia mais sobre os 6 casos aqui.
– Por que a Alemanha teria tomado a decisão de vacinar todos os habitantes acima de 80 anos e toda a classe médica em uma primeira fase de vacinação se não tivesse a expectativa de que a vacina é o melhor meio de combate contra o coronavírus?
– Se já existissem remédios ou vitaminas de fácil acesso e baratos no combate contra o COVID, por que a Alemanha e todos os países da Comunidade Européia teriam tomado a decisão de instalar um lockdown que os estão levando a enfrentar a maior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial?
– Por que a Ivermectina continua sendo indicada no Brasil como remédio paliativo contra o coronavírus, sendo que foi proibida para tal uso no meio de 2020 na Europa e não tem mais patente? Que laboratório teria sido louco de colocar a fórmula de sua suposta galinha dos ovos de ouro acessível na internet para qualquer um?
– Uma vacina não é só um ato de cuidado para com você, mas para a comunidade onde está inserido. Quantas doenças você já deixou de ter na sua vida graças às vacinas desenvolvidas ao longo de várias décadas de pesquisa, como p.ex. difteria, poliomielite, coqueluche, varíola, etc.?
– Todos os insumos farmacêuticos usados na produção de remédios e vacinas na atualidade vêm ou da Índia ou da China. Você vai deixar de se medicar por causa disso?
– Se você ficar doente irá querer ser tratado por um médico ou por um político? A prevenção é melhor do que a cura! Isso porque o coronavírus é visto por alguns médicos como muitíssimo mais agressivo do que o vírus da gripe, pelo fato dele conseguir atacar vários órgãos no corpo como o coração e o cérebro, por exemplo. As sequelas podem ser terríveis, mesmo no caso de pessoas jovens e saudáveis.
Cresci ouvindo muitos provérbios, fruto da sabedoria popular que também era repassado no dia a dia de convivência da minha família, um deles era o “sua alma, sua palma”, que está ligado ao conceito de desobediência e consequência. Ele é usado quando alguém quer avisar a outra pessoa que se ela fizer algo errado, sofrerá as consequências.
Pois bem, penso que esse provérbio seja perfeito para o momento atual em que estamos inseridos, onde parece que estamos lutando com duas epidemias ao mesmo tempo: a do coronavírus e a da desinformação.
Tão próximos do início de uma vacinação em massa, que não irá nos proporcionar a volta à vida normal de antes da pandemia, mas irá pelo menos salvar muitas vidas, vejo o mundo discutindo, tanto quem sabe algo de medicina quanto quem sabe pouco ou nada, sobre a decisão de tomar ou não tomar a vacina, se ela é ou não confiável e a criatividade e a maldade daqueles que espalham fake news parece ter chegado ao nível máximo – ou pelo menos eu espero que este seja o caso!…
Sua alma, sua palma. Leia fontes confiáveis. Não repasse informações antes de checar sua vericidade. Reflita e pergunte para quem entende do assunto. Busque várias fontes antagônicas, forme sua opinião. Tente aprender um pouco mais sobre a história das pandemias e da produção de vacinas ao longo da História. Tome sua decisão e viva com ela. Mas, por favor, se não tiver base científica e não entender muito bem do que está falando, faça um favor à humanidade e aos seus semelhantes: guarde sua opinião para você! Você estará salvando vidas! Pois, se decidir não tomar a vacina e correr o risco de adquirir a doença e sofrer sequelas do COVID, algumas delas para sempre, pelo menos não terá o peso de consciência de ter influenciado outras pessoas a seguirem o seu caminho.
No Brasil, a desinformação pode matar mais do que o coronavírus!
Alguns dos muitos artigos que andei lendo nos últimos dias:
Para quem quer ver ou rever o evento do lançamento do meu novo livro HERstory – escreva a sua história!… é só visitar o canal do YouTube da Páginas Editora:
Perdeu o lançamento do meu novo livro? Pode revê-lo no YouTube!
E depois dar uma passadinha na editora Páginas para comprar o seu livro e fazer suas reflexões pessoais. Não se esqueça de me enviar uma foto sua com o livro e publicá-la nas suas mídias sociais com o hashtag #HERstory. Mandando pra mim eu republico também! 😊
Vamos escrever nossas histórias, com gentileza, coragem e sororidade! 💞
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