Brasil Alemanha Estudar e Trabalhar na Alemanha Viver como brasileira na Alemanha mulher mineira mineirinha Beagá Belo Horizonte no exterior expatriada emigrante imigrante estrangeira
Que isto sirva de um grandeALERTAparaTODOS OS BRASILEIROS,VOTAR CERTOé questão de VIDA ou morte Lembrem-se: votar é um ato democrático e votar bem ajuda, em muito! Li o texto abaixo pro meu marido (distribuído dentro da onda dos fake news no Brasil), que não contém NENHUMA parte verdadeira a não ser o vídeo da BBC que o acompanha, e ele comentou que 6 mil alemães em uma população de mais de 80 milhões não dá nem pra fazer com que a Alemanha perceba que esses se foram…
Segue o texto para o seu espanto:
Mais de 6 mil alemães fugindo do socialismo na Alemanha 🇩🇪, indo para o Paraguai!!🇵🇾. Embora a repórter seja tipicamente tendenciosa como de praxe da BBC,este documentário é excelente, mostra uma realidade que não ouvimos na mídia. MILHARES dealemães fugindo para o Paraguai para de 2020 para cá,deixando o conforto de um dos países mais ricos e modernos do mundo, largando suas vidas e mudando-se com suas famílias para o interior do Paraguai. O motivo??? LIBERDADE! ⚫ A perseguição sanitária implementada desde o advento do covid; ⚫ A invasão de imigrantes muçulmanos, que em sua maioria, desrespeitam às crenças e regras do povo alemão; ⚫ As medidas DITATORIAIS por parte dos governantes cada vez mais intensas desrespeitando as liberdades individuais dos alemães; ⚫ E, o aumento desenfreado da violência às mulheres alemãs como estupros praticados por imigrantes e as invasões às propriedades rurais dos alemães sem qualquer punição e combate. São alguns dos principais motivos pelos quais os alemães, de todas as idades, estão deixando seus empregos e vidas em seu país e começando do ZERO na América do Sul. Que isto sirva de um grandeALERTAparaTODOS OS BRASILEIROS,VOTAR CERTOé questão de VIDA ou morte,para que num futuro próximo não estejamos na mesma situação que os alemães,o mundo está caminhando mal e nós somos privilegiados em ter um Presidente chamado Jair Messias Bolsonaro cuidando do nosso Brasil?
Pronto, o texto doido chegou finalmente ao final!… A usina de fake news do Brasil, fruto do desgoverno atual, é uma piada!…
Hoje num grupo de WhatsApp um amigo disse que já disse “eu kommo” (já venho) pensando em alemão.
Mas todos nós falamos coisas estranhas, tipo “estou no balcão“ ao invés de varanda, quero cortar meu cabelo “em estufas“ ao invés de repicado, “demonstração“ ao invés de manifestação e por aí vai. 😅
E você, o que já falou de muito esquisito misturando idiomas?
Já estamos metidos nesta lenga-lenga há dois anos, e a capacidade comercial e mercantilista do ser humano o fez capaz de criar máscaras de luxo, perceber que oferecer testes de COVID dá dinheiro… O ser humano capitalista sempre acha um novo método de como fazer dinheiro.
Enquanto isso, as tragédias não querem cessar, enquanto a natureza continua avisando que a estamos destruindo e ela joga fogo, ar (ventos fortes, furacões), água, todos os elementos nos são devolvidos, um após o outro, para que talvez consigamos perceber que CHEGA, que temos que implementar medidas imediatas para nos salvar, para salvar nosso planeta, se quisermos que ele continue a ser a casa das próximas gerações.
A mesquinhez do ser humano potente e louco pelo poder não deixa por menos e coloca o mundo mais uma vez à beira de uma guerra imbecil, inútil, desnecessária. Cá estamos nós, em pleno fevereiro de 2022, como se nunca tivéssemos passado por tanta tragédia, discutindo sai dia, entra dia, sobre o perigo eminente de uma guerra entre o ocidente e a Rússia ante uma possível invasão da Ucrânia. Me poupem, eu quero descer!… Por outro lado, vemos a mesquinhez individual correr também solta nos exemplos do Tinder Swindler e da Anna russo-alemã que passou a perna em toda a high society de Manhattan enquanto eles tinham como objetivo mera e simplesmente aumentar sua própria riqueza e campo de influência.
Mas enquanto tudo parece mais o fim de um mundo que talvez não nos mereça, eu busco luz. Luz nos encontros possíveis do dia a dia. Luz nas trocas dignas de irmãs que vêem o massacre nu e cru de um Brasil machista e desigual, mas não o aceitam. Mesmo tendo ficado boquiaberta com um estudo da Universidade de Brasília sobre grupos masculinos durante a pandemia, sobre quais mensagens muitos homens brasileiros trocaram durante meses na pandemia, eu passo pela nojeira do artigo, ainda que necessário, e me vejo discutindo com mulheres que querem crescer e ajudar outras a crescer, a ocupar seus espaços, a se abraçar enquanto pessoas, com todas as suas partes e verdades que elas levam consigo: gorduras, rugas, cabelos brancos, celulites, tudo e mais um pouco com o que elas se preocupam, levando em conta também que muitas outras estão lutando lutas bem mais duras como a da pobreza, da doença, da saúde física e mental debilitadas. Elas buscam por qualidade de vida, e se voltam para si – interessante quando vejo em um grupo de homens o movimento inverso, que não se voltam para si, mas contra as mulheres. Parece que ainda vale a pena atacá-las, então?
Parece que sim, vale sim. Ainda que cumpramos muito mal o nosso papel de nos representar, de nos solidarizar, de manter nossa bandeira bem no alto, mas ainda assim incomodamos, ainda mais durante a pandemia. Mesmo que durante a pandemia tenhamos conseguido dar muitos passos para trás, porque a pobreza da mulher aumentou, muitas mulheres estão pedindo para reduzir seu horário de trabalho para dar conta dos afazeres pandêmicos que incluem casa e filhos estudando em casa, e enquanto muitas meninas não voltam para as escolas simplesmente porque enquanto estavam em casa durante a pandemia foram casadas por seus pais, e agora se ausentarão para sempre das aulas. Tarde demais para elas, infelizmente.
No meio desta lama, continuamente à procura de luz, eis que anuncio três ou quatro possibilidades encontradas com muita dificuldade durante a pandemia, umas por acaso, outras fruto de muita pesquisa e planejamento, outras por investimento puro e simples, o de respirar e fechar os olhos. Vejamos:
Fechar os olhos, respirar e buscar o meu mundo interior foi uma das melhores atividades até agora durante a pandemia. Ainda que eu reconheça que o simples ato descrito anteriormente nem sempre – ou quase nunca – faça com que eu consiga visitar meu mundo interior, pelo menos – e que maravilha poder dizer isso! – agora eu tenho um, só meu. Lá sempre faz sol! Já o visitei com riqueza de detalhes. Mas continuo explorando, sempre quando minha inquietude deixa.
Viajar nunca foi tão essencial quanto é agora. Dar aos olhos o presente de ver coisas diferentes, respirar outros ares e encher a memória de outra coisa que não seja os detalhes das nossas quatro paredes se tornou algo essencial, ainda que muito mais caro, capitalismo, pandemia e inflação que o diga! Ainda assim, repito. Essencial!
Ter fé também é imperativo. Tento intercalar a avalanche de notícias ruins com coisas, conversas, exemplos, livros bons! Um deles, indico em alto e bom som, o documentário 2040 na Netflix. Que todos, principalmente os mais jovens o vejam, pois o mundo precisa de mais fé e esperança, não só no que pode vir, mas acima de tudo naquilo que já existe e está sendo feito HOJE de bom no mundo.
Completando um ano de lançamento do meu último livro, o HERstory, continuo na reflexão de como nós mulheres não conhecemos a nossa própria HERstória, como muitas de nós tem vergonha de dizer que sim, somos feministas, não porque somos contra os homens, mas sim porque queremos andar lado a lado com eles na construção de um muito mais justo, solidário e igualitário para ambos. Neste sentido, indico um documentário que acabei de achar por acaso também no Netflix, durante o qual aprendi muito e, munida do gás que ele me deu, escrevi estas linhas – deixei passar muito tempo sem escrever!… Se você, homem ou mulher, jovem ou velho, não importa quem seja, se estiver com tempo e não tiver nada urgente para fazer na próxima hora que segue, sugiro: largue tudo, aperte o botão e assista este documentário histórico das lutas femininas que é o Feministinnen: was haben sie sich gedacht? (Feministas: o que elas estavam pensando?). Da cineasta independente americana Johanna Demetrakas. O documentário é de 2018, mas é como se tivesse sido feito ontem. No meio do documentário aliás uma mulher se pergunta por que ainda tem que ir às ruas para protestar pelas mesmas coisas sobre as quais já tinha protestado há anos junto de sua mãe.
A lista poderia ser interminável e é por isso que eu peço as suas dicas para se manter lúcido e vivo. Obrigada pelos comentários!
P.S.-Se houver algo que você goste muito de fazer como no meu caso com relação à escrita, não fique meses a fio sem praticar. Isso desconecta neurônios… Passei pelo menos o mesmo tempo escrevendo quanto procurando uma maneira de acessar meu blog. Enfim…
Desta vez a opinião é sobre o meu “clássico”, o primeiro livro, homônimo desde blog, o Mineirinha n’Alemanha:
“Terminei seu livro e gostei muito! Pena que não li antes de vir pra Alemanha; teria me poupado muitos perrengues! 😊
Seu livro é muito interessante e muito informativo também! Compartilhamos muitas experiências, mas com pontos de vista diferentes! Muitos legal ver isso!
Realmente o seu é um livro necessário, de utilidade pública!”
Pra quem tiver ficado curioso, ainda tenho alguns poucos volumes restantes! Vindo de mim, chega com autógrafo! 😉 O livro também está disponível como e-book nos sites da Amazon de todo o mundo!
Saiu uma reportagem sobre esta pergunta e sobre os meus escritos no blog Tabacaria. Muito obrigada pelo convite, Sidnei! A publicação veio com dois presentes:
– o Sidnei incluiu uma pintura de Van Gogh pra ilustrar meu texto, e “por acaso” adoro este pintor!
– o dia da publicação, 12/02, é o dia do aniversário de uma pessoa especial, meu irmão!
Se você também gosta de escrever e ler, pode ser que fique curioso com as razões que me levaram às duas atividades. Se não gosta, talvez encontre algum argumento bom por lá!
Continuo intrigada com a pergunta do meu poema de ontem sobre a reação masculina (de certa parte dos homens) com relação à mulher. Ela naturalmente não está só limitada às mídias sociais, este sentimento de desprezo e superioridade com relação às mulheres acontece muitas vezes dentro e fora da vida real.
Fiquei lembrando daquelas mil piadinhas sem graça que costumava ouvir durante a infância e a adolescência, que invariavelmente falavam mal de grupos considerados mais fracos como o das mulheres, e refletindo que muitas de nós aceita e deixa passar muita coisa porque não temos consciência da violência e do ataque, da verdadeira mensagem que está por trás da piada. E assim, aceitando uma piadinha aqui, outra piadinha ali, nossa consciência vai sendo formada ou até moldada.
Lendo sobre o chauvinismo, aprendi que ele surgiu na segunda metade do século XVIII, deriva de um soldado de Napoleão (Nicolas Chauvin) que demonstrou grande patriotismo, teve o sentido da palavra deturpado ao longo do tempo e pode ter hoje em dia, em resumo, os seguintes significados:
Opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva em favor de um país, grupo ou ideia;
Rejeição radical a contrários, desprezo às minorias, entusiasmo excessivo pelo que é nacional, e menosprezo sistemático pelo que é estrangeiro;
Chauvinismo masculino: denegrir, desprestigiar e paternalizar um determinado gênero por considerá-lo inferior ao outro, e, portanto, merecedor de um tratamento ou benefício inferior à igualdade
E a reação da mulher contra o ataque vindo do sexo oposto, qual deve ser, ou qual é? A comediante e escritora americana Ilana Glazer, que diz ter se tornado feminista nos anos 70 por não concordar com o chauvinismo masculino, pontua acertadamente que a melhoria das condições de vida das mulheres não pode e não deve significar algo negativo para os homens, mesmo que este desequilíbrio entre os gêneros já estivesse passando da hora de ser tratado. A resposta para o chauvinismo masculino não pode ser que estejamos contra os homens, mas deve estar baseada no respeito mútuo e no tratamento justo (equidade). Temos todos que ir juntos na construção de um mundo novo, que talvez desponte na era pós-pandemia, quem sabe… A esperança é a última que morre!
Pode achar estranho a princípio, mas a meu ver um mundo “ideal” poderia ser um onde existisse um alto nível de altruísmo, e onde as pessoas fizessem o máximo para alcançar, ao mesmo tempo, sua felicidade máxima individual.
E querer melhorar o mundo, sendo altruísta, pode ser egoísta ao mesmo tempo? A resposta é sim, pois quanto melhor os outros estiverem, melhor tenderemos a nos sentir. Se queremos buscar respostas para problemas comuns, vivendo em uma sociedade que tem maior capacidade de inovação, teremos mais recursos para tanto. Um exemplo imediato seria a crise atual do coronavírus, no caso da busca de vacinas e medicamentos. A busca por objetivos comuns se torna mais fácil se há mais pesquisadores trabalhando em conjunto, se há maior condição de desenvolvimento e teste de novos atenuantes para a pandemia. Isso explica até porque as vacinas puderam ser desenvolvidas em um prazo recorde de tempo: temos cooperação internacional, altos investimentos, alta demanda e muitos casos nos quais as vacinas estão podendo ser testadas com grande agilidade. Recomendo muito que assistam o vídeo abaixo que sustenta essas ideias:
Em um mundo positivo, quanto melhor as outras pessoas estiverem, melhor você mesmo estará. Há um ganho visível para todos quando mais pessoas tiverem acesso à educação, inovação e prosperidade.
O filósofo Ayn Rand, dentre tantos outros que tocou neste assunto, defendeu a ideia de que a única maneira de garantir a liberdade vivendo em sociedade é através do egoísmo ético, onde cada um procura agir segundo seus interesses individuais.
Cuidar bem de si, o que poderia ser visto como um ato egoísta mas na realidade é um ato de auto-compaixão, ao mesmo tempo em que cuidamos bem do outro também, é o que poderia ser denominado um egoísmo ético universal, pode fazer com que o mundo melhore para todos, pois afinal, estamos todos interligados, respiramos o mesmo ar e até agora ainda habitamos o mesmo planeta.
Independente do que cada um de nós acredita, se pensarmos em todos os tipos de religião, que afinal de contas são várias maneiras de tentar explicar a realidade invisível, vemos que a essência de todas elas busca o mesmo fim, tratar o outro como gostaríamos de ser tratados, amar e ser amado. Achei este artigo com um gráfico muito bom, na minha opinião, apresentando a essência de varias religiões.
E para fechar esta linha de pensamento do bem, como que “por acaso” acaba de cair nas minhas mãos este artigo afirmando que fazer o bem melhora sua genética e sua saúde. E já que chegamos ao fim da “volta ao mundo” no universo do pensamento, que invariavelmente chega aos assuntos relacionamento, tempo ou pandemia no meu grupo de desenvolvimento pessoal, aproveito para fechar com o melhor vídeo que já vi até agora explicando como o coronavírus atua quando entra no corpo de um ser humano. Vale a pena se informar! Nos comentários do YouTube alguém disse que aprendeu mais com este vídeo do que com todos os artigos e reportagens que já tinha lido e visto até o momento.
Boa semana para todos e se tiver mais alguma ideia sobre o assunto proposto, aguardo um comentário!
Como pode imaginar, muito do que toquei acima faz parte do meu novo livro, o HERstory – escreva a sua história! Para ver onde adquirir, visite a seção “Os livros e onde comprar“. Opiniões de leitores sobre o livro? Leia aqui.
O YouTube só serve pra perder-se tempo, certo? Bom, depende do que você fica fazendo quando se perde por lá. Meu filho descobriu um canal no YouTube que é tudo de bom! Ele é feito pela universidade de Munique, é bem didático e aumenta muito, muito os seus conhecimentos! Um exemplo? Dê uma olhada nesse aqui.
Estou fazendo questão de traduzir essa carta que foi colocada em um prédio em Norwich, a 160 Km de Londres, para deixar aqui registrado um exemplo do que o medo irracional, uma visão muito curta da vida e do mundo e um amontoado de preconceito podem fazer com uma pessoa… E dá pra imaginar o que acontece quando essa pessoa se junta a outras e juntas elas viram um grupo na sociedade, né? Infelizmente, o mundo está cheio desses grupos por aí!…
Eis aqui a carta que quero guardar para a posteridade, também em português:
Happy Brexit Day – Feliz Dia do Brexit
Já que finalmente tomamos nosso país maravilhoso de volta pra nós, sentimos que há uma regra que deve ser dita em alto e bom som para os residentes da Torre de Winchester.
Não toleramos pessoas falando outros idiomas diferentes do inglês nos apartamentos.
Agora que somos nosso país de novo, o inglês da rainha é o idioma falado aqui.
Se você quer falar outro idioma que seja a língua pátria do país de onde você veio, sugerimos que você volte para aquele lugar e retorne o apartamento para a prefeitura para que ingleses morem aqui e voltaremos ao que era normalidade antes de você ter infectado essa ilha que um dia foi uma grande ilha.
É uma opção muito simples: siga a regra da maioridade ou nos deixe.
Não lhe restará muito tempo até que o nosso governo implemente regras que vão colocar o povo inglês à frente. Então é melhor que você se desenvolva, ou deixe-nos.
Que Deus salve a rainha, seu governo e toda a verdade.
°°°
A parte melhor ficou com alguém que corrigiu o texto acima, que estava cheio de erros de inglês, e pediu pra pessoa explicar direito de que forma exatamente a Inglaterra estava sendo infectada por estrangeiros. Além disso, a pessoa pontuou, acertadamente: „Quem é você que assina como a maioria e como “nós”, mas não coloca o seu nome no final da carta? Onde estão os seus dados para contato?
Fiquei sabendo dessa resposta graças à Ute Ritter. Obrigada, Ute!
Fontes: aqui o artigo com a carta original e aqui o artigo com a resposta à carta original.
Depois de lançar meu terceiro livro, percebi que muitas pessoas pensavam que aquele era minha segunda obra. Assim, entendi que fiz muito pouca propaganda do segundo livro, que também tem uma temática super importante, que é a da (re)descoberta da vocação e reflexão sobre o espaço da mulher na sociedade, livro este escrito para o público feminino.
Na época em que escrevi o livro “(Re)descobrindo quem é você – guia feminino da (re)descoberta da sua vocação” (disponível na página da Amazon de vários países), estava lendo muito e me informando bastante sobre o papel da mulher na sociedade, no campo do trabalho, no mundo. Estava entendendo o quanto já conquistamos mas também o quanto ainda temos para conquistar, o quanto o mundo ainda é desigual no campo do gênero e o quanto é importante que a mulher procure sim crescer como pessoa, mãe e esposa, e que, na medida do possível, ela deve também procurar buscar crescer como profissional. Vi como é importante entender o feminismo como busca de parceria entre os sexos, mas também de saber se dar valor enquanto mulher, como por exemplo em busca de um lugar ao sol independente, enquanto indivíduos pensante que somos.
Tinha também vivido uma experiência de uma funcionária da empresa onde eu trabalhava, que perdeu o marido inesperadamente, bem antes dele atingir a idade da aposentadoria. A vi passando por dificuldades de conseguir continuar levando a vida sem a garantia financeira que o marido lhe proporcionava, e vi como um projeto de vida pensado a dois pode desmoronar, mesmo sem a ajuda de uma das partes. Isso muito além de todas as intempéries que já tinha visto e conhecido na própria pele. E estava também reflexiva com relação a tantos relacionamentos abusivos, tantos relacionamentos onde a mulher não quer ficar, mas também não tem para onde ir, porque depende na área financeira, emocional e praticamente em tudo do marido. Tenho para mim que a independência financeira é a porta para a liberdade pessoal.
Um pouco mais sobre o livro:
Este livro é para mulheres, principalmente aquelas em busca delas mesmas e de uma ocupação profissional que faça a diferença em suas vidas.
Simples, concisa, de leitura rápida, mas intensa, o objetivo da obra é que a leitora faça um mergulho profundo dentro de si mesma, voltando à superfície com reflexões importantes para sua vida.
A ideia do livro surgiu da minha experiência de expatriada, vez que já acompanhei vários casos de mulheres que tiveram que se reinventar profissionalmente no exterior, muitas vezes por estarem impossibilitadas de seguir o caminho profissional de seus países de origem. O livro também serve de termômetro para quem está entre uma e outra fase da vida, para se repensar, se recalibrar, e continuar seu caminho, onde quer que ela esteja no mundo. O meu desejo é que possa contribuir na caminhada dessas mulheres para se tornarem quem são de verdade.
Sobre a autora:
Sandra Santos nasceu em 1970, é mineira de Belo Horizonte-MG e mora na Alemanha desde 1993. Desde então já trabalhou em diversas empresas de médio e grande porte na Alemanha e na Suíça, entre 2005-18 na área de Recursos Humanos. Ela também é Business Coach, consultora, escritora, blogueira e fundadora da Connex Consulting. Em 2008, ela lançou seu primeiro livro, o Mineirinha n’Alemanha. Em 2017, veio o “(Re)descobrindo quem é você” e em 2019 o livro de “Poesias da Mineirinha n’Alemanha”.
“Minha realização é trabalhar como uma ponte, unindo e intermediando pessoas, culturas e informações. Meu objetivo maior é contribuir para soluções do tipo win-win, onde ambas as partes saem ganhando”.
Tinha muito
tempo que não conversavam comigo daquele jeito. A primeira vez tinha sido nos
meus primeiros anos de Alemanha, quando uma vizinha desceu pra avisar que iria
fazer esporte no apartamento acima do meu e que ela esperava que não fosse incomodar.
Gentil, se não tivesse sido o fato dela usar, literalmente, caras e bocas, isto
é, muitos gestos e um alemão bem quebrado pra se comunicar comigo. Fiquei
estupefata e não consegui reagir.
A segunda vez foi quando eu estava numa feira pública em busca de Schalotte, um tipo especial de cebola que eu nunca tinha visto antes. Perguntei pra feirista se aquele era o tipo de cebola que eu buscava e ela começou a responder algo como „não, isso não ser Schalotte, isso ser…“ ao que eu respondi que ela podia conversar normalmente comigo, porque a entendia perfeitamente, mas só não conhecia o tipo de cebola que estava buscando… Desta vez, quem ficou estupefata foi ela.
Os anos se
passaram e depois de mais de 26 anos de Alemanha, essas lembranças ficaram
presas ao passado.
Eis que
hoje de manhã um senhor, com quem espero ônibus no mesmo ponto, me pára no meio
do caminho para o trem dizendo e gesticulando „ônibus, aqui, parar“ e eu não tive outra reação a não ser chamar à memória os
casos que contei acima e conversar com ele normalmente. Depois de 2-3 frases
ele descobriu que eu falo alemão e mudou seu alemão de um “alemão para
estrangeiros” para um “alemão padrão“. A rua por onde passava nosso ônibus estava
em reforma e ele teimou comigo que o ônibus passaria por ali daqui a alguns
minutos, que ele morava de frente para o ponto e tinha visto o ônibus do horário
anterior passar, que ele tinha certeza e eu podia ficar ali com ele.
Fiquei lá,
mas eis que… o ônibus não passou. Esperei 3-4 minutos de um atraso ainda
aceitável (porque o ônibus passa às 7:27 h e já eram 7:31 h), e em seguida
liguei pro meu marido, falando em português perto desse senhor (e provavelmente
confirmando a impressão dele de que eu era estrangeira). Pedi pro meu marido,
que estava saindo de carro para ir ao trabalho, para vir me pegar e me levar no
centro da cidade. Ofereci, em seguida, pr‘aquele senhor ir conosco, porque senão
ele ia ficar preso no bairro onde moramos, com dificuldade de ir para o
trabalho. Dentro do carro, falamos os três em alemão.
Três casos
parecidos, três reações diferentes. E pra quem acha que tudo na Alemanha é pontual,
ledo engano: pra variar, o meu trem, que peguei em seguida ao chegar no centro
da cidade, se atrasou por quase 10 minutos, enquanto o anúncio oficial na
plataforma era de que ele se atrasaria por 5 minutos, mas na internet já se podia
ler a verdade do atraso mais longo… A companhia ferroviária alemã, a Deutsche
Bahn, não tem tido boa fama pontualidade hoje em dia!…
E quanto a
você, quando foi que lhe trataram diferente no exterior, por suporem que você é
estrangeiro?