As coisas andam meio doidas e as listas não param. Estatísticas dominam nosso dia a dia, números que tentam explicar a realidade mas na realidade são só miragem dela. Como garantir que os dados retratam a realidade de cada país? E mesmo que isso aconteça, será só um retrato de duas semanas atrás. O que acontece hoje só é retratado daqui a duas semanas, ou a miragem do que aconteceu hoje.
Pois bem, e como é comum que um vírus mute, mesmo se não viajássemos, ele sofreria mutações mesmo assim. Incrivelmente poderia ser possível (e já foi provado que realmente é possível) encontrar a mesma mutação do vírus em vários locais do mundo, pois o vírus pode se alterar da mesma forma, de forma independente e em diferentes partes do mundo. Mas mesmo assim, quanto menos as pessoas viajarem, e mais pessoas se vacinarem, maior será o combate à pandemia sob o ponto de vista global.
No momento fala-se principalmente das mutações identificadas na Inglaterra, na África do Sul e por último no Brasil, sendo que a mutação do Brasil é a vinda de Manaus, e todos nós sabemos o que anda acontecendo por lá. Não se tem dados ainda do que essas mutações realmente significam, e por via das dúvidas os países procuram se proteger do que poderia significar o colapso do seu sistema de saúde. Depois da Itália e da Inglaterra já terem proibido a entrada de brasileiros em seu território desde o meio de janeiro deste ano, a Alemanha decide tomar novas medidas também, menos drásticas, mas mesmo assim considerando o risco da entrada de mutações no país. A partir de amanhã, 24/01/21, a Alemanha passa a determinar medidas para contenção de contaminação classificando vários países dentro de três grupos, e é em um deles que se encontra o Brasil.
As três categorias são as seguintes:
– Áreas de risco “normais”: São países ou regiões acima de um limiar (também chamado de valor de incidência) de 50 novas infecções por 100.000 habitantes nos últimos sete dias. Isto se aplica atualmente a quase toda a Europa, com exceção de áreas individuais na Grécia, Finlândia, Noruega, Áustria e Dinamarca. No mundo inteiro, mais de 100 países são áreas de risco.
– Áreas de alta incidência: Estes são países com taxas de infecção significativamente mais elevadas do que na Alemanha. Como regra, estes incluem países com um valor de incidência acima de 200 (incidência atual na Alemanha: 115). Entretanto, outros países abaixo desta marca também podem ser declarados “áreas de alta incidência” sob certas condições. A partir de domingo, além dos países já mencionados, os seguintes países correm um risco particularmente alto: Albânia, Andorra, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Estônia, Irã, Israel e os Territórios Palestinos, Colômbia, Kosovo, Letônia, Líbano, Lituânia, México, Montenegro, Macedônia do Norte, Panamá, Portugal, Sérvia, Eslovênia e os Emirados Árabes Unidos.
– Áreas de variantes de vírus: Estas são áreas onde surgiram variantes mais contagiosas do coronavírus. Até o momento, o Reino Unido, a Irlanda, a África do Sul e o Brasil se enquadram nesta categoria.
Viajantes de áreas de risco “normais” devem ser testados para corona o mais tardar 48 horas após a entrada na Alemanha. Além disso, eles devem permanecer em quarentena por dez dias, embora possam ser liberados da quarentena prematuramente, fazendo um segundo teste negativo a partir do quinto dia. A diferença nas áreas de alta incidência e variante de vírus: O teste já deve ser feito no máximo 48 horas antes da entrada. Além disso, as regras de isenção para quarentena podem ser restritas. Entretanto, este é um assunto para os estados federais alemães definirem de forma individual.
Fonte: matéria da revista alemã Der Spiegel de 22/01/21
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