Posts Tagged ‘entrevista’

::Entrevista em inglês::

04/03/2022

Dei uma entrevista em inglês para este site aqui, leia lá e comente aqui o que achou!

Enquanto isso, a guerra na Ucrânia tem me deixado muito pensativa…. Enquanto penso, sofro calada, teço crochê ou palavras. NADA justifica a guerra. Eu não entendo como algo assim pode estar acontecendo… O serumaninho não evolui… muitos são guiados pelo ego, e os cidadãos que não podem influenciar em nada o jogo político, é quem paga a conta…

::Sempre aprendendo!::

15/06/2021

Aprendendo com a Chimamanda, agora através da entrevista dela no Roda Viva.
“Quando os direitos forem iguais para ambos os gêneros, não precisaremos mais do feminismo. “

Aprenda, como eu aprendi, mais sobre História, justiça social, o perigo das histórias únicas, a importância de símbolos/modelos/exemplos e por que todos deveríamos ser feministas. Uma mulher (homem/pessoa) pode se interessar pelo que ela quiser! E também ser o que ela quiser!
Bem notado pela autora: “Quando mulheres atacam mulheres, quem acaba tendo vantagens são os homens.”

E… ao final da entrevista, se quiser continuar refletindo sobre o tema, leia livros dela e também o meu novo livro HERstory – escreva a sua história!

::Entrevista para o Mulherio das Letras Portugal::

31/03/2021

Pode ler a entrevista que dei para o Mulherio das Letras Portugal aqui.

E para que serve a escrita? Alívio da alma, nos agarramos ao belo e ao amanhã, que mais cedo ou mais tarde há de chegar!

::Volta ao mundo com a Mineirinha – podcast VM80F::

19/01/2021

Um amigo da Índia sugeriu que eu participasse de um podcast produzido no interior mineiro sobre viagens e fotografia, o Volta ao Mundo em 80 Fotos. Obrigada, Gau!

Daí surgiu um bate-papo com o Marcos e o Júlio onde falamos de viagens dentro e fora do ser humano, sobre fotografia, pandemia e tantas outras coisas mais. Ficou curioso? Ouça o podcast aqui ou em outra plataforma na internet e depois me conte sua impressão sobre ele!

::Entrevista entre amigas no Brasil e na Austrália::

24/05/2020

Que delícia assistir duas amigas batendo papo na internet! Parece que eu estou bem pertinho delas! Ainda tenho que desvirtualizar a Mirella, heim?!? A-D-O-R-E-I a entrevista, principalmente a parte das dicas, com as quais eu só posso concordar! 🙂

::Mineirinha n’Alemanha em entrevista::

20/05/2020

Fui entrevistada neste último final de semana. Veja o resultado abaixo e deixe o seu comentário no YouTube!

::A Mineirinha passeando por aí::

01/05/2020

Hoje foi o dia do meu primeiro livro sair pra passear, e ontem fui entrevistada muito por causa dele. Ele foi meu primeiro filhote de papel. Go, Mineirinha, go!… Curiosa pra ver onde ele ainda vai me levar!… E para onde eu o vou levar!…

Outro dia, ainda no começo da quarentena que hoje já se estende por 8 semanas no meu caso, eu abri um newsletter e adorei o poema que li. Achei o endereço da autora e escrevi pra ela. Depois li que ela estava na Califórnia. Mandei uma pergunta pra ela no meu e-mail. Alguns minutos se passaram e recebi um poema de volta de volta como resposta!

::Uma carta de volta::

E como você vive e quais são os seus medos durante esta crise?

Que pergunta para enfrentar

depois da meia-noite, vinda do outro lado do mundo!

No seu país agora e hora

de descansar de todos esses medos diários e existenciais

até que, como Jacó e o anjo mau

nos concedam uma benção

Eu tenho medo de que pessoas que eu amo possam morrer

Eu tenho medo porque minha filha está herdando um mundo

muito mais duro do que ela merece.

Eu tenho medo porque momentos desesperadores chamam

por medidas desesperadoras e eu

não me sinto desesperada o suficiente.

Devo continuar? Eu tenho medo

que as pessoas estejam muito longe

da ideia real da verdade.

Eu tenho medo que tenhamos esquecido

como falar, e como escutar.

Eu tenho medo de que o tecido que nos mantém juntos

seja muito mais fino do que eu pensava que era

e que as pessoas continuem escorregando entre suas linhas.

E como você vive?

Com sofrimento. Com medo. Com sorrisos.

Com tédio. Com . Com alegria.

Com raiva. Com esperança.

Com a firme convicção de que nada

cancela nenhuma outra coisa.

A morte não cancela a vida.

O sofrimento não cancela a felicidade.

O medo não cancela a convicção.

Nem nenhuma dessas frases ditas ao contrário.

Faça um vaso do seu coração

Que seja suficiente para conter todas as emoções.

Imagine que você seja o ceramista.

Espiche o barro. Encontre contentamento com a mesa giratória.

Aceite que aquele vaso

nunca chegará a ficar pronto.

Autoria: Lynn Ungar 18/03/20 – poema original publicado aqui.

Tradução: Sandra Santos em 01/05/20

Apoio do blog Expatriadas: Expatriação na Estante: Mineirinha n’Alemanha::

24/04/2012

Mineirinha n'Alemanha Sandra SantosOlá, X!
A gente navega, navega, mas como faz falta folhear…
Por isso essa parada na Estante.
Que tal pegar sua bebida predileta e aninhar-se no seu canto favorito? É que essa dica é bem minerinha, sabe.
O livro Mineirinha n’Alemanha é cria de blog. Mas a viagem “expatriática” da autora começou quando a internet ainda engatinhava.
Um estágio em comércio exterior levou – ou trouxe, dependendo do ponto de vista – Sandra Santos para a Europa há 18 anos.
Desde então, a mãe, esposa, profissional e expatriada vem vivendo e aprendendo. Então, por que não dividir essa bagagem, uai?
Para mais impressões e outras informações, dê uma passada no Mineirinha n’Alemanha.

Leia a entrevista completa aqui.

Ainda que com certo atraso, obrigada Carmen! 🙂

::6a. entrevista: Ana Cristina de Minas :-)::

07/03/2010

A seguir mais uma entrevista com uma leitora do “Mineirinha n’Alemanha”, a Ana Cristina, também das montanhas de Minas como eu. A entrevista é longa, mas vale a pena cada linha pela experiência de vida e pelo exemplo de sempre enfrentar as tribulações da vida com um sorriso no rosto, com gosto pela vida e pelo viver. Acho que a Ana Cristina deve ser uma das poucas mineiras, senão a única, com um fogão à lenha em casa na Alemanha! Descubra esta e outras peculiaridades desta pessoa linda e positiva através das perguntas abaixo. Ana Cristina: muito obrigada pela oportunidade de tê-la entrevistado!

– Faça por favor uma apresentação de você por você mesma.

Sou Ana Cristina Magalhães Müller. Este é meu nome de casada. Há um ano atrás me chamava Ana Cristina Gonçalves Magalhães. Como me casei mantive o sobrenome de meu pai e acrescentei do meu marido; Müller. Até que gostei, M.M. rsssss.

Sou especialista em Pedagogia Empresarial pela PUC de BH. Trabalhei aproximadamente 2 anos e meio com projetos pedagógicos em algumas empresas no Brasil. Não obtive sucesso devido à vários problemas, tanto no campo profissional quanto social.

Nasci no interior de Minas Gerais. Sou a mais nova de uma família de nove mulheres. É, nove mulheres. Meu único irmão morreu aos 23 anos quando eu tinha 8 anos de idade. Meu pai, também faleceu quando tinha 12 anos de idade. Assim, restaram somente as mulheres em minha casa. Nao é fácil crescer no meio de tantas mulheres. Às vezes me fazia falta a presença de homem no lar. Por outro lado, é interessante viver entre calcinhas sem cuecas rssss…

Apesar das perdas precoces, elas não deixaram muitas sequelas. Confesso que numa determinada época da minha vida recorri à terapia. Muito boa por sinal. Me ajudou mto, inclusive a perceber que não havia perdoado meu pai por ele ter ido embora e ter me deixado aos 12 anos de idade. Egoísmo da minha parte, mas são sentimentos e às vezes precisamos de bons profissionais para enxergamos o quanto temos de bom e o quanto temos de ruim. Afinal, somos humanos e é normal nos surpreendermos com nossos próprios sentimentos. Como dizia nosso Mestre maior Jesus Cristo, conhecer-nos a nós mesmos é importante para nossa tranquilidade existencial. Assim eu fiz, procurei esses anjos profissionais que me orientaram melhor e pude me conhecer um pouco mais.

Desta forma fui crescendo entre mulheres. Logo em seguida vieram alguns homens como os cunhados, sobrinhos etc… Entao, entre apanhar, cair, chorar, sorrir, fui aprendendo e descobrindo o mundo ao meu redor.

É meio embaraçoso falar da gente mesmo. Mas, hoje, posso parafrasear uma observação que fizeram ao meu respeito e, acredito, é a minha cara rsssss… Uma vez me disseram que sou uma pessoa que gosta da vida, que gosta de viver. Concordei e hoje concordo ainda mais rssss… Realmente, sou uma pessoa que gosta do mistério da vida. Da sua elegância em nos trapacear de vez em quando. Gosto da maneira como ela nos surpreende, gosto do seu gingado, da sua ciranda. Gosto de quando ela chega de mansinho e nos diz, calma, que agora o “bicho vai pegar” rsssssssss… E depois ela vem e nos diz que agora é tempo de calmaria. Isto é fantástico. Eu nao tenho definição certa sobre mim. Sou a vida! Estarei sorrindo quando ela estiver de bem comigo mesmo. Estarei de pirraça quando ela disser que tem que ser do jeito dela, pois vou querer que seja do meu jeito e estarei super feliz quando ela me trouxer uma surpresa. É isto, eu sou a vida com ou sem muitas complicações às vezes!

– Como surgiu a oportunidade de você vir morar na Alemanha?

Minha oportunidade de vir para Alemanha surgiu com o encontro entre eu e meu marido, numas férias em Paraty, RJ. Eu nunca pensei em morar fora do Brasil. Salvo uma vez em que eu e minha colega pensamos em nos mudarmos para Portugal. Mas nosso colega nos disse que não seria bom negócio, pois em Portugal havia muito preconceito com brasileiras. Depois disto, nao pensei mais a respeito a não ser quando conheci meu marido.



– Sua história de vida é muito marcante e nos ensina a viver o dia de hoje, além de ter perseverança. Conte um pouquinho dela pra nós.

Dizem que viver não é fácil. Realmente, é preciso aprender a viver, com já dizia o poeta. Mas viver tem seus encantos, apesar dos tropeços que a vida às vezes nos proporciona.

A vida me surpreendeu há alguns anos atrás. Ela foi responsável por eu morar agora na Alemanha. Contarei um pouco deste drama onde tudo começou a mudar quando conheci meu marido, em dezembro de 2006. Nesta época tinha oito meses que meu namorado havia morrido.

G. era o nome dele. Ele era viúvo quando a gente começou a namorar. O problema é que era uma viuvez recente. Tinha somente um mês que a mulher dele tinha morrido quando nós começamos a nos relacionar. Imaginem a confusão que deu. O interior todo falou de nós dois. A família da ex dele, entao, vix Maria, até amantes nós viramos. O bom é que, enquanto o povo falava, a gente namorava. Se no Brasil fizesse o frio daqui, iríamos namorar dobrado.

Nós nos apaixonamos (coisa gostosa esta viu, apaixonar, bão dimais sô rssss), deixamos o povo falar e fomos viver nossa vida. O porém é que a situação dele era complicada. Ele tinha uma menina de dois ou três anos de idade. Chama-se C.M, tinha câncer no cérebro. Nós, ou melhor, mais ele, tivemos que ter muito jogo de cintura com a família da ex, e eles não foram nem um tanto simpáticos com a nossa situação. Também né, a gente queria demais, caso eles concordassem com nossa estória romântica: um mês de viuvez e o cara já começa a namorar. Normal, mas no interior de Minas Gerais, Brasil, os costumes são meios que radiciais, vamos dizer assim. Nesta época fui trabalhar na FIEMG, em Governador Valadares.

O pessoal de Valadares havia me entrevistado uns três meses antes da gente começar a namorar. Já nem esperava mais a contratação e quando ela veio, danou-se, não queria mais trabalhar em GV. Mas decidimos que seria melhor, pois, assim, com a gente afastado um pouco, poderiamos alcalmar os nervos dos ex parentes dele. Assim fizemos.

Como tudo na vida é passageiro, nossa estória não foi diferente. O que é bom dura pouco, já se falava o ditado. Então, em fevereiro ele começou a passar mal. Apareceram uns furúnculos e ele apresentava febre alta. Foi ao médico e o diagnóstico: leucemia! O que era fantástico, virou um… sei lá. Uma confusão. A luz se apagou e comecei a enxergar meio nebuloso. Perguntas? Imaginem quantas eu fazia…

Meu contrato na FIEMG estava acabando e eles queriam prolongá-lo. Eu deveria decidir se ficaria ou não. Qual foi a situação? Se correr o bicho pega se ficar o bicho come. Então o que fazer? Tentei ser prática como sempre fui e deixei a intuição agir. Simplesmente disse pra mim mesma que vida é vida e trabalho se consegue outro depois.

Assim eu fiz, nao renovei meu contrato e fiquei com ele. Nao esqueço a carinha dele quando cheguei ao hospital e disse que não prolongaria o contrato. Ficou feliz da vida rsss… Uma gracinha!!! Sei que eu ficava de Valadares à BH, BH à Valares. Acompanhei o caso desde o início. Claro né, estava com ele rssss… Falo que nós casamos e só Deus sabia. No hospital nós nos divertíamos muito. Riamos pra caramba. Falávamos bobagem que nem posso narrar aqui. Tem uma da freira que nós rimos muito. Ele me xingou né, mas foi muito divertido kkkkkk… Nem parecia que ele corria risco de vida. Nós fizemos o ambiente que estava pesado se tornar um pouco mais leve. Isto foi muito bom, tanto pra mim quanto pra ele, afinal os médicos da alegria nao estão aí por acaso, existe algo de muito positivo nisto e como tem!

O G. era uma pessoa que sabia ver o lado positivo da vida. Amputou a perna aos 15 anos de idade e nem por isso deixou-se abater. Trabalhava muito. Era representante e sócio de uma Metalúrgica. Aprendi muito com o ele. Digo que o G. foi meu maior mestre em vida. Umas das coisas que aprendi foi a ter fé em Deus. É irônico, mas se eu não tivesse passado pelo que eu passei com o G, eu não estaria hoje na Alemanha. Pude aprender e crer que tudo gira através de uma obra maior. Nada acontece por acaso e pude ver isto perfeitamente.

Quando se doma a morte, como muitos já domaram, a vida se torna mais fácil. Apesar dos momentos de tédios que ainda temos. Somos humanos e estamos aprendendo sempre e aprender dói. Entao, não tem como ficarmos sem dor. Mas a gente aprende a ter mais confianca em Deus, no seu poder e glória e, principalmente, em sua providência Divina. Isto é, para mim, o Milagre. Lógico que tem pessoas que não precisam domar a morte pra aprender, sem dúvida nenhuma. Porém eu tive e aprendi com isto, graças a Deus, porque passar por uma lição e não aprender é complicado.

Bem vamos para um outro capítulo.

O G. faleceu em abril de 2006. Nós ficamos juntos 4 meses. A filha dele faleceu, se não me engano, em abril também. Inicio de abril e ele no final de abril. Irônico, mas toda a família viajou.

Quando terminou tudo e vi que tinha feito o que Deus me determinou naquele momento, fiquei perdida. Perdidinha da Silva. Como havia deixado meu emprego em Valadares, voltei pra minha cidade natal. Fiquei sem serviço, devendo, frustrada, carente, desamparada… Dei um tempo pra mim. Precisava disto e tracei alguns objetivos pra alcançar. Foram planos pequenos, pois ate então não podia exigir muito de mim. Normal, uma perda destas, por mais que se confia e crê… não é possível manter o barco no leme certo não!

Assim fui remando o barco devagar e numa destas destas remadas encontrei o Joerg, um alemão perdido em uma balsa em Paraty kkkk… No momento em que iria desistir do sexo oposto, me apareceu o Joerg e resolvi tentar mais uma vez. Então, resultou que estou aqui, na Alemanha, aprendendo de novo, nascendo de novo. Fácil? Não, não é. Às vezes dá um certo desânimo ter que começar tudo de novo. A sensação de impotência aqui é grande demais pra mim. Não sei nem procurar emprego!!! Isso peeesaaaaaaaaa!!! Mas, tento manter a calma. Afinal, acredito que isto será fichinha perto do que passei aí em cima. Contudo, se depois da tempestade vem a bonança, espero colher os frutos aqui, pois na Alemanha acontecerão as cenas do próximo capítulo!

– O que mais lhe chamou a atenção ao chegar na Alemanha pela primeira vez?

Quando a gente chega aqui pela primeira vez, tudo é deslumbrante, super interessante.
Cheguei aqui no inverno de 2007. Não nevou muito neste ano. Mas o que me chamou muito a atenção foi a organização das ruas. Todas pavimentadas, limpas. Barulho? Não se ouvia nem barulho de mosquito rssss…

Observei que havia um respeito com o ser humano diferente do Brasil. Porque notei isto? Onde morava, apesar de ser interior de MG, hoje em dia os jovem colocam umas músicas horríveis bem em praça pública. E muitas vezes a polícia não pune como se deveria. Isto é muito desagradável. E os velhinhos que moram perto! Um grande desrespeito, na minha opinião, não só com as pessoas mais idosas, mas também com o ser humano em geral. Isto é um absurdo. Ao notar que aqui não tem esse tipo de algazarra, gostei, achei super bacana!

Notei, também, que alguns costumes aqui são iguais aos do interior de Minas Gerais. Como, por exemplo, recolher lenha, trabalhos nas hortas, cultivo dos jardins, etc. Só não vi vacas desta primeira vez rsss… Gostei muito quando ouvi o sino da igreja bater em Schweinber, so faltou a oração do Angelus pra ficar igual ao interior onde morava rssss… Um dos costumes que achei interessante foi o culto aos mortos. Cada família cumpre, religiosamente, as visitas aos seus entes queridos que se foram. Eu não gosto de cemitério. Apesar de existirem pessoas no Brasil que cultuam seus mortos, acredito que nós aceitamos melhor a partida de um ente querido do que eles. Observei que nossa mistura cultural nos permite visarmos outros conceitos, principalmente os religiosos. Contudo, notei que, apesar das diferenças culturais, muitas coisas me lembraram o interior onde nasci.

– Você já fez um curso e integração? Caso positivo, conte um pouco dele pra nós. Caso
negativo, ira fazê-lo em breve?

Comecei o curso na VHS (nota da Mineirinha: Volkshochschule, a “escola do povo” acessível a toda e qualquer pessoa na Alemanha). O curso de integração é bom e é importante pra nós estrangeiros. Para quem quer se socializar qualitativamente na Alemanha é preciso aprender a língua. Este curso nos dá esta oportunidade. Faço apenas uma observação como pedagoga. Acredito que eles deveriam fazer uma seleção da turma. Por exemplo, na minha sala a maioria consegue entender bem o alemão. São alunos que possuem entre 5 a 11 anos de Alemanha. Mas existem outras pessoas, um pequeno numero que não conseguem acompanhar por nao ter noção nenhuma da língua. Lógico que se elas não se esforçarem não conseguirão terminar o curso, isto é óbvio. Se a escola fizesse uma seleção, na minha opinião, evitaria que estas pessoas com dificuldades maiores ficassem constrangidas em sala de aula. Contudo, apesar de ser cansativo (normal né, sNo Brasil o cinco horas de aula rsss…), o curso é bom. A metodologia e didática dos professores ajuda a não ficar muito tedioso, mas precisamos estudar muitoooooo.

– Qual foi a sua maior dificuldade aqui na Alemanha nos primeiros tempos?

Eu estou aqui faz um ano apenas. Para mim ainda é o começo do começo rsss… Tenho muitas dificuldades com a língua. Apesar que consigo me comunicar um pouco, ainda tenho dificuldades de adaptação. Às vezes me sinto um peixe for a d’água. A desaculturação é um processo lento e dolorido. Para cada pessoa isto se dá de forma diferente. Mas acredito que todos passam por perturbações semelhantes.

No início de novembro de 2008 lembro-me que assustei quando deparei com a escuridão do inverno. Meu Deus o que é que é isso??? Perguntei rssss… Nesse ano o inverno foi puxado, não aguentava mais ver neve. Que saudades do sol!

Um dos fatores que pesa pra mim até mais que a falta dos familiares é a questão profissional. A sensação de analfabetismo me incomoda muito. Sei que escolhi viver aqui e preciso me conformar em começar tudo de novo. Mas, confesso que esta questão me incomoda e que é dificílimo pra mim. Mas saberei, se Deus quiser, administrar com sabedoria. Tentarei não me cobrar muito e viverei um dia de cada vez. Respeitarei meu tempo de adaptação e me sentirei realizada profissionalmente mesmo que deva trabalhar em outro campo profissional. Afinal, o trabalho é digno em qualquer área desde que seja, desde que feito com amor e responsabilidade.

– Do que você gosta mais aqui na Alemanha?

Apesar não gostar de frio, a paisagem no inverno é linda. Gosto muito da preguiça do sol nesta época do ano. A neve, então, é fantática. Gosto de perceber a transformação da natureza. Até as pessoas se transformam dependendo da estação do ano. Isto é muito interessante! Gosto da organização social. Gosto de como os governantes administram as cidades. É interessante perceber que não há muita diferença social, que o capitalismo aqui, digamos, é funcional. Entretanto, apesar de saber que por trás existem coisas que desconhecemos, gosto de como os representantes administram o dinheiro público na Alemanha.

– E o que lhe faz muita falta lá da terrinha, além da comida mineira feita no fogão à lenha?

Ultimamente toda a natureza de Minas me faz falta. O sol, as cachoeiras, o cheiro de terra molhada. O barulho da chuva no telhado. Tudo isto me faz falta. Sei que aqui tem estes fenômenos. Mas nossa chuva, nossas águas, nosso sol tem um tempero diferente. Como já dizia o poeta: “nossa terra tem Palmeiras, onde canta o Sabiá, as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá…”

Sinto muita falta de todo este mundo natural à minha volta. As montanhas de Minas, suas formas e cores. Sinto falta do canto das cigarras. Minha família então! Saudades das reuniões entre família e amigos ao redor do fogão à lenha. Do ritual ao preparar uma refeição que só o mineiro sabe fazer. Enfim, saudades de tudo que deixei pra trás. Apesar de saber que sempre voltarei à minha pátria amada, alguma coisa sei que mudou, que não será como antes e que sempre se traduzirá como saudade!

– Você tinha me contado que tem um fogão à lenha. Como ele veio vir “passear” aqui na Alemanha?

O fogão à lenha foi presente de um grande amigo do meu marido. É um fogão típico da Alemanha. Ele é todo de alumínio e funciona à lenha.

Cozinhei nele uma vez. Dá pra matar a saudade de Minas. Pena que ele funcionará somente no verão. Tivemos que instalá-lo no pequeno pátio que temos em casa, pois daria muito trabalho se o instalássemos na cozinha. Mas ele está bem “agasalhado” para enfrentar o inverno e as chuvas da Alemanha rsss….

– Como você descobriu a Mineirinha?

Descobri acessando o Google. Nao me lembro bem o que digitei. Deve ter sido algo como dificuldades de se viver no exterior ou pessoas no exterior, não sei. Então encontrei o livro e o blog. Entrei, li alguns trechos, me interessei e comprei.

– Como foi a experiência de ler o livro? Ele te acrescentou alguma coisa?

Sim, o livro me acrescentou muito. Pude perceber que algumas das perturbações sentimentais pela quais eu passava eram normais. O livro me deu dicas muito interessantes e me mostrou que é possível se realizar profissionalmente na Alemanha, apesar das dificuldades. Vi que devemos estar atentas com relação aos abusos por parte de nossos companheiros, tanto em termos físicos quanto psicológicos. Contudo com a leitura do Mineirinha pude perceber, também, que optei por ser uma cidadã do mundo e que, apesar das dificuldades, é possível construir uma vida com dignidade, sem dúvida!

– Quais são os seus próximos planos?

Meus planos no momento são estudar alemão. Me dedicar e esforçar muito para aprender o máximo da língua. Tirar a carteira de habilitação. Então, mais no futuro batalhar para conseguir um trabalho em que eu possa me sentir bem. Penso em lecionar. Sei que é possível dar aulas de português para alemães ou até mesmo para crianças binacionais. Gosto de ensinar e sei que me realizaria caso atingir este objetivo. Acredito que consigo sim, se Deus quiser!

– Se quiser deixar um recado para os leitores da Mineirinha, esta é a chance!

Para os leitores da Mineirinha…
Sei que cada um de nós que lemos a Mineirinha temos algo em comum. Sei que a maioria deixou para trás algo de muito valor e a vida costuma cobrar um preço. Às vezes esse preço é alto demais e faz com que entremos em um estado meio depressivo de vez em quando. Sei que a saudade dói e dói muito. Sei, também, que soa meio estranho ao saber que temos que recomeçar. Mas o que é o começo se a vida em si nos propõe a recomeçar sempre!

Portanto, proponho a nós, leitores da Mineirinha, que caminhemos pelos encantos da vida. Se estamos aqui foi porque escolhemos e o principal: foi permitido por Deus. “Nenhuma folha de nenhuma árvore cai sem a permissão Divina.” Perdoem-me os céticos, mas acredito que o fator “Crer” nos ajuda muito a enfrentarmos as tormentas existencias. Afinal a vida não é feita só de maravilhas, como já disse, ela sabe nos surpreender.

Um grande abraço a todos e que Deus possa estar no coração de cada um de vocês, os abençoando e protegendo sempre!

::5a. entrevista – Má e Rô::

30/11/2009

Depois de uma pequena pausa, volto a publicar uma entrevista com meus leitores. Já tinham até me puxado a orelha e perguntado quando iria publicar uma nova entrevista! Desta vez, lhes apresento um casal “café com leite”, que eu já tive a oportunidade de conhecer ao vivo e do qual gostei de cara: Má e Rô. É uma entrevista longa, mas cujo conteúdo é super diversificado e muitíssimo interessante, inclusive com um projeto comunitário relacionado ao Brasil. Vale a pena ler! Curtam comigo!

– Façam uma curta apresentação de vocês por vocês mesmos.

Somos o famoso casal “café-com-leite”. Isso mesmo, uma paulistana com um mineiro de Belo Horizonte. Eu por mim mesma: Maira Engelmann, paulistana, 30 anos (depois da entrevista s o “tempômetro” rodou pra 3.1), formada em Engenharia Química, mestranda em MBA Marketing Internacional na Universidade de Reutlingen (Alemanha), apaixonada pela vida, pelo Brasil e pelo marido. Meu marido por mim: Rodrigo Luis de Gouvea, 32 anos, formado em Engenharia Mecânica (sim, família engenhoca), funcionário da MAHLE em Stuttgart (Alemanha), apaixonado por viagens, pelo Brasil e (eu sei que sim) por mim.

– Como surgiu a oportunidade de vocês virem morar na Alemanha?
Após alguns anos trabalhando na empresa alemã MAHLE no Brasil (SP), meu marido foi convidado para trabalhar na matriz em Stuttgart. Quando ele me disse sobre a possibilidade não hesitei em “jogar tudo pro alto” (emprego, independência financeira e etc), pois enxerguei na oportunidade dele, uma oportunidade para mim também, uma vez que qualquer experiência fora do nosso país é sempre enriquecedora e sempre uma oportunidade pra redirecionar o leme da nossa vida.

– Seu blog chama a atenção pelas alto astral, pelas fotos lindas e pelo nome criativo. Como tem sido a experiência de escrever um blog longe de casa?
Sinceramente, sem o blog tudo seria bem mais difícil e muito menos divertido. Quando decidi vir para a Alemanha acompanhando meu marido, comecei a pensar em todas as possibilidades do mundo para que eu não “esmorecece”, principalmente porque a primeira vez que vim para cá foi justamente no inverno. Conversando com uma grande amiga que tem um blog, descobri nesse canal de comunicação virtual um caminho e foi então que começou a história do “Retratos e Relatos”. Ele “nasceu” em 2006 e só tem me dado alegrias desde então, pois através dele conheci muita gente especial (inclusive a Mineirinha) que tem me ajudado muito a manter a inspiração e a paixão por relatar algumas das experiências que estamos vivendo desde que chegamos aqui. Enfim, o que começou como uma forma de “contato” com familiares e amigos do Brasil, se tornou uma forma de conhecer e ajudar brasileiros no mundo todo.

– Qual é o lugar predileto de vocês, depois de tantas viagens? Cite o link dele para as fotos do seu blog.
O melhor lugar do mundo é aquele onde a gente se sente em casa, ou seja, aquele lugar onde você se sente integrado, se identificando com a cultura e se sentindo à vontade com o povo local. Dentro dessa minha definição eu citaria não um lugar, mas vários lugares onde nos sentimos, por motivos variados, em casa: Brasil (SP, MG, RJ e Fernando de Noronha), Transilvânia (Romênia), Escócia (Europa), Quênia (África), Annecy (Franca), Viena (Áustria), Berlim (Alemanha), Amsterdam (Holanda), Dolomiten (Itália) e Roma (Itália). Mas ainda essa semana estamos indo para a Noruega e acredito, depois das fotos que vimos, que entrará com certeza para esta lista. Aqui nesse link tem um índice que direciona para cada viagem. Pra quem quiser se inspirar, é só navegar.

– O seu sobrenome tem muita pinta de alemão. Qual é sua ascendência?
Pinta? Ele é totalmente e lindamente alemão. Pois é, quando morava no Brasil era um problema, mas sempre fui apaixonada pelo meu sobrenome e até por isso o mantive mesmo depois de casada. Minha bisavó era alemã. Aliás, acho que meus problemas com alemães começaram com minha bisavó, pois, segundo minha mãe e minha avó, nós brigávamos muito. Enfim, acho que já estava planejado pra mim ter que me adaptar à cultura alemã e, após quase 3 anos por aqui, acredito que estou cumprindo bem meu “carma”. (((-:

– Como foi a experiência de tentar uma vaga de mestrado na Alemanha? Conte um pouquinho do “empurrãozinho” da Mineirinha. 🙂
Quando cheguei na Alemanha só tinha uma certeza: precisava estabelecer metas. O pontapé inicial foi, lógico, aprender a língua alemã e logo depois já comecei desesperadamente a buscar um curso de pós-graduação. Tentei um na minha área de formação (Engenharia Química), mas não fui aceita graças à Deus, pois foi uma tentativa totalmente impulsiva e desesperada por algo que eu, de verdade, nao queria. Depois decidi me preparar melhor para tentar algum mestrado em alemão mesmo, ou seja, precisava conseguir uma boa nota no TestDaf. Após um ano de curso intensivo de alemão, fiquei mais meio ano estudando sozinha em casa e me preparando para o teste. Durante esse tempo fiquei fazendo listas do que eu gosto e do que eu não gosto, pra tentar traçar minhas novas metas e, de repente, em meio a uma crise existencial, uma amiga minha me indicou o mestrado que estou cursando atualmente. Foi então que minha vontade aumentou e ganhei mais forças para conseguir passar no teste de proficiência em alemao. Logo na primeira prova já tirei notas boas e que, no final, foram suficientes para garantir minha chance pela vaga no mestrado. Mas o TestDaf era só um detalhe dentro de todo o processo de seleção. Precisei apresentar meus diplomas e históricos traduzidos e autenticados do ginásio e da universidade, meu currículo, uma carta de apresentação e ainda participar de uma entrevista em inglês e alemão com dois entrevistadores. A Mineirinha me ajudou muito a adequar meu currículo e minha carta de apresentação aos moldes alemães, pois esse processo é muito importante, uma vez que estes documentos sao responsáveis pela “primeira impressão”, logo são eles que irão definir se você será ou não chamado para a próxima e mais difícil etapa: a entrevista. Para o alemão é preciso objetividade e quem não domina muito bem uma língua tem muita dificuldade em escrever em poucas palavras aquilo que deseja transmitir e, neste ponto é importante ter alguém que tenha domínio da língua e que, acima de tudo, conheça bem a cultura alemã, entendendo exatamente o que eles esperam ler ou ver. Enfim, a experiência de ter conseguido a vaga no MBA que estou cursando foi e está sendo desafiadora, mas o sentimento da conquista a cada obstáculo ultrapassado me mostra que valeu muito a pena toda a ansiedade e noites mal dormidas.

– E como está sendo a experiência do Mestrado? O que você aprendeu no primeiro semestre e o que lhe empolgou mais?
A experiência está sendo MARAVILHOSA. Ela está sendo maravilhosa em um sentido diferente do que todos imaginam quando lêem essa afirmação, ou seja, ela não está sendo maravilhosa porque está sendo feliz ou perfeita, mas sim pelo que estou aprendendo e vivendo através dela. Chorei quase toda semana durante o primeiro semestre, mas também ri em todas elas, venci em todas elas, cresci em todas elas, aprendi muito em todas elas e me superei em todas elas. Nao foi difícil, foi MUITO difícil. Como eu já disse anteriormente, só tinha estudado um ano de alemão na escola e meio ano em casa pra passar no TestDaf e fora isso só treinava meu alemão nas poucas vezes que encontrava alemães ou meus colegas estrangeiros. E, de repente, passei a ter que falar e ouvir alemão todos os dias e, pior, em contextos completamente específicos e desconhecidos pra mim. Nas primeiras aulas eu só ouvia “blablablabla” e saindo de lá só pensava em chegar em casa e abrir o berreiro. Mas aos poucos fui começando a perceber que nem mesmo os alemães estavam entendendo tudo e isso, acreditem, me fez muito bem. Passado um mês, me senti muito mais “entrosada” e percebi que meu alemão tinha se desenvolvido em silêncio, pois eu não percebia nenhum progresso, mas meus colegas (principalmente os estrangeiros) sempre me mostravam que eu estava sim progredindo. Nos últimos meses comecei a ficar mais próxima dos alemães, o que considero uma das conquistas mais difíceis e gratificantes, pois na minha turma os bichinhos sao bem fechados e arrogantes. O que eu mais gostei até agora foi ter aprendido muito mais sobre os alemães através do ponto de vista deles, ter a oportunidade de conhecer e conviver com diversas culturas dentro de alguns metros quadrados e, lógico, das aulas relacionadas à minha área de interesse, Marketing.

– Só a título de curiosidade, quantas nacionalidades estão reunidas na sua sala de Mestrado?
Como diria você e meu marido mineirinho: “Nossinhora!!!”. Sério, é muita gente de muito lugar diferente, isso é apaixonante e um alívio. Um alívio, pois assim o curso fica mais divertido, interessante e você (como estrangeiro) nao se sente tão deslocado ou sozinho. Só pra vocês terem uma ideia da diversidade, tem gente dos seguintes países: China, Índia, Rússia, Bielorússia, Egito, Cazaquistão, Ucrânia, Bulgária, Camarões, Romênia, Coréia do Sul, Equador, Grécia, Alemanha e Brasil.

– Qual foi a maior dificuldade de vocês aqui na Alemanha nos primeiros tempos?
Meus hormônios (rs) e minha incapacidade de comunicação. Meus hormônios quase deixaram meu marido louco e minha incapacidade de comunicação quase me levou também à loucura. Meu humor sofreu uma alteração jamais vista na medicina, pois era tanta variação que eu cheguei a pensar em procurar um centro espírita pra ver se eu não estava sendo possuída. Mas, sem dúvida, a dificuldade de comunicação no começo foi a parte mais traumática, pois quem me conhece sabe que sou HIPER-comunicativa e por isso acabei desenvolvendo com minhas colegas do curso de alemão um novo vocabulário e uma nova linguagem corporal para conseguirmos nos comunicar sem usar o inglês (nos proibimos totalmente, pois sabíamos que era importante). Resultado: em quatro meses eu já estava falando pelos cotovelos, mesmo que tudo errado. (rs)

– Do que vocês gostam mais aqui da Alemanha? Qual é o local predileto de vocês aqui?

Pra nós a maior vantagem não só da Alemanha, mas principalmente da cidade onde moramos (Stuttgart) é que estamos localizados geograficamente em um ponto ótimo para viajar de carro pela Europa. Mas dentro da Alemanha mesmo o que amamos é (básico) o sentimento de segurança, a infraestrutura incrível e, principalmente, os Biergartens (bares em jardins) e os morangos. Mas, é lógico, que nossos locais prediletos são, é lógico, os Biergartens. (rs)

– E o que faz muita falta pra vocês (estando aqui) lá do Brasil?
As pessoas (insubstituíveis), a espontaneidade, as cores, as roupas (aqui em Stuttgart é um show de horrores), os sabores, os cobradores de ônibus (adorava papear com eles), os odores e água de coco no coco geladinha. (rs)

– Como vocês descobriram a Mineirinha? E o livro dela?

A Mineirinha foi descoberta graças a um feliz acaso virtual, quando eu estava buscando ajuda sobre algo no “Google”. Já o livro foi ela mesma quem me disse sobre ele e não perdi tempo, encomendei o meu rapidinho.

– De que parte do livro vcs mais gostaram?

“Como se sente uma pessoa que muda de país?”, pois você escreveu exatamente o que eu penso e, sinto que se todas as pessoas entenderem as coisas da forma que você colocou, elas poderão aproveitar muito mais a oportunidade maravilhosa que é poder mudar de país nem que seja por pouco tempo.

– Contem um pouquinho deste projeto super criativo do livro “Brasil por brasileiros”!

Esse projeto se tornou a “menina dos meus olhos”. É realmente um projeto inovador, baseado em transparência e coletividade. É assim que podemos definir o projeto do livro ilustrado ainda “sem nome”, chamado nesse período de gestação de “Brasil por brasileiros”. “Brasil por brasileiros” é um nome que, apesar de não ser já o nome definitivo do livro, já nos diz o que é esse projeto. O projeto desse livro é baseado principalmente na premissa de que não há ninguém melhor no mundo para apresentar nosso país através de fotos e relatos do que nós, os brasileiros. E o nosso livro vai além disso, pois ele também irá trazer o que é o Brasil visto por brasileiros de todas as dobras do nosso país. Sim, é nesse ponto que o projeto traz sua idéia de coletividade, afinal a visão que se tem de Brasil no sul, no norte, no leste e no oeste é completamente diferente e muitas vezes inversa e controversa. É um livro que vem sendo projetado e idealizado já coletivamente. No começo era apenas uma idéia crua e sem forma, mas agora com a participação de diversos brasileiros comuns de diferentes eixos do país, a ideia já está amadurecendo e tomando formas variadas e coloridas. Será um livro ilustrado colorido e apaixonante. O fato de ser colorido nao é um desejo estético, mas sim proposital e indispensável, pois as cores fazem o Brasil, ou seja, se queremos mostrar o Brasil, precisamos apresentá-lo com todas sua cores. Apaixonante, pois em cada foto iremos trazer sentimentos e histórias, ou seja, nao serão “apenas” fotos que você vê e diz que são lindas. Serão fotos seguidas de sentimentos e histórias, fazendo com que o leitor aprenda mais sobre nós, sobre nossa cultura e sobre nossa forma de sentir e de viver. Temos hoje mais de 500 fotos já pré-selecionadas de mais de 1000 recebidas e estas já estao sendo publicadas para apreciação e inspiração no Flickr. Ainda não são as fotos definitivas, pois sei que ainda iremos receber muitas outras e, principalmente, sei que muitos outros brasileiros irão logo se juntar a nós, trazendo muito mais imagens e relatos. O objetivo principal do livro não é trazer apenas o que é belo, mas sim trazer tudo que é representativo dentro da nossa realidade. Esse não é um livro para atrair turistas que desejam ver apenas coisas belas, é um livro para ensinar aos turistas estrangeiros e não estrangeiros um pouco mais sobre o que é de verdade o Brasil. Sim, o objetivo não é atrair ninguém de fora, mas sim mostrar aos próprios brasileiros nossa diversidade e riqueza, aumentando dessa forma o respeito entre os eixos e o interesse em criar uma união, partindo da verdade mais pura e importante de que SOMOS TODOS BRASILEIROS. Para saber mais, vocês podem acessar o site oficial do projeto e, caso se identifiquem com o objetivo, sejam bem-vindos para participar e contribuir com suas fotos e relatos!

– Se quiserem deixar um recado para os leitores da Mineirinha, esta é a chance!
Nossa, nós buscamos tanta coisa que fica até difícil lembrar de todas agora. Mas o mais importante nesse momento seria encontrarmos pessoas que estejam dispostas a participar e divulgar o projeto do livro descrito na pergunta acima. Procuramos desde participantes que queiram enviar fotos até profissionais relacionados à area de diagramação do livro. Além disso, procuro contatos com editoras interessadas em publicar essa obra e empresas dispostas a patrocinar o projeto. E, por último, qualquer dica relacionada ao projeto será SUPER bem-vinda.

– O que foi que a Alemanha (ou o povo alemão) lhes ensinou de mais importante até agora?
Acredito que já aprendi muita coisa com o povo alemão até agora. Aprendi com eles coisas que nós não temos muito em nossa cultura e que eu quero levar comigo, mas também aprendi muita coisa que quero deixar bem longe de mim, caso contrário vou perder muitos amigos quando voltar para o Brasil (rs). Mas, agora falando mais sério, acredito que me tornei muito mais direta através da convivência com a cultura local. Isso é maravilhoso! Eu, em comparação com muitos brasileiros, sempre fui um pouco “alemã” nesse quesito, mas agora sinto que estou mais e gosto disso. Mas procuro manter um nível saudável nessa característica, pois como tudo na vida, devemos evitar o extremo. Também aprendi muito sobre a importância de pensar em vários “cenários” na hora de tomar qualquer decisão, pois isso evita fracassos inesperados, mas aqui também é preciso “medir a dose”, pois essa característica costuma diminuir o delicioso “efeito surpresa” na nossa vida e isso eu não posso deixar acontecer. Uma coisa ótima, principalmente para brasileiros aqui, é poder aprender a ser menos emotivo, pois SIM, somos geralmente MUITO emotivos e sempre levamos as coisas para o lado pessoal. Já os alemães brigam, mas logo em seguida já estão como há 10 minutos atrás, como se nada tivesse acontecido. Aqui a gente tem que aprender a separar realmente as coisas, pois ouvimos frequentemente o que não queremos e da forma que detestamos, ou seja, totalmente insensível e tosca, mas mesmo que você chore, será ignorado e se não diminuir sua alta-sensibilidade vai ficar sem amigos e desidratado de tanto chorar.

– Lá na frente quando você pensar na sua vida na Alemanha, do que talvez vai sentir falta?
Dos amigos que fiz, inclusive da Mineirinha.

Aqui o link da Maira no blog dela (Retratos e Relatos), anunciando a entrevista.

E aqui o link de quando ela fez propaganda do livro da Mineirinha na época do lancamento, em dezembro de 2008. 😀


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