Posts Tagged ‘escritora’

::Mineirinha goes international::

02/06/2021

Amanhã farei pela primeira vez uma apresentação em inglês do meu novo livro, o HERstory – escreva a sua história! Ela será através da plataforma Internations e acontecerá junto de duas outras escritoras, Amanda dos EUA e a arte-psicoterapeuta Isa, que aliás enfeita a capa do meu livro com uma de suas pinturas, intitulada “Women’s Resurrection” (Ressureição Feminina).

Uma nova experiência, já antecipando a tradução do livro para a língua inglesa!

Humildade x autoconfiança::

19/04/2021

Lendo por aí um artigo sobre a síndrome da impostora, comentei o seguinte e queria deixar registrado aqui:

Reconheço minha pequenez perante o universo mas por acreditar que todos somos UM, aprendi vivendo no exterior que sou diferente, mas não tenho menos valor do que outras pessoas. Consegui ressignificar isso e creio que seria muito bom se muitas outras pessoas, principalmente mulheres, conseguissem fazer o mesmo. Na realidade todos os meus livros giram em torno desta e muitas outras questões que me tocam como mulher, mãe, vivendo em solo estrangeiro.

::Segurança – Anne Morrow Lindbergh::

17/03/2021

Procurando o nome em português de um dos meus livros prediletos, O Presente do Mar, da autora Anne Morrow Lindbergh, acabei tendo a agradável surpresa de descobrir que ela também foi poetisa! Escrevo poetisa e não poeta como tantas gostam no Brasil, pois enquanto lá muitas querem ser chamadas como os homens, eu prefiro ser quem sou, mulher, e como tal ser chamada de poetisa. Outro dia inclusive estava lendo sobre a editora dos dicionários de alemão Duden que comentou que antigamente se escrevia como explicação da palavra médica simplesmente “palavra feminina do masculino médico” e hoje em dia se escreve “mulher que pratica a Medicina”. O poder das palavras! O dia que descobrirmos o poder que elas têm, avançaremos mais e mais!…

Mas voltando à razão primária deste post, achei aqui alguns lindos poemas dela, e abaixo deixo um dos que mais gostei:

SEGURANÇA
Encontramos refúgio numa concha –
ou numa estrela;
mas entre as duas,
não há.

Encontramos paz na imensidão –
ou nas pequenas coisas;
mas entre as duas,
não há.

O planeta nos céus,
a concha na areia:
e embora os céus e a terra
estejam entre eles,
não encontramos paz
em nenhum outro lugar.

Tu que procuras
um refúgio, aprende
com as mulheres que sempre souberam
os caminhos seguros da vida.
o caminho
seguro de uma agulha – ou de uma estrela;
uma próxima – outra distante.
A que poderíamos comparar
a luz refletida num dedal,
senão ao alto brilho
de Arturo?

Uma próxima – outra distante:
mas entre as duas,
onde
encontrar conforto?

Encontramos refúgio numa concha –
ou em uma estrela:
mas, entre as duas,
em lugar nenhum.
.

SECURITY
There is refuge in a sea-shell –
Or a star;
But in between,
Nowhere.

There is peace in the immense –
Or the small;
Between the two,
Not at all.

The planet in the sky,
The sea-shell on the ground:
And though all heaven and earth
between them lie,
No peace is to be found
Elsewhere.

Oh you who turn
For refuge, learn
From women, who have always known
The only roads that life has shown
To be secure.
How sure
The path a needle follows – or a star;
The near – the far.
With what compare
The light reflected from a thimble’s stare,
Unless, on high,
Arcturus’s eye?

The near – the far:
But in between,
Oh where
Is comfort to be seen?

There is refuge in a sea-shell –
Or a star;
But in between,
Nowhere.
– Anne Morrow Lindbergh, no livro “O Unicórnio e outros poemas” (Ibis Libris, a sair).. [tradução e apresentação de Thereza Christina Rocque da Motta]. Rio de Janeiro: Editora Ibis Libris, 2015.

::Ao menos uma coisa é certa: viajar é bom demais!::

18/02/2018

fullsizeoutput_36b7Soviel ist sicher: Reisen tut immer gut! Este é o lema da fanpage da Mineirinha no Facebook, que aliás vem crescendo dia após dia, onde praticamente de forma diária publico assuntos relacionados à Alemanha. A propósito, a última publicação antes dessa foi de uma cadeia de supermercados alemã, a EDEKA, que junto de outras cadeias europeias declararam guerra à Nestlé e resolveram banir mais de 160 produtos de suas prateleiras. A Nestlé também é a mesma empresa que, junto da Coca-Cola, vem silenciosamente privatizando as fontes de água no Terceiro Mundo!… Portanto…. #boicotecocacoca #boicotenestle

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Mas a próxima viagem que acabo de planejar, também com a ajuda dos sites do Booking (hotel – aqui um link com 15 EUR de desconto!) e da Deutsche Bahn (passagem de trem), será no mês que vem, quando participarei do lançamento da “I Coletânea Internacional do Mulherio das Letras“. O livro, que será lançado em português e inglês, constará de 50 poesias de escritoras brasileiras, dentre elas uma de minha humilde autoria, todas elas com um tema comum: a PAZ. É a primeira vez que participo de uma coletânea assim e estou curiosa para rever e desvirtualizar amigos no evento de Augsburgo em 10-11/03/18, logo depois de outros eventos na mesma cidade, que acontecerão a partir do Dia internacional da Mulher no dia 08/03/18, todos organizados pela Alexandra Magalhães Zeiner e sua recém inaugurada associação Mulheres pela Paz – Frauen für Frieden e.V.

Cada viagem, quer seja ela geográfica ou imaginária, de trem, avião, S2 pés ou em algum cantinho fantástico da nossa mente, conta pelo menos um conto e acrescenta pelo menos um ponto na nossa bagagem pessoal. Vamos ver o que a próxima trará! Já estou feliz pela viagem e pela possibilidade de participar dessa coletânea! Ela também confirma que ao menos uma coisa é certa: viajar é bom demais!

::Morre uma estrela::

21/06/2016

Quando me separei do meu ex-marido, finalmente me vi livre e voltei a ser dona da minha própria vida novamente, recuperando aos poucos minha auto-estima, meu nome, minha identidade… Foi, dentre outros, no livro desta grande escritora que descansei minha alma e juntei forças para continuar acreditando no amor, apesar de tudo. Por acaso fiquei sabendo que ela morreu ontem. E gostaria de prestar uma singela homenagem, apesar de não concordar com parte do que ela defendia. Não sou adepta nem do aborto e muito menos da eutanásia. Mas quem disse que tenho que concordar com tudo para considerar uma outra pessoa digna de respeito e admiração?

Fazendo uma pequena pesquisa na internet, descobri que há um filme baseado em um de seus maiores sucessos: Sal sobre a nossa pele, que tenho que ver! Alguém o conhece? Parece que quando esse livro foi lançado, em alemão Salz auf unserer Haut, em 1988, ele foi um escândalo e tanto!…

Que ela, Benoîte Groult, possa descansar em paz. Alguns de seus pensamentos, que devem servir para nós de lembrança de que a vida de muitas mulheres já foi muito, muito mais desigual que a nossa, mas estamos longe de atingir a sociedade egualitária que nos é de direito:

I was a Latin teacher, but being born a woman, I was considered incapable. Of course, I lived most of my married life before contraception and experienced the dark ages of illegal abortion. I had to ask my husband’s authorization to open a bank account to put in the money I had earned by my own work. And many other incapacities.

Eu era uma professora de latim, mas por ser mulher, era considerada incapaz. Claro que me casei antes da pílula anticoncepcional e experimentei a era negra do aborto ilegal. Tive que pedir licença ao meu marido para abrir uma conta de banco para guardar o dinheiro que eu recebia com o esforço do meu próprio trabalho. Além de muitas outras incapacidades.

Letzten Endes kommt es einzig darauf an, dass man seine Kinder liebt. Doch wenn man zu Hause eingesperrt ist, fängt man irgendwann an, die Kinder zu hassen. Ich hätte jeden Job angenommen, um nicht 24 Stunden am Tag auf mein Muttersein beschränkt zu sein.

No final das contas o mais importante é que amemos nossos filhos. Pois quando estamos presas às nossas casas, podemos começar a odiar nossas crianças. Eu teria aceitado qualquer tipo de trabalho para não ficar presa às atividades maternais durante 24 horas por dia.

Als ich 25 war und als Journalistin arbeitete, hatte ich immer noch kein Wahlrecht! In Deutschland konnten Frauen schon in den zwanziger Jahren wählen, das Wahlrecht für Frauen wurde in Frankreich erst 1944 eingeführt. 

Quando eu tinha 25 anos de idade e trabalhava como jornalista, não tinha o direito de voto! Na Alemanha as mulheres já tinham conquistado esse direito nos anos vinte, enquanto o direito ao voto feminino na França só foi institucionalizado em 1944.

Vermutlich muss man geraume Zeit in der Haut eines Menschen verbringen, der einem nicht ähnelt, ehe man zu dem wird, der man ist. Oder vielleicht hat man auch all diese vielfältigen Figuren in sich und muss von einer befreien, ehe man zur nächsten werden kann.

Talvez seja necessário viver a vida de outra pessoa por determinado tempo, para que possamos nos tornar quem somos. Ou talvez todas essas figuras vivam dentro de nós e temos que nos libertar de uma, para que a outra se torne realidade.

 

Groult era uma das feministas mais conhecidas da França. Enquanto François Mitterand estava no poder, ela liderou uma comissão que buscava denominações femininas para profissões até então só masculinas. Ela lutou pelo direito do aborto, da pílula anticoncepcional e mais tarde pelo direito à eutanásia.

Segundo ela mesma, Groult se tornou feminista contra sua própria vontade, porque teve muita dificuldade de ser feminina. Ela continuou como feminista, porque as mulheres alcançaram muitos avanços no âmbito privado, mas muito poucos no campo político. No começo dos anos 90 ela reconheceu que o movimento feminino estava perdendo forças. Em 1992, em Paris, ela declarou ao jornal “Stuttgarter Nachrichten” (Notícias de Estugarda), que o “feminismo estava fora de moda e o poder tinha voltado às mãos dos homens como há 20 anos atrás”.

A autora foi casada três vezes, teve um amante durante cinco décadas e no anel de seu último casamento tinha gravado, a pedido do marido que propôs um relacionamento aberto, “liberdade, igualdade e fidelidade”. Eles consideravam ser possível ter uma vida independente, inclusive sexualmente, enquanto demonstravam fidelidade em outros níveis e respeito um ao outro.

Groult morreu aos 96 anos na noite de terça-feira, 20 de junho de 2016, enquanto dormia. Como desejou, segundo informações de sua filha, sem dores. Do contrário, ela teria optado pela eutanásia, pois achava que a vida só valia a pena se pudesse ser vivida de maneira digna.

Que ela sirva de exemplo e inspiração para nós, para que não constatemos como ela, daqui a 20 anos, que não houve avanço nenhum para as mulheres. Pois, se não prestarmos atenção ao andar da carruagem, até corremos o risco de perder o que já alcançamos. Que saibamos agir nesse mundo de mídia social, onde é tão fácil aprender, elogiar e ofender, evitando toda e qualquer oportunidade onde a mulher é vendida como um produto de decoração, um ornamento bonito, um ser impensante mas bonitinho que esta ali, parado, sem voz, quieto no seu lugar, ou, no máximo, dançando como nas tardes de domingo da tevê brasileira. No dia a dia, temos que nos unir evitando piadinhas de mau gosto que denigrem a loira, logicamente burra, a dona de casa, com mãos pequenas para alcançar todo e qualquer cantinho, e tantas outras funções femininas. Dou graças a Deus por não ter vindo ao mundo na época em que uma mulher não tinha direitos que hoje são considerados óbvios, tampouco queria ter visto uma sociedade como a de Muhammad Ali, onde um negro não tinha o direito de pedir um café num bar da cidade, mas se olharmos bem para a nossa atualidade, veremos que ainda há muitas, insuportáveis aberrações, o mundo anda louco, e o machismo impera, calado e senhor de si, certo de seu poder.

P.S.: Se alguém quiser usar esta plataforma para homenagear alguma mulher, favor deixar um comentário abaixo. Eu e muitas outras leitoras, com certeza também leitores, agradecemos!

P.S.2-Por acaso, hoje, depois de 2.769 anos, uma mulher tomou o poder de Roma e será prefeita da cidade. Os nossos parabéns pra ela!

Fontes: página da autora no Facebook, reportagem da revista Spiegel e Brigitte Woman, página da Wikipedia.

::Relembrando… viagens da Mineirinha::

11/05/2011

Tarde, mas não tarde demais, divulgo abaixo o único vídeo que foi feito durante a apresentação do livro Mineirinha n’Alemanha na Facudade de Letras da UFMG em Belo Horizonte, que aconteceu em agosto de 2010. Espero que gostem!

E porque vale a pena relembrar, abaixo o vídeo da cantora Valéria Dennin, brasileira que mora aqui na Alemanha, cantando a música “Sauerkraut com Feijão” pouco antes da apresentação/leitura do meu livro em Munique:


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