Posts Tagged ‘HERstory’

::Entrevista em inglês::

04/03/2022

Dei uma entrevista em inglês para este site aqui, leia lá e comente aqui o que achou!

Enquanto isso, a guerra na Ucrânia tem me deixado muito pensativa…. Enquanto penso, sofro calada, teço crochê ou palavras. NADA justifica a guerra. Eu não entendo como algo assim pode estar acontecendo… O serumaninho não evolui… muitos são guiados pelo ego, e os cidadãos que não podem influenciar em nada o jogo político, é quem paga a conta…

::Dois anos de pandemia – e por onde anda a fé na humanidade?::

21/02/2022

Já estamos metidos nesta lenga-lenga há dois anos, e a capacidade comercial e mercantilista do ser humano o fez capaz de criar máscaras de luxo, perceber que oferecer testes de COVID dá dinheiro… O ser humano capitalista sempre acha um novo método de como fazer dinheiro. 

Enquanto isso, as tragédias não querem cessar, enquanto a natureza continua avisando que a estamos destruindo e ela joga fogo, ar (ventos fortes, furacões), água, todos os elementos nos são devolvidos, um após o outro, para que talvez consigamos perceber que CHEGA, que temos que implementar medidas imediatas para nos salvar, para salvar nosso planeta, se quisermos que ele continue a ser a casa das próximas gerações. 

A mesquinhez do ser humano potente e louco pelo poder não deixa por menos e coloca o mundo mais uma vez à beira de uma guerra imbecil, inútil, desnecessária. Cá estamos nós, em pleno fevereiro de 2022, como se nunca tivéssemos passado por tanta tragédia, discutindo sai dia, entra dia, sobre o perigo eminente de uma guerra entre o ocidente e a Rússia ante uma possível invasão da Ucrânia. Me poupem, eu quero descer!… Por outro lado, vemos a mesquinhez individual correr também solta nos exemplos do Tinder Swindler e da Anna russo-alemã que passou a perna em toda a high society de Manhattan enquanto eles tinham como objetivo mera e simplesmente aumentar sua própria riqueza e campo de influência. 

Mas enquanto tudo parece mais o fim de um mundo que talvez não nos mereça, eu busco luz. Luz nos encontros possíveis do dia a dia. Luz nas trocas dignas de irmãs que vêem o massacre nu e cru de um Brasil machista e desigual, mas não o aceitam. Mesmo tendo ficado boquiaberta com um estudo da Universidade de Brasília sobre grupos masculinos durante a pandemia, sobre quais mensagens muitos homens brasileiros trocaram durante meses na pandemia, eu passo pela nojeira do artigo, ainda que necessário, e me vejo discutindo com mulheres que querem crescer e ajudar outras a crescer, a ocupar seus espaços, a se abraçar enquanto pessoas, com todas as suas partes e verdades que elas levam consigo: gorduras, rugas, cabelos brancos, celulites, tudo e mais um pouco com o que elas se preocupam, levando em conta também que muitas outras estão lutando lutas bem mais duras como a da pobreza, da doença, da saúde física e mental debilitadas. Elas buscam por qualidade de vida, e se voltam para si – interessante quando vejo em um grupo de homens o movimento inverso, que não se voltam para si, mas contra as mulheres. Parece que ainda vale a pena atacá-las, então?

Parece que sim, vale sim. Ainda que cumpramos muito mal o nosso papel de nos representar, de nos solidarizar, de manter nossa bandeira bem no alto, mas ainda assim incomodamos, ainda mais durante a pandemia. Mesmo que durante a pandemia tenhamos conseguido dar muitos passos para trás, porque a pobreza da mulher aumentou, muitas mulheres estão pedindo para reduzir seu horário de trabalho para dar conta dos afazeres pandêmicos que incluem casa e filhos estudando em casa, e enquanto muitas meninas não voltam para as escolas simplesmente porque enquanto estavam em casa durante a pandemia foram casadas por seus pais, e agora se ausentarão para sempre das aulas. Tarde demais para elas, infelizmente. 

No meio desta lama, continuamente à procura de luz, eis que anuncio três ou quatro possibilidades encontradas com muita dificuldade durante a pandemia, umas por acaso, outras fruto de muita pesquisa e planejamento, outras por investimento puro e simples, o de respirar e fechar os olhos. Vejamos:

  1. Fechar os olhos, respirar e buscar o meu mundo interior foi uma das melhores atividades até agora durante a pandemia. Ainda que eu reconheça que o simples ato descrito anteriormente nem sempre – ou quase nunca – faça com que eu consiga visitar meu mundo interior, pelo menos – e que maravilha poder dizer isso! – agora eu tenho um, só meu. Lá sempre faz sol! Já o visitei com riqueza de detalhes. Mas continuo explorando, sempre quando minha inquietude deixa. 
  2. Viajar nunca foi tão essencial quanto é agora. Dar aos olhos o presente de ver coisas diferentes, respirar outros ares e encher a memória de outra coisa que não seja os detalhes das nossas quatro paredes se tornou algo essencial, ainda que muito mais caro, capitalismo, pandemia e inflação que o diga! Ainda assim, repito. Essencial!
  3. Ter fé também é imperativo. Tento intercalar a avalanche de notícias ruins com coisas, conversas, exemplos, livros bons! Um deles, indico em alto e bom som, o documentário 2040 na Netflix. Que todos, principalmente os mais jovens o vejam, pois o mundo precisa de mais fé e esperança, não só no que pode vir, mas acima de tudo naquilo que já existe e está sendo feito HOJE de bom no mundo.
  4. Completando um ano de lançamento do meu último livro, o HERstory, continuo na reflexão de como nós mulheres não conhecemos a nossa própria HERstória, como muitas de nós tem vergonha de dizer que sim, somos feministas, não porque somos contra os homens, mas sim porque queremos andar lado a lado com eles na construção de um muito mais justo, solidário e igualitário para ambos. Neste sentido, indico um documentário que acabei de achar por acaso também no Netflix, durante o qual aprendi muito e, munida do gás que ele me deu, escrevi estas linhas – deixei passar muito tempo sem escrever!… Se você, homem ou mulher, jovem ou velho, não importa quem seja, se estiver com tempo e não tiver nada urgente para fazer na próxima hora que segue, sugiro: largue tudo, aperte o botão e assista este documentário histórico das lutas femininas que é o Feministinnen: was haben sie sich gedacht? (Feministas: o que elas estavam pensando?). Da cineasta independente americana Johanna Demetrakas. O documentário é de 2018, mas é como se tivesse sido feito ontem. No meio do documentário aliás uma mulher se pergunta por que ainda tem que ir às ruas para protestar pelas mesmas coisas sobre as quais já tinha protestado há anos junto de sua mãe.
  5. A lista poderia ser interminável e é por isso que eu peço as suas dicas para se manter lúcido e vivo. Obrigada pelos comentários!

P.S.-Se houver algo que você goste muito de fazer como no meu caso com relação à escrita, não fique meses a fio sem praticar. Isso desconecta neurônios… Passei pelo menos o mesmo tempo escrevendo quanto procurando uma maneira de acessar meu blog. Enfim…

::A metade do mundo é nossa::

29/09/2021

Se tem coisa que me deixa intrigada é o fato das ideias andarem voando por aí e conseguirem habitar as mesmas cabeças num mesmo momento, em diferentes partes do mundo e em diferentes idiomas. Foi assim que o avião foi inventado quase que na mesma época por Santos Dumont e os irmãos Wright.

Qual não foi a minha agradável surpresa ao descobrir uma série de documentários sobre a história das mulheres, feita aqui na Alemanha para a tevê e recém lançada, que foi intitulada…. HERstory!

E a descrição do seriado lembra muito a intenção que tive quando lancei meu último livro:

“Durante séculos, os homens contaram e interpretaram a história, escreveram a HISTÓRIA, foram a medida e o padrão para a ciência, jurisprudência e engenharia. A HERstory defende: chegou a hora de finalmente pintar o quadro inteiro.”

São quatro capítulos que tratam de medicina, queda do Muro e a vida na Alemanha Oriental, guerras e a vida na Alemanha depois da 2a. Guerra, tudo mostrado sob a perspectiva das mulheres. Imperdível! Eu diria que aprendi muito com essa série, mesmo morando aqui há tantos anos. Nunca é tarde para aprender, cada dia um pouco mais! Para assisti-los, clique aqui. Estão disponíveis por tempo limitado!

E por falar em aprender, vi um outro documentário também, na minha opinião, imperdível. Conta a história dos movimentos femininos na Europa até que fosse alcançado o direito ao voto feminino. O nome já diz tudo: “A metade do mundo é nossa – quando as mulheres conquistaram o direito ao voto”. Para assistir a recapitulação desta parte importante da HERstory, clique aqui.

Já estou curiosa para saber sua opinião sobre os documentários e aguardo outras dicas!

::Sempre aprendendo!::

15/06/2021

Aprendendo com a Chimamanda, agora através da entrevista dela no Roda Viva.
“Quando os direitos forem iguais para ambos os gêneros, não precisaremos mais do feminismo. “

Aprenda, como eu aprendi, mais sobre História, justiça social, o perigo das histórias únicas, a importância de símbolos/modelos/exemplos e por que todos deveríamos ser feministas. Uma mulher (homem/pessoa) pode se interessar pelo que ela quiser! E também ser o que ela quiser!
Bem notado pela autora: “Quando mulheres atacam mulheres, quem acaba tendo vantagens são os homens.”

E… ao final da entrevista, se quiser continuar refletindo sobre o tema, leia livros dela e também o meu novo livro HERstory – escreva a sua história!

::Mais uma resenha do meu novo livro HERstory – escreva a sua história!::

07/05/2021

Receber retornos de leitores é o fechamento do ciclo para o escritor. Abaixo uma resenha que acabo de receber da também escritora Bel Araújo. Muito obrigada pelo retorno e pelo carinho, Bel!

“Neste livro que acabei de ler, a autora, Sandra Santos percorre um pouco a história de vida de muitas mulheres inspiradoras e narra um pouco da sua história pessoal e profissional até o momento da pandemia e apresenta resultados de pesquisas procurando valorizar as mulheres a terem coragem para delinear o próprio caminho, com voz ativa para fazer o melhor do presente que a vida nos dá todos os dias. Através de uma narrativa bem costurada ela espalha muita luz que ilumina nós, leitores e nos inspira a querer aprender sempre mais para evoluir e viver mais feliz. Parabéns, Sandra!”

::Leia a primeira resenha do HERstory!::

18/02/2021

Que presente lindo e que surpresa com muita sororidade receber a primeira resenha do meu novo livro HERstory – escreva a sua história!

Que bom ler a opinião de uma também escritora sobre o meu trabalho, no caso a psicóloga e escritora Roberta Gasparotto!

Muita gratidão, me sentindo muito honrada e feliz por ela ter apreciado a minha obra! Leia a resenha completa aqui no Feminário Conexões.

::O HERstory está disponível no mundo todo!::

23/01/2021

Ótima novidade! Meu novo livro HERstory está disponível para entrega mundial pela buobooks, uma livraria mundial em português!

Veja abaixo outras opções para adquirir o 💞HERstory – escreva a sua história! 💞:

– direto comigo para quem mora na Europa (somente mais alguns volumes!);

– com a Páginas Editora no Brasil;

– como e-book ou livro pela Amazon (qualquer site em todo o mundo).

Boa leitura! 🦋🌈

::’A Ressurreição Feminina’ e mais um pouco do livro HERstory::

13/01/2021

Os caminhos que me fizeram chegar ao meu novo livro HERstory passam por todos os anos da minha vida e certamente se concentram naqueles meses do primeiro lockdown durante a pandemia de 2020, quando, há quase um ano atrás, eu recebi um newsletter me convidando para participar de encontros por Zoom sobre crescimento pessoal, inspirado em Viktor Frankl.

Através desses encontros, dos quais participo até hoje, fiz valiosas amizades durante este tempo louco da pandemia, e enquanto tantos se isolam e se encasulam, eu meio que ressurgi em mim mesma, reunindo muitas das minhas reflexões pessoais – que acredito serem de valia também para outras pessoas – no meu novo livro HERstory – escreva a sua história! Nos últimos dois dias, aliás, aconteceu um fato inédito na minha “carreira” de escritora: vendi quase 60 livros em dois dias, 51 deles para a mesma pessoa que leu meu livro e comprou outros 50 para presentear para suas clientes. Gratidão imensa por este presente!!!

Mas voltando ao grupo, uma das pessoas que considero ser um dos maiores tesouros do grupo de crescimento pessoal é a arte-terapeuta Isa Levy, cujo trabalho eu admiro muito, além de prezar muito sua pessoa. Ela atende em Londres, escreveu um livro e me deu um presente maravilhoso de 50 anos. Trata-se da imagem da pintura que é a mais representativa dos 450 quadros que ela pintou, em sua maioria, entre os 50 e os 60 anos, ‘A Ressurreição Feminina’.

Female Resurrection – Isa Levy

Confesso que quando ganhei aquela imagem não sabia o que fazer com ela. Agradeci, a guardei em um canto do meu laptop, até que a mensagem chegou até a mim e fiquei emocionada! Aquela pintura poderia fazer parte do livro que eu estava escrevendo! Escrevi para ela e perguntei se ela concordava com a minha proposta, e ela disse que a imagem era um presente e como tal eu o poderia usar como quisesse. Com a ajuda da minha filha, e a figura da Isa, a capa do livro nasceu e o meu novo projeto ganhou uma identidade visual.

Hoje a Isa mandou um link para uma entrevista que ela deu para uma página judaica. Nela, assim como no livro que escreveu e nas pinturas que pintou, ela conta um pouco de sua trajetória e da dificuldade de achar seu lugar no mundo como uma filha não-conformista de judeus, nascida logo depois do peso da 2ª Guerra Mundial em 1948.

Antes de ler a entrevista, eu tinha dado uma passada na sua página profissional como arte-terapeuta. Quanta beleza! Ela consegue expressar a beleza de seu ser na página, acredito que provavelmente as pessoas se sintam convidadas a interagir com ela através daquela expressão de quem ela e do que ela acredita. Ela é realmente uma pessoa autêntica, centrada, um presente da vida para mim!

No artigo que comentei anteriormente, ela explica como a figura que ela me deu de presente surgiu na vida dela:

“Em minha pintura enorme de 2,10 x 1,50 m – ‘A Ressurreição Feminina’ – eu estava me conformando com a morte de minha mãe e outras quatro mulheres também, algumas delas da minha idade. Eu questionava como se poderia celebrar a vida, enquanto ao mesmo tempo experimentava uma infinidade de mulheres ao meu redor morrendo; talvez uma parte de mim também estivesse morrendo. Ao mesmo tempo, eu havia herdado uma tela muito grande de 2,10 x 1,50 m em branco – sempre querendo trabalhar em uma tela tão grande – esta era a minha oportunidade.

Decidi colocar a fêmea na cruz comemorando as perdas femininas como um símbolo do sofrimento feminino que se assemelhava a uma cena de crucificação.

O que meu conceito original não previa, era que a figura central perderia a cabeça durante o processo de pintura e não deixaria espaço para eu retificar o problema; mas uma vez superado o choque, pude ver que havia se tornado uma cena de transcendência, respondendo à minha pergunta original – “como se pode segurar o sofrimento e a celebração da vida ao mesmo tempo” – ela havia ressuscitado. Foi realmente um milagre; e assim chamei o quadro de ‘Ressurreição Feminina’ – uma imagem transcendente de sofrimento e transformação.”

Isa Levy

Quer saber mais sobre a tela e sobre nossos livros? Leia o texto completo da entrevista (em inglês) aqui. Nossos livros podem ser encontrados em várias plataformas da Amazon ao redor do mundo, tanto aqui quanto aqui, por exemplo. A Isa também oferece sessões de psicoterapia por Skype!

::Balanço e sororidade::

03/01/2021

Interessante! Quanto mais falo sobre o meu novo livro, mais percebo como uma palavra interessantemente é desconhecida das pessoas, não importa em que idioma. Trata-se da palavra sororidade, uma das razões pelas quais escrevi o HERstory, que significa o apoio que uma mulher pode dar à outra, um ato de amor e solidariedade entre mulheres. O que naturalmente não quer dizer que o livro não tenha um conteúdo que possa e deva ser lido por homens, muito pelo contrário. Já tive a honra de ter o livreiro da Livraria Páginas, que me entrevistou durante a live do lançamento, como o meu primeiro leitor homem. Ganhar a perspectiva de homens que querem entender melhor a condição feminina é uma benção em rumo à busca do equilíbrio de forças femininas e masculinas, que todo ser humano tem, no mundo. Não somos oponentes, não estamos em luta, portanto deveríamos estar nos apoiando também em termos de gênero, o que nem sempre faz parte da realidade, eu sei, mas é o meu ideal e a razão pela qual eu escrevo. Escrever é terapia e liberta!

Juntando-se a esta percepção, presencio também as coincidências que a vida vem me trazendo, talvez também por causa do livro, penso eu. Pois o livro chama seu autor e seus leitores, na minha opinião. Hoje foi o dia de me deparar com uma companheira de viagem, que afirma que os nossos dons sempre arrumarão um jeito de nos encontrar. Bem na linha do HERstory! Vamos trocar nossos livros! Que felicidade!

E provavelmente amanhã o meu próprio exemplar vai chegar às minhas mãos! Para quem escreve, esta é uma emoção ímpar, semelhante a quando damos à luz aos nossos filhos! É um filho literário, na realidade! Outro livro que vai chegar até a mim é o da última coletânea da qual participei este ano: Contos, Contas e Surtos da Pandemia. Dois presentes!

O bonito foi que hoje, inesperadamente, vendi um livro para uma pessoa que não fala português como língua materna, mas entende o português, por ter interesse no tema como mulher e pela nossa conexão através da Hildegarda de Bingen.

Nos últimos dias consegui também, um presente para mim, escrever quatro poemas para participar de duas novas coletâneas. Fiquei feliz, pois um poema só sai quando quer!…

Um dia de conexões e coincidências! Que já começou de madrugada, quando olhei pra tela do meu celular e li 3:03 do dia 03/01/20. Muito mágico para quem gosta de sinais como eu!

Quais são ou foram os seus últimos sinais?

Deixa eu voltar para o meu crochê. Ele, junto à escrita, leitura e o acompanhamento de muita música ao longo do dia têm sido minhas válvulas de escape nesta quarentena. E as suas? Mais algumas sugestões para me passar? O Facebook me lembra todo dia das coisas ótimas que andei fazendo nos últimos anos, entre as passagens dos anos, e ao mesmo tempo que adoro relembrar, fico na esperança de dias melhores.

Há dois anos atrás, escrevi o poema abaixo, que eu traduzi hoje para o inglês:

Ponto de Nada

Em algum lugar do universo

Pontinhos de nada que somos

Fazemos sentido para alguém

Alguém sabe quem fomos

Quanta gratidão

Escondida nesse fato

Um montão de alegria

Resumida em um retrato

Amor incondicional

Lágrima no olhar

À moda tradicional

E tudo muda num piscar

Sandra Santos – 31/12/18

Point of nothing

Somewhere in the universe

We are little dots of nothing

We make sense to someone

Someone knows who we were

How much gratitude

Hidden in this fact

A lot of joy

Summarized in a portrait

Unconditional love

Tears in the eye

In the traditional way

And everything changes in a flash

Sandra Santos – 31/12/18

::Feminicídio: Live de 28/12/20::

28/12/2020

Assisti a uma live neste instante que foi feita por uma colega de trabalho da Viviane do Amara Arronenzi, a juíza que foi morta recentemente pelo ex-marido às vésperas do Natal e perante as três filhas menores. Ela aconteceu entre a professora da Faculdade de Direito Debora Diniz e Adriana Ramos de Mello (Juíza, EMERJ), bem dentro dos assuntos discutidos no meu novo livro, HERstory – escreva a sua história!

Algumas questões centrais da live, em resumo:

O que é o feminicídio? É o desprezo à condição feminina, pois nele não basta matar, a vítima tem que ser mutilada e desfacelada. Sua beleza tem que ser destruída. Analisando casos de feminicídio ocorridos entre 2015 a 2019, percebe-se o requinte de crueldade, ódio, tortura pela raiva, jogo de poder, controle, dominação, desejo de ser o último a dizer um “não”.

A verdade é que no Brasil o término da relação é um momento crucial para um relacionamento e há uma ansiedade social de culpar a vítima.

  • O que se pode fazer para evitar um ato de feminicídio?

É necessário avaliar os riscos, não achar que isso só acontece com outros, lembrar que há o envolvimento emocional e o desejo de preservar a ligação do pai com os filhos, mas buscar preservar a própria vida.

É preciso retirar a atenção do agredido para o agressor, o machista que agiu de forma inesperada. O machismo é um sistema enraizado no Brasil e no mundo (Patriarcado, machismo, diferença de classes, patriarcado racista de classes).

  • Qual o diferencial entre um agressor contra mulheres e outros tipos de agressores?

O agressor de violência doméstica geralmente tem boa reputação, é bom vizinho, bom pai, bom funcionário, uma pessoa aparentemente doce, etc., e este é o diferencial do homicida, do ladrão, etc. O agressor mora dentro das quatro paredes da vítima.

  • Quais são os sinais de que a mulher está em uma relação abusiva?

A mulher geralmente para de procurar amigas, se isola da família, tem marcas no corpo, a mulher é minada pelo agressor e passa a ser uma presa fácil numa situação de vulnerabilidade, é manipulada por ele, seu corpo adoece através da violência psicológica, há uma fragilidade da alma, ressecamento da alma, a mulher vai se tornando uma vítima e presa fácil, isolada. A mulher não conta para ninguém por vergonha de se expor, de admitir que o maior perigo mora dentro de sua própria casa.

  • Por que mulheres com maior escolaridade tendem a se isolar e não buscar ajuda?

Mulheres com escolaridade mais alta geralmente têm mais vergonha de procurar ajuda, têm maior vergonha da sociedade, maior medo e maior probabilidade de desistir do registro policial (sofrimento por não ser um crime comum, por ser contra a pessoa com quem você divide a vida e os filhos, necessidade de exposição de intimidades).

  • Por que a mulher precisa lidar com esses temas e não os homens, os atores das mortes praticadas dentro do feminicídio?

A mulher precisa lidar com esses temas porque geralmente ela é a silenciada na sociedade, ela é que não tem o lugar de fala, lhe falta a voz para falar. Devemos dizer sempre: “Eu não me calo!”

É uma luta das mulheres mas deveria ser uma luta da sociedade como um todo! Os homens precisam também refletir e mudar ao lado das mulheres. Há muitos movimentos atuais, também de homens, para chegar a esta mudança cultural e da sociedade como um todo.

Temos que transformar o que está errado, prestar um tributo às que morreram, fazer um exercício de poder, o silêncio não é a opção.

  • Por que não valeria a pena simplesmente optar por leis mais rígidas e penas mais severas?

O Direito é masculino, ele foi feito por homens para defender homens, portanto não mudaremos o Brasil através de leis mais duras. Precisamos alterar o sistema educacional, para que a sociedade entenda que homens e mulheres têm os mesmos direitos e devem ter as mesmas oportunidades.

O sistema penal brasileiro é opressor, desigual e seletivo!

O patriarcado nos leva a buscar respostas na agredida, e não no agressor…

  • Quais são as esperanças?

Sororidade, apoio entre mulheres, estar atentas aos sinais, apoio de homens esclarecidos, discussão e debate na sociedade. Dar consciência às mulheres como agentes de educação de meninos e meninas. Transformação da sociedade buscando reflexão pela paz e pela igualdade de gênero, pois ninguém é dono de ninguém.

Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência, onde quer que seja que ela viva e em todo e qualquer espaço. Nós somos donas dos nossos corpos e de nossas vidas. Não podemos aceitar dominação! Devemos buscar viver em paz e com autonomia, com respeito e dignidade. A violência contra a mulher no Brasil ainda é uma pauta pendente, devemos poder querer viver com cidadania!

A lei Maria da Penha vale para todas as mulheres. Em uma situação de urgência, chame o 190, a Polícia Militar!

#nenhumaamenos @homensquerespeitam @superacaodaviolenciadomestica


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