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::7a. entrevista com leitores – Ivaldo e Svea::

07/10/2010

No meio do ano passado, ganhei a Svea e o Ivaldo como amigos. Foi meu livro que os trouxe até a mim. A simples existência desta amizade já faz o meu projeto de ter escrito um livro ter 100% de sentido pra mim. Leiam a entrevista e entendam por quê. Antes da leitura, um recadinho sussurrado, bem pertinho no ouvido: o Ivaldo Moreira é cantor e compositor, nascido em Minas e “crescido” em Sampa, e está no momento na Alemanha fazendo sua segunda turnê musical. Dias e horários exatos aqui ou aqui (2a. página do documento). A todos os brasileiros distribuídos pela Alemanha: não percam o show dele! Tenho uma leve impressão de que irão gostar tanto da música que ele faz quanto eu, pois ela sai direto do coração dele pros ouvidos da gente. Abaixo um bocadinho do talento dele, e em seguida a entrevista:


1 – Façam por favor uma apresentação de vocês por vocês mesmos.

Nós nos conhecemos na TV Bandeirantes em SP, onde o Ivaldo era coordenador musical dos programas e eu estava fazendo o meu primeiro estágio em produção de TV. Eu era estudante, mas vivia com a minha máquina fotográfica pra cima e pra baixo, pois sempre gostei muito de fotografar, desde os meus 11 anos de idade, quando a minha avó me deu uma ‘tira-teima’, lembra?

Também sempre tive uma relação muito forte com a música e aí… bem, unimos o útil ao agradável: ele tocava pra mim, eu batia as fotos de divulgação, rolou uma química mais elaborada e aqui estamos bem juntinhos até hoje, 21 anos depois.

2 – Como surgiu a oportunidade de vocês virem em 2009 pra Alemanha, quando nos conhecemos?

Pois é. O sonho de viajar à Alemanha já era bem antigo. Mas aqui no Brasil é mesmo muito difícil conciliar tudo: moradia, lazer, família, profissão, estudo… Então fomos realizando as vontades por partes: primeiro, curtimos a vida a dois e com amigos solteiros, fizemos viagens curtas e baratas. Depois tivemos filhos, começamos as freqüentar o mundo das festinhas infantis, o apê foi ficando apertado… Estava na hora de chamar o caminhão de mudanças pra algo maior.

E aí, só depois de pagar o apartamento onde moramos agora, é que, pela primeira vez (2007), pudemos viajar juntos pra minha ‘terrinha’. Eu já havia ido outras vezes, mas sempre sozinha e para projetos profissionais. Passamos o Natal com a minha prima e suas sobrinhas nos Alpes, fomos a Heidelberg, Bonn/Köln e Berlin. Este é o meu roteiro ‘básico’, pois é onde vivem minha prima e minhas amigas. Da próxima vez, já vou incluir Konstanz, Lindau, Bernau e Paris…

A viagem com toda a família foi uma delícia! Criou vários vínculos e referências que abriram novos caminhos. Um deles, foi a possibilidade do Ivaldo apresentar o seu trabalho musical na Alemanha.

Primeiro, ele se inscreveu na Popkomm, que é uma feira / congresso / festival de música que acontecia todo ano em Berlim. Em cima da hora, a Popkomm foi cancelada, mas já estávamos buscando outras possibilidades por meio da Internet . Assim, depois de vários e-mails e acertos, fechamos uma apresentação em Bonn, outra em Berlim e uma terceira em Konstanz. Esta graças a você, Sandra!


3 – Svea, você nasceu na Alemanha mas foi pro Brasil com um aninho. Conte pra gente como é viver entre dois mundos.

Viver entre dois mundos, é uma coisa um tanto quanto complicada. Principalmente quando o mundo em que você está vivendo pensa culturalmente muito diferente daquele do qual você veio. Entre a Alemanha e o Brasil existem várias diferenças culturais, como: o horário que os filhos têm de ir pra cama e a maneira de impor limites neles; a expressão direta e sincera do alemão, a expressão política e rebuscada do brasileiro (Machado de Assis que o diga!); o jeito reservado do alemão, que quer seu sossego, mas não deixa na mão um amigo; o jeito alegre do brasileiro, que está sempre fazendo novos amigos.

Aqui no Brasil, ainda está impressa a imagem do alemão frio e cruel, representado pelas personagens nazistas dos filmes de Hollywood. Então, muitas vezes sinto um certo preconceito nas pessoas, principalmente em ambientes de trabalho. Por outro lado, sempre sou chamada pra botar ordem na casa. Em pouco tempo, consigo. Mas aí surgem os melindres, tem gente que leva pro lado pessoal, por mais cuidado que eu tenha ao chamar a atenção ou simplesmente dar uma dica. Acho que é uma questão de maturidade, de aceitação da própria imperfeição. O profissional alemão é mais bem resolvido do que a maioria dos profissionais brasileiros em inteligência emocional. Ele separa melhor, não se envolve tanto e é bem mais sincero. E, ao contrário daqui e pela experiência que tive trabalhando com alemães, na Alemanha quem se ofende com uma simples observação, é considerado um ‘Sensibelchen’, alguém cheio de ‘não-me-toques’ e é mal visto pelos colegas.

Também tenho de ser mais dura com os meus filhos do que gostaria, pra conseguir educá-los com os limites que eles precisam pra se tornarem cidadãos éticos e com uma visão de mundo mais social. Muitos pais são liberais demais e a garotada fica muito solta, ganha presentes caros, só usa roupas de marca… Mas pelo que li no seu livro, na Alemanha não deve ser muito diferente, né?

4 – Ivaldo, você vem do interior de Minas e fez sua vida em São Paulo. Como se deu sua ida para Sampa e o que a cidade significa pra você?

No início, sinceramente, eu não tinha a menor pretensão de vir a São Paulo, muito menos de VIVER em São Paulo. Tudo aconteceu porque uma irmã minha tinha se mudado para cá e eu vim para fazer companhia nos primeiros momentos, pois ela tinha dois filhos pequenos e tudo era uma grande aventura numa megalópole como esta.

Eu aproveitei que estava na cidade e fui procurar algumas pessoas e fazer alguns contatos por conta da música. Eu tinha uma recomendação para procurar uma pessoa no SBT, o Paulo Idelfonso, que era um produtor de disco e que estava dirigindo um programa de TV. Na verdade, era um festival de música infantil e eu apresentei duas composições minhas. Logo apareceram candidatos para interpretar as canções e eu acabei me envolvendo mais com o festival; em determinado momento, eles ficaram sem o produtor musical do festival e me perguntaram se eu gostaria de assumir esta função. Daí pra frente, produzi vários programas de TV, sempre trabalhando com música. E em paralelo, investia na minha carreira artística, em que eu continuo bastante focado.

São Paulo é uma cidade com muitas oportunidades, mas que também tem muita concorrência. Cavar um espaço por aqui, é um trabalho árduo. Por outro lado, a cidade abre linques pra outros estados e países, porque tudo vem ou parte de Sampa.

5 – Ivaldo, o que mais te chamou a atenção ao chegar na Alemanha pela 1a. vez?

O que me chamou a atenção logo de cara, foi a funcionalidade existente em diferentes situações que vivenciei. Todas aquelas histórias que escutávamos – e que achávamos que era meio exagero de viajante – de que tudo na Europa funciona como um relógio suíço, foi como que se materializando dentro de mim. Pois para mim era a revelação fiel de que nada daquilo era folclore. As coisas são realmente assim e funcionam sem excessos e sem desperdício… Não quero dizer que seja a perfeição. Mas que impressiona, isso sim… impressiona!!!

6 – O que vocês gostaram mais durante a turnê do ano passado do Ivaldo pela Alemanha? Contem alguns momentos emocionantes pra gente.

Ivaldo: Várias circunstâncias permitiram o sucesso dessa turnê, principalmente pelo ótimo clima de expectativa gerado e correspondido por todas as cidades por onde passamos. O que mais gostei durante a turnê foi a forma carinhosa, o companheirismo e o respeito que tivemos por parte de todas as pessoas que encontramos, que conhecemos e que se esforçavam o máximo pra nos deixar confortáveis e à vontade.
Alguns momentos se tornaram inesquecíveis, emocionantes e, sem dúvida, deixaram muitas saudades. Um deles foi num dia de sol maravilhoso…! Fizemos um passeio num barco movido a energia solar e, portanto, absolutamente silencioso. Ele deslizava suavemente pelo Lago de Constança… Acompanhados de pessoas muito especiais, novos amigos, peguei o meu violão e começamos a cantar: música brasileira, Cat Stevens, REM, Pink Floyd… e nos divertimos com a expressão de felicidade do piloto do barco, contagiado pela nossa alegria… Ah, e a Impéria! Que saudades da Impéria!!! Em meio à correria que é viver em São Paulo, várias vezes nos lembramos deste dia que foi realmente mágico! Pudemos relaxar de verdade, curtir aqueles instantes únicos, com uma tranquilidade que não tínhamos há muito tempo…

Svea: Outro momento que marcou, foi antes de seguirmos viagem a Konstanz. Estávamos hospedados num hotel-restaurante em Weiler, um bairro de Sinsheim, cidadezinha próxima a Heidelberg. A proprietária há dias vinha pedindo pro Ivaldo tocar um pouco e, na última noite, convidamos a minha prima pra jantar conosco ali na ‘Küferschänke’. Ali as mesas laterais ficam dentro de barris gigantes e duas grandes mesas redondas ficam no centro do salão. Após jantarmos, o Ivaldo pegou o violão e começou a cantar. Aos poucos, todos os que estavam ali foram saindo de dentro dos barris pra ouvi-lo mais de pertinho. Assim, a noite foi longa, regada ao bom vinho da casa, com muitos risos, aplausos, ‘saúdes’ e prosts!! Foi bom demais da conta…!

7 – Houve alguma dificuldade para vocês aqui na Alemanha durante a viagem do ano passado?

Ivaldo: Pra mim é muito fácil porque não tenho dificuldade com o idioma – viajo com alguém que fala muito bem o alemão rsrsrsrs… Quando eu estou em alguma situação sem a presença da Svea, eu misturo um pouco (muito pouco mesmo) de alemão com inglês e tento me comunicar com as pessoas… Às vezes aparece um brasileiro, português ou espanhol e a conversa acaba ficando mais fácil… Tirando a parte do idioma, pra entender o resto é só ler o livro da Mineirinha na Alemanha… vai ficar bem mais fácil!

Svea: Dificuldade, não. Mas passei por umas situações engraçadas, como em 2007, quando os meus filhos queriam um sorvete de casquinha. Na sorveteria, havia também a opção servida no potinho e não havia nada escrito, como acontece nas padarias, em que sempre há uma plaquinha embaixo, indicando a ‘espécie’ do pão. Pois bem. Passei um aperto quando fui explicar que era de casquinha – como a gente fala isso em alemão? E o vendedor me olhou como se eu fosse um ET, quando eu pedi: “in diesem Keks da…” Ou seja, nesse biscoito aí… Hoje eu sei que chama ‘Hörnchen’ (chifrinho). Mas… já pensou se aqui no Brasil a gente começar a pedir ‘sorvete no chifrinho’…? rs rs rs

8 – O que vocês levaram na bagagem (de lembranças) aqui da Alemanha?

Momentos deliciosos que vivenciamos aqui e que jamais irão se desfazer ou deixar de existir dentro de nós; reconhecimento e valorização do meu trabalho musical; lugares, cheiros, sensações, visões, situações e – acima de tudo – os amigos, os novos e eternos amigos!

9 – E do que sentem falta lá da terrinha enquanto estiveram aqui, além dos filhos, naturalmente?

Sempre do café, rs… E de vez em quando vinha aquela vontade de comer um prato de arroz, feijão e bife. Principalmente o Ivaldo, acostumado desde criança com o PF tradicional do Brasil. Eu já sou mais radical: se é pra comer feijão, tem de ser logo uma feijoada completa, acompanhada de couve manteiga, mandioca, farofa, caldo de feijão, gomos de laranja, molho de pimenta e – claro! – chopp e caipirinha de cachaça e limão.

Mas do que a gente só se deu conta assim que chegamos em Sampa que fazia falta, foi das nossas padarias! Ah como é bom chegar na padaria do português, seja ele o Sr. Manoel, o Sr. Antonio ou o Sr. José… e pedir um pão com manteiga na chapa fresquinho, acompanhado de um pingado servido no copo de vidro. Aquele bem básico, tradicional…!!! O cheiro do pão fresquinho a qualquer hora do dia, os frios fatiados na hora ao gosto do freguês, aquele brigadeirinho que o filho pede e ganha só pra matar a vontade… Isso não existe na Alemanha. Lá o pão é fresco de manhã, todos iguais em qualquer padaria. Todos os sanduíches e bolos, tortas, doces são idênticos . Não se vê mais o carinho, nem a personalidade do padeiro. Virou um fast food. E pedir um suco de laranja natural, então? Demora uns 40 minutos. E a garçonete arregala o olho quando a gente pergunta se ela esqueceu o pedido…

10 – Svea, como você descobriu a Mineirinha?

Esse negócio de internet tem um dinâmica muito louca: eu estava buscando algumas oportunidades de show na Alemanha e uma pessoa da gravadora do Ivaldo deu como dica o site ‘Viver na Alemanha’. Nele eu vi um link pro livro e, deste link eu fui parar no seu blog. Aí te mandei um e-mail como fiz com vários outros e só você e a Cristina Marques, uma musicista que vive em Stuttgart, me responderam. Aí encomendei o seu livro e fomos trocando e-mails até nos conhecermos pessoalmente em Constança, né?! 🙂

11 – Como foi a experiência de ler o livro a dois?

Ivaldo: Para mim, foi uma feliz constatação. Foi como uma compilação de tudo aquilo que eu e a Svea já havíamos coletado através de papos com amigos e outras pessoas que tinham relações e ou afinidades com a Alemanha e também com o Brasil. Foi como olhar através do prisma de alguém que experimenta o encontro de duas culturas diferentes e quer transmitir fielmente a sua experiência.

Era como se todo aquele contexto discutido e investigado ao sabor de longas e boas conversas de repente se materializasse; estava tudo ali: real e preciso, confirmando com exatidão tudo aquilo que em reflexões particularmente eu, havia imaginado e que soava bastante familiar. Foi uma delícia ler os seus relatos, dicas, histórias etc., escritas com tanta naturalidade!

Svea: E o Ivaldo passou a entender melhor várias das minhas implicâncias! rs rs rs… Eu, que sou alemã mas vivo no Brasil, vi relatadas cenas e reflexões que eu e o Ivaldo vivenciamos em nossa viagem, como a do mau humor dos alemães, o jeito de descascar a laranja do brasileiro (os alemães ficam mesmo boquiabertos!) e certos constrangimentos como a saudação nazista quando sou apresentada como alemã a alguns brasileiros sem noção… A identificação foi total!!! Agora… o que me impressionou foram as opções de parto que você descreve no livro!! Foi uma constatação real de que o alemão vai fundo mesmo.



12 – Quais são os seus próximos planos?

Estamos no comeco da 2a. turnê pela Alemanha, desta vez com mais um músico, o Paulinho de Almeida. Com novo repertório, fotos e vídeos para a divulgação. Tudo comecou com um show em Bonn, que já estava agendado desde o ano passado, que será no dia 15/10/10. Quem quiser marcar mais alguma apresentação na Alemanha, pode falar direto com a gente ou então com essa Mineirinha muito gente boa, que é a Sandra Santos.

13 – Se quiserem deixar um recado para os leitores da Mineirinha, esta é a chance!

Queremos dizer pra vocês que ao entrarem na casa de alguém que vocês ainda não ou pouco conhecem, entendam que ali naquele lugar a vida foi sendo construída com a experiência de fatos e situações que acabaram por definir valores, gestos, atitudes e comportamentos adquiridos como conseqüência do desenrolar das coisas comuns. Por isso é de muito bom tom parar e observar, experimentar antes de definir, comparar e extrair e depois permitir que novas possibilidades sejam incorporadas como adjetivo de crescimento.

Esta é a razão pela qual ler o livro da Mineirinha antes de dar o primeiro passo, é básico; pois, brilhantemente e de forma confiável e fundamentada, ela nos conduz pela porta da frente sem receio de bater joelho com joelho… Ela ensina que basta caminhar e ir descobrindo o prazer de conviver com o novo, o diferente ou com o imprevisto; sem temor, sem preconceito e sem julgamentos infundados. É só seguir em frente e, claro, sorrir com um sorriso de felicidade!!!

Obrigada, Ivaldo e Svea pela amizade e pelo carinho!!!

::Mas que nada::

02/11/2009

Desde que o Ivaldo passou aqui em casa, o Matthias começou a estudar violão e tem agora até um “cajon” pra fazer batucada e acompanhamento. Ele tem treinado no violão quase todos os dias e já dá pra ouvir umas músicas… Nas procuras dele na internet por bons músicos instrumentalistas, ele descobriu este aqui, realmente imperdível: Adam Rafferty. Veja só que delícia de versão do nosso “Mas que nada”:

::Não ganhei na loto::

27/09/2009

Esta semana foi uma semana muito especial: tudo o que pensava, acontecia. Pensava em alguém, e a pessoa ligava pra mim ou se encontrava comigo. Pensava em uma empresa, em um fax que estava esperando, e quando abria a boca pra falar nisso, a maquininha do fax fazia um barulho e a mensagem esperada chegava no trabalho… Fiquei um pouco impressionada com esta onda de sorte e resolvi jogar na loto, já que o valor do prêmio estava acumulado em alguns milhões.

Joguei na quinta e naquele mesmo dia o cineasta e escritor Zé do Rock chegou aqui em casa. Na sexta já começou o final de semana brasileiro em Constança. De tardinha busquei o cantor mineiro Ivaldo Moreira e sua esposa na estação ferroviária daqui de perto de casa e depois de jantarmos fomos juntos para o cinema em Constança.

A sexta foi super legal! Se reuniu um público legal, que primeiro se deliciou com a música do Ivaldo, morreu de rir com as piadas do Zé, assistiu seu filme, o “Schroeder liegt in Brasilien” e teve a oportunidade de colocar perguntas sobre o filme para o cineasta presente, ouviu um pouco sobre meu livro e depois ainda ficou pra ouvir mais música com o Ivaldo, bater papo com os presentes, podendo comprar livros meus e do Zé, CDs do Ivaldo e cartões postais da ilustradora do meu livro, a Cecília Palmer. Fechamos a noite indo jantar de madrugada e nos despedimos já felizes pelo sábado, onde o Ivaldo iria apresentar sua música em Constança também como parte das festividades da “Interkulturelle Woche” (Semana Intercultural) da cidade.

No sábado, a apresentação do Ivaldo passou e ainda ficamos algumas horas ali nos deliciando com tanta oferta cultural de tudo quanto é canto do mundo. Como eu e a Cecília temos a intenção de abrir um centro cultural Brasil-Alemanha aqui no Lago, ficamos sonhando em poder participar desta festa no ano que vem de forma ainda mais intensa. Continuamos o passeio às margens do lago e de frente pra estátua da Impéria tive a ideia de fazermos um passeio no lago em um barco movido a energia solar. Acho que este foi um dos momentos mais bonitos e mágicos deste final de semana já tão gostoso, pois o barco era silencioso e podíamos ouvir o barulho da água, perfeitamente combinante com o violão e a música do Ivaldo. Ele abriu uma caixinha de recordações dentro de mim e cantei muita música, e dentre tantas muita música mineira, que ainda sabia perfeitamente de cor, mesmo não as tendo cantado talvez por 20 anos, como esta daqui…

Para Lennon e McCartney – Milton Nascimento
Composição: Marcio Borges / Fernando Brant / Lô Borges

Por que vocês não sabem do lixo ocidental?
Não precisam mais temer
Não precisam da solidão
Todo dia é dia de viver

Por que você não verá meu lado ocidental?
Não precisa medo não
Não precisa da timidez
Todo dia é dia de viver

Eu sou da América do Sul
Eu sei, vocês não vão saber
Mas agora sou cowboy
Sou do ouro, eu sou vocês
Sou do mundo, sou Minas Gerais

Cheguei à conclusão que a música do Ivaldo e o lago de Constança são perfeitamente combinantes! 🙂 Decidi que tenho que reativar minha coletânea de músicas mineiras, que são profundas, sinceras, românticas e fazem bem ao coração. O meu irmão Alexandre com certeza vai poder me ajudar, pois na época da universidade comprávamos vários discos juntos (divididos em 3 prestações!) e íamos todo domingo juntos ao alto do parque das Mangabeiras para assistir show de música mineira.

O final da tarde chegou, a fome bateu e chamamos o grupo, composto do Ivaldo e esposa e Cecília e seu marido, pra vir cá pra casa jantar com a gente. O Matthias fez um churrasco não planejado mas ainda assim super gostoso, acompanhado de saladas, arroz e vinho, e passamos ainda muitas horas super agradáveis juntos.


Hoje ainda fomos passear à tardinha no patrimônio cultural da UNESCO, a ilha de Reichenau. Durante todo o final de semana tivemos a sorte de termos muito sol e temperaturas dignas de verão, o que tornou os passeios ainda mais bonitos. Antes de sair de casa pra votar (hoje a Angela Merkel conseguiu reconfirmar seu posto como chanceler alemã), ainda dei uma olhadinha no computador e não acertei nem um número dos que fizeram parte do último resultado da loto. Os milhões foram pra outras mãos. Bom, não ganhei na loto, mas tive um final de semana maravilhoso e fiz novos bons amigos, que vão ficar pra sempre.

Pra quem morar em Berlim e redondezas, dou a dica do show grátis do Ivaldo Moreira no dia 01.10 às 21h na “A Livraria” em Berlim! Vc verá e ouvirá uma voz linda, um violão “tocante” e uma pessoa emocionante. Não perca!

Brumado (Ivaldo Moreira / Luiz Carlos Sá)
clique no nome da música para ouvi-la

É, cada um tem seu lugar
Junta gente pra falar
De onde veio e do que faz
Tem tanta história pra contar
Fazem roda, dão risada
Um ou outro quer chorar… de vez

A saudade bate na raiz
Mas a vida tem que andar
E agente aprende a ser feliz
Em qualquer lugar…

É, somos tantos por aí
Como nossas fotografias,
Nossas cartas que não chegam mais
É, dá vontade de saber
Se alguém de lá se lembra
Dessa moça, daquele rapaz

::Eta trem bom: entre 25-28/09 tem filme, livro e música brasileira em Constança!::

24/09/2009

A partir da sexta que vem, dia 25/09, há uma programação variada em Constança, como parte da “Semana Intercultural” (“Interkulturelle Woche“) da cidade. É um prato cheio para aqueles que curtem a cultura brasileira! Anotem:

– Dia 25/09:
20h: Filme “Schroeder liegt in Brasilien” no cinema Zebra com a presença do cineasta Zé do Rock.
Logo depois do filme: Curta apresentação do livro “Mineirinha n’Alemanha” e show do cantor mineiro Ivaldo Moreira, que estará apresentando seu trabalho pela Alemanha até 01/10 (show em Berlim).

– Dia 26/09:
11h: Grupo SeSamba
12h: Outra apresentação do Ivaldo Moreira no mercado das culturas “Agora” na “Kreuzlinger Str.” em Constança
22h15: “Schroeder liegt in Brasilien” no cinema Zebra

– Dia 28/09:
20h: “Schroeder liegt in Brasilien” no cinema Zebra

Conto com sua presença!


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