Posts Tagged ‘jornal’

::Recorde no número de vagas em aberto na Alemanha::

12/05/2017

Saiu no jornal FAZ e vou fazer um pequeno resumo da reportagem: no momento há um recorde no número de vagas de emprego a serem preenchidas na Alemanha na área técnica de nível superior, o que aqui é resumido através da sigla MINT – Mathematik, Informatik, Naturwissenschaften und Technik (Matemática, Informática, Ciências Naturais e Técnica. Há um total de 237.500 vagas em aberto, 38,6% a mais do que em 2016. Desde 2013 a participação de mão de obra estrangeira nessa área cresceu 43%. Se não fosse isso, a falta de mão de obra qualificada na Alemanha estaria em patamares muitíssimo mais altos.

Fonte: artigo do jornal FAZ lido em 12/05/17: “Rekordlücke: 237.500 MINT-Arbeitskräfte fehlen”

::Hitler e a crise dos refugiados::

07/10/2015

O jornal alemão Tagesspiegel cometeu ontem um faux-pas com relação ao tema mais atual da Alemanha: a crise dos refugiados. Hoje tiveram que pedir desculpas por terem misturado na primeira página uma foto de um ator alemão, que ocupa o papel principal na sátira sobre Hitler chamada “Er ist wieder da” (Ele está de volta), mostrando ao lado da foto do ator a frase “Der schon wieder” (Ele de novo…) e logo abaixo a notícia sobre a crise dos refugiados de que Angela Merkel decidiu tomar a liderança sobre esse assunto e retirá-lo da alçada do Ministro da Defesa de Maizière. Explicaram que intencionavam colocar outra notícia abaixo do artigo sobre o filme, mas em último minuto ela foi alterada pela novidade com relação à crise dos refugiados… e pediram desculpas pelo mau gosto.

Os comentários explodiram na internet, rádios e demais meios de comunicação e foram implacáveis: “exemplo de péssimo layout”, “que estagiário fez a capa do jornal desta vez?”, “Infelizmente, muito engraçado”, “o Tagesspiegel teria merecido melhor liderança durante a escolha do melhor layout para o jornal de ontem”…

Fonte: artigo do Tagesspiegel de 07/10/15.

::Agora o mundo vai ter que agüentar – um pouco do que se noticia sobre o Brasil no estrangeiro na atualidade – reportagem do jornal alemão Die Welt de 22/05/14::

25/05/2014

O argumento desta reportagem até é interessante, mas ainda assim eu espero que a Copa seja sim uma oportunidade para o brasileiro mostrar para o resto do mundo que somos hospitaleiros e sabemos receber bem todos os povos, de todas as raças, em nossa casa. Além do evento ficar mais positivo para o mundo, isso também pode gerar renda mais tarde para o país, a exemplo da Alemanha depois da Copa de 2006. Ainda que, pelo que eu ouvi dizer, uma camiseta do Brasil esteja custando 250 reais e que se possa comprar uma camiseta da Fifa com as cores do Brasil num supermercado alemão por poucos euros, mesmo não sendo a camiseta oficial da Seleção, a alegria do nosso povo é intrínseca, espero eu, e há de predominar. A reportagem é de autoria de Thomas Fischermann.

°°

Agora o mundo vai ter que agüentar – a Copa no Brasil não vai ser sinônimo de festa. O anfitrião está ocupado com outras coisas mais importantes

É necessário colocar as cartas na mesa: os brasileiros estragaram a Copa. Para si próprios e para o resto do mundo. Os estádios, hotéis e a infraestrutura irão funcionar de forma razoável dentro de três semanas, mas a animação já se foi. Há poucos brasileiros andando no país com camisetas verde-amarelas da Seleção, a decoração nas ruas com relação à Copa está muito pouca e é mais resultado de fontes oficiais do que da manifestação do povo como demonstração de alegria de que o evento está para chegar. Ao lado do estádio onde será iniciado o evento em São Paulo se instalou um acampamento de opositores da Copa do Mundo. “Não vai ter Copa”, está é a solução batalhadora de muitos dos manifestantes que foram às ruas durante a semana passada em mais de 20 cidades.

Isso é muito fácil de ser mal interpretado. A grande maioria dos brasileiros não tem na realidade nada contra a Copa do Mundo. Ela tem, acima de tudo, algo contra si própria.

Os brasileiros altamente indignados quase não conseguem suportar como seu país está sendo visto pelo mundo todo de forma cruel antes do início da Copa. Isso vai também ocorrer, supõe-se, com os visitantes durante a Copa. A revista inglesa The Economist montou a imagem de um foguete em forma do Cristo Redentor prestes a se desintegrar e a revista alemã Der Spiegel colocou na sua capa a imagem de uma bola de fogo caindo de forma meteórica sobre o Pão de Açúcar, enquanto o telhado do estádio de São Paulo, que ainda não está pronto, chamou a atenção através de manchetes de jornal pelo mundo todo.

Daí seguiu uma reação comumente conhecida no Brasil: “Nós não temos ligação nenhuma com a Copa! Não damos a mínima para ela!“

Esta pode ser a razão pela qual se perceba tão pouca euforia no país do futebol poucas semanas antes do início da Copa.

Mas isto é só uma parte da história, porque a afirmação de que “não damos a mínima para a Copa“ não foi a única reação à mísera preparação do evento. Mesmo que os brasileiros não gostem de ficar tendo sua orelha sendo puxada por causa dos atrasos nas obras da Copa, desde junho do ano passado uma coisa muito importante mudou: a crítica ao estado geral do país – à má distribuição de renda, aos excessos burocráticos e à corrupção, ao estado das escolas e dos hospitais, aos investimentos mal feitos e à polícia brasileira – é exercida pelos cidadãos de forma aberta, da forma mais frequente como nunca antes acontecido.

Há um ano atrás os brasileiros surpreenderam a si próprios com o fato de que milhões de pessoas foram às ruas; uma nova cultura de protestos se formou e também uma cultura do debate político. As preocupações e expectativas são, desde então, expressamente comunicadas, e os políticos se sentem obrigados a reagir a elas. Há várias razões para isto, e o fato do mundo estar de olhos voltados para o país por causa da Copa do Mundo foi uma das menos importantes. A classe média, bem educada e moradora dos grandes centros urbanos não aceita mais a má administração pública e não quer receber só promessas dos políticos, como acontecia no passado.

Ao mesmo tempo, os representantes da classe média baixa, que acabaram de deixar a linha da pobreza, deixam seu papel de servidores das classes superiores. Eles lutam por melhoras econômicas e para que sejam ouvidos pelos políticos. Esta é a dinâmica que dá base aos protestos recentes no país.

Em outras palavras: no meio de acusações internacionais e decepções, o Brasil está no momento dando um grande passo para a frente. O crescimento econômico rápido dos últimos anos, que vai continuar no mais tardar com a próxima alta das matérias-primas, liberou forças para a sociedade.

Tanto os ambiciosos que ganharam economicamente quanto os insatisfeitos entre os que melhoraram de vida vêem seu país como um campo de obras. E também percebem a possibilidade de crescimento econômico dentro de um país em desenvolvimento não só como algo que se subentende como algo existente, mas também como um projeto, pelo qual eles têm que lutar.

O dano colateral é que os brasileiros vão mostrar para o mundo uma Copa do Mundo meio sem graça. É possível aceitar este fato, se sabemos que isso acontece em nome de algo mais importante.

Fonte: Jornal Die Welt, reportagem de 22/05/14.

::Que brasileiro que nada – já estou curiosa agora pra saber sua opinião::

28/04/2014

Para quem tem interesse de ler um exemplo de como os jornais estrangeiros noticiam no momento sobre o Brasil, li ontem e traduzo aqui um artigo um pouco controverso, polêmico e um tanto quanto equivocado da jornalista esportiva alemã Cathrin Gilbert, publicado no jornal Die Zeit de 24.04.14. Ainda que ela tenha tido um objetivo positivo de incentivar as pessoas a visitarem o Brasil durante a Copa e de apoiar os brasileiros quanto às suas reivindicações muito além do futebol, acho que sua argumentação está um tanto quanto equivocada e interpreta de forma desajeitada o momento atual brasileiro. Ainda assim, a vontade de que todos voltem bem pra casa impera no meu íntimo. Já estou curiosa agora pra saber sua opinião:

Que brasileiro que nada

Perto da Copa do Mundo, o país está finalmente parando de se superestimar

São poucas as coisas que incomodam mais do que a mania de acabar com a imagem de um país prestes a receber um grande evento internacional. Podemos citar as reações com relação à Grécia antes das Olimpíadas de verão há 10 anos atrás. Meu Deus! O que se acreditava naquela época era que os gregos não teriam nada pronto para o início do evento. O que aconteceu? O evento começou pontualmente e a admiração foi geral. Da mesma forma, ninguém tinha muita certeza de os sul-africanos teriam condições de receber uma Copa do Mundo no país. Cenários de horror com relação a bandas carniceiras foram então publicados, e foi dito que estas iriam atacar os torcedores que ali estivessem. E o que aconteceu? Todos os turistas voltaram bem para casa.

Agora estamos prestes a presenciar o próximo grande evento mundial: a Copa do Mundo no Brasil. Será que há um país que possa se qualificar mais para a apresentação de um evento como este? Até há pouco ninguém ousaria duvidar disto. Entretanto desde há algumas semanas o entusiasmo está diminuindo – também na Alemanha. Os primeiros fãs estão revendendo pela internet os tíquetes que compraram com tanta dificuldade, por um preço bem abaixo do de compra. O Brasil não vai conseguir acabar de construir os estádios, aeroportos e nem vai conseguir domar a criminalidade. E desta vez os rumores têm mesmo ligação com a realidade. O aeroporto de São Paulo realmente não vai ficar pronto.

Em poucos meses uma onda de felicidade se transformou em medo profundo. O que aconteceu? Será que a culpa com relação ao país hospitaleiro é da mídia?

Ao contrário das qualidades futebolísticas do Brasil (que nunca deveriam ser colocadas em dúvida), o desenvolvimento econômico e político foi superestimado por vários anos. A superestimação externa foi adicionada à interna.

Ao lado da Rússia, Índia e China, o Brasil era considerado como um país em desenvolvimento com grandes chances de sucesso. Entre os anos de 2000 e 2010 o crescimento no país foi de em média 5%. Orgulhoso, o Brasil tomou seu lugar dentre os países do grupo BRIC. O Brasil gostou de ser elogiado internacionalmente. Parecia que a quinta economia mundial tinha deixado seus problemas para trás. Quem haveria de sentir fome em um país com uma das maiores áreas cultivadas e com condições climáticas perfeitas? O governo estava surfando de forma deslumbrante na onda da euforia, liderado pela presidente Dilma Rousseff, enquanto fingia não se lembrar que apesar do Brasil ter renda per capita de 8.000 dólares, se encontrava só no 61° lugar mundial (nota minha: a autora não explicou do quê…Alguém sabe?). Ou que a economia começou há pouco a se enfraquecer.

Quem já viveu no Brasil sabe que os brasileiros dariam de tudo para um dia serem respeitados pelos americanos e europeus. Não há nada – e entende-se isso perfeitamente – que os façam se sentir mais diminuídos do que pela arrogância do norte. Daí saiu o processo de auto-enganação dos brasileiros, aliado ao talento único de saber se vender.

Mas mesmo agora que a auto-enganação está ficando visível, os brasileiros conseguem continuar a se promover: eles usam os principais palcos do mundo de forma sistemática, com o objetivo de chamar a atenção para o que não vai bem em seu país, muito causado pela política local. Semana passada os policiais de Salvador, onde vão acontecer jogos da Copa do Mundo, entraram de greve para denunciar as más condições de trabalho – 39 pessoas morreram durante os protestos. Mesmo o ex-capitão da Seleção Nacional, Rai Souza, declarou em uma entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung: “Temos que solucionar muito do que vai além do futebol e que, em parte, ficou à mostra desde os preparativos para a Copa do Mundo.”

A coragem dos brasileiros merece admiração. Eles se posicionam contra a cegueira causada pela política brasileira. Nós deveríamos apoiá-los, mostrar alegria pela chegada da Copa do Mundo e nos preparar para a viagem.

Fonte: Reportagem no jornal http://www.zeit.de/index de 24.04.14 de autoria de Cathrin Gilbert.

::Jornais alemães se enganam com o nome do mascote da Copa::

11/04/2014

Na realidade uma piada e um exemplo de como uma notícia errada pode se espalhar de forma rápida na era da internet:

Uma definição totalmente descabível do que o nome do mascote da Copa do Mundo no Brasil significa na realidade causa confusão na imprensa alemã. O tatu-bola bonitinho, cujo nome é Fuleco, mistura de “futebol” com “ecologia”, foi confundido com outra palavra bem menos honrosa em português. Tudo bem que o nome deixou a desejar, e que possa ser facilmente ligado a outras palavras nem tão simpáticas como “fuleiro”, mas a intenção com certeza foi nobre. Teria sido mais fácil se tivessem dado ao bichinho o nome singelo de “tatu-bola”, não é mesmo?

O jornal alemão Die Welt, um dos mais conhecidos da Alemanha, afirmou há algumas semanas atrás que Fuleco é sinônimo de “ânus” na “linguagem popular do Brasil”. Logo a notícia se alastrou e vários outros jornais, dentro e fora da Alemanha, reproduziram a reportagem sem verificar se era verdade ou não…

Achei que esta frase disse tudo e dá exemplos de muito do que se pode expressar com a dita palavra em alemão: “Ist das Maskottchen der Fußball-Weltmeisterschaft 2014 tatsächlich am, im oder ein “Arsch”, wie so manche deutsche Medien heute behaupten?” (O mascote da Copa Mundial de Futebol 2014 está perdido, dentro do ânus ou é um completo idiota, como a mídia alemã tem sugerido?)…

Fontes: Site “Brasilien WM 2014” e DW Notícias de 01.04.14.

Lindo pedaço de artigo do jornal Die Zeit::

10/01/2014

Um dos jornais alemães dos quais mais gosto é o Die Zeit (O Tempo). Nele li hoje um artigo sobre uma africana que foi deportada da Alemanha há 7 anos atrás e que acaba de voltar pra Alemanha, agora casada.

“Es ist nicht leicht in diesen ersten Tagen. Celestine hängt wieder in einer Zwischenwelt. Ihr altes Leben ist vorbei, aber das neue hat noch nicht begonnen. Auch wenn sie diesmal mehr Zeit hatte zum Packen ihres Koffers, musste sie Dinge da lassen. Dafür hat sie anderes im Gepäck, von dem sie noch nicht weiß, was genau das ist. Niemand weiß, was all die Abschiede mit einem machen”.

“Não é fácil nesses primeiros dias. Celestine está presa novamente entre dois mundos. Sua vida anterior se foi, mas a nova ainda não começou. Ainda que ela tenha tido mais tempo desta vez para fazer suas malas, ela teve que deixar muita coisa pra trás. Em compensação, ela traz outras coisas consigo, embora não conheça o significado delas. Ninguém sabe direito o que as despedidas ao longo da vida fazem com o ser humano.”

Acho que todo mundo que mora longe fora de casa ou que tem pessoas queridas morando do outro lado do mundo fica tocado por uma frase como esta, não é mesmo?

Quelle/Fonte: Die Zeit, parte Zeitmagazin Nr. 3 de 09/01/14, página 20, artigo “Eine Heimatgeschichte“.

::Como procurar por um imóvel na Alemanha?::

17/01/2012

Procurar uma casa ou apartamento pra alugar ou comprar na Alemanha não é nada fácil. É tanta coisa pra analisar, comparar, discernir, decodificar, entender… E olha que em muitas cidades alemãs, pelo fato da procura ser muito maior do que a oferta, quem acaba sendo escolhido é o inquilino, tendo que se candidatar realmente, dentre várias outras pessoas concorrentes, ao imóvel.

Isso tudo sem falar no fato de que a arte de procurar um imóvel está oculta atrás de várias abreviações (veja a lista das mais comuns aqui), vinda da esperteza do alemão pra conseguir exprimir muito em poucas linhas, diminuindo também o custo do anúncio. Observe que o número de quartos também é contado diferente, pois na Alemanha a sala também é um quarto. Um apartamento de dois quartos então na Alemanha vai ser oferecido como 3 Zi-Whg. (Wohnung), ou um apartamento com 3 quartos (uma sala, dois quartos de dormir). O aluguel em si é chamado de KM, ou Kaltmiete, e o restante adicional (aquecimento, p.ex.) entra na WM (Warmmiete). E olha que se tiver uma garagem coberta ou não (Garage/Carpot) tem que pagar separado! As ofertas são tão diversificadas como originais: há casas mobiliadas, semi-mobiliadas e “peladas”. É comum um imóvel ser oferecido sem cozinha, sem armários embutidos, sem cortinas, sem lâmpadas ou luminárias e sem máquina de lavar roupas. Do contrário, o aluguel de um imóvel na Suíça já é bem mais cômodo, pois ele é oferecido bem mais equipado do que na Alemanha. Há pessoas que informam o telefone na oferta, outras só passam seu endereço de e-mail e os mais extremos só querem respostas por Chiffre. Isso quer dizer que o candidato terá que escrever uma carta ao jornal, citando o número do Chiffre e pedindo para que seja repassada para o dono do imóvel. Assim ele tem chances de ler tudo com calma e escolher o inquilino que mais atenda às suas expectativas.

Se alguém quiser comentar algo que eu tenha esquecido de mencionar, os outros leitores agradecem! 🙂

::15/12 – Calendário de advento da Mineirinha::

15/12/2011

Aqui um dos muitos calendários de advento online, este de um conjunto de grandes jornais diários da Alemanha, oferecendo vários prêmios. Uma dica: se for participar da brincadeira, não clique nas duas opções depois do “aceito as regras” (Teilnahmebedingungen), pois se clicar vão te encher de spams! No mais, boa sorte!!! 🙂

::Especial de 10 páginas sobre o Brasil no jornal alemão “Die Welt”::

26/09/2011

Saiu um especial sobre o Brasil no jornal “Die Welt” (O Mundo) de 16.09.11 (parte dele aqui) e aqui, que descreveu em 10 páginas o que o Brasil significa economicamente na atual conjuntura mundial e como está o relacionamento Brasil-Alemanha. Faço questão de (tentar) resumir as muitas reportagens, para que vocês possam se orgulhar comigo do nosso país:
– O Brasil é atualmente a 7a. maior economia do mundo, sendo que se acredita em reportagem deste jornal que em poucos anos poderemos ultrapassar a Rússia, a Alemanha e o Japão, conquistando assim o lugar de 4a. maior economia do mundo, só atrás da China, EUA e Índia. Diz-se no jornal que não há dúvida de que “se” isso vá acontecer, a dúvida fica só na pergunta “quando”. Acredita-se que em 10 anos o país ocupará a posição de 5a. maior economia mundial;
– Nos últimos anos, quase 40 milhões de brasileiros passaram a fazer parte da classe média baixa, o que causou um enorme aumento do poder de compra da população. No total, a metade do país já faz parte da classe média;
– O Brasil é 24 vezes maior que a Alemanha em termos de território, sendo que 10% de seus atuais 200 milhões de habitantes têm ascendência alemã;
– Dos quatro países BRIC, o Brasil é o único país de democracia ocidental;
– O jornal chama a atenção para o fato de que é a imprensa brasileira que descobre casos de corrupção, vendo este fato como positivo, pois mostra que a imprensa é forte, tomando o lugar, muitas vezes, da Justiça;
– Logicamente levantam a grande oportunidade para a Alemanha de conquistar maior parcela de negócios dentro do país com a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil;


– As áreas em que vêm grandes chances de cooperação entre o Brasil e Alemanha são: infraestrutura, logística (organização de grandes eventos), segurança, saúde, energias renováveis (ecologia), controle de qualidade, turismo, setor alimentício, finanças e apoio à exploração de minério e petróleo;
– O ano de 2013 será o “Ano da Alemanha no Brasil”, quando a Alemanha pretende mostrar que pode e quer ser parceira em outras áreas além da econômica;

– Foi assinada a pouco tempo uma cooperação entre as cidades do Rio de Janeiro e Colônia – a primeira deste tipo. Espera-se que outras cooperações a nível municipal surjam com o tempo;
– Há 1.200 empresas alemãs no Brasil, 90% delas são empresas de médio porte, que representam juntas 8% do nosso PIB;
– Nosso PIB cresceu 7,5% em 2010 e a prognose para o 1o. semestre de 2011 é de 4,1%;
– O Brasil dispõe de enormes recursos agrários, água, minério e energia e é visto como o celeiro do mundo: os 60 milhões de hectares de terra para plantio podem ser triplicados sem danificar a área do Amazonas;
– Nosso país é o maior exportador/produtor de café, suco de laranja e frango do mundo;
– E o país com a maior diversidade de flora e fauna do mundo, além de apresentar a maior diversidade de espécies animais do planeta;
– A indústria e o setor de serviços são modernos atingindo o 4o. lugar no mundo em termos de mercado para automóveis e o 5o. lugar do mundo para o mercado de celulares, 3o. lugar do mundo no mercado de computadores e 2o. lugar do mundo no mercado de cosméticos;
– Pontos negativos: baixo nivel de liberização da economia, altas barreiras contra produtos importados, sistema de impostos complexo, burocracia indecifrável, vias legais muito demoradas, alto valor do Real e infraestrutura pouco desenvolvida;
– O salário médio mensal, segundo o jornal, em 2010: 985 euros (este dado, além de muitos outros, me surpreendeu);
– Comprado com os outros países BRIC, vê-se o Brasil como politicamente estável, com uma população culturalmente homogênea, o que garante a ausência de movimentos separatistas no futuro, cujo crescimento demográfico é positivo;
– Desde o ano de 2.000 o nosso volume comercial em termos de exportação aumentou em 4 vezes, já que o país tem atendido, dentre outros, as economias em desenvolvimento na região asiática;
– O investimento estrangeiro no Brasil já atinge 400 bilhões de dólares, sendo que 1/3 do mesmo vem da China (48,5 bilhões de dólares), que está tomando o lugar dos EUA e da EU como parceiro comercial mais importante do Brasil;
– As relações comerciais com a Alemanha duplicou nos últimos 10 anos;
– O Brasil é o parceiro comercial mais importante na América do Sul para a Alemanha (40% do total);
– Nos próximos 20 anos estã previsto o investimento de 2,8 trilhões de dólares em infraestrutura. Para os eventos de 2014 e 2016, o país investirá um total de 130 milhões de dólares;
– A presidente Dilma é vista como a 3a. mais influente/poderosa mulher do mundo (segundo a revista americana Forbes – lista atual de 2011), atrás da chanceler alemã Angela Merkel e da política americana Hillary Clinton. Na lista de 2010 a Dilma estava em 16o. lugar. 70% dos brasileiros estão a seu favor;
– Em março de 2012 a Dilma virá à Alemanha, pois o Brasil será o país-parceiro da feira de informática CEBIT;
– Poucos países no mundo oferecem tanta diversidade em termos turísticos: praias fenomenais, paraísos naturais, Floresta Amazônica e Oktoberfest em Blumenau (maior festa alemã do continente americano), dentre tantas outras atrações;
– A região do Amazonas representa com 4,1 milhões de Km² quase 60% da área brasileira e é tão grande quanto os EUA. Da região total, que é essencial para o clima mundial, 2/3 ainda estão intactos;
– As universidades federais e algumas privadas (PUC do Rio de Janeiro) são citadas como tendo um alto nível de ensino;
– Em 2010, 540 estudantes alemães (26% na área de Ciências Exatas/Matemática, 24% na área de Línguas e 23% na área de Direito, Soziologia e Economia) foram estudar no Brasil através da DAAD, dentre os quais 1/7 foi para a USP;
– Áreas que são vistas com bons olhos pelos estudantes alemães: indústria da exploração de petróleo, construção de aeronaves, Medicina dos Trópicos, pesquisa climática, área farmacêutica, arquitetura, planejamento de cidades (85% dos brasileiros vivem em grandes centros urbanos) e ecologia.
– No semestre do inverno de 2009/2010, haviam 2.299 brasileiros estudando na Alemanha;
– O nosso nível de alfabetização atinge atualmente 88%, o que mostra que o setor da educação tem prioridade para o governo brasileiro;
– Na opinião do DAAD: Há pouca competência sobre o Brasil na Alemanha e pouca informação, além dos clichês que todos conhecem, sobre as inúmeras possibilidades que o país oferece;
– 46% da energia gerada no país já é atualmente de fontes renováveis (água, vento e biomassa – bagaço da cana de açúcar);
– O crescimento do Brasil é visto como sustentável, de caráter duradouro.

::Um batuqueiro entre as culturas – Brasileiros na mídia alemã::

16/06/2009


O jornal alemão “Handelsblatt“ (Folha de Negócios) noticiou semana passada uma série de entrevistas com pessoas de renome do Brasil, anunciando que nosso país já superou seus pontos fracos e tem boas chances para sair mais forte desta crise financeira. Abaixo alguns trechos da entrevista com o cantor, compositor e empresário Carlinhos Brown. Eu sou suspeita, pois adorei sua entrevista! O jornal “Handelsblatt“ afirmou mostrar brasileiros que são exemplos deste novo Brasil, segundo eles “um gigante verde, que está saindo da sombra dos países em desenvolvimento como a Índia e a China“. Carlinhos Brown tem certeza de que o país tem muito mais para oferecer do que música e futebol.

Eu pelo menos não sabia, mas o Carlinhos Brown é hoje em dia no Brasil o componista vivo de maior sucesso – depois do sogro dele, Chico Buarque. Mais de 300 de suas composições foram gravadas por outros músicos.

Ele se vê muito além de suas funções como percussionista, produtor ou compositor, como uma pessoa que vive para oferecer services: “Eu faço com que as pessoas se encontrem e se divirtam“, diz Brown, “estas são características que nós brasileiros temos para oferecer ao mundo. Nós conseguimos juntar pessoas e espaços que antes não exisitam“.

Carlinhos Brown é hoje um dos representantes mais expressivos do Brasil, “um Brasil com o qual as pessoas do mundo todo identificam aquilo que perderam: a alegria, a vontade de viver, o erotismo da cultura, a alegria do movimento, o sorriso espontâneo“, diz Rubens Ricupero, diplomata brasileiro. É este “soft power“ que faz com o que o Brasil tenha seu lugar no mundo. O país convence mundialmente através de seu esporte, cultura, criatividade, das pessoas gentis – como foi descrito por Sérgio Buarque de Holanda em 1937 em “Raízes brasileiras“.

Carlinhos Brown é um mestre da idéia muito brasileira de misturar culturas, gerações, opiniões, religiões e ritmos diferentes.
Ele está orgulhoso da riqueza que ele gerou para sua região, o Candeal, que hoje em dia está completamente asfaltada. Mais de 5.000 músicos foram formados através de seus grupos. Em 2002 ele ganhou um prêmio da UNESCO pelos seus projetos sociais no Candeal e mais tarde também outro prêmio do Habitat, o programa de moradia da Uno. “Os investimentos sociais dão o melhor retorno“, diz Carlinhos.

Citações de Carlinhos Brown

Sobre o governo
“Nós artistas já desistimos há muito tempo de ficar esperando que o governo faça algo por nós. Nós sabemos que temos que ter nossa própria iniciativa. Não somos mais os idealistas bobinhos que éramos antes“.

Sobre a divisão da sociedade
“Temos que tomar muito cuidado para que a sociedade brasileira não se divida ainda mais. Já temos agora uma mistura das favelas com os condomínios fechados, o contraste dos guetos de arame farpado com a riqueza. A violência, fruto dos poderosos, está se voltando cada vez mais contra eles“.

Sobre o futuro do Brasil

Com nossas riquezas naturais e os novos poços de petróleo vamos cada vez mais ser vistos mundialmente como um país rico. Mas isso significa um risco para os pobres brasileiros. Há o perigo de que eles não recebam nada dessas riquezas. A disposição para dividir aqui ainda está muito subdesenvolvida”.

Fonte: “Handelsblatt”, edição de 10.06.2009


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