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A revista Viagem e Turismo da Editora Abril também contribuiu com uma reportagem de capa sobre o nosso projeto de e-book divulgando mais de 130 atrações turísticas no Brasil. Contribua você também adquirindo o e-book, que ficou lindo de ver e ler!
Caso alguém conheça mais meios de comunicação e possa sugerir a divulgação do projeto, agradecemos tbém!
O dia em que eu ia completar meus 25 anos morando na Alemanha chegavam a passos largos e eu não sabia direito como iria lidar com essa data, 01/03/18… Ficava me perguntando se iria sair inspiração para escrever um poema naquele dia significativo? Iria publicar fotos históricas, de quando cheguei na Alemanha, nos idos de 1993? Iria contar um caso, ou um causo dos meus primeiros e inúmeros tropeços durante os primeiros meses e anos na Alemanha?
Nada disso saiu, muito ficou na cabeça, como planejado. Do contrário, uma coisa que já vinha alimentando há tempos criou força e nasceu de supetão. Outro dia estava comentando com a Alessandra, minha amiga há 40 anos, que adoraria rever nossa sala de colégio! De tantos, tinha sobrado só um grupo de 4 pessoas das quais eu sabia o paradeiro e um dia eu e ela ficamos um tempo tentando nos lembrar dos sobrenomes dos nossos colegas de sala, algo que naquela época não tinha importância nenhuma para nós. A importância era dada só para os apelidos dos nossos colegas, Tandinha, Sandrinha… e nos concentrávamos em saber no máximo os primeiros nomes dos colegas. No mais, Gerais.
Do contrário, aqui na Alemanha aprendi rapidamente a importância dos sobrenomes. E também de saber explicar mais ou menos minha ascendência, algo incerto para mim e para tantos outros brasileiros. Entendi que dois sobrenomes ou mais chegam a ser complicados para os alemães, ainda assim achando mais justo o nosso jeito de fabricar nomes, composto com parte do nome da mãe e do pai, como claro subproduto e originário de duas pessoas. Lembrei agora do dia que o nosso professor de matemática nos deu aula sobre interseção, mostrando seu nome e o da esposa, com o resultado do nome do filho: Levi + Maria = Levimar.
Outra coisa que tem aqui na Alemanha e da qual chego a ter uma certa inveja (branquíssima!) é o cuidado que têm para manter tradições. É comum por exemplo as pessoas se reencontrarem para rever seus amigos de colégio e comemorar 10, 20, 30, 40 ou 50 anos de formados. No Brasil, do contrário, perdemos todos os contatos: ninguém é obrigado a registrar onde mora, as mulheres se casam e alteram seus sobrenomes, e a loucura do dia a dia faz o restante, com o resultado de que ninguém sabe mais de ninguém e fica por isso mesmo. Além de tudo isso, minha geração vem de antes da internet, ninguém tinha ninguém como amigo em nenhuma rede social e uma pessoa sabia da outra ou porque manteve o contato mesmo, ou porque conhece alguém, que conhece a pessoa. É bem na base da sorte ou da coincidência!
Pois bem, poucos dias antes de eu completar os 25 anos de Alemanha, no finalzinho de fevereiro, a Alessandra me enviou por WhatsApp uma lista completa com nomes e sobrenomes de todo mundo da sala. Perguntei se ela concordava que eu publicasse a lista, e em poucos minutos estava procurando pelos nossos colegas no Facebook. Éramos 4 no dia em que publiquei a busca, 20/02/18, e, em menos de duas semanas, já chegamos a 15 dos 33 que somos! O interessante é que, como comentei acima, minha geração fica exatamente na linha entre os que usam e os que não usam as mídias sociais, então não é tão fácil assim encontrar pessoas que não usam o Facebook!… Mas até que estamos nos dando bem no nosso trabalho de detetives! Umas pessoas ficam fáceis de reconhecer, quer seja por uma foto, porque ela não mudou quase nada na fisionomia apesar de 40 (!) anos passados debaixo da ponte, e outras porque têm um nome marcante, ou alguém, que eu conheço, as conhece, ou elas ocupam cargos tão conceituados que são fáceis de achar na internet… Aliás hoje uma das pessoas que reencontramos está fazendo aniversário, e por coincidência, ela já morou na Alemanha, mas como não sabíamos uma da existência da outra, não nos vimos aqui! Parabéns, Sílvia! Que bom ter reencontrado você, e todos os outros colegas da nossa sala!
Aqui o nome de quem ainda está faltando para podermos completar nossa turma de oitava série do colégio SESI Benjamin Guimarães da Cidade Industrial de Contagem-MG, que se formou no ano de 1984:
Alessandro do Nascimento
Alexsandra Cristina dos Santos
Celio de Oliveira Costa
Dircilene Adriana Correa
Elias Vitor Vieira Damasceno
Elizeth Fernandes de Souza
Fausta Luiza Margarido
Ivana de Souza Martins
João Henrique de Souza Lopes
Joelma Norberta da Silva
Maria Amália Barra
Mário Lúcio Bertola Júnior
Marta Martins da Silva
Regina Lúcia de Lima
Rogerio Geraldo Maciel
Rosilene Teodora da Silva
Vânia C. de Moura
Wandercy Ferreira Fagundes
Queremos muito reencontrar vocês e, quem sabe, marcar uma festinha de confraternização em Belo Horizonte pouco antes do Natal de 2018!
Assinado: Alessandras, Amir, Caio, Edilene, Eugênio, José Geraldo, Islam, Juliana, Ronaldo, Sidney, Silvia, Simone, Úrsula e Sandra
Tenho rugas…
Olhei para o espelho e descobri que tinha muitas rugas, em volta dos olhos, na boca, na testa.
Eu tenho rugas porque eu tive amigos… e nós rimos, mas tanto, até às lágrimas.
Eu tenho rugas porque conheci o amor que me fez espremer os olhos de alegria.
Eu tenho rugas porque tive filhos e fiquei preocupada com eles desde a concepção, mas também porque sorri para todas as suas novas descobertas e porque passei muitas noites em claro….
Tenho rugas porque eu também chorei…
Chorei pelas pessoas que amei e que foram embora, por pouco tempo ou para sempre, sabendo ou sem saber o porquê.
Tenho rugas porque passei horas sem dormir para observar os projetos que correram bem… mas também para cuidar da febre das crianças, para ler um livro ou fazer amor.
Vi lugares lindos, novos, que me fizeram abrir a boca espantada e ver os lugares antigos, antigos, que me fizeram chorar.
Dentro de cada sulco no meu rosto e no meu corpo, se esconde a minha história… se escondem as emoções que vivi… a minha beleza mais íntima.
E se apagar isso, apago a mim mesma.
Cada ruga é uma anedota da minha vida, uma batida do meu coração, o álbum de fotos das minhas memórias mais importantes!!!
Autor desconhecido
Muito diferentemente dos alemães, que conhecem detalhadamente sua ascendência e conseguem preservar assim sua história mesmo estando fora da Alemanha, muitos de nós, brasileiros, não sabemos ao certo detalhes de nossas origens.
Quanto a mim, quando me perguntam sobre isso, digo que tenho ascendência portuguesa, espanhola, francesa (a avó da minha avó por parte paterna era francesa) e, pela herança dos meus cachos, também africana.
Qual não foi minha surpresa ao ler neste artigo que posso ser descendente de judeus sefarditas, (originários de Portugal e Espanha)! Eles foram expulsos da Península Ibérica durante a inquisição espanhola (1478-1834) e fugiram para várias partes do mundo, dentre elas o norte da África e para o Novo Mundo, principalmente Brasil e México.
O governo da Espanha tem atualmente um projeto que pretende reconhecer os judeus, dando-lhes cidadania espanhola. Se eu não tivesse cidadania alemã, certamente iria verificar esta possibilidade. Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã, não é mesmo? Veja se o seu nome também faz parte deste grupo aqui.
Por último, aqui um texto bastante interessante sobre a influência judáica na cultura mineira.
Eis aqui o substituto mais próximo do queijo de Minas aqui na Alemanha. Depois da compra, lave e seque o queijo antes de saboreá-lo, p.ex. com um pedacinho de goiabada cascão. 😉
Isso mesmo, rádio de Beagá através de um app do iPhone. Se quiser experimentá-lo também, pode se informar sobre ele aqui. Também dá pra ouvir a rádio pela internet clicando aqui.
No momento toca o seguinte “por isso eu vou na casa dela, ai, ai, falar do meu amor pra ela, ai, ai…” Na verdade cantada pelo Gilberto Gil, mas o grupo abaixo também é legal! 🙂 Viva a MPB e nossa música deslumbrantemente brasileira! Mas olha que lá na Malaveia toca tudo quanto é tipo de música das últimas 2 décadas, também em outros idiomas, ok? Quer dar outras dicas? Sempre bem-vindas, é só comentar abaixo!
Minhas queridas mamãe Eny e tia Aracy estão prestes a lançar o 2° volume da série “Causos” para Rir e Casos para Refletir. É um livro pra quem gosta de bons “causos” e casos (verdadeiros e imaginados), daqueles que se contam numa roda de amigos ou na caída da noite no pé da cozinha. Quem estiver em Beagá não pode perder o lançamento e aproveitar pra conhecer uma parte da família da Mineirinha, minhas verdadeiras musas inspiradoras! Ah, que vontade de poder participar!!! Segue o convite delas abaixo:
Oi pessoal
Finalmente após muito esforço, trabalho e dedicação, conseguimos publicar o 2º. volume da série “Causos” para Rir e Casos para Refletir.
Faremos o lançamento e a tarde de autógrafos num barzinho muito aconchegante chamado BALAIO DE GATO, que fica na Rua Piauí, 1052 – Funcionários, no dia 26 de novembro (sábado), das 12 às 16 horas.
Estamos preparando algumas surpresas para vocês, tudo com muito humor, amor e carinho!
Nossa filha e sobrinha LILIAN que se encontrava na África, também estará presente, repassando algumas das suas vivências naquele continente.
Sua presença é muito importante para nós! Venha e traga quantas pessoas você quiser.
Um abraço carinhoso das autoras:
Aracy Miranda Costa e Eny Miranda Santos
MINEIRO não chama a POLÍCIA, chama “USZÔMI”. MINEIRO não SENTE AGONIA, ele “SENTE GASTURA”. MINEIRO não diz COMO VAI, diz ” CUMÉ QUE CÊ TA”. MINEIRO não liga o PISCA, “DÁ SETA”. MINEIRO não para no semáforo, para “NO SINAL”. … Para o MINEIRO as coisas não estragam, “TÁ RUIM”. MINEIRO não come pão FRANCÊS, come “PÃO DE SAL”. MINEIRO não chupa TANGERINA, chupa “MIXIRICA”. MINEIRO não acha alguns alimentos sem AÇÚCAR, acha “SEM DOCE”. MINEIRO não LAVA COM ESPONJA, lava com “BUCHA”. MINEIRO não fala VARANDA, fala “ALPENDRE” Ser MINEIRO é dizer UAI e ser diferente; é ter marca registrada, é ter história.
Tirado do mural da minha leitora Raquel Magalhães Carvalho. Obrigada, Raquel! 🙂
“A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.”
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“A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.”
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“Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer.”
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“Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.”
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“No adultério há pelo menos três pessoas que se enganam.”
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“Como as plantas a amizade não deve ser muito nem pouco regada.”
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“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”
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“Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la.”
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“Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.”
No meio do ano passado, ganhei a Svea e o Ivaldo como amigos. Foi meu livro que os trouxe até a mim. A simples existência desta amizade já faz o meu projeto de ter escrito um livro ter 100% de sentido pra mim. Leiam a entrevista e entendam por quê. Antes da leitura, um recadinho sussurrado, bem pertinho no ouvido: o Ivaldo Moreira é cantor e compositor, nascido em Minas e “crescido” em Sampa, e está no momento na Alemanha fazendo sua segunda turnê musical. Dias e horários exatos aqui ou aqui (2a. página do documento). A todos os brasileiros distribuídos pela Alemanha: não percam o show dele! Tenho uma leve impressão de que irão gostar tanto da música que ele faz quanto eu, pois ela sai direto do coração dele pros ouvidos da gente. Abaixo um bocadinho do talento dele, e em seguida a entrevista:
1 – Façam por favor uma apresentação de vocês por vocês mesmos.
Nós nos conhecemos na TV Bandeirantes em SP, onde o Ivaldo era coordenador musical dos programas e eu estava fazendo o meu primeiro estágio em produção de TV. Eu era estudante, mas vivia com a minha máquina fotográfica pra cima e pra baixo, pois sempre gostei muito de fotografar, desde os meus 11 anos de idade, quando a minha avó me deu uma ‘tira-teima’, lembra?
Também sempre tive uma relação muito forte com a música e aí… bem, unimos o útil ao agradável: ele tocava pra mim, eu batia as fotos de divulgação, rolou uma química mais elaborada e aqui estamos bem juntinhos até hoje, 21 anos depois.
2 – Como surgiu a oportunidade de vocês virem em 2009 pra Alemanha, quando nos conhecemos?
Pois é. O sonho de viajar à Alemanha já era bem antigo. Mas aqui no Brasil é mesmo muito difícil conciliar tudo: moradia, lazer, família, profissão, estudo… Então fomos realizando as vontades por partes: primeiro, curtimos a vida a dois e com amigos solteiros, fizemos viagens curtas e baratas. Depois tivemos filhos, começamos as freqüentar o mundo das festinhas infantis, o apê foi ficando apertado… Estava na hora de chamar o caminhão de mudanças pra algo maior.
E aí, só depois de pagar o apartamento onde moramos agora, é que, pela primeira vez (2007), pudemos viajar juntos pra minha ‘terrinha’. Eu já havia ido outras vezes, mas sempre sozinha e para projetos profissionais. Passamos o Natal com a minha prima e suas sobrinhas nos Alpes, fomos a Heidelberg, Bonn/Köln e Berlin. Este é o meu roteiro ‘básico’, pois é onde vivem minha prima e minhas amigas. Da próxima vez, já vou incluir Konstanz, Lindau, Bernau e Paris…
A viagem com toda a família foi uma delícia! Criou vários vínculos e referências que abriram novos caminhos. Um deles, foi a possibilidade do Ivaldo apresentar o seu trabalho musical na Alemanha.
Primeiro, ele se inscreveu na Popkomm, que é uma feira / congresso / festival de música que acontecia todo ano em Berlim. Em cima da hora, a Popkomm foi cancelada, mas já estávamos buscando outras possibilidades por meio da Internet . Assim, depois de vários e-mails e acertos, fechamos uma apresentação em Bonn, outra em Berlim e uma terceira em Konstanz. Esta graças a você, Sandra!
3 – Svea, você nasceu na Alemanha mas foi pro Brasil com um aninho. Conte pra gente como é viver entre dois mundos.
Viver entre dois mundos, é uma coisa um tanto quanto complicada. Principalmente quando o mundo em que você está vivendo pensa culturalmente muito diferente daquele do qual você veio. Entre a Alemanha e o Brasil existem várias diferenças culturais, como: o horário que os filhos têm de ir pra cama e a maneira de impor limites neles; a expressão direta e sincera do alemão, a expressão política e rebuscada do brasileiro (Machado de Assis que o diga!); o jeito reservado do alemão, que quer seu sossego, mas não deixa na mão um amigo; o jeito alegre do brasileiro, que está sempre fazendo novos amigos.
Aqui no Brasil, ainda está impressa a imagem do alemão frio e cruel, representado pelas personagens nazistas dos filmes de Hollywood. Então, muitas vezes sinto um certo preconceito nas pessoas, principalmente em ambientes de trabalho. Por outro lado, sempre sou chamada pra botar ordem na casa. Em pouco tempo, consigo. Mas aí surgem os melindres, tem gente que leva pro lado pessoal, por mais cuidado que eu tenha ao chamar a atenção ou simplesmente dar uma dica. Acho que é uma questão de maturidade, de aceitação da própria imperfeição. O profissional alemão é mais bem resolvido do que a maioria dos profissionais brasileiros em inteligência emocional. Ele separa melhor, não se envolve tanto e é bem mais sincero. E, ao contrário daqui e pela experiência que tive trabalhando com alemães, na Alemanha quem se ofende com uma simples observação, é considerado um ‘Sensibelchen’, alguém cheio de ‘não-me-toques’ e é mal visto pelos colegas.
Também tenho de ser mais dura com os meus filhos do que gostaria, pra conseguir educá-los com os limites que eles precisam pra se tornarem cidadãos éticos e com uma visão de mundo mais social. Muitos pais são liberais demais e a garotada fica muito solta, ganha presentes caros, só usa roupas de marca… Mas pelo que li no seu livro, na Alemanha não deve ser muito diferente, né?
4 – Ivaldo, você vem do interior de Minas e fez sua vida em São Paulo. Como se deu sua ida para Sampa e o que a cidade significa pra você?
No início, sinceramente, eu não tinha a menor pretensão de vir a São Paulo, muito menos de VIVER em São Paulo. Tudo aconteceu porque uma irmã minha tinha se mudado para cá e eu vim para fazer companhia nos primeiros momentos, pois ela tinha dois filhos pequenos e tudo era uma grande aventura numa megalópole como esta.
Eu aproveitei que estava na cidade e fui procurar algumas pessoas e fazer alguns contatos por conta da música. Eu tinha uma recomendação para procurar uma pessoa no SBT, o Paulo Idelfonso, que era um produtor de disco e que estava dirigindo um programa de TV. Na verdade, era um festival de música infantil e eu apresentei duas composições minhas. Logo apareceram candidatos para interpretar as canções e eu acabei me envolvendo mais com o festival; em determinado momento, eles ficaram sem o produtor musical do festival e me perguntaram se eu gostaria de assumir esta função. Daí pra frente, produzi vários programas de TV, sempre trabalhando com música. E em paralelo, investia na minha carreira artística, em que eu continuo bastante focado.
São Paulo é uma cidade com muitas oportunidades, mas que também tem muita concorrência. Cavar um espaço por aqui, é um trabalho árduo. Por outro lado, a cidade abre linques pra outros estados e países, porque tudo vem ou parte de Sampa.
5 – Ivaldo, o que mais te chamou a atenção ao chegar na Alemanha pela 1a. vez?
O que me chamou a atenção logo de cara, foi a funcionalidade existente em diferentes situações que vivenciei. Todas aquelas histórias que escutávamos – e que achávamos que era meio exagero de viajante – de que tudo na Europa funciona como um relógio suíço, foi como que se materializando dentro de mim. Pois para mim era a revelação fiel de que nada daquilo era folclore. As coisas são realmente assim e funcionam sem excessos e sem desperdício… Não quero dizer que seja a perfeição. Mas que impressiona, isso sim… impressiona!!!
6 – O que vocês gostaram mais durante a turnê do ano passado do Ivaldo pela Alemanha? Contem alguns momentos emocionantes pra gente.
Ivaldo: Várias circunstâncias permitiram o sucesso dessa turnê, principalmente pelo ótimo clima de expectativa gerado e correspondido por todas as cidades por onde passamos. O que mais gostei durante a turnê foi a forma carinhosa, o companheirismo e o respeito que tivemos por parte de todas as pessoas que encontramos, que conhecemos e que se esforçavam o máximo pra nos deixar confortáveis e à vontade.
Alguns momentos se tornaram inesquecíveis, emocionantes e, sem dúvida, deixaram muitas saudades. Um deles foi num dia de sol maravilhoso…! Fizemos um passeio num barco movido a energia solar e, portanto, absolutamente silencioso. Ele deslizava suavemente pelo Lago de Constança… Acompanhados de pessoas muito especiais, novos amigos, peguei o meu violão e começamos a cantar: música brasileira, Cat Stevens, REM, Pink Floyd… e nos divertimos com a expressão de felicidade do piloto do barco, contagiado pela nossa alegria… Ah, e a Impéria! Que saudades da Impéria!!! Em meio à correria que é viver em São Paulo, várias vezes nos lembramos deste dia que foi realmente mágico! Pudemos relaxar de verdade, curtir aqueles instantes únicos, com uma tranquilidade que não tínhamos há muito tempo…
Svea: Outro momento que marcou, foi antes de seguirmos viagem a Konstanz. Estávamos hospedados num hotel-restaurante em Weiler, um bairro de Sinsheim, cidadezinha próxima a Heidelberg. A proprietária há dias vinha pedindo pro Ivaldo tocar um pouco e, na última noite, convidamos a minha prima pra jantar conosco ali na ‘Küferschänke’. Ali as mesas laterais ficam dentro de barris gigantes e duas grandes mesas redondas ficam no centro do salão. Após jantarmos, o Ivaldo pegou o violão e começou a cantar. Aos poucos, todos os que estavam ali foram saindo de dentro dos barris pra ouvi-lo mais de pertinho. Assim, a noite foi longa, regada ao bom vinho da casa, com muitos risos, aplausos, ‘saúdes’ e prosts!! Foi bom demais da conta…!
7 – Houve alguma dificuldade para vocês aqui na Alemanha durante a viagem do ano passado?
Ivaldo: Pra mim é muito fácil porque não tenho dificuldade com o idioma – viajo com alguém que fala muito bem o alemão rsrsrsrs… Quando eu estou em alguma situação sem a presença da Svea, eu misturo um pouco (muito pouco mesmo) de alemão com inglês e tento me comunicar com as pessoas… Às vezes aparece um brasileiro, português ou espanhol e a conversa acaba ficando mais fácil… Tirando a parte do idioma, pra entender o resto é só ler o livro da Mineirinha na Alemanha… vai ficar bem mais fácil!
Svea: Dificuldade, não. Mas passei por umas situações engraçadas, como em 2007, quando os meus filhos queriam um sorvete de casquinha. Na sorveteria, havia também a opção servida no potinho e não havia nada escrito, como acontece nas padarias, em que sempre há uma plaquinha embaixo, indicando a ‘espécie’ do pão. Pois bem. Passei um aperto quando fui explicar que era de casquinha – como a gente fala isso em alemão? E o vendedor me olhou como se eu fosse um ET, quando eu pedi: “in diesem Keks da…” Ou seja, nesse biscoito aí… Hoje eu sei que chama ‘Hörnchen’ (chifrinho). Mas… já pensou se aqui no Brasil a gente começar a pedir ‘sorvete no chifrinho’…? rs rs rs
8 – O que vocês levaram na bagagem (de lembranças) aqui da Alemanha?
Momentos deliciosos que vivenciamos aqui e que jamais irão se desfazer ou deixar de existir dentro de nós; reconhecimento e valorização do meu trabalho musical; lugares, cheiros, sensações, visões, situações e – acima de tudo – os amigos, os novos e eternos amigos!
9 – E do que sentem falta lá da terrinha enquanto estiveram aqui, além dos filhos, naturalmente?
Sempre do café, rs… E de vez em quando vinha aquela vontade de comer um prato de arroz, feijão e bife. Principalmente o Ivaldo, acostumado desde criança com o PF tradicional do Brasil. Eu já sou mais radical: se é pra comer feijão, tem de ser logo uma feijoada completa, acompanhada de couve manteiga, mandioca, farofa, caldo de feijão, gomos de laranja, molho de pimenta e – claro! – chopp e caipirinha de cachaça e limão.
Mas do que a gente só se deu conta assim que chegamos em Sampa que fazia falta, foi das nossas padarias! Ah como é bom chegar na padaria do português, seja ele o Sr. Manoel, o Sr. Antonio ou o Sr. José… e pedir um pão com manteiga na chapa fresquinho, acompanhado de um pingado servido no copo de vidro. Aquele bem básico, tradicional…!!! O cheiro do pão fresquinho a qualquer hora do dia, os frios fatiados na hora ao gosto do freguês, aquele brigadeirinho que o filho pede e ganha só pra matar a vontade… Isso não existe na Alemanha. Lá o pão é fresco de manhã, todos iguais em qualquer padaria. Todos os sanduíches e bolos, tortas, doces são idênticos . Não se vê mais o carinho, nem a personalidade do padeiro. Virou um fast food. E pedir um suco de laranja natural, então? Demora uns 40 minutos. E a garçonete arregala o olho quando a gente pergunta se ela esqueceu o pedido…
10 – Svea, como você descobriu a Mineirinha?
Esse negócio de internet tem um dinâmica muito louca: eu estava buscando algumas oportunidades de show na Alemanha e uma pessoa da gravadora do Ivaldo deu como dica o site ‘Viver na Alemanha’. Nele eu vi um link pro livro e, deste link eu fui parar no seu blog. Aí te mandei um e-mail como fiz com vários outros e só você e a Cristina Marques, uma musicista que vive em Stuttgart, me responderam. Aí encomendei o seu livro e fomos trocando e-mails até nos conhecermos pessoalmente em Constança, né?! 🙂
11 – Como foi a experiência de ler o livro a dois?
Ivaldo: Para mim, foi uma feliz constatação. Foi como uma compilação de tudo aquilo que eu e a Svea já havíamos coletado através de papos com amigos e outras pessoas que tinham relações e ou afinidades com a Alemanha e também com o Brasil. Foi como olhar através do prisma de alguém que experimenta o encontro de duas culturas diferentes e quer transmitir fielmente a sua experiência.
Era como se todo aquele contexto discutido e investigado ao sabor de longas e boas conversas de repente se materializasse; estava tudo ali: real e preciso, confirmando com exatidão tudo aquilo que em reflexões particularmente eu, havia imaginado e que soava bastante familiar. Foi uma delícia ler os seus relatos, dicas, histórias etc., escritas com tanta naturalidade!
Svea: E o Ivaldo passou a entender melhor várias das minhas implicâncias! rs rs rs… Eu, que sou alemã mas vivo no Brasil, vi relatadas cenas e reflexões que eu e o Ivaldo vivenciamos em nossa viagem, como a do mau humor dos alemães, o jeito de descascar a laranja do brasileiro (os alemães ficam mesmo boquiabertos!) e certos constrangimentos como a saudação nazista quando sou apresentada como alemã a alguns brasileiros sem noção… A identificação foi total!!! Agora… o que me impressionou foram as opções de parto que você descreve no livro!! Foi uma constatação real de que o alemão vai fundo mesmo.
12 – Quais são os seus próximos planos?
Estamos no comeco da 2a. turnê pela Alemanha, desta vez com mais um músico, o Paulinho de Almeida. Com novo repertório, fotos e vídeos para a divulgação. Tudo comecou com um show em Bonn, que já estava agendado desde o ano passado, que será no dia 15/10/10. Quem quiser marcar mais alguma apresentação na Alemanha, pode falar direto com a gente ou então com essa Mineirinha muito gente boa, que é a Sandra Santos.
13 – Se quiserem deixar um recado para os leitores da Mineirinha, esta é a chance!
Queremos dizer pra vocês que ao entrarem na casa de alguém que vocês ainda não ou pouco conhecem, entendam que ali naquele lugar a vida foi sendo construída com a experiência de fatos e situações que acabaram por definir valores, gestos, atitudes e comportamentos adquiridos como conseqüência do desenrolar das coisas comuns. Por isso é de muito bom tom parar e observar, experimentar antes de definir, comparar e extrair e depois permitir que novas possibilidades sejam incorporadas como adjetivo de crescimento.
Esta é a razão pela qual ler o livro da Mineirinha antes de dar o primeiro passo, é básico; pois, brilhantemente e de forma confiável e fundamentada, ela nos conduz pela porta da frente sem receio de bater joelho com joelho… Ela ensina que basta caminhar e ir descobrindo o prazer de conviver com o novo, o diferente ou com o imprevisto; sem temor, sem preconceito e sem julgamentos infundados. É só seguir em frente e, claro, sorrir com um sorriso de felicidade!!!
Obrigada, Ivaldo e Svea pela amizade e pelo carinho!!!
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