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::Boas notícias para o mundo vindas diretamente da Alemanha::

27/07/2017

Há mais mulheres decidindo ter filhos na Alemanha. Por anos a fio as mulheres estavam optando por não ter ou ter só um filho, e agora parece que essa tendência foi alterada para o contrário. Lembro de uma média de alguns anos atrás, de que as mulheres tinham em média 1,3 filhos na Alemanha, agora esse patamar está chegando aos 1,9, quase dois filhos por mulher.

Isso é resultado de uma política governamental de garantir creche para toda criança a partir de dois anos, de garantir por lei horários flexíveis de trabalho, de prever direitos à (futura) mãe, de incentivar homens e mulheres a cuidarem dos filhos e da casa através do Elterngeld (dinheiro que é pago pelo governo alemão durante um ano depois do nascimento de uma criança, e que pode chegar a 70% do salário líquido de quem solicitar a licença). Só com essa medida, li outro dia que antigamente havia só 3% dos homens que decidiam por uma licença e por dividir o tempo do Elternzeit (o tempo que se pode ficar em casa por lei para cuidar do filho, com garantia de trabalho na volta à empresa), e hoje em dia esse patamar já pulou para mais de 30%. Lembro de muito homem dando entrada nos papéis para a licença e de chefes reclamando dessa atitude. Eu, que apoiava com toda a minha convicção, processava a documentação e ficava no meu canto, ou às vezes fazia um comentário ou outro incentivando o funcionário e tentando que o chefe, que logicamente não teve essa chance na vida, pensasse um pouco sobre as mudanças na sociedade e sobre as expectativas de uma família nos dias de hoje.

Outra boa notícia é que a população ativa feminina que tem crianças e vai trabalhar fora está aumentando desde os últimos oito anos. Hoje em dia, 44% das mulheres com filhos a partir de um ano de idade trabalham fora. Em 2008, eram só 36%. Assim que os filhos completam dois anos, 58% das mães estão indo trabalhar na Alemanha (2008: 46%). Falando em geral, 70% das mães trabalham fora, ainda que muitas delas trabalhem em tempo parcial e arquem com perdas salarias, oportunidades de crescimento na carreira e redução na aposentadoria em troca de um contato de mais horas diárias com seus filhos. Comparando com outros países na Europa, a Suécia lidera com 86% das mães trabalhando fora, enquanto que a média de todos os países da Comunidade Europeia é de 68% e a lanterna fica com a Grécia, onde só 54% das mães trabalham.

Há uma análise interessante que ainda mostra uma diferença marcante entre a ex-Alemanha Oriental e a ex-Alemanha Ocidental. Na antiga DDR, menos mulheres decidem não ter filhos, enquanto que no norte do país há mais mulheres sem filhos do que aqui no sul (Baden-Wuerttembereg, Bavária e Saarland). Isso é realmente visível aqui nas ruas da região, pois aqui há muitas famíias e muitas, muitas crianças de todas as idades. Outra coisa interessante é a correlação feita entre estrangeiras e estudos. Quanto mais qualificada uma estrangeira for, menor a tendência dela ter muitos filhos. As estrangeiras de nível superior têm em média 1,9 crianças, a mesma média das alemãs.

Em 2015, a média de nascimentos por mulher chegou à média de 1,5, uma reversão de um quadro de 30 anos!

Eu pensei em escrever o título desse post como “boa notícia para mulheres na Alemanha”, já que se trata do avanço no mercado de trabalho e o aumento de crianças nascendo no país devido às medidas do governo de apoio a famílias, mas depois que pensei um segundo decidi escrever que as boas notícias são para o mundo, pois boas ideias podem e devem ser copiadas por aí. Uma sociedade mais justa não se faz só se as mulheres lutarem por seus direitos, ela se faz quando homens e mulheres trabalham juntos por objetivos comuns. As medidas do governo vêm trazendo mudanças tanto para homens quanto para mulheres, para famílias com crianças e com isso influenciando todo o desenvolvimento de toda uma sociedade. Boas notícias para o mundo!

Fonte: artigo da revista “Der Spiegel” de 26/07/17 e estudo de 2017 do “Statistiches Bundesamt” (Departamento de Estatísticas do governo alemão).

::Aprenda alemão cantando – Fliegen (Voar) ::

04/06/2015

O Matthias Schweighöfer é o que se pode chamar de multitalento: ator, pai, produtor, dublador, cineasta, sócio da marca de roupas German Garment e agora cantor.

A música dele, que não pára de tocar nas rádios locais, me surpreendeu e me fez voar em suas linhas, enquanto voltava na segunda-feira passada de carro de Constança pra casa e admirava um céu multicor, com tons do amarelo forte, perto das montanhas ao fundo, passando por tons suaves de rosa e quase chegando ao lilás, espalhados sob uma moldura de nuvens baixas. Eram 9h da noite, mas no verão os dias são bastante longos por aqui e o pôr do sol acontece bem tarde (talvez esta seja uma forma divina de nós recompensar pelo acasulamento dos meses de inverno, muito além da localização geográfica!…). Desta vez me animei até a traduzir o texto da música. Curtam e treinem o alemão com ela:

Und ich helf dir schwimmen,
wenn deine kleinen Arme und Beine schwer wie Blei sind, helf ich dir schwimmen.
Ich helf dir schwimmen, wenn der Schlamm und Schlick so dick wird, dass du denkst du wirst verrückt, helf ich dir schwimmen.
Helf dir schwimmen.
Und egal wie lang, wie qualvoll, fern ob nah, bin immer da und helf dir schwimmen.
Helf dir schwimmen.
Und wenn es untergeht, egal solang mein Ende naht da wo du bist.

Und wenn ich für dich fliegen muss,
Und wenn ich für dich fliegen muss,
krieg’ ich das irgendwie hin,
krieg’ ich das irgendwie hin,

Und wenn ich für dich fliegen muss,
Und wenn ich für dich fliegen muss,
kriegen wir das irgendwie hin.

Und ich helf dir singen, wenn alle Worte nicht mehr reichen, viel zu leise sind allein,
Helf ich dir singen,
helf dir singen.
Schlag ein Tambourin und stampf mit beiden Beinen auf, auch wenn viel zu schief,
Helf ich dir singen.
Und egal wie laut sie lachen, mit Tomaten werfen nach uns,
ich helf dir singen,
helf dir singen.
Arm in Arm so laut es geht, nichts ist so schön wie das Lied.

Und wenn ich für dich fliegen muss,
Und wenn ich für dich fliegen muss,
krieg’ ich das irgendwie hin,
krieg’ ich das irgendwie hin,
Und wenn ich für dich fliegen muss,
Und wenn ich für dich fliegen muss,
kriegen wir das irgendwie hin.

Wir kriegen das irgendwie hin

°°

E vou lhe ajudar a nadar,

quando seus braços e pernas estiverem pesados como chumbo, vou lhe ajudar a nadar.

E vou lhe ajudar a nadar, quando a lama e a areia estiverem bem espessas, e você achar que vai ficar doido, vou lhe ajudar a nadar.

Não importa quanto tempo, se vai me desgastar, se for longe ou perto, eu vou estar sempre ao seu lado e lhe ajudar a nadar.

Vou lhe ajudar a nadar.

E se nós afundarmos, não importa, conquanto você esteja ao meu lado quando chegar ao meu fim

E se eu tiver que voar por você

E se eu tiver que voar por você

Eu vou, de alguma forma, dar um jeito

Eu vou, de alguma forma, dar um jeito

Nós vamos dar um jeito.

E eu vou lhe ajudar a cantar, quando as palavras não forem suficientes e forem muito sutis

Vou lhe ajudar a cantar.

Vou lhe ajudar a cantar.

Bato em um tamborim com as duas pernas, mesmo que faça isso de um modo desajeitado,

Vou lhe ajudar a cantar.

E não importa o quão alto eles possam rir de nós, jogar tomates na nossa direção,

Eu vou lhe ajudar a cantar.

Ajudar-lhe a cantar.

Cantar de braços dados, do jeito que for possível, tão lindo quanto a música.

E se eu tiver que voar por você

E se eu tiver que voar por você

Eu vou, de alguma forma, dar um jeito

Eu vou, de alguma forma, dar um jeito

Nós vamos dar um jeito.

 

 


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