Posts Tagged ‘político’

::A morte de um empregada doméstica que deixou o Brasil em estado de alerta::

29/03/2020

As classes média e alta do Brasil estão trazendo o coronavírus junto de suas viagens (internacionais) – mas não querem abdicar da ajuda dos trabalhadores domésticos vindos das favelas. Com isso, a doença pode se alastrar rapidamente entre os mais pobres.

Por Marian Blasberg, correspondente alemã no Rio de Janeiro da revista Der Spiegel, vivendo no país desde 2014

28.03.2020, 21:41 horas

Durante 63 anos, a empregada doméstica Cleonice Gonçalves levou uma vida no Rio de Janeiro que não interessava a mais ninguém. Ela trabalhava em um apartamento chique no bairro de praia do Leblon, onde os preços dos terrenos são mais altos do que em qualquer outro lugar do Brasil.

Lá ela limpava os banheiros e as maçanetas das portas, cozinhava e passava roupas. Quatro dias por semana ela dormia num pequeno quarto de empregada no apartamento da sua patroa. Nos fins-de-semana, ia de carro para sua casa no subúrbio em Miguel Pereira, a duas horas de distância do Leblon, onde vivia com a família numa casa não rebocada, numa estrada de cascalho.

Cleonice, que ao longo de sua vida desapareceu numa massa sem rosto de mão-de-obra barata que se deslocava de suas favelas para a cidade em ônibus e trens lotados, só virou manchete de jornal no Brasil quando morreu na terça-feira da semana passada. A sua morte aterrorizou o país.

 A patroa de Cleonice, conforme foi noticiado nos jornais locais, tinha passado os dias de carnaval na Itália. No seu regresso, a senhora idosa tinha se submetido a um teste de coronavírus, mas não considerou necessário informar sua empregada sobre o fato e nem dispensar os seus serviços durante os dias em que esperava pelo resultado do teste.

As coisas continuaram como de costume até que Cleonice foi ao médico no último dia 13 de março, por sentir dores quando urinava. O médico receitou-lhe um antibiótico. Dois dias depois, ela teve dificuldade para respirar. Cleonice, que era diabética e sofria de pressão alta, foi a um hospital, mas também não encontrou lá ninguém que pudesse interpretar adequadamente o seu estado de saúde.

Cleonice Gonçalves, uma empregada doméstica, faleceu no dia 17 de março, dia em que a sua patroa recebeu o resultado positivo do seu teste. O fato de uma mulher como ela, entre todas as pessoas, ter sido provavelmente a primeira vítima do coronavírus no Rio de Janeiro, não foi apenas simbólico. É também um sinal de alarme.

Como em muitos outros países do hemisfério sul, o vírus foi disseminado no Brasil por uma classe alta e média rica, predominantemente branca, por pessoas que têm dinheiro para viajar. Não é coincidência que o Rio de Janeiro tenha relatado seus primeiros casos vindos dos ricos desfiladeiros urbanos do Leblon e de Ipanema.

Mas a grande preocupação é outra: o que acontecerá quando o vírus infectar pela primeira vez os lugares onde vivem todas aquelas pessoas que mantêm a vida na cidade, empregados domésticos como Cleonice, cozinheiros e babás, os porteiros que se sentam nas entradas das casas, os caixas dos supermercados, os garçons dos bares e restaurantes, todos os comerciantes informais e vendedores ambulantes que oferecem suas mercadorias nas calçadas?

O jornal diário “O Globo” resumiu esse medo há alguns dias em uma enorme foto de efeito, que basicamente não precisava de explicações adicionais. Mostrava um trecho da favela da Rocinha, um emaranhado sem limites de casas e cômodos interligados. Um lugar onde dezenas de milhares de pessoas vivem juntas num espaço muito pequeno.

Esta imagem não só pareceu uma mensagem apocalíptica de um futuro próximo, como também poderia ser interpretada como um pedido de ajuda na direção de um presidente que teimosamente descartou o vírus como uma “gripezinha”. O Brasil não pode ser comparado à Itália, disse Jair Bolsonaro no início desta semana. A Itália tem 200 habitantes predominantemente idosos por cada quilômetro quadrado, enquanto que o Brasil conta com 24 pessoas predominantemente jovens vivendo em cada quilômetro quadrado. É um disparate estatístico que deixa um número crescente de brasileiros balançando a cabeça, não concordando com a argumentação do presidente.

Segundo números oficiais, num lugar como a Rocinha, há quase 50 mil pessoas por quilômetro quadrado. No Complexo da Maré existem 31 mil, no Complexo do Alemão 23 mil. 1,7 milhões de pessoas vivem nas quase mil favelas do Rio de Janeiro, e as condições que existem por lá são, muitas vezes, extremamente precárias.

O Estado retirou-se de muitos desses assentamentos, que agora são controlados por milícias ou gangues de drogas. Em muitas esquinas, o lixo não recolhido está se acumulando. O esgoto flui pelos becos sob o céu aberto. Em casas onde seis ou sete pessoas partilham um quarto, o isolamento social é uma ilusão.

Nestes dias em que o Rio de Janeiro está apenas hesitantemente parando, o vírus está se alastrando nestes lugares de maneira quase desapercebida. Quatro favelas já relataram casos confirmados de corona e dezenas de casos suspeitos. Esta é uma das razões pelas quais o ministro da Saúde de Bolsonaro, Luis Henrique Mandetta, assume agora que o sistema de saúde provavelmente entrará em colapso até o final de abril.

“Se nada for feito, um tsunami vai atingir os hospitais públicos!” Isso é o que afirma o jovem Raul Santiago em uma conversa ao telefone, com uma voz bastante excitada. Raul vive com sua esposa e quatro filhos em um barraco no Complexo do Alemão. O problema, ele acredita, é a desigualdade social no Brasil. Como um homem pobre, ele pertence ao grupo de risco.

Raul Santiago questiona: “O que será dos mais necessitados que não têm poupanças e que não estão cobertos por uma rede de segurança social? É só observar o que aconteceu com a água”, diz Raul. Na verdade, este ano parece uma maldição. Em janeiro, uma sopa marrom e malcheirosa saiu da torneira em todas as partes da capital carioca, apenas porque ninguém havia notado que algas haviam contaminado a estação municipal de tratamento de esgoto. Depois, em fevereiro, choveu tanto que em algumas favelas as casas escorregaram das encostas e enterraram seus habitantes. Agora, a água da torneira está razoavelmente limpa novamente, diz Raul, mas vários dias por semana, por alguma razão, não sai água da torneira, por isso eles não podem sequer seguir a regra simples de higiene de lavar as mãos frequentemente.

O álcool gel, que faz parte do cotidiano de muitos brasileiros desde a gripe suína em 2009, agora está sendo tão difícil de encontrar que uma pequena garrafa custa uma fortuna. “Aqui em cima no nosso morro: três euros, às vezes quatro ou cinco (entre 15-25 reais)”, diz Raul.

Raul Santiago fundou um coletivo de ativistas com alguns amigos há alguns anos atrás, chamado Papo Reto, para falar sem rodeios. Ele normalmente fala em eventos sobre temas como violência ou racismo. Hoje ele tem cartazes impressos, que penduram em lugares estratégicos da favela, nas entradas ou nos lugares onde estão estacionados os mototáxis e micro-ônibus, que ainda levam muita gente para trabalhar da favela para a cidade. Entre outras coisas, eles apontam que aqueles que têm água devem recolhê-la em baldes e compartilhá-la com os seus vizinhos.

Várias vezes ao dia, o povo da comunidade de Raul corre pelos becos em um carro com alto-falante, informando as pessoas que os moradores devem evitar grandes reuniões e arejar bem suas casas. Ele diz que eles próprios estão tomando providências porque o governo está fazendo muito pouco.

Ninguém sabe exatamente quantos brasileiros trabalham em condições precárias ou quantos estão sendo demitidos hoje em dia. A questão é: Quem está cuidando dessas pessoas? O que vai acontecer com os mais necessitados, que não têm poupanças e que não estão cobertos por uma rede de segurança social? O que é que eles vão comer?

Para evitar uma emergência humanitária, a associação nacional de favelas “CUFA” publicou há alguns dias um catálogo de 14 solicitações. Dentre outras coisas, sugere-se que os habitantes das favelas recebam sabão gratuito durante toda a crise. Também que a internet seja gratuita para que as pessoas possam se informar. Citam a necessidade de apoio aos proprietários de pequenas lojas, e afirma que aqueles que são mais duramente atingidos deveriam receber regularmente pacotes de alimentos básicos.

Há alguns dias atrás, Paulo Guedes, o ministro neoliberal da economia de Bolsonaro, havia dito que os mais pobres poderiam receber 200 reais por mês, 40 euros, mas depois disso ninguém voltou a ouvir nada mais sobre essa proposta. Na sexta-feira, foi o Congresso que aumentou o montante para o equivalente a 100 euros. Enquanto isso, o próprio Bolsonaro parece se incomodar com outros assuntos. Como o pânico em seus olhos só leva a uma queda desnecessária no crescimento econômico, ele agora exige que os governadores reabram as lojas nos estados brasileiros. O trânsito deve fluir novamente, e as escolas também devem voltar ao funcionamento normal, porque crianças e jovens não pertencem ao grupo de risco, segundo ele.

Um homem como o famoso infectologista Edimilson Migowski tem dificuldade em manter a calma diante de tais afirmações. O vírus, diz ele, está se espalhando mais rápido do que muitos especialistas pensavam. O governo tem que agir agora, ou será tarde demais.

É importante focar na população mais desfavorecida. Por causa das condições de vida, diz ele, um número desproporcional de pessoas sofre de condições de saúde pré-existentes. A falta de higiene e quartos escuros ou mal ventilados significam que a proporção de pessoas que sofrem de tuberculose ou asma é cinco vezes maior nas favelas do que nos bairros mais prósperos. Há muitos diabéticos devido à má nutrição.

“Se você quer proteger essas pessoas”, diz Migowski, “então você tem que tentar isolá-las de alguma forma, mesmo que elas estejam em hotéis vazios”. Para evitar que o vírus se propague, é preciso testá-los o mais cedo possível, não só os casos graves, mas também os leves, pois não são menos contagiosos”. No fim de semana foi anunciado que a cidade está agora alugando hotéis para isolar os idosos das favelas.

O problema é que o Brasil ainda tem muito poucos testes. Os hospitais não têm máscaras e luvas. No Rio, bilhões de cortes no sistema público de saúde fizeram com que os hospitais da cidade perdessem 1.051 leitos de terapia intensiva somente nos últimos dois anos. A força de trabalho de centenas de clínicas que oferecem tratamento inicial gratuito foi reduzida durante a crise econômica desde 2014 ao ponto de atingir agora apenas a metade da população. Em alguns desses hospitais, os trabalhadores sem a qualificação necessária estão mantendo as operações porque inúmeros médicos pediram demissão depois de que seus salários não foram pagos durante vários meses.

Estes são os lugares que pessoas como Cleonice Gonçalves visita quando estão doentes. Eles já estavam trabalhando demais antes mesmo do coronavírus aparecer.

Hoje, as barracas estão sendo erguidas às pressas em frente de muitos destes postos de saúde para separar casos de coronavírus dos outros pacientes. Em vários lugares da cidade, soldados estão montando hospitais de campanha, mas Raul Santiago, o ativista do Complexo do Alemão, ainda está se preparando para o pior. “Na melhor das hipóteses, teremos cenas como aquelas na Itália”, diz ele.

Na noite seguinte à entrevista, um toque de recolher noturno entra em vigor em algumas favelas da cidade. Em alto-falantes e no WhatsApp, as gangues da droga anunciam: “Só queremos o melhor para o nosso povo. Se o governo não puder fornecer segurança, o crime organizado o fará”.

Fonte: artigo da revista alemã Der Spiegel de 28/03/20.

Traduzido com a versão gratuita do tradutor – www.DeepL.com/Translator, adaptação e correção do texto por Sandra Santos, 29/03/20, 17:00 horas

P.S.- Uma nota de agradecimento à minha irmã Renata pela sugestão do uso do tradutor DeepL! Ainda não é perfeito, mas é muito bom e ajudou bastante na tradução inicial.

::Um casal jovem, a Páscoa e O Mecanismo::

01/04/2018

DAK

Um casal jovem está feliz pela chegada do seu bebê – a propaganda foi altamente criticada no Facebook por um partido de direita na Alemanha, AfD, e seus adeptos. A resposta do Philipp Awounou, um jogador de futebol e jornalista esportivo nascido na Alemanha, que se tornou alvo de um shitstorm somente por ser moreno, dentro do contexto atual do país em parte revoltado pela ajuda aos refugiados, acontece à altura (tradução livre minha do texto logo abaixo):

 

“Na realidade não tenho tempo para o palavriado populista de partidos como AfD & Co. Quem não percebe as bobagens que estão sendo veiculadas nesses grupos, não pode ser atingido com argumentação baseada em fatos. Desde há alguns dias atrás, porém, estou sendo atingido pessoalmente, e não posso deixar isso passar sem um comentário da minha parte:

Um ou outro já deve ter percebido que eu e Regina aparecemos em algumas propagandas… na realidade uma história legal, que causou muitos, muitos retornos positivos. Muito obrigado por isso!

Infelizmente, na opinião da AfD Nordwestmecklenburg eu não sou “nativo“ o suficiente. Isso levou a comentários e posts que são em tantos níveis tão errados, cretinos e maldosos, que cheguei a perder a fala:  “propaganda de estrangeiros”, “corja suja“, “assassinos“, “estupradores“, “vontade de vomitar“, “inaceitável“… li muita coisa, isso sim, para mim inaceitável, muitos erros de grafia, muita coisa em torno de um partido que no momento atinge o mesmo patamar do SPD.

Nunca poderia imaginar, nem nos meus sonhos mais longínquos, que uma foto como essa pudesse ser alvo de reações como as que li. Elas não combinam com a minha impressão pessoal sobre a Alemanha e seus cidadãos: meu dia a dia é marcado por pessoas tolerantes, de bom senso e abertas, pessoas de pele clara e escura, com passaporte alemão e estrangeiro – com o coração no local certo. Nos poucos meses em que estou sendo alvo de um ataque racista e alvo de um ataque contra estrangeiros, fico ainda mais feliz por ter amigos assim!

Portanto é importante para mim, neste post, poder agradecê-los por seus valores e normas, seu apoio e sua abertura. O fato de nós – a Regina também – termos nos tornado alvo de um ataque de direita radical me mostrou que o que acontece comigo infelizmente não é natural. E caso você mesmo seja alvo de um ataque racista: posts racistas podem ser relatados e comunicados nas mídias sociais como tais, caluniadores de direita podem ser denunciados. Eu também fiz uso desse direito.”

Philipp Awounou

°°°

Eigentlich habe ich für das populistische Gerede von AfD & Co. nicht viel übrig. Wer nicht erkennt, wieviel Unsinn da verbreitet wird, der ist mit vernünftiger Argumentation vermutlich eh nicht mehr zu erreichen. Seit einigen Tagen bin ich jedoch persönlich betroffen, und das möchte ich dann doch nicht unkommentiert stehen lassen:

Der eine oder andere wird sicher mitbekommen haben, dass Regina und Ich zurzeit auf ein paar Werbeplakaten zu sehen sind… eigentlich eine witzige Geschichte, die viel, viel nettes Feedback hervorgerufen hat. Danke dafür😉

Leider bin ich einigen Menschen, unter anderem denen von der AfD Nordwestmecklenburg (siehe Bild), offenbar nicht „einheimisch“ genug. Das hat zu Kommentaren und Posts geführt, die auf so vielen Ebenen falsch, schwachsinnig und boshaft sind, dass es mir echt die Sprache verschlagen hat: „Kanaken-Werbung“, „Drek Gesindel“, „Mörder“, „Vergewaltiger“, „zum Kotzen“, „Pfui Teufel“… viel Kram unter der Gürtellinie, viele Rechtschreibfehler, vieles rund um eine Partei, die in aktuellen Umfragen beinah gleichauf liegt mit der SPD.

Nicht einmal ansatzweise hätte ich mir vorstellen können, dass dieses Bild solche Reaktionen hervorrufen würde. Sie passen absolut nicht zu meinem persönlichen Eindruck von Deutschland und seinen Bürgern: Mein Alltag ist geprägt von toleranten, vernunftbegabten und weltoffenen Menschen, Menschen mit heller und dunkler Haut, mit deutschem oder ausländischem Pass – mit dem Herz am rechten Fleck. In den wenigen Momenten, in denen ich doch einmal mit Rassismus und Fremdenhass konfrontiert werde, freut mich das umso mehr!

Es ist mir deshalb wichtig, mit diesem Post eure Werte und Normen, euren Rückhalt und eure Offenheit zu feiern🎉 Dass wir – auch Regina – wegen einem Werbebild Zielscheibe rechter Parolen geworden sind, hat mir nämlich einmal mehr gezeigt, dass das leider nicht selbstverständlich ist. Und falls du selbst von Rassismus betroffen bist: Rassistische Posts kann man melden, rechte Hetzer anzeigen. Von diesem Recht werde auch ich Gebrauch machen.

Philipp Awounou

 

°°°

 

E hoje é dia de Páscoa e de (auto)reflexão. Para mim foi um momento especial ver uma cruz sendo decorada por crianças com tulipas coloridas, me passou o sentimento de que da escuridão pode vir a luz, a esperança (não só de dias mais claros e menos sombrios mas também de dias melhores para o nosso planeta Terra).

Não excluindo a corrupção que existe em outros países (o caso da Volkswagen e a da indústria automobilística alemã está aí pra servir de exemplo…), passei parte do meu feriado de Páscoa assistindo o seriado “O Mecanismo“ na Netflix, contando parte da história da Lava Jato em forma de ficção. Cheguei a esse seriado pelo tanto que li em mídias sociais com relação às críticas feitas com relação a ele, de que distorce fatos, que tem interesses políticos e não retrata a realidade… Bom, por ser obra de ficção e não um documentário, não me assusta o fato do seriado não ter seguido exatamente o decorrer dos fatos no Brasil. O que me assusta muito mais, e me embrulhou a barriga, me deu vontade de vomitar e de afundar a cara num buraco, pensando que esse seriado está sendo mostrado para 190 países no mundo, foi simplesmente imaginar que aquilo tudo é baseado realmente em fatos reais, o tal do mecanismo que o José Padilha quis mostrar que existe em vários níveis econômicos no nosso país, se repetindo ad infinitum em várias esferas, independentemente do partido político, da ideologia ou do tamanho do rombo… cada um rouba como e quanto pode. Mesmo não deixando de admirar a trama em si, o seriado em si como produção 100% brasileira, e o fato dele estar mostrando bons atores como a Carol Abras e o Selton Mello, que aliás fizeram suas próprias dublagem em inglês e ela não ficou nada mal!

Como um primo meu comentou, espero também que isso fique só num seriado e não vire uma novela interminável… felizmente a História dá voltas! Continuo esperando que outras Mariellas surjam na política brasileira pra ter coragem de denunciar e lutar contra o sistema, fazendo o que deveriam fazer como representantes do povo e não buscando um posto público simplesmente com o objetivo de auto enriquecimento. Alguém aí sabe se o Padilha já está rodando a segunda temporada do seriado?

P.S.-Conversando com um amigo, o André, logo depois que escrevi esse post, concluí junto dele que o joguinho de esquerda x direita no Brasil, ou democráticos x extrema direita na Alemanha, ou qualquer disputa de grupos dentro de uma determinada sociedade, é também PARTE do Mecanismo! Enquanto as pessoas se formam em grupos e se atacam entre si, eles lá em cima monopolizam o poder e fazem o que querem com ele! Não há lado ideológico quando se trata de uma sociedade, há UM povo e nós cidadãos temos que buscar aquilo que for melhor para o povo em conjunto, a sociedade em que estamos inseridos. Não podemos cruzar os braços e fazer parte do Mecanismo em prol dos mais ricos, alimentando ainda mais sua riqueza!

Meu irmão comentou também que dentre poucos meses nós brasileiros teremos a tarefa de votar naqueles que poderão mudar o quadro político brasileiro.

Que toda essa discussão em cima do seriado sirva para mudar algo pra melhor no Brasil e no mundo, e sirva de conscientização para as pessoas, acima de suas crenças políticas, de que a intenção e o caráter de um ser humano é que pode levá-lo a fazer algo bom, se ele tiver bons objetivos, agir de forma altruísta em prol da sociedade!…

Fonte: artigo da revista Der Spiegel de 31/03/18.

::O movimento PEGIDA não é a Alemanha!::

23/12/2014

O movimento PEGIDA (europeus patriotas contra a islamização do país), através do qual estão sendo organizadas no momento passeatas com quase 20.000 pessoas em Dresden, me assusta e me preocupa muito. Detalhe: no Estado de Sachsen moram pouquíssimos estrangeiros! Um alemão com passado dubioso resolveu criar um grupo que luta contra a islamização da Alemanha, contra estrangeiros criminosos e contra asilados politicos no país. Acontece que todo e qualquer cidadão que está insatisfeito com relação a toda e qualquer coisa está indo às ruas no momento em Dresden. Nazistas, gente que não gosta de estrangeiros, alemães insatisfeitos com o número de asilados politicos na Alemanha, aposentados insatisfeitos com sua aposentadoria, gente que vive de ajuda do governo e está insatisfeito com o que recebe, desempregados, insatisfeitos por isso e por aquilo. Os politicos estão assistindo a este movimento e não sabem ainda como reagir a ele, ao mesmo tempo que os partidos de extrema-direita tentam se aproveitar do mesmo para tentar conseguir mais aliados, participando de todas as passeatas à paisana…

Enquanto casas que estavam prontas para receber refugiados foram queimadas na Baviera, o partido CSU afirma que todo mundo tem que falar alemão por aqui mesmo se estiver entre suas quarto paredes, muitos alemães criam associações para ajudar os asilados, para ensinar alemão, ajudar a procurar casa e emprego depois dos primeiros meses na Alemanha. Há uma grande movimentação na sociedade contra e a favor dos asilados, que lida com a atual transformação da sociedade alemã. O país está ficando cada vez mais internacional e a sociedade reage, responde a este fato, tanto do lado negativo, quanto do positivo. Em quase toda grande cidade alemã moram, atualmente, mais de 100 nacionalidades. Espero que o movimento PEGIDA desapareça do mapa da mesma maneira que surgiu, e que o extremismo não encontre razão real para se expandir.

Eure Feindbilder sind so real wie der Weihnachtsmann und nichts anderes als schlecht versteckter Rassismus. Und wenn man das Land verteidigt, dadurch dass rassistische Gedanken verteilt werden, was gibt es noch zu verteidigen.

“Os seus inimigos são tão reais quanto o Papai Noel e nada além do que racismo mal escondido. E se o país é defendido através da propagação de racismo, o que mais pode ser defendido.”

Claus von Wegner, comediante alemão

Veja o que ele diz sobre o movimento PEGIDA:

Fonte: Blog Campact

::Frio na barriga e arrepio interno…::

19/01/2011

…passando por todo o corpo. O governo brasileiro lança sistema de alerta (para áreas sob risco de deslizamento e ameaçadas por inundaçãos), e o detahe é que esse sistema já deveria estar pronto desde 2005, segundo acordo do Brasil e de outros 167 países perante a ONU. Segundo a reportagem de hoje do Estadão, o governo Dilma pretende, até o final do mandato, cobrir 80% das áreas afetadas. Quer dizer então que a lista das maiores enchentes e dos recordes de números de mortos e desabrigados constantes ali são só cenas para os próximos capítulos? Assistiremos a novos deslizamentos, mais mortos, mais desabrigados, ano após ano, tudo porque políticos não cumprem seu dever em posto público?!? Estou de luto interno pelos seres humanos que são movidos pela força do dinheiro, da ganância, do mal. Outra notícia bem triste aqui. Como será que essas pessoas se vêem no espelho? O que será que elas vêem, quando olham para o espelho? Como será que elas se sentem quando fecham os olhos e tentam pegar no sono à noite?

Fonte: Reportagem do Estadão de 18.01.2011, outra reportagem do mesmo jornal de 17.01.2011.

::Rio 2016: sem corrupção, todos ganham::

08/10/2009

As Olimpíadas de 2016 e Copa do Mundo em 2014 poderão mudar o Brasil para sempre, deixando a sua marca na história e abrindo grandes oportunidades para o nosso país.

Mais de 88 bilhões de reais serão investidos e precisamos garantir que este dinheiro será usado corretamente: investimento em serviços públicos, infraestrutura básica para bairros de baixa renda e em um bom transporte público, dentre outros.

Não podemos deixar o investimento Olímpico ir para nos bolsos de políticos corruptos. Participe da campanha para banir candidatos “ficha suja” das eleições de 2010. Vamos deixar claro que na Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016 não existe espaço para político corrupto! Participe agora, leva poucos minutos para registrar o seu apoio. Leia mais sobre a proposta de lei da campanha “Ficha Limpa” aqui e clique aqui para apoiar esta campanha através da Avaaz.

Fonte: site da Avaaz. “Avaaz” significa “voz” em várias línguas asiáticas, européias e do Oriente Médio. Avaaz.org e uma nova rede de mobilização global com uma simples missão democrática: acabar com a brecha entre o mundo que nos temos, e o mundo que queremos.

::Censura na Alemanha::

19/11/2008

Despreparo e desconhecimento sobre as ferramentas do mundo moderno existem em todo canto, até na mais alta fileira de políticos alemães… Sexta-feira passada a página da Wikipedia da Alemanha (wikipedia.de) e suas informações não podiam ser acessadas, trazendo somente a informação de que o deputado federal Lutz Heilmann tinha a interditado pelo fato dela trazer informações sobre sua pessoa com as quais ele não concordava.

Detalhe n° 1: a única coisa que ele pôde impedir foi que a página alemã não fosse automaticamente redirecionada à página da Wikipedia nos EUA. A mídia alemã caiu em cima dele, noticiando que as informações completas da Wikipedia, inclusive deste senhor, continuavam podendo ser acessadam a partir do endereço americano (wikipedia.org), além de outros caminhos legais dentro da internet… A verdade não pode ser escondida! Censura não cola, ainda mais nos dias de hoje!

Detalhe n° 2: o senhor Heilmann vem da ex-Alemanha Oriental, fez parte da “Stasi”, o serviço secreto de controle e punição dos cidadãos daquele país, durante 5 anos e, sem contar do seu passado negro, chegou a um alto posto político dentro da Alemanha democrata. A mídia descobriu isso em 2005 e noticiou, e ele não teve mais como mentir…

Detalhe n° 3: ele não sabia que se não concorda com o que está escrito, teria sido mais fácil e menos negativo ou se registrar na Wikipedia e alterar o texto, ele próprio, ou entrar em contato com a administração da página…

Detalhe n° 4: grande parte da população deve pensar que o senhor Heilmann é uma pessoa que não deveria estar onde chegou!… E que deveria perder o cargo que tem!

Detalhe n° 5: e por obra do “destino”, a página alemã da Wikipedia voltou a funcionar normalmente no começo desta semana, poucos dias depois de sua censura; o partido político deste senhor, chamado “Die Linke” (A Esquerda), ficou mal falado; as doações não pararam de chegar na Wikipedia, citando indignação contra a medida do político; e criaram até uma página na internet pra protestrar contra Heilmann!

“Na sexta-feira ninguém sabia quem era Lutz Heilmann. No mais tardar, nesta segunda-feira, toda a Alemanha sabe quem ele é”. Este é realmente um tiro que saiu pela culatra!

Os sorrisos reapareceram no meu rosto ao ler um comentário em um fórum:

“Querido partido “A Esquerda”, vocês vão ver o que vai acontecer com seus políticos. Na próxima eleição, verão quem ainda vai votar em vocês. Com certeza somente os bobos que ainda acreditam em Papai Noel, Coelho da Páscoa e nas promessas políticas que vocês fazem!

Vou guardar vocês para nova consideração no ano de 2013. Em 2009, vocês estão fora de cogitação. Por vocês espera uma longa fase de reeducação até que de vocês surjam democratas de verdade”. Hehehehehehe 🙂


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