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::A morte de um empregada doméstica que deixou o Brasil em estado de alerta::

29/03/2020

As classes média e alta do Brasil estão trazendo o coronavírus junto de suas viagens (internacionais) – mas não querem abdicar da ajuda dos trabalhadores domésticos vindos das favelas. Com isso, a doença pode se alastrar rapidamente entre os mais pobres.

Por Marian Blasberg, correspondente alemã no Rio de Janeiro da revista Der Spiegel, vivendo no país desde 2014

28.03.2020, 21:41 horas

Durante 63 anos, a empregada doméstica Cleonice Gonçalves levou uma vida no Rio de Janeiro que não interessava a mais ninguém. Ela trabalhava em um apartamento chique no bairro de praia do Leblon, onde os preços dos terrenos são mais altos do que em qualquer outro lugar do Brasil.

Lá ela limpava os banheiros e as maçanetas das portas, cozinhava e passava roupas. Quatro dias por semana ela dormia num pequeno quarto de empregada no apartamento da sua patroa. Nos fins-de-semana, ia de carro para sua casa no subúrbio em Miguel Pereira, a duas horas de distância do Leblon, onde vivia com a família numa casa não rebocada, numa estrada de cascalho.

Cleonice, que ao longo de sua vida desapareceu numa massa sem rosto de mão-de-obra barata que se deslocava de suas favelas para a cidade em ônibus e trens lotados, só virou manchete de jornal no Brasil quando morreu na terça-feira da semana passada. A sua morte aterrorizou o país.

 A patroa de Cleonice, conforme foi noticiado nos jornais locais, tinha passado os dias de carnaval na Itália. No seu regresso, a senhora idosa tinha se submetido a um teste de coronavírus, mas não considerou necessário informar sua empregada sobre o fato e nem dispensar os seus serviços durante os dias em que esperava pelo resultado do teste.

As coisas continuaram como de costume até que Cleonice foi ao médico no último dia 13 de março, por sentir dores quando urinava. O médico receitou-lhe um antibiótico. Dois dias depois, ela teve dificuldade para respirar. Cleonice, que era diabética e sofria de pressão alta, foi a um hospital, mas também não encontrou lá ninguém que pudesse interpretar adequadamente o seu estado de saúde.

Cleonice Gonçalves, uma empregada doméstica, faleceu no dia 17 de março, dia em que a sua patroa recebeu o resultado positivo do seu teste. O fato de uma mulher como ela, entre todas as pessoas, ter sido provavelmente a primeira vítima do coronavírus no Rio de Janeiro, não foi apenas simbólico. É também um sinal de alarme.

Como em muitos outros países do hemisfério sul, o vírus foi disseminado no Brasil por uma classe alta e média rica, predominantemente branca, por pessoas que têm dinheiro para viajar. Não é coincidência que o Rio de Janeiro tenha relatado seus primeiros casos vindos dos ricos desfiladeiros urbanos do Leblon e de Ipanema.

Mas a grande preocupação é outra: o que acontecerá quando o vírus infectar pela primeira vez os lugares onde vivem todas aquelas pessoas que mantêm a vida na cidade, empregados domésticos como Cleonice, cozinheiros e babás, os porteiros que se sentam nas entradas das casas, os caixas dos supermercados, os garçons dos bares e restaurantes, todos os comerciantes informais e vendedores ambulantes que oferecem suas mercadorias nas calçadas?

O jornal diário “O Globo” resumiu esse medo há alguns dias em uma enorme foto de efeito, que basicamente não precisava de explicações adicionais. Mostrava um trecho da favela da Rocinha, um emaranhado sem limites de casas e cômodos interligados. Um lugar onde dezenas de milhares de pessoas vivem juntas num espaço muito pequeno.

Esta imagem não só pareceu uma mensagem apocalíptica de um futuro próximo, como também poderia ser interpretada como um pedido de ajuda na direção de um presidente que teimosamente descartou o vírus como uma “gripezinha”. O Brasil não pode ser comparado à Itália, disse Jair Bolsonaro no início desta semana. A Itália tem 200 habitantes predominantemente idosos por cada quilômetro quadrado, enquanto que o Brasil conta com 24 pessoas predominantemente jovens vivendo em cada quilômetro quadrado. É um disparate estatístico que deixa um número crescente de brasileiros balançando a cabeça, não concordando com a argumentação do presidente.

Segundo números oficiais, num lugar como a Rocinha, há quase 50 mil pessoas por quilômetro quadrado. No Complexo da Maré existem 31 mil, no Complexo do Alemão 23 mil. 1,7 milhões de pessoas vivem nas quase mil favelas do Rio de Janeiro, e as condições que existem por lá são, muitas vezes, extremamente precárias.

O Estado retirou-se de muitos desses assentamentos, que agora são controlados por milícias ou gangues de drogas. Em muitas esquinas, o lixo não recolhido está se acumulando. O esgoto flui pelos becos sob o céu aberto. Em casas onde seis ou sete pessoas partilham um quarto, o isolamento social é uma ilusão.

Nestes dias em que o Rio de Janeiro está apenas hesitantemente parando, o vírus está se alastrando nestes lugares de maneira quase desapercebida. Quatro favelas já relataram casos confirmados de corona e dezenas de casos suspeitos. Esta é uma das razões pelas quais o ministro da Saúde de Bolsonaro, Luis Henrique Mandetta, assume agora que o sistema de saúde provavelmente entrará em colapso até o final de abril.

“Se nada for feito, um tsunami vai atingir os hospitais públicos!” Isso é o que afirma o jovem Raul Santiago em uma conversa ao telefone, com uma voz bastante excitada. Raul vive com sua esposa e quatro filhos em um barraco no Complexo do Alemão. O problema, ele acredita, é a desigualdade social no Brasil. Como um homem pobre, ele pertence ao grupo de risco.

Raul Santiago questiona: “O que será dos mais necessitados que não têm poupanças e que não estão cobertos por uma rede de segurança social? É só observar o que aconteceu com a água”, diz Raul. Na verdade, este ano parece uma maldição. Em janeiro, uma sopa marrom e malcheirosa saiu da torneira em todas as partes da capital carioca, apenas porque ninguém havia notado que algas haviam contaminado a estação municipal de tratamento de esgoto. Depois, em fevereiro, choveu tanto que em algumas favelas as casas escorregaram das encostas e enterraram seus habitantes. Agora, a água da torneira está razoavelmente limpa novamente, diz Raul, mas vários dias por semana, por alguma razão, não sai água da torneira, por isso eles não podem sequer seguir a regra simples de higiene de lavar as mãos frequentemente.

O álcool gel, que faz parte do cotidiano de muitos brasileiros desde a gripe suína em 2009, agora está sendo tão difícil de encontrar que uma pequena garrafa custa uma fortuna. “Aqui em cima no nosso morro: três euros, às vezes quatro ou cinco (entre 15-25 reais)”, diz Raul.

Raul Santiago fundou um coletivo de ativistas com alguns amigos há alguns anos atrás, chamado Papo Reto, para falar sem rodeios. Ele normalmente fala em eventos sobre temas como violência ou racismo. Hoje ele tem cartazes impressos, que penduram em lugares estratégicos da favela, nas entradas ou nos lugares onde estão estacionados os mototáxis e micro-ônibus, que ainda levam muita gente para trabalhar da favela para a cidade. Entre outras coisas, eles apontam que aqueles que têm água devem recolhê-la em baldes e compartilhá-la com os seus vizinhos.

Várias vezes ao dia, o povo da comunidade de Raul corre pelos becos em um carro com alto-falante, informando as pessoas que os moradores devem evitar grandes reuniões e arejar bem suas casas. Ele diz que eles próprios estão tomando providências porque o governo está fazendo muito pouco.

Ninguém sabe exatamente quantos brasileiros trabalham em condições precárias ou quantos estão sendo demitidos hoje em dia. A questão é: Quem está cuidando dessas pessoas? O que vai acontecer com os mais necessitados, que não têm poupanças e que não estão cobertos por uma rede de segurança social? O que é que eles vão comer?

Para evitar uma emergência humanitária, a associação nacional de favelas “CUFA” publicou há alguns dias um catálogo de 14 solicitações. Dentre outras coisas, sugere-se que os habitantes das favelas recebam sabão gratuito durante toda a crise. Também que a internet seja gratuita para que as pessoas possam se informar. Citam a necessidade de apoio aos proprietários de pequenas lojas, e afirma que aqueles que são mais duramente atingidos deveriam receber regularmente pacotes de alimentos básicos.

Há alguns dias atrás, Paulo Guedes, o ministro neoliberal da economia de Bolsonaro, havia dito que os mais pobres poderiam receber 200 reais por mês, 40 euros, mas depois disso ninguém voltou a ouvir nada mais sobre essa proposta. Na sexta-feira, foi o Congresso que aumentou o montante para o equivalente a 100 euros. Enquanto isso, o próprio Bolsonaro parece se incomodar com outros assuntos. Como o pânico em seus olhos só leva a uma queda desnecessária no crescimento econômico, ele agora exige que os governadores reabram as lojas nos estados brasileiros. O trânsito deve fluir novamente, e as escolas também devem voltar ao funcionamento normal, porque crianças e jovens não pertencem ao grupo de risco, segundo ele.

Um homem como o famoso infectologista Edimilson Migowski tem dificuldade em manter a calma diante de tais afirmações. O vírus, diz ele, está se espalhando mais rápido do que muitos especialistas pensavam. O governo tem que agir agora, ou será tarde demais.

É importante focar na população mais desfavorecida. Por causa das condições de vida, diz ele, um número desproporcional de pessoas sofre de condições de saúde pré-existentes. A falta de higiene e quartos escuros ou mal ventilados significam que a proporção de pessoas que sofrem de tuberculose ou asma é cinco vezes maior nas favelas do que nos bairros mais prósperos. Há muitos diabéticos devido à má nutrição.

“Se você quer proteger essas pessoas”, diz Migowski, “então você tem que tentar isolá-las de alguma forma, mesmo que elas estejam em hotéis vazios”. Para evitar que o vírus se propague, é preciso testá-los o mais cedo possível, não só os casos graves, mas também os leves, pois não são menos contagiosos”. No fim de semana foi anunciado que a cidade está agora alugando hotéis para isolar os idosos das favelas.

O problema é que o Brasil ainda tem muito poucos testes. Os hospitais não têm máscaras e luvas. No Rio, bilhões de cortes no sistema público de saúde fizeram com que os hospitais da cidade perdessem 1.051 leitos de terapia intensiva somente nos últimos dois anos. A força de trabalho de centenas de clínicas que oferecem tratamento inicial gratuito foi reduzida durante a crise econômica desde 2014 ao ponto de atingir agora apenas a metade da população. Em alguns desses hospitais, os trabalhadores sem a qualificação necessária estão mantendo as operações porque inúmeros médicos pediram demissão depois de que seus salários não foram pagos durante vários meses.

Estes são os lugares que pessoas como Cleonice Gonçalves visita quando estão doentes. Eles já estavam trabalhando demais antes mesmo do coronavírus aparecer.

Hoje, as barracas estão sendo erguidas às pressas em frente de muitos destes postos de saúde para separar casos de coronavírus dos outros pacientes. Em vários lugares da cidade, soldados estão montando hospitais de campanha, mas Raul Santiago, o ativista do Complexo do Alemão, ainda está se preparando para o pior. “Na melhor das hipóteses, teremos cenas como aquelas na Itália”, diz ele.

Na noite seguinte à entrevista, um toque de recolher noturno entra em vigor em algumas favelas da cidade. Em alto-falantes e no WhatsApp, as gangues da droga anunciam: “Só queremos o melhor para o nosso povo. Se o governo não puder fornecer segurança, o crime organizado o fará”.

Fonte: artigo da revista alemã Der Spiegel de 28/03/20.

Traduzido com a versão gratuita do tradutor – www.DeepL.com/Translator, adaptação e correção do texto por Sandra Santos, 29/03/20, 17:00 horas

P.S.- Uma nota de agradecimento à minha irmã Renata pela sugestão do uso do tradutor DeepL! Ainda não é perfeito, mas é muito bom e ajudou bastante na tradução inicial.

::Tradução da música do final da Copa do Mundo “Ein hoch auf uns” – Andreas Bourani::

26/07/2014

Aqui a tradução livre, feita por mim do alemão para o português, da minha música predileta no momento. Foi ela que tocou quando o time da Alemanha ganhou a Copa do Mundo no estadio do Maracanã no Rio de Janeiro no dia 13/07/14. A música é do cantor de origem egípcia Andreas Bourani, que cresceu na Baviera, e se chama “Ein hoch auf uns” (letra da música em alemão aqui).

Vamos festejar – Andreas Bourani

Quem pode congelar este momento
Melhor não é possível
Pense nos dias que deixamos para trás
Há quanto tempo dividimos alegrias e lágrimas
Aqui cada um dá a camisa pelo outro
Não somos deixados sozinhos (na chuva)
E enquanto formos guiados pelos nossos corações
Isso vai continuar assim

(Refrão)
Vamos festejar o que está por vir
Que seja o melhor para nós
Vamos festejar o que nos une
Vamos festejar este momento (e nós)
Vamos festejar esta vida
O momento
Vamos festejar este momento (e nós)
Que fica pra sempre
Vamos festejar este momento (e nós)
Agora e sempre
Ao dia de hoje
Infinito

Nós temos asas, juramos que vamos ser fiéis eternamente
Aproveitamos o dia de hoje juntos
Uma vida inteira sem arrependimentos
Desde os primeiros passos até morrermos
(Refrão)

Fogos de artifício de endorfina
Fogos de artifício que passam pela noite
Tantas luzes restaram
Um momento que nos deixa imortais
Nos deixa imortais
(Refrão)

::Especial de 10 páginas sobre o Brasil no jornal alemão “Die Welt”::

26/09/2011

Saiu um especial sobre o Brasil no jornal “Die Welt” (O Mundo) de 16.09.11 (parte dele aqui) e aqui, que descreveu em 10 páginas o que o Brasil significa economicamente na atual conjuntura mundial e como está o relacionamento Brasil-Alemanha. Faço questão de (tentar) resumir as muitas reportagens, para que vocês possam se orgulhar comigo do nosso país:
– O Brasil é atualmente a 7a. maior economia do mundo, sendo que se acredita em reportagem deste jornal que em poucos anos poderemos ultrapassar a Rússia, a Alemanha e o Japão, conquistando assim o lugar de 4a. maior economia do mundo, só atrás da China, EUA e Índia. Diz-se no jornal que não há dúvida de que “se” isso vá acontecer, a dúvida fica só na pergunta “quando”. Acredita-se que em 10 anos o país ocupará a posição de 5a. maior economia mundial;
– Nos últimos anos, quase 40 milhões de brasileiros passaram a fazer parte da classe média baixa, o que causou um enorme aumento do poder de compra da população. No total, a metade do país já faz parte da classe média;
– O Brasil é 24 vezes maior que a Alemanha em termos de território, sendo que 10% de seus atuais 200 milhões de habitantes têm ascendência alemã;
– Dos quatro países BRIC, o Brasil é o único país de democracia ocidental;
– O jornal chama a atenção para o fato de que é a imprensa brasileira que descobre casos de corrupção, vendo este fato como positivo, pois mostra que a imprensa é forte, tomando o lugar, muitas vezes, da Justiça;
– Logicamente levantam a grande oportunidade para a Alemanha de conquistar maior parcela de negócios dentro do país com a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil;


– As áreas em que vêm grandes chances de cooperação entre o Brasil e Alemanha são: infraestrutura, logística (organização de grandes eventos), segurança, saúde, energias renováveis (ecologia), controle de qualidade, turismo, setor alimentício, finanças e apoio à exploração de minério e petróleo;
– O ano de 2013 será o “Ano da Alemanha no Brasil”, quando a Alemanha pretende mostrar que pode e quer ser parceira em outras áreas além da econômica;

– Foi assinada a pouco tempo uma cooperação entre as cidades do Rio de Janeiro e Colônia – a primeira deste tipo. Espera-se que outras cooperações a nível municipal surjam com o tempo;
– Há 1.200 empresas alemãs no Brasil, 90% delas são empresas de médio porte, que representam juntas 8% do nosso PIB;
– Nosso PIB cresceu 7,5% em 2010 e a prognose para o 1o. semestre de 2011 é de 4,1%;
– O Brasil dispõe de enormes recursos agrários, água, minério e energia e é visto como o celeiro do mundo: os 60 milhões de hectares de terra para plantio podem ser triplicados sem danificar a área do Amazonas;
– Nosso país é o maior exportador/produtor de café, suco de laranja e frango do mundo;
– E o país com a maior diversidade de flora e fauna do mundo, além de apresentar a maior diversidade de espécies animais do planeta;
– A indústria e o setor de serviços são modernos atingindo o 4o. lugar no mundo em termos de mercado para automóveis e o 5o. lugar do mundo para o mercado de celulares, 3o. lugar do mundo no mercado de computadores e 2o. lugar do mundo no mercado de cosméticos;
– Pontos negativos: baixo nivel de liberização da economia, altas barreiras contra produtos importados, sistema de impostos complexo, burocracia indecifrável, vias legais muito demoradas, alto valor do Real e infraestrutura pouco desenvolvida;
– O salário médio mensal, segundo o jornal, em 2010: 985 euros (este dado, além de muitos outros, me surpreendeu);
– Comprado com os outros países BRIC, vê-se o Brasil como politicamente estável, com uma população culturalmente homogênea, o que garante a ausência de movimentos separatistas no futuro, cujo crescimento demográfico é positivo;
– Desde o ano de 2.000 o nosso volume comercial em termos de exportação aumentou em 4 vezes, já que o país tem atendido, dentre outros, as economias em desenvolvimento na região asiática;
– O investimento estrangeiro no Brasil já atinge 400 bilhões de dólares, sendo que 1/3 do mesmo vem da China (48,5 bilhões de dólares), que está tomando o lugar dos EUA e da EU como parceiro comercial mais importante do Brasil;
– As relações comerciais com a Alemanha duplicou nos últimos 10 anos;
– O Brasil é o parceiro comercial mais importante na América do Sul para a Alemanha (40% do total);
– Nos próximos 20 anos estã previsto o investimento de 2,8 trilhões de dólares em infraestrutura. Para os eventos de 2014 e 2016, o país investirá um total de 130 milhões de dólares;
– A presidente Dilma é vista como a 3a. mais influente/poderosa mulher do mundo (segundo a revista americana Forbes – lista atual de 2011), atrás da chanceler alemã Angela Merkel e da política americana Hillary Clinton. Na lista de 2010 a Dilma estava em 16o. lugar. 70% dos brasileiros estão a seu favor;
– Em março de 2012 a Dilma virá à Alemanha, pois o Brasil será o país-parceiro da feira de informática CEBIT;
– Poucos países no mundo oferecem tanta diversidade em termos turísticos: praias fenomenais, paraísos naturais, Floresta Amazônica e Oktoberfest em Blumenau (maior festa alemã do continente americano), dentre tantas outras atrações;
– A região do Amazonas representa com 4,1 milhões de Km² quase 60% da área brasileira e é tão grande quanto os EUA. Da região total, que é essencial para o clima mundial, 2/3 ainda estão intactos;
– As universidades federais e algumas privadas (PUC do Rio de Janeiro) são citadas como tendo um alto nível de ensino;
– Em 2010, 540 estudantes alemães (26% na área de Ciências Exatas/Matemática, 24% na área de Línguas e 23% na área de Direito, Soziologia e Economia) foram estudar no Brasil através da DAAD, dentre os quais 1/7 foi para a USP;
– Áreas que são vistas com bons olhos pelos estudantes alemães: indústria da exploração de petróleo, construção de aeronaves, Medicina dos Trópicos, pesquisa climática, área farmacêutica, arquitetura, planejamento de cidades (85% dos brasileiros vivem em grandes centros urbanos) e ecologia.
– No semestre do inverno de 2009/2010, haviam 2.299 brasileiros estudando na Alemanha;
– O nosso nível de alfabetização atinge atualmente 88%, o que mostra que o setor da educação tem prioridade para o governo brasileiro;
– Na opinião do DAAD: Há pouca competência sobre o Brasil na Alemanha e pouca informação, além dos clichês que todos conhecem, sobre as inúmeras possibilidades que o país oferece;
– 46% da energia gerada no país já é atualmente de fontes renováveis (água, vento e biomassa – bagaço da cana de açúcar);
– O crescimento do Brasil é visto como sustentável, de caráter duradouro.

::Reportagem da revista alemã “Der Spiegel” sobre as causas da enchente em Teresópolis::

15/01/2011

Traduzo uma pequena parte da reportagem da revista “Der Spiegel” de Jens Glüsing de 15.01.11:

Zehntausende Menschen haben sich allein in Teresópolis in den vergangenen Jahren neu angesiedelt: Die Reichen aus Rio kauften teure Grundstücke in den Flusstälern, weil sie hier eine Zuflucht vor dem Stress und der Hitze der Großstadt fanden. Die Armen bauten oben an den Hängen ihre Hütten, weil die Reichen neue Jobs nach Teresópolis brachten: Sie brauchen Gärtner, Putzfrauen, Hausmeister, Kindermädchen und Köche.

Die Behörden haben der grenzenlosen Bauwut keinen Einhalt geboten: Die Reichen sind zu mächtig und die Armen zu zahlreich. Die Natur hat sich jetzt an beiden gerächt.
°°°
Muitas 10.000 pessoas tinham ocupado a cidade de Teresópolis nos últimos anos: os ricos do Rio compraram lotes caros nos vales dos rios, porque ali eles conseguiam fugir do estresse e do calor da cidade grande. Os pobres construíram suas casas nas favelas das montanhas à sua volta, porque os ricos trouxeram novos empregos para Teresópolis: eles precisavam de jardineiros, empregadas domésticas, zeladores, pessoas para tomar conta de suas crianças e de cozinheiros.

Os órgãos governamentais não conseguiram colocar ordem na construção descontrolada que assolou a região: os ricos são poderosos demais e os pobres são numerosos. A natureza acertou as contas com ambos.

::AIDA no Brasil::

08/05/2009

Você por acaso já planejou a sua Páscoa ou o seu Natal de 2011? Natal de 2011…?!? Será que essa Mineirinha está ficando louca? Não, não estou não. Chegou às minhas mãos o novo catálogo da AIDA, a maior empresa de cruzeiros alemã, que incluiu para os próximos anos 5 novas rotas incluindo o Brasil: do Caribe ao Amazonas, da Europa a Santos (passando pelo nordeste brasileiro), de Salvador ao Rio de Janeiro, uma rota com várias praias cariocas e por último de Santos aos países vizinhos (Uruguai/Argentina).

Viajar com este navio é tão fantástico que parece que você está numa ilha da fantasia. Da primeira vez que fiz uma viagem com a AIDA, mineira como sou, li e me informei sobre tudo, mas não acreditei muito nas propagandas. Mas a AIDA foi capaz de exceder minhas expectativas e eu me apaixonei de vez. O navio é em si uma cidade, com muitas mil pessoas « vivendo » e trabalhando nos seus 14-15 andares, mas é uma cidade e tanto! O primeiro navio significou uma descoberta a cada esquina, a cada salão, a cada restaurante, a cada banheiro, a cada saída da cabine. É uma vantagem enorme e super prático poder conhecer a cada dia um novo lugar sem ter que fazer e carregar malas pra lá e pra cá. E na AIDA há várias famílias viajando juntas, nada de exigências de roupas ou noites muito formais. É um navio para todas as gerações, onde cada um faz o que quer, dentre as mil e uma possibilidades oferecidas diariamente. A organização é perfeita, melhor impossível. A comida, nem se fala. Os shows, dignos de um musical internacional.

Até agora o único problema era que no navio só se fala alemão e isso fazia com que fosse difícil viajar junto com a família do Brasil. Agora, com as novas rotas na América do Sul, os navios nessas rotas serão trilíngues (português/espanhol/alemão) e permitirão que um público internacional possa se deliciar com os serviços oferecidos a bordo da AIDA. As demais rotas, espalhadas pelos 4 cantos do mundo, continuam sendo só com atendimento em alemão. Uma dica para quem está buscando emprego em uma empresa alemã promissora e gostaria de trabalhar em alto mar: devido às novas rotas, com certeza a AIDA estará buscando pessoal que fale os idiomas acima citados. Vamos viajar? Para se informar mais sobre todas as rotas e destinos, clique aqui.


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