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::Chauvinismo x sentimentos nobres::

01/02/2021

Continuo intrigada com a pergunta do meu poema de ontem sobre a reação masculina (de certa parte dos homens) com relação à mulher. Ela naturalmente não está só limitada às mídias sociais, este sentimento de desprezo e superioridade com relação às mulheres acontece muitas vezes dentro e fora da vida real.

Fiquei lembrando daquelas mil piadinhas sem graça que costumava ouvir durante a infância e a adolescência, que invariavelmente falavam mal de grupos considerados mais fracos como o das mulheres, e refletindo que muitas de nós aceita e deixa passar muita coisa porque não temos consciência da violência e do ataque, da verdadeira mensagem que está por trás da piada. E assim, aceitando uma piadinha aqui, outra piadinha ali, nossa consciência vai sendo formada ou até moldada.

Lendo sobre o chauvinismo, aprendi que ele surgiu na segunda metade do século XVIII, deriva de um soldado de Napoleão (Nicolas Chauvin) que demonstrou grande patriotismo, teve o sentido da palavra deturpado ao longo do tempo e pode ter hoje em dia, em resumo, os seguintes significados:

  • Opinião exacerbada, tendenciosa ou agressiva em favor de um país, grupo ou ideia;
  • Rejeição radical a contrários, desprezo às minorias, entusiasmo excessivo pelo que é nacional, e menosprezo sistemático pelo que é estrangeiro;
  • Chauvinismo masculino: denegrir, desprestigiar e paternalizar um determinado gênero por considerá-lo inferior ao outro, e, portanto, merecedor de um tratamento ou benefício inferior à igualdade

E a reação da mulher contra o ataque vindo do sexo oposto, qual deve ser, ou qual é? A comediante e escritora americana Ilana Glazer, que diz ter se tornado feminista nos anos 70 por não concordar com o chauvinismo masculino, pontua acertadamente que a melhoria das condições de vida das mulheres não pode e não deve significar algo negativo para os homens, mesmo que este desequilíbrio entre os gêneros já estivesse passando da hora de ser tratado. A resposta para o chauvinismo masculino não pode ser que estejamos contra os homens, mas deve estar baseada no respeito mútuo e no tratamento justo (equidade). Temos todos que ir juntos na construção de um mundo novo, que talvez desponte na era pós-pandemia, quem sabe… A esperança é a última que morre!

Pode achar estranho a princípio, mas a meu ver um mundo “ideal” poderia ser um onde existisse um alto nível de altruísmo, e onde as pessoas fizessem o máximo para alcançar, ao mesmo tempo, sua felicidade máxima individual.

E querer melhorar o mundo, sendo altruísta, pode ser egoísta ao mesmo tempo? A resposta é sim, pois quanto melhor os outros estiverem, melhor tenderemos a nos sentir. Se queremos buscar respostas para problemas comuns, vivendo em uma sociedade que tem maior capacidade de inovação, teremos mais recursos para tanto. Um exemplo imediato seria a crise atual do coronavírus, no caso da busca de vacinas e medicamentos. A busca por objetivos comuns se torna mais fácil se há mais pesquisadores trabalhando em conjunto, se há maior condição de desenvolvimento e teste de novos atenuantes para a pandemia. Isso explica até porque as vacinas puderam ser desenvolvidas em um prazo recorde de tempo: temos cooperação internacional, altos investimentos, alta demanda e muitos casos nos quais as vacinas estão podendo ser testadas com grande agilidade. Recomendo muito que assistam o vídeo abaixo que sustenta essas ideias:

Em um mundo positivo, quanto melhor as outras pessoas estiverem, melhor você mesmo estará. Há um ganho visível para todos quando mais pessoas tiverem acesso à educação, inovação e prosperidade.

O filósofo Ayn Rand, dentre tantos outros que tocou neste assunto, defendeu a ideia de que a única maneira de garantir a liberdade vivendo em sociedade é através do egoísmo ético, onde cada um procura agir segundo seus interesses individuais.

Cuidar bem de si, o que poderia ser visto como um ato egoísta mas na realidade é um ato de auto-compaixão, ao mesmo tempo em que cuidamos bem do outro também, é o que poderia ser denominado um egoísmo ético universal, pode fazer com que o mundo melhore para todos, pois afinal, estamos todos interligados, respiramos o mesmo ar e até agora ainda habitamos o mesmo planeta.

Independente do que cada um de nós acredita, se pensarmos em todos os tipos de religião, que afinal de contas são várias maneiras de tentar explicar a realidade invisível, vemos que a essência de todas elas busca o mesmo fim, tratar o outro como gostaríamos de ser tratados, amar e ser amado. Achei este artigo com um gráfico muito bom, na minha opinião, apresentando a essência de varias religiões.

E para fechar esta linha de pensamento do bem, como que “por acaso” acaba de cair nas minhas mãos este artigo afirmando que fazer o bem melhora sua genética e sua saúde. E já que chegamos ao fim da “volta ao mundo” no universo do pensamento, que invariavelmente chega aos assuntos relacionamento, tempo ou pandemia no meu grupo de desenvolvimento pessoal, aproveito para fechar com o melhor vídeo que já vi até agora explicando como o coronavírus atua quando entra no corpo de um ser humano. Vale a pena se informar! Nos comentários do YouTube alguém disse que aprendeu mais com este vídeo do que com todos os artigos e reportagens que já tinha lido e visto até o momento.

Boa semana para todos e se tiver mais alguma ideia sobre o assunto proposto, aguardo um comentário!

Como pode imaginar, muito do que toquei acima faz parte do meu novo livro, o HERstory – escreva a sua história! Para ver onde adquirir, visite a seção “Os livros e onde comprar“. Opiniões de leitores sobre o livro? Leia aqui.

::Encontro do Mulherio das Letras Paraná – Dia 1::

18/07/2020

O primeiro dia do encontro do Mulherio das Letras organizado pelo Mulherio das Letras Paraná já deixou marcas e boas lembranças.

Tivemos a Samantha Abreu falando sobre O Lugar do Poeta. Ela nos deu uma ideia de quantas escritoras, prosistas e poetisas brasileiras foram esquecidas e atacadas durante a História, que permitiu que poucas delas se sobressaíssem no cenário literário nacional, pois houve muitas vezes a tentativa de calar suas vozes, atacá-las diretamente ou sua família.

A Samantha nos ensinou que houveram até agora cinco ondas da literatura brasileira, a saber:

  • 1a. onda: 1830-1870 – educação básica, alfabetização da mulher, direito a ler e escrever;
  • 2a. onda: 1870-1920 – direito ao voto (sufragistas, jornalistas, militantes)
  • 3a. onda: 1920-1970 – sexualidade, desejo, literatura com temas femininos
  • 4a. onda: 1970-2020 – resistência e questionamento ao Golpe Militar e à Ditadura. Foi quando o movimento Mulherio que deu origem ao atual Mulherio das Letras foi fundado, em 1981 através da Fundação Carlos Chagas;
  • 5a. onda: começando em 2020, o período atual mostra um repuxe na História, onde a repressão impera de novo e tenta-se mais uma vez calar a voz da mulher e, muitas vezes, lhe negar o lugar de fala. A consequência tende a ser um tsunami ainda maior e mais forte, influenciando a produção feminina e feminista atual. Continuemos escrevendo e nos comunicando, apoiando umas às outras, em plena sororidade e reconhecimento de que nós temos e devemos falar sobre temas que estão diretamente ligados a nós.

A Samantha falou sobre várias escritoras brasileiras desconhecidas e perguntou, acertadamente, por que elas desapareceram da História e dos livros escolares.

A minha Roda de Conversa (disponível a partir de amanhã no YouTube) que tive o prazer de moderar a convite da Marilia Kubota, com a participação de Leida Reis (MG), Jeovânia Pinheiro (RN) e Vanessa Ratton (SP) tocou nos temas da expressão conjunta de coletâneas femininas. Falamos sobre com o encontro, a troca e a diversidade da expressão feminina é importante, discutimos o preconceito contra este tipo de literatura e por que ele não é (ainda) considerado para prêmios literários. Constatamos que desde 2017, o selo Mulherio das Letras já lançou várias coletâneas, algumas das quais tive o prazer de participar tanto como escritora e poetisa quando como curadora. Nós, como curadoras de coletâneas, levantamos a importância desse meio de expressão, lembrando que as trocas ficam ainda mais fortes quando saem do virtual para o real e que juntas, somos sempre mais fortes! Falamos sobre a literatura infantil, a literatura que dá visibilidade a mulheres (também negras) e da importância de incentivar a produção literária desde a tenra infância. Fomos unânimes em coro quando afirmamos que devemos apoiar as lideranças femininas e, através de nossos projetos, apoiar a arte e o trabalho feminino também no campo da correção, diagramação, produção, edição, impressão e distribuição de nossos livros, em um grande campo de sororidade que reverbera para todas e para o mundo. Comentamos também que o Mulherio das Letras tem conseguido se expressar também no exterior, já tendo contado por exemplo com coletâneas já produzidas na Alemanha e em Portugal. Falei bem rapidinho do meu projeto atual de livro, o HERstory – escreva a sua história!, informando que busco também a sugestão de temas e do que a mulher quer ler em um livro que quer empoderar mulheres para que elas vivam as vidas que elas queiram viver.

O terceiro bloco que assisti foi sobre a Violência Doméstica e Felinicídio, tema apresentado por Daniella Rech e um grupo de peso que vive e atua no Paraná. Ficou claro que o feminicídio tem aumentado e que temos que, juntas, combatê-lo pela raiz, que (ainda) faz parte da cultura machista brasileira. Até então eu não tinha noção do quão agressivos os atos de feminicídio no Brasil são, pois geralmente a mulher é atacada no pescoço, rosto e coração, em regra por parceiros e ex-parceiros que desfiguram a mulher, destroem seus rostos na ideia de posse, ódio e no entendimento de que se não podem tê-las como seus objetos de uso pessoal, irão destruí-las também para outros… Ficou claro que ainda há muitas mulheres que têm medo de denunciar a violência que lhes acomete, que não é claramente só física, mas também psicológica, e acontece de várias formas tais como p.ex. coerção, manipulação, retirada de participação e de expressão, desconsideração no ambiente familiar e na educação dos filhos, assédio, etc., culminando com a violência visível física e, muitas vezes, com a morte.

O código penal brasileiro, através do artigo 139, que foi escrito em 1940, ainda limita muito a definição do que é a violência contra a mulher e temos que ficar constantemente alertas, denunciar casos e fazer valer a nossa voz através do voto e da participação política para ir, aos poucos, mudando esse quadro alarmante onde o Brasil aparece como líder em mortes por feminicídio e também de pessoas trans. Portanto, as punições deveriam ser ainda mais severas para ajudar a cortar o mal pela raiz e a nos tirar desta triste liderança mundial…

Mas por que a violência, muitas vezes, não é denunciada? Foram levantadas tantas razões pelas participantes! Vamos ver se eu consigo reunir algumas delas:

  • Desconhecimento pessoal da definição do que é um ato de violência;
  • Falta de recursos e/ou dependência financeira do parceiro;
  • Crença de que o ato foi isolado e de que se trata de um acontecimento pontual, de que o parceiro vai mudar;
  • Desconhecimento de seus direitos e de onde buscar ajuda contra a violência;
  • Medo de perder o emprego (quando a agressão acontece dentro da empresa onde trabalham);
  • Medo de que o companheiro ou marido perca seu emprego;
  • Medo de buscar ajuda e de não receber apoio p.ex. na delegacia, de ser ridicularizada;
  • Vergonha, medo de se expor, medo de mostrar a honra denegrida;
  • Medo de denunciar e ter que rever o agressor;
  • Opinião de que não adianta denunciar, porque nada irá ser feito efetivamente contra o agressor;
  • Sentimento de culpa da própria mulher que sofreu a agressão, tomando o lugar do agressor;
  • E muitos outros medos e receios, conscientes ou não.

Como uma pessoa que também já foi alvo de agressão, incentivo mulheres a terem consciência dos tipos de violência e de denunciar SIM, quer seja sozinhas, quer seja de forma coletiva. E a mostrar limites desde o início dos relacionamentos, não esperando que os sinais aumentem para agir, quando muitas vezes já pode ser tarde demais. O problema entre homem e mulher não é um problema dentro das quatro paredes, mas sim um problema da sociedade. A mulher retratada pelo olhar e fala do outro já é uma forma de violência! Quando nós mulheres nos expressamos na arte, muitas vezes falamos daquilo que povoa a nossa mente, como nossos medos (do machismo, de nos expressarmos, de usarem nosso corpo, medo de homem e medo de morrer, também por feminicídio, medo de opressão, estupro, apagamento, falta de lugar, perda ou ausência da conquista do lugar da fala)…

Falemos! Escrevamos! Busquemos nos expressar com sororidade e apoio mútuo! Hoje tem mais discussão no encontro do Mulherio das Letras Paraná! Todas acessíveis através do canal do YouTube. E a partir de amanhã as discussões de ontem também estarão disponíveis no YouTube. Continuemos as trocas! Já somos quase 7.000 escritoras brasileiras e provavelmente o maior encontro feminino brasileiro da atualidade. Temos que ter consciência da nossa força que não está limitada ao Brasil, mas ecoa no mundo.

::Re-nasce uma ativista – pelos direitos das mulheres, e pelo fim da cultura mundial do estupro::

14/06/2016

Desde meus tempos de universitária e aieseca não reconhecia um chamado tão claro quanto o de agora. Quanto mais leio e me informo, mais vejo que a situação da mulher no mundo ainda deixa muito a desejar. Ainda somos vítima de MUITA discriminação! Estamos ainda muitíssimo longe de existir de forma igualitária e de dividir a Terra de igual pra igual com os homens. Uma constatação triste, mas 100% verdadeira nos dias atuais, onde há casos de estupro sendo discutidos aos quatro ventos: a cultura do estupro é universal. No Brasil uma moça de 16 anos é estuprada por mais de 30 homens e estes só estão sendo julgados depois que uma delegada assumiu o caso; nos EUA uma moça foi estuprada dentro da universidade de Stanford, inconsciente, e o rapaz, reconhecido como estudante daquela universidade, bom nadador, leva pena leve de apenas seis meses (que poderia ter chegado a seis anos, por lei), porque, segundo o juiz, uma pena pior poderia ter consequências ruins para sua vida futura. Na Alemanha, a modelo Gina-Lisa Lohfink vai à Justiça contra dois estupradores, e de vítima passa a acusada, lutando no momento para não pagar uma multa de 24 mil euros por ter descrito que supõe ter sido dopada antes do estupro. O que aconteceu com ela foi em 2012, e há quatro (!) anos a fio um vídeo que os dois rapazes fizeram do estupro roda a internet e já foi clicado milhões de vezes, destruindo uma pessoa por dentro… E no Qatar uma holandesa foi estuprada, foi à Polícia e está presa no momento, pois no país o sexo é proibido antes do matrimônio… Quantas vezes mais veremos exemplos absurdos como estes???

GC

Portanto, estou buscando formas de agir em nome de minhas convicções. Re-nasce uma ativista, em idade adulta. Achei um grupo com o qual me identifiquei: Global Citizen. Se tiverem mais ideias de como podemos investir em causas atuais, agradeço pela sugestão.

Aqui o manifesto da Global Citizen traduzido agora para o português por mim:

Eu juro atuar contra leis que descriminem meninas e mulheres.

Muito poucas delas podem ir à escola ou têm acesso a um sistema de saúde, encontram um emprego que pague adequadamente ou têm direito a ser donas de terra. Eu me nego a aceitar esta desigualdade.

Uma em cada três mulheres sofrem violência durante suas vidas e milhões de meninas são casadas contra sua vontade. Mas isso não tem que ser assim.

Eu acredito em um mundo, no qual a metade da população não está submetida a leis sexistas e meninas têm a possibilidade de crescerem de forma saudável, podendo estudar e se tornar mulheres fortes.

Descriminação perante a lei é um dos maiores danos contra mulheres e meninas, pois o Estado não lhes oferece a proteção necessária. Em nome de uma igualdade de verdade não pode haver diferença entre homens e mulheres.

Mas leis não mudam sozinhas. Portanto temos que apoiar aqueles que lutam sem cessar por um mundo igualitário entre homens e mulheres, e temos que construir um movimento global. Eu declaro minha participação global ao Global Citizens e me coloco contra as leis que discriminam mulheres.

Vamos participar? Clique aqui.

::Resultados da Pesquisa para a I Conferência do Gênero::

22/06/2015

Há algumas semanas atrás tinha indicado uma pesquisa aqui no blog relacionada aos temas que mais afetam a comunidade brasileira na Alemanha. Agora queria dividir o resultado com vocês. Os dois principais temas, que serão discutidos na I Conferência do Gênero em Brasília, são os seguintes:

– Preconceito e visão estereotipada da mulher brasileira, reforçada por campanhas publicitárias. A imagem da mulher brasileira sempre está ligada a sexo.

– Separação dos filhos em função de decisões judiciais locais contrárias à parte brasileira. Por falta de conhecimento das leis locais pode haver perda da guarda de menores pelos cônjuges brasileiros

Os seguintes temas ficaram em 3° e 4° lugar com a mesma percentagem:

– Doenças psicológicas, como resultado de violência física, psicológica, preconceito, isolamento social, falta de perspectiva, desamparo, desprezo

– Dificuldades financeiras em função de desavenças e/ou descaso/desamparo por parte do(a) parceiro(a)

O 5° tema também chama a atenção:

– Coerção para aceitar condições de trabalho fora da lei, abdicando de direitos trabalhistas existentes por medo de perder o emprego

O que acha dos resultados? Claro que os brasileiros que moram na Alemanha são bastante multifacetados e a pesquisa não pode ser considerada um retrato fiel da realidade, mas você considera que os principais temas foram capturados através desta pesquisa? Aguardo seu comentário abaixo!

Abaixo o resultado total:

Conferencia do Genero

::I Conferência sobre Questões de Gênero na Imigração Brasileira::

04/06/2015

Prezada comunidade brasileira,

Entre os dias 24 e 26 de junho de 2015 acontecerá em Brasília a

I Conferência sobre Questões de Gênero na Imigração Brasileira.

O objetivo desta conferência será o de aprofundar a discussão de temas de gênero que afetam as comunidades brasileiras no exterior.

Alguns dos pontos a serem tratados:
– violência doméstica,
– imagem estereotipada da mulher brasileira,
– questões afetas à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros),
– disputa por guarda de menores…

Uma vez que temos na Alemanha uma comunidade significativa em relação a todos estes temas, dois representantes, um membro do Conselho de Cidadãos Brasileiros de Munique e um do Conselho de Berlim, participarão desta conferência. Espera-se que com a conferência sejam implementadas iniciativas que beneficiem a vida do brasileiro no exterior e fomentem sua integração.

Todos os brasileiros residentes na Alemanha poderão dar a sua opinião através da pesquisa a seguir, bem como sugerir temas a serem tratados na I Conferência sobre Questões de Gênero na Imigração Brasileira.

Para participar da pesquisa, clique no seguinte link. Contribua com sua opinião pessoal e divulgue a pesquisa entre seus amigos e nas mídias sociais! Obrigada de antemão e um bom feriado!

::O movimento PEGIDA não é a Alemanha!::

23/12/2014

O movimento PEGIDA (europeus patriotas contra a islamização do país), através do qual estão sendo organizadas no momento passeatas com quase 20.000 pessoas em Dresden, me assusta e me preocupa muito. Detalhe: no Estado de Sachsen moram pouquíssimos estrangeiros! Um alemão com passado dubioso resolveu criar um grupo que luta contra a islamização da Alemanha, contra estrangeiros criminosos e contra asilados politicos no país. Acontece que todo e qualquer cidadão que está insatisfeito com relação a toda e qualquer coisa está indo às ruas no momento em Dresden. Nazistas, gente que não gosta de estrangeiros, alemães insatisfeitos com o número de asilados politicos na Alemanha, aposentados insatisfeitos com sua aposentadoria, gente que vive de ajuda do governo e está insatisfeito com o que recebe, desempregados, insatisfeitos por isso e por aquilo. Os politicos estão assistindo a este movimento e não sabem ainda como reagir a ele, ao mesmo tempo que os partidos de extrema-direita tentam se aproveitar do mesmo para tentar conseguir mais aliados, participando de todas as passeatas à paisana…

Enquanto casas que estavam prontas para receber refugiados foram queimadas na Baviera, o partido CSU afirma que todo mundo tem que falar alemão por aqui mesmo se estiver entre suas quarto paredes, muitos alemães criam associações para ajudar os asilados, para ensinar alemão, ajudar a procurar casa e emprego depois dos primeiros meses na Alemanha. Há uma grande movimentação na sociedade contra e a favor dos asilados, que lida com a atual transformação da sociedade alemã. O país está ficando cada vez mais internacional e a sociedade reage, responde a este fato, tanto do lado negativo, quanto do positivo. Em quase toda grande cidade alemã moram, atualmente, mais de 100 nacionalidades. Espero que o movimento PEGIDA desapareça do mapa da mesma maneira que surgiu, e que o extremismo não encontre razão real para se expandir.

Eure Feindbilder sind so real wie der Weihnachtsmann und nichts anderes als schlecht versteckter Rassismus. Und wenn man das Land verteidigt, dadurch dass rassistische Gedanken verteilt werden, was gibt es noch zu verteidigen.

“Os seus inimigos são tão reais quanto o Papai Noel e nada além do que racismo mal escondido. E se o país é defendido através da propagação de racismo, o que mais pode ser defendido.”

Claus von Wegner, comediante alemão

Veja o que ele diz sobre o movimento PEGIDA:

Fonte: Blog Campact

::Detonautas em uma noite ida e volta::

18/08/2014

Comprei uma passagem pros Detonautas
E passei a noite toda conhecendo a arte deles
Só parei de ouvir
Lá pelas altas…

Ouvi música, vi vídeo, vi show inteiro
Vi música no banheiro
Vi os caras envelhecendo

Passei a admirar e respeitar o Tico Santa Cruz
E lamentei a morte do Rodrigo Netto
Ave, putz!…

Da mesma forma que os integrantes da banda se conheceram,
pela internet,
os achei no mural de um leitor do Mineirinha no FB
E dividi com eles uma noite de agosto de 2014

Salve Detonautas!
Ainda há música com som e letra de conteúdo
A Legião Urbana e muitas outras bandas de rock brasileiras
Batem no coração de vocês
Ativistas e sensíveis
Salve

Eles foram ao Japão
Fizeram mobilização
Contra a violência, para a paz
Será que um dia vão cair de pára-quedas na Alemanha?
O Cazuza ainda vive nas veias desses caras
Salve, obrigada!
Boa noite pra vocês
Vida longa

Expatriada que sou
Perco anos e acontecimentos
Fico estarrecida com imagens da TV
Descubro o que todo mundo já conhece
E, depois de vários anos,
Vejo o que todo mundo vê

°°°

Tico por Tico Santa Cruz, tirado do Blog Clube da Insônia:

O que esperam de você?
Uma barriga de tanquinho?
Um diploma na parede de casa?
Dentes super brancos?
Cabelos descolados?
Um carro bem bacana.
Roupas pela marca.
Selfies paradisíacas.

E o que espero eu dos outros?
Que me aceitem como sou.
Que compartilhem de meus pensamentos?
Que sorriam junto comigo.
Que enxerguem o que tenho por dentro
Uma postura de respeito.
Idéias bem construídas.
Que ouçam musicas boas.
Que lutem por seus direitos.
Que sejam felizes com o suficiente pra que não despejem suas frustrações em cima dos outros.
Que me amem pelo que faço.
Que me odeiem pelo que viram e não pelo que ouviram falar.

E o que esperamos do mundo?
Mais tolerância
Mais coerência
Menos implicância
Menos diferenças
Mais compreensão
Mais boa vontade
Que ofereçam condições pra que não precisemos de caridade.

E o que esperamos para depois que partirmos daqui?
Um céu?
Um inferno?
Deus nos esperando na porta do paraíso?
O Diabo te segurar pra não largar nunca mais.
Encontrar aqueles que partiram antes.
Absolutamente coisa nenhuma.
Quais dessas você prefere escolher?

Talvez o segredo seja não esperar nada nem do mundo e nem de ninguém, para que cada acontecimento seja uma grata surpresa.
Mas quem aguenta viver sem esperar por algo ou alguém?
Não passa de um pensamento passageiro…
Mas que vale a pena ser pensado, nem que seja apenas pelo
exercício do passeio.

°°°

Também tirado do blog do Tico Santa Cruz, artigo de 21/09/2011:

Difícil não ser corrupto num país onde quem é honesto é otário.

Difícil não se curvar a tal comportamento, onde quem levanta a voz contra, se torna chato.

Contudo, a corrupção está condicionada principalmente a certeza de que o ato não será punido. Tanto na atitude corrupta do dia dia, quanto nos pequenos deslizes que todos nós cometemos.

Entender que numa escala de poder, onde as decisões afetam milhares de pessoas e perceber que num país super tributado como o nosso, onde os impostômetros passam de bilhões e dariam tranquilamente para suprir TODAS as necessidades GARANTIDAS pela constituição, mas que isso não acontece em função do ROUBO dessas verbas, é entender que a violência, a falta de infra-estrutura, o descaso com a formação de novos indivíduos e a falta de segurança e dignidade são consequências da corrupção.

No entanto, observamos pelos meios de comunicação, principalmente nos últimos 15 anos, que os corruptos vem sendo desmascarados. Que suas falcatruas estão vindo a tona. Que os órgão responsáveis pelas investigações, estão atuando de maneira eficiente, porém esbarram numa instância ainda mais importante e que a meu ver, é a PRINCIPAL responsável pela manutenção desse sistema corrupto e tolerante. A JUSTIÇA.

No tribunal que se configura o incentivo e a banalização desse tipo de atitude. Quando alguns importantes Magistrados, optam por interpretar a lei SEMPRE A FAVOR DOS CORRUPTOS. O Brasil nunca puniu exemplarmente um assaltante de verbas públicas. O STF nunca mandou para a cadeia e manteve por lá, autoridades, políticos, empresários, gente de pedigree, que sustenta e alimenta a máquina que faz com que nosso país seja visto pelo mundo como um dos mais CORRUPTOS do planeta.

A Justiça não é igual e nem cega. Basta acompanhar o mínimo dos noticiários para observar o quanto muitos de nossos juízes, desembargadores e outros agentes do judiciário são coniventes com os ladrões do colarinho branco.

Aqueles que ousam desafiar o poder SUPREMO, acabam muitas vezes afastados de seus cargos ou relegados a funções que não lhes cabem.

Aí entra a OMISSÃO. De uma sociedade que tem preguiça de lutar por seus direitos. Que não quer assumir o compromisso de batalhar por um Brasil mais honesto, mais digno, mais respeitável.

Talvez por estar tão acostumado e acomodado, que prefere arrumar mil desculpas para jogar a responsabilidade nos outros, a ter de sair de seu lar, para fazer pressão contra essa baderna.

A conivência da sociedade com este comportamento corrupto esta em nossas entranhas. Não é cultural. É físico, é mental, é religioso.

É o cidadão que brada de que nada disso adiante e ignora a HISTÓRIA DO MUNDO, onde as mudanças e as conquistas mais importantes se deram por força popular nas ruas.

É mais fácil fazer uma caridade e abrandar sua culpa, do que ir para as ruas na luta por JUSTIÇA.

De modo que, ontem, foi uma grande vitória movem 2 mil pessoas para o centro da cidade e ver alguns poucos artistas disponíveis para oferecer sua voz de protesto, tão importante. Uma classe que influencia milhares, mas que não se preocupa com o bem que pode fazer ao unir forças com o povo. A classe VIP.

Muito pouca gente envolvida, se contarmos o número de pessoas que se mobilizam para as grandes festas. Mas, um bom recomeço.

Corrupção, Impunidade e Omissão, andam de braços dados.

Ainda tenho fé.

::Onde está Amarildo?::

03/05/2014

Há uma loucura instalada no cotidiano brasileiro que se refere ao fato da Polícia achar que pode matar. O policial é representante do povo e é pago para protegê-lo, e não amendrontá-lo, muito menos matá-lo. Depois de mais uma morte sem sentido, quando Oscaldo Zarantini, um gerente de uma loja foi morto em São Paulo por supostamente ter “algo em punho” (um celular), li esta excelente reportagem na Yahoo afirmando que um negro tem três vezes mais chance de ser morto pela polícia no Brasil que um branco.

Estou profundamente triste e indignada com esta situação. #mudaBrasil #nãoaoracismo

Fonte: Yahoo Notícias de 24.04.14.

::Scientology, NPD, igreja católica e violência na Alemanha::

08/04/2010

Na semana passada assisti na ARD o filme “Bis nichts mehr bleibt” (Até que não sobre nada mais), que demonstrou vários métodos da “igreja” Scientology. No filme é contada uma história fictícia, baseada em fatos reais, de uma família que foi separada e manipulada através da organização. Toda a filmagem foi feita às escondidas e foi declarada, até a conclusão do filme, com outro propósito. Ontem anunciaram no rádio os motivos do cineasta com relação ao filme: ele perdeu seu irmão nos EUA, que morreu doente, e depois da morte dele ficou sabendo que ele fazia parte da Scientology e que poderia ainda estar vivo se tivesse conseguido se libertar da organização. Fiquei bastante chocada! Logo após do filme aconteceu uma discussão na TV entre pessoas que eram contra, a favor e neutras com relação à organização/seita. Um jornalista filmou escondido como a “igreja” tenta controlar as pessoas, fazendo com que percam muito dinheiro, as pressionando psicologicamente para que aceitem empregos dentro da organização e não pagando salários, oferecendo em troca cursos de formação, e fazendo de tudo para eliminar pessoas que critiquem a Scientology. As pessoas são profundamente controladas, são levadas a dar detalhes de suas vidas por escrito e passar por várias análises com a ajuda de um detector de mentiras… Parece ser tudo uma mistura de lavagem cerebral, militarismo e alto poder psicológico, sem nenhum uso de força ou violência física. Acho uma pena que uma organização dessas, assim como partidos políticos de extrema esquerda como o NPD, não sejam proibidos dentro da Alemanha (e em outros países, claro)! A Scientology tentou de todas as formas evitar que o filme fosse apresentado na televisão, o que felizmente foi em vão. Logo depois da apresentação do filme, este foi liberado também na internet e pode ser acessado e visto – sem cortes – no link acima. A discussão em torno desta organização tende a se exacerbar nos próximos dias por aqui, o que acho muito oportuno.

A igreja católica também está passando por uma crise profunda aqui na Alemanha. As acusações de pedofilia e agressões dentro de igrejas e instituições religiosas crescem a cada dia e os atores de tais agressões são padres e outros membros da igreja; enquanto que as vítimas são crianças, hoje já adultas. Muitas vítimas já tinham feito denúncias no passado, mas a igreja tinha conseguido abafar os casos, que apareciam de forma descentralizada e aleatória, e os padres e bispos continuaram assim impunes por muitos anos, recebendo até novas funções e mais responsabilidade dentro da igreja católica. Depois de denúncias de pedofilia dentro da igreja católica na Irlanda, a pressão da sociedade alemã cresceu nas últimas semanas e desde o meio da semana passada as autoridades da igreja pediram que as pessoas entrassem em contato através de centrais de atendimento de vítimas para o esclarecimento dos casos do passado.

Em geral, a reação da igreja tem sido de não querer acobertar os casos e de estar disposta a esclarecê-los. No entanto, um bispo da Baviera, Walter Mixa, que está sendo acusado de ter batido em crianças em um centro infantil, está revoltado com as acusações feitas à sua pessoa. Ele reagiu ameaçando entrar na Justiça contra as (pelo menos 5) vítimas e afirmou estar sendo ele mesmo vítima de uma campanha contra a igreja católica.

O celibato está sendo discutido a fundo por aqui e as consequências para a igreja católica serão, por certo, notáveis, tais como a diminuição do número de fiéis, menos Kirchensteuer, o imposto abatido na fonte na Alemanha que vai para a igreja, e dificuldade na formação de novos padres. Minha cunhada me contou que a igreja “convocou” ativamente os fiéis para contribuir mais ativamente ainda com doações, visando diminuir os gastos da Igreja com ações judiciais ligadas às denúncias atuais… Pediram dinheiro até para as crianças que estão fazendo agora a 1a. Comunhão, que é motivo de muitos e bons presentes na Alemanha. Já deu no rádio que os fiéis estão pedindo para sair oficialmente da igreja católica, provavelmente decepcionados com a repercussão dos depoimentos das muitas vítimas. Ler sobre os detalhes de cada caso é asqueroso! Há casos de pessoas que, quando crianças, foram 50 ou até 100 vezes vítimas de seus agressores! Muitos dos casos não podem ser julgados mais perante a Justiça, pois eles aconteceram há muitos anos atrás, mas as consequências, as sequelas e o sofrimento psicológico destas vítimas me dão muito o que pensar!… Daqui a algum tempo talvez anunciarão qual é o número total das vítimas. Pelo jeito, parece se tratar de um grupo considerável… O papa Joseph Ratzinger está também sendo acusado nos EUA de não ter tomado medidas contra um padre daquele país, quando foi informado no final da década de 90 de um acusamento de pedofilia… As notícias do escândalo não páram de “pipocar” na imprensa e são todas bastante deploráveis.

Triste também a história de um rapaz na cidade de Eislingen. Há exatamente um ano ele matou seus pais e duas irmãs, com a ajuda de um “amigo”, provavelmente com o propósito de se apoderar da riqueza da família. Sua sentença foi divulgada pela Justiça alemã: ele foi condenado à prisão perpétua, e seu “amigo” comparsa, por ter provado ter problemas psicológicos, teve a pena reduzida e ficará 10 anos preso. Este caso me lembra aquela história da jovem alemã no Brasil que matou os pais com a ajuda do namorado, vocês se lembram dele? Não me lembro mais o que foi feito da tal menina. Alguém se lembra dela?

Fonte: Revista Focus, rede de televisão ARD.


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