Posts Tagged ‘Pessoal’

::Entre dois mundos::

18/03/2022

Hoje num grupo de WhatsApp um amigo disse que já disse “eu kommo” (já venho) pensando em alemão.

Mas todos nós falamos coisas estranhas, tipo “estou no balcão“ ao invés de varanda, quero cortar meu cabelo “em estufas“ ao invés de repicado, “demonstração“ ao invés de manifestação e por aí vai. 😅

E você, o que já falou de muito esquisito misturando idiomas?

::Entrevista em inglês::

04/03/2022

Dei uma entrevista em inglês para este site aqui, leia lá e comente aqui o que achou!

Enquanto isso, a guerra na Ucrânia tem me deixado muito pensativa…. Enquanto penso, sofro calada, teço crochê ou palavras. NADA justifica a guerra. Eu não entendo como algo assim pode estar acontecendo… O serumaninho não evolui… muitos são guiados pelo ego, e os cidadãos que não podem influenciar em nada o jogo político, é quem paga a conta…

::Frio no Brasil e inundações na Alemanha::

16/07/2021

Para quem ainda continua achando que não há mudanças climáticas acontecendo por aí, temos no momento dois bons exemplos aqui na Alemanha e também no Brasil.

No momento temos visita de parentes da Espanha que disseram nunca terem presenciado tanta chuva em toda a sua vida! E devido às mudanças climáticas as frentes frias não têm se movimentado como antes, com isso se chove muito, a precipitação é maior no mesmo local.

Ontem vi as cenas de inundações que aconteceram nos últimos dias em diversas cidades do centro-oeste da Alemanha. Casas literalmente desapareceram ou foram bastante danificadas, carros foram levados pela água como se fossem de papel, estradas e pontes foram destruídas. E o pior: até agora mais de 80 pessoas (!) morreram, muitas outras estão desabrigadas, além de centenas desaparecidas. Estas cenas foram ainda mais impactantes porque para mim isso era impossível, pois as casas aqui têm uma construção muito forte. Essa coisa de casa destruída por ação de mudanças climáticas para mim era algo que acontecia nos EUA onde as casas são muito mais frágeis. Erro meu.

O número de mortos ainda pode aumentar muito, pois muitos não são localizados no momento porque a comunicação por celulares está interrompida. Em algumas regiões afetadas não há energia, a água potável foi contaminada e/ou está sendo racionada. Um cenário que levará bastante tempo para voltar ao normal. Mais um trauma coletivo no meio da pandemia, mas onde muitos estão presenciando solidariedade em um momento de dor. Que essas pessoas tenham muita força e fé!

E no Brasil a questão é a do frio. Minha mãe me contou que nunca passou tanto frio como no inverno atual. Menos de 10 graus sem calefação e sem roupas apropriadas, por um grande espaço de tempo, não é brincadeira!…

Pra ajudar vocês quanto ao frio: vistam muitas camadas finas de roupa. Protejam principalmente as extremidades: pés, orelha, cabeça, mão (no meu caso pescoço tbém). Não deixem o frio “pegar” em nenhuma parte do corpo. Uma vez fui numa feira e o frio pegou atrás do meu joelho. Essa era a primeira parte do corpo que doía quando esfriava nos outros anos.

Ah sim, sapatos: quando cheguei aqui não acreditava nisso, mas bons sapatos no inverno são imprescindíveis. Tive que perder o ônibus e ter quase os dedos do pé congelando e sentir muita dor para aprender. A gente costuma aprender ou por experiência dos outros ou por dor própria. Naquela época escolhi o caminho mais difícil.

E como está o tempo aí onde você mora? Tem mais uma dica quanto ao frio?

::O Brasil como não quero ver::

07/04/2021

Mais de 4 mil mortos

Ligo pra minha mãe

Que tenta me acalmar

Nunca irá cair uma palha

Sem o desejo de Deus

O povo colhe o que planta

Não vamos nos enlouquecer

Há tanta coisa para agradecer

E muita gente pra ajudar

Solidariedade

Focar no bom e no positivo

Sentir gratidão e ir em frente

Um dia a curva chega na estrada

Numa manhã o sol há de nascer

E a chuva (de mortes) vai parar de descer

Sandra Santos – 08/04/21 – mais de um ano de pandemia aqui e lá

::COVID e lembranças de infância::

22/03/2021

Quando eu era pequena, não era difícil acontecer com a minha mãe o que costuma acontecer com o meu marido ou comigo hoje em dia: chegava na sala no final do dia e ela estava dormindo de frente pra tevê.

Enquanto ele durma por cansaço do trabalho ou por causa de alguma noite mal dormida, eu não sei definir direito se o motivo de eu estar dormindo durante o dia é um misto de idade, menopausa ou principalmente por causa da pandemia. Sejamos honestos: ela cansa! Você pára de assistir notícias, fica se perguntando o que está acontecendo aqui e lá (sim, expatriado sofre dobrado, com as notícias do país onde vive e do país de origem). Quando assiste as notícias dá uma misto de pensar que a) já ouvi isso antes b) será que vou ouvir isso amanhã de novo? c) que notícias terríveis, quando isso vai acabar? d) tenho vontade de hibernar e só voltar do sono profundo quando tudo isso acabar! Tem hora que a única pessoa acordada aqui em casa é o Daniel, que ainda não está na idade nem de dormir de dia e nem de ficar sofrendo demais com as atualidades.

Outra coisa que a mamãe costumava fazer e eu achava estranho, mas super engraçado, era colocar coisas no lugar errado, simplesmente porque o braço dela fazia o movimento e a cabeça dela estava em outro lugar naquele momento. Já aconteceu de eu abrir o armário da cozinha lá de casa e achar o controle remoto da tevê lá dentro, deixado por ela. Hoje, na hora do almoço, abri a gaveta das panelas e lá dentro achei uma caixinha de leite. Aqui em casa compramos leite na caixinha, que quando aberto vai para a geladeira. Achei aquilo inusitado e fiquei me perguntando quem tinha colocado aquela caixinha ali, se era o Daniel ou o Matthias. Quando almoçamos perguntei e logo em seguida, pela reação deles, acreditei rapidamente que tinha sido eu mesma, que além de não ter visto o que fiz, tampouco me lembrava do feito! Tenho a quem puxar!…

Outra coisa que tenho a quem puxar é, segundo o Matthias, a força “gavetacional” (e não gravitacional) que as coisas da casa exercem sobre mim, porque elas tendem a ir para dentro de alguma gaveta antes mesmo de eu raciocinar se preciso daquilo ou não. Mamãe também me ensinou esse feito! Filha de peixe!…

Pelo menos tenho a declarar que essas mazelas não se repetem ad infinitum: tanto a minha irmã Rê quanto a minha filha Taísa sairam uma versão bem mais organizada do que eu ou a vovó Eny. Vai ver que mais tarde a Taísa não vai dormir de frente pra tevê, nem colocar coisas sem nem notar em lugares inusitados.

E por falar em mais tarde, no último final de semana achei um conto em uma revista alemã que me deixou bastante pensativa: ele se referia a um COVID-39, tipo o COVID-19 na versão de 20 anos mais tarde!… No conto, espero eu fictício, o autor comentava como era a vida antes do coronavírus e como ela tinha se transformado – e ficado para sempre?!? Espero que não! Assim como nós, seres humanos, temos direito à evolução, espero firmemente que esse bichinho evolua, se transforme em algo domável ou melhor, desapareça por completo do nosso planeta. Será que é desejar demais? Só o futuro dirá!…

::Leia a primeira resenha do HERstory!::

18/02/2021

Que presente lindo e que surpresa com muita sororidade receber a primeira resenha do meu novo livro HERstory – escreva a sua história!

Que bom ler a opinião de uma também escritora sobre o meu trabalho, no caso a psicóloga e escritora Roberta Gasparotto!

Muita gratidão, me sentindo muito honrada e feliz por ela ter apreciado a minha obra! Leia a resenha completa aqui no Feminário Conexões.

::Volta ao mundo com a Mineirinha – podcast VM80F::

19/01/2021

Um amigo da Índia sugeriu que eu participasse de um podcast produzido no interior mineiro sobre viagens e fotografia, o Volta ao Mundo em 80 Fotos. Obrigada, Gau!

Daí surgiu um bate-papo com o Marcos e o Júlio onde falamos de viagens dentro e fora do ser humano, sobre fotografia, pandemia e tantas outras coisas mais. Ficou curioso? Ouça o podcast aqui ou em outra plataforma na internet e depois me conte sua impressão sobre ele!

::Balanço e sororidade::

03/01/2021

Interessante! Quanto mais falo sobre o meu novo livro, mais percebo como uma palavra interessantemente é desconhecida das pessoas, não importa em que idioma. Trata-se da palavra sororidade, uma das razões pelas quais escrevi o HERstory, que significa o apoio que uma mulher pode dar à outra, um ato de amor e solidariedade entre mulheres. O que naturalmente não quer dizer que o livro não tenha um conteúdo que possa e deva ser lido por homens, muito pelo contrário. Já tive a honra de ter o livreiro da Livraria Páginas, que me entrevistou durante a live do lançamento, como o meu primeiro leitor homem. Ganhar a perspectiva de homens que querem entender melhor a condição feminina é uma benção em rumo à busca do equilíbrio de forças femininas e masculinas, que todo ser humano tem, no mundo. Não somos oponentes, não estamos em luta, portanto deveríamos estar nos apoiando também em termos de gênero, o que nem sempre faz parte da realidade, eu sei, mas é o meu ideal e a razão pela qual eu escrevo. Escrever é terapia e liberta!

Juntando-se a esta percepção, presencio também as coincidências que a vida vem me trazendo, talvez também por causa do livro, penso eu. Pois o livro chama seu autor e seus leitores, na minha opinião. Hoje foi o dia de me deparar com uma companheira de viagem, que afirma que os nossos dons sempre arrumarão um jeito de nos encontrar. Bem na linha do HERstory! Vamos trocar nossos livros! Que felicidade!

E provavelmente amanhã o meu próprio exemplar vai chegar às minhas mãos! Para quem escreve, esta é uma emoção ímpar, semelhante a quando damos à luz aos nossos filhos! É um filho literário, na realidade! Outro livro que vai chegar até a mim é o da última coletânea da qual participei este ano: Contos, Contas e Surtos da Pandemia. Dois presentes!

O bonito foi que hoje, inesperadamente, vendi um livro para uma pessoa que não fala português como língua materna, mas entende o português, por ter interesse no tema como mulher e pela nossa conexão através da Hildegarda de Bingen.

Nos últimos dias consegui também, um presente para mim, escrever quatro poemas para participar de duas novas coletâneas. Fiquei feliz, pois um poema só sai quando quer!…

Um dia de conexões e coincidências! Que já começou de madrugada, quando olhei pra tela do meu celular e li 3:03 do dia 03/01/20. Muito mágico para quem gosta de sinais como eu!

Quais são ou foram os seus últimos sinais?

Deixa eu voltar para o meu crochê. Ele, junto à escrita, leitura e o acompanhamento de muita música ao longo do dia têm sido minhas válvulas de escape nesta quarentena. E as suas? Mais algumas sugestões para me passar? O Facebook me lembra todo dia das coisas ótimas que andei fazendo nos últimos anos, entre as passagens dos anos, e ao mesmo tempo que adoro relembrar, fico na esperança de dias melhores.

Há dois anos atrás, escrevi o poema abaixo, que eu traduzi hoje para o inglês:

Ponto de Nada

Em algum lugar do universo

Pontinhos de nada que somos

Fazemos sentido para alguém

Alguém sabe quem fomos

Quanta gratidão

Escondida nesse fato

Um montão de alegria

Resumida em um retrato

Amor incondicional

Lágrima no olhar

À moda tradicional

E tudo muda num piscar

Sandra Santos – 31/12/18

Point of nothing

Somewhere in the universe

We are little dots of nothing

We make sense to someone

Someone knows who we were

How much gratitude

Hidden in this fact

A lot of joy

Summarized in a portrait

Unconditional love

Tears in the eye

In the traditional way

And everything changes in a flash

Sandra Santos – 31/12/18

::Como você passou o Natal durante a pandemia?::

30/12/2020

A pergunta mais frequente que ouvi nos últimos dias foi de amigos e familiares querendo saber como passei o Natal no meio da pandemia.

Minha resposta: com gratidão e junto do meu marido e meus dois filhos. Em 50 anos de vida nunca tinha tido que decidir o que cozinhar e como preparar a ceia de Natal. Até então, passei o Natal ou junto da família do meu marido, ou junto da minha família no Brasil. Sem saber o que cozinhar, perguntei para amigas que me deram uma sugestão simples e fantástica: raclette! Adicionamos a panela do fondue ao nosso aparelho de raclette e tivemos uma mesa farta, com muita variedade de carnes, legumes, queijos e molhos, acompanhados de um bom vinho. Depois de tantos anos desanimada para montar minha árvore de Natal, que é de plástico e esperava pacientemente por mim todos esses anos dentro de um saco no porão, arranquei-a de lá junto de várias outras decorações, e ao som de músicas de Natal montei uma pequena árvore, que continua incrivelmente de pé apesar de termos dois gatos em casa, Leo e Baloo, nossos melhores professores de pandemia.

Quanto menos temos o direito de fazer, mais cada mínima coisa vai ganhando mais significado e sentido. VESTIMOS roupas para a festa, ao invés de ficarmos todos de moleton, como em todos os outros dias da pandemia. Minha filha não mora conosco, então naturalmente ela chegou arrumadinha e eu já estava vestida para a festa, então os homens da casa seguiram nossa animação. Tiramos uma foto da família para registrar o momento, ao lado de nossa árvore recém montada, também para mostrar como o Daniel nos deixou para trás em altura com o passar dos anos, apesar de ser o mais jovem da casa. Eu sou agora a rapa do tacho! Colocamos todos os presentes sob a árvore, decoramos a mesa. Jantamos, brindamos o momento presente. Trocamos presentes, também os da minha irmã Renata, que tinham chegado no dia exato! Escrevi para cada um alguns agradecimentos com presentinhos pelo ano que se passou.

Estamos vivos!

Estamos saudáveis!

Todos os nossos familiares e amigos vivem!

Estamos juntos!

Podemos respirar sem dificuldade!

Comer sem importúnios!

Temos um teto sobre nossas cabeças!

Temos um emprego!

Meu marido e eu podemos trabalhar em casa!

Minha filha conseguiu o 1. emprego de sua vida na sua área de estudo!

Meu filho terminou super bem o ano e enfrentou muito bem a pandemia, com sua sabedoria que parece milenar!

Temos olhos para ver as maravilhas da natureza,

Mãos para praticar o bem,

Pés para nos levar além,

Boca para provar e falar coisas boas,

Ouvidos para escutar e refletir

Este foi definitivamente uma das melhores festas de Natal pela qual passei!

Gratidão!

Para o Ano Novo vamos fazer fondue de queijo. Já procurei a receita! Pra quem não gosta de queijo, outra ideia é fazer fondue de chocolate! Tim, tim!

Foto por Laurel Natale em Pexels.com

::Exercício::

23/12/2020

Ano de 2020

Coronavirus

COVID-19

Mortes

Pandemia

Lockdown

Quarentena

Tanta coisa pra digerir!

Ano de 2020

Tenho um trabalho

Tenho saúde

Minha família está sã

Tenho amigos

A vacina foi anunciada

Tenho fé

Tanta coisa para agradecer!

Sandra Santos – 23/12/20